CAPÍTULO X
*** ERIC VIANA ***
Olho para o celular pela milésima vez no dia. Nove e meia da noite, e nada! Nenhuma mensagem, nenhum e-mail. Silêncio total e absoluto por parte do meu novo e ausente namorado. Uma maldita mensagem em uma semana inteira. Quatro dias seguidos sem dar nem mesmo um sinal de vida, depois de ter ficado desaparecido por dois, e ter se dignado, somente, a me enviar um e-mail dizendo que estava com saudades do meu cheiro, e que não era o da minha pele.
Quer dizer, quem começa um namoro desse jeito? Ele me infernizou o juízo para isso? É um namoro de mentira, mas até eles têm regras, não têm? Esse homem não pode desaparecer, sumir, não me dizer nada, e achar que está tudo bem! Porra, como Gustavo me irrita! É melhor mesmo que ele continue desaparecido, porque eu seria perfeitamente capaz de arremessar um prato bem no meio da sua cara. E ainda acho que porcelana seria leve para aplacar meus desejos homicidas.
Seria o seu silêncio retaliação por eu tê-lo expulsado da minha casa? Mas ele não ousaria, ousaria? Quão babaca o infeliz precisa ser para achar que eu sou obrigado a estar à disposição do seu pau vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana? Eu não tenho o direito de dizer não? Para o inferno que eu não tenho o direito!
É quase como se ele tivesse ouvido os planos que só ousei dizer em meus pensamentos de acabar com sua sessão de vitórias, e tivesse saído correndo para evitar a virada do jogo. E sou obrigado a reconhecer, vai ser preciso muito autocontrole da minha parte para não reagir exatamente da maneira que ele espera: surtando, demonstrando toda a minha irritação e esquecendo completamente que deveria estar me esforçando tanto para que ele se apaixone por mim, quanto ele está se esforçando para que eu me esqueça de fazer isso.
Minha mão coça para enviar eu mesma uma mensagem. Mas me controlo. O que eu escreveria? “Cadê você?” Diria que estou sentindo falta de ser irritado por ele, e que sua ausência me deixou ainda mais irritada do que sua presença? Não! Não mesmo! Se aquele homem acha que vai me manipular assim, ele está muito enganado.
Volto a me concentrar na tela diante de mim. O texto a ser traduzido me encara e estou certo de que se ele tivesse uma sobrancelha, a ergueria para mim, porque desde o final desta tarde, estou com a concentração de um peixe. Se uma mosca passa ao meu lado, fico distraído pelas próximas duas horas. Suspiro, é melhor eu desistir de trabalhar por hoje.
Definitivamente, não acho que eu vá ser muito mais produtivo. Frustrado, desligo o computador e me levanto da cadeira, esticando os braços e estalando a coluna. Alongo o pescoço e os dedos das mãos, fico nas pontas dos pés e dou pequenos pulinhos. Antes de ir até a cozinha a procura do que comer, olho uma última vez para o celular, mas não! Não vou ser refém de qualquer que seja a estratégia de manipulação que aquele cafajeste está tentando usar.
Assim que abro a geladeira, a última fatia de cheesecake me cumprimenta e eu reviro os olhos. Cretino! Pego a torta e sirvo-a em um pratinho, com ele em mãos, me sento na bancada da cozinha. Gemo quando sinto o gosto do primeiro pedaço na boca. É tão absurdamente gostoso, e, agora, está arruinado.
O maldito arruinou minha sobremesa preferida. Todas as vezes em que eu a colocar na boca, vou me lembrar do olhar lascivo que Gustavo me lançou ao me ouvir gemer por ela há exatos sete dias atrás, e da sua sugestão de que eu comesse a parte cremosa direto de seu pau.
Que foi, aliás, o que me fez chutar sua bunda gostosa da minha casa, porque sou obrigado a admitir, a imagem fez meu cuzinho piscw4 e eu quase cedi. Foi por pouco, muito pouco, mas depois da noite que tivemos, eu precisava de uma pausa, eu gostaria apenas de ter sido forte o suficiente para não a ter quebrado um dia depois. Sempre achei que chá de cu e chá de pau eram termos meramente ilustrativos, até transar com Gustavo.
