Final de tarde, em praia nudista, ninguém é de ninguém e todos são de todos. Uma forma de agradecer ao sol que se despede de mais um belo dia é a liberação de todos os desejos naturais, que brotam entre corpos despidos. Diluem-se os constrangimentos. Nesse período do dia é como se houvesse um acordo tácito e todas as fiscalizações e impedimentos são afrouxados, e deixa-se a natureza agir segundo a natureza de cada um.
Não costumo ficar até tão tarde, porque não gosto de viajar à noite, mas naquele dia eu resolvi dormir em uma pousada próxima, e só pegar a estrada no dia seguinte. Então me permiti assistir ao final do dia se debruçando sobre aquele pedaço de paraíso. Quando apenas a luz cinza do crepúsculo derramava-se por sobre a areia, que, como o mar, também se fazia prateada, recolhi meus apetrechos e me dispus a ir embora, caminhando na velocidade de quem não quer ir.
Ao passar por uns arbustos, notei alguns rapazes – três ou quatro – se manipulando. Imaginando o que fosse, me aproximei e eis a confirmação do espetáculo: um belo casal dava vazão ao tesão acumulado do dia e se comia sofregamente, para a seleta plateia que se deliciava com a maravilhosa cena, em pleno processo de punheta. Picas de todos os tamanhos, calibres e durezas acompanhavam a foda. A cadência dos movimentos, todos praticamente no mesmo ritmo, era bonita de se ver.
Também me aproximei e também meu pau foi se erigindo. Mas não quis me masturbar. Queria apenas apreciar a excitante foda, as suaves estocadas do homem e os gemidos dengosos da mulher. Depois de apreciar fartamente por trás dos dois, constatando, extasiado, os testículos encobrirem completamente a entrada da caverna feminina, a cada movimento de penetração, resolvi dar uma volta e apreciar de frente.
No novo ponto de observação, podia ver a rola dele se sumindo e reaparecendo, a cada penetração, mas, principalmente, podia apreciar as expressões de prazer no rosto do rapaz de barba rala e corpo mediano. Ali, parado, minha rola em riste, palpitando às vezes, mas sem que eu a tocasse, acompanhava tudo sem afobação, com naturalidade.
Em determinado momento, percebi que os olhos dele estavam parados no meu pau. Achei que fosse ilusão de ótica de minha parte, pela pouca luz do dia, mas em seguida ele murmurou, com a voz afogada pelo tesão: “vem cá!” A princípio, não pensei que fosse comigo, até olhei em volta, procurando o possível alvo daquele chamado. Confirmei tratar-se realmente de mim quando me chamou pela segunda vez.
Aproximei-me, tentando não pisar em alguma parte do corpo da mulher e fiquei diante dele; estendeu a mão e catou minha pica, puxando-a delicadamente para si e a encostando nos lábios, em seguida passando a língua, depois engolindo-a, sugando lubricamente. Eu estava em êxtase, quase sem acreditar que estava recebendo aquele presente. Constatava ser real ao sentir o perfeito boquete que recebia, e as punhetas se tornando mais frenéticas ao redor, a primeira delas resultando em violenta explosão leitosa.
Com um toque delicado, ele me fez reposicionar, colocando um pé em cada lado do corpo da mulher, o que o deixava bem mais confortável para continuar a chupação. Como eu estava de costas para ela, não a percebi erguendo-se, sentando e aproximando-se do meu cu – apenas senti seus dedos afastando minhas nádegas e a maciez molhada de sua língua enfiando-se por dentro, febril e dinâmica. Eu sentia o gozo se aproximando e procurava retardar o mais possível.
Ouvi então novo pedido: “Vira o cu!” Percebi que ele retirara o pau da buceta da mulher e este brilhava de lubrificação, levantando-se no ar. A mulher voltara à posição inicial. Numa manobra meio arriscada pelo desequilíbrio do corpo e pelo tesão, virei-me e me pus de quatro, o que fez com que a cabeça dela ficasse entre minhas pernas e meu pau rígido diante de sua boca.
Quando ela me abocanhou, senti o pau dele invadindo-me e as estocadas movimentando involuntariamente meu corpo, enquanto ela me sugava com frenesi. As punhetas aceleravam-se ao meu redor e novos gozos explodiam em torno daquele quadro divino. Um dos voyeurs, mais ousado, aproximou-se de mim e se pôs de joelhos, a rola diante do meu rosto; a um sinal meu de aceitação, ele se chegou mais e pude catar o pau que latejava e já babava, e passei a sugar com avidez.
Os orgasmos foram praticamente simultâneos. A um grunhido meu, mais forte, indicando a explosão, a mulher retirou a boca do meu pau e passou a punhetar, com a lubrificação da própria saliva. A explosão sobre seu rosto, pescoço e seios foi imediata; logo em seguida, senti a rola que estava em minha boca crescer e pulsar – o homem a retirou da boca na hora de o primeiro jato cortar o espaço e se perder sobre a areia, seguido de outros tantos. Meu fodedor, então, acelerou as estocadas e notei nitidamente os jorros serem lançados de seu pau.
A noite se avizinhava, lépida. O grupo se desfez aos poucos e em silêncio, cada um tomando seu rumo, e eu o meu. Assim como todos os voyeurs, eu me sentia contemplado com aquela aventura, e mais feliz ainda por ter sido convidado a participar diretamente do festim.
Em cima do mar, a amarelo redondo da lua jogava terna luz sobre a areia pela qual meus pés caminhavam, chapinhando a água fresca que os acariciava.