Eu, definitivamente, poderia me viciar naquela pica, mas, tão definitivamente quanto, não estou disposto a isso. Por isso, apesar da minha imensa vontade de despi-lo e pular em cima dele, ignorando seus protestos, o mandei embora depois do jantar.
Então, por que, por que não fui capaz de fazer o mesmo no dia seguinte quando ele bateu em minha porta parecendo exausto e com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças? Mordo o lábio, recriminando-me, e, apesar disso, meus olhos procuram o relógio, como têm feito desde que escureceu.
Não posso acreditar em mim mesmo. Mas acredito menos ainda nele, porque embora eu não tenha batido em sua porta, tenho quase certeza de que por mais de uma noite, ele não voltou para casa. Na terceira noite sem que ele fizesse nenhum contato, cheguei a abrir o facebook e alterar meu status de relacionamento, outra vez. Mas algo me impediu de salvar a alteração, assim como me impediu também de arquivar a maldita foto postada no meu instagram.
Seria uma foto linda, se não fôssemos Gustavo e eu nela. Apenas nossas cabeças aparecem. As bocas grudadas em um beijo nada casto ou inocente, sua mão segurando meu pescoço em um agarre firme, seus cabelos arrepiados, levemente bagunçados, e um sorriso no canto dos lábios dele pintam o quadro perfeito do casal apaixonado. Perfeito e falso.
Colherada a colherada, como a cheesecake devagar, sentindo-me deliciado e irritado na mesma medida, até me cansar das sensações.
— Chega! -Falo comigo mesmo, antes de tirar o último pedaço do prato. Seguro a colher erguida no ar e olho para ela, movendo-a devagar. Estreito meus olhos para o doce como se tivesse sido ele a me ofender. Depois de encará-lo por quase um minuto, finalmente coloco-o na boca e aprecio seu sabor sem dar espaço em minha cabeça para nenhum outro pensamento que não seja o quão absurdamente delicioso ele é.
Levanto-me decidido a tirar Gustavo do meu sistema, e o primeiro passo para isso é um bom banho. Passo minutos embaixo da água quente, lavo os cabelos e coloco a depilação em dia. Ignorando completamente que já eram quase dez da noite quando entrei no banheiro, faço do banho um momento de autocuidado mais do que necessário.
Deixo o banheiro enrolado na toalha e abro a porta do armário, sinto-me muito melhor comigo mesmo, ainda que uma pequena parte da minha consciência insista em pensar em Gustavo, se perguntando se ele estaria com outra pessoa mesmo depois de ter me obrigado a assumir a droga de um relacionamento falso... “É sábado à noite...” sussurra para mim. Ignoro-a.
Visto um dos meus pijamas favoritos e deixo os cabelos soltos, porque não sinto a menor disposição para secá-los. Então, que o vento o faça, se não fizer, decido se eu farei. No meio do caminho para a sala, interrompo meus passos e franzo as sobrancelhas.
É sábado à noite, definitivamente, eu não vou ficar amarrado ao sofá esperando qualquer coisa que seja de Gustavo, não vou! Mas não vou mesmo! Resgato meu celular, abandonado no home office ainda antes do banho, e abro o grupo baladeiros, no whatsapp, em que meus amigos e eu sempre combinamos nossas saídas, e que eu vinha deixando silenciado há algum tempo, completamente focada em trabalho.
O plano era quebrar meu jejum de baladas depois que assinasse o contrato de compra do apartamento, como uma comemoração, mas esse trem já partiu há algum tempo, a menos que eu vença essa aposta estúpida, o que vai ser impossível, se o maldito apostador continuar desaparecido. Expiro com força. Não, Eric! Não mesmo! Gustavo está, oficialmente, banido dos meus pensamentos esta noite!
Não preciso nem de cinco minutos para descobrir para onde ir e a empolgação me alcança tão rápido quanto a ideia de sair para dançar. Penso em minha irmã e decido que é o destino, ligo para ela. A primeira chamada cai na caixa postal, assim como a segunda. É só na terceira que ela me atende.
— Alô? -responde, ofegante, e eu franzo o cenho.
— Lívia?
— Ah! Oi, Eric! -diz, parecendo só ter se dado conta de que era eu depois de ouvir minha voz.
— O que você tá fazendo, eu...
— Tô ocupada, Eric... Muito ocupada, o que quer que você precise, não posso... -diz, atropeladamente, como se tivesse pressa em se livrar de mim. Desde aquela tarde em minha casa, não falamos mais sobre seu caso, e quando penso que pode ser essa a razão de ela estar agindo estranha, imediatamente, me dou conta do que realmente está acontecendo.
— Oh, céus! Oh, céus!... -penso, em voz alta, só percebendo que realmente disse as palavras quando Lívia praticamente rosna um tchau em meu ouvido e deliga o telefone.
Permaneço parado, estático no mesmo lugar, por alguns minutos antes de conseguir me libertar do choque de ter interrompido a transa da minha irmã. Da minha irmãzinha. A minha caçula... Gemo em frustração, caminhando de volta ao meu quarto e, depois, continuo resmungando durante a procura pelo que vestir.
Me dou um tapinha mental nas costas pela sessão de autocuidado durante o banho, tudo o que eu preciso fazer é secar meus cabelos, e, definitivamente, agora, me sinto disposto. Uso o secador e prancha para deixar os fios retos, brilhantes e alinhados. Ao terminar, me pergunto por que eu não faço isso há tanto tempo.
Paro diante do espelho, faço uma pose sexy o suficiente para deixar um certo pau duro só de olhar, e bato a foto. Minutos depois, saio de casa as gargalhadas, porque eu finalmente tenho a mensagem perfeita para enviar para o senhor sumido.
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Viro o terceiro drink colorido da noite enquanto, ao meu redor, uma rodinha de encorajadores grita “Vira, vira, vira, vira!...” Fecho os olhos, apertando-os e sentindo a mistura ácida, alcoólica, dominando cada centímetro da minha boca, e sorrio, porque, como se atraído pelos meus pensamentos, uma música muito específica explode nas caixas de som:
“A pista já tava com muita saudade de mim
Ó quem voltou (pra sacanagem)...
Ó quem voltou (pra sacanagem)...
Ó quem voltou (pra sacanagem)...
Ó quem voltou...”
Bato a taça sobre a mesa a minha frente e meu corpo se move sozinho no ritmo da música. O funk não é algo que eu ouça no meu cotidiano, mas para rebolar, eu estou para conhecer música melhor! Dou passos para trás, distanciando-me da mesa e voltando para a pista de dança, meu pequeno grupo de cinco pessoas, três mulheres e dois homens, me acompanha, e logo estamos os seis no meio da pista, ocupando muito mais espaço do que seria necessário com nossos corpos e risos.
A boate escolhida para essa noite fica na zona sul, é a que sempre frequentamos desde que foi inaugurada. Para mim, há uns dois anos atrás, mais ou menos, foi amor à primeira vista. Bastou colocar meus pés aqui dentro para que eu soubesse que era o meu tipo de lugar. As paredes escuras, combinadas às luzes florescentes e coloridas escorrendo pelo teto, aos móveis pretos, e à música que se dispersa pelas paredes como uma verdadeira teia de aranha, e contagia o corpo até mesmo do visitante mais resoluto a não dançar, dão ao lugar o clima e aparência perfeitos para o que eu procuro em noites como essa, me divertir.
Danço, deixando que o corpo se mova no ritmo da música, ou em ritmo nenhum, simplesmente balanço e o suor se agarra e desliza pela minha pele em gotas de todos os tamanhos. Empino a bunda, rebolando, e é a sensação de mãos em minha cintura que me faz abrir os olhos. Viro o pescoço, procurando pelo dono das mãos, e encontro Giovanni, um dos amigos com quem vim, um amigo que costumava ser colorido e que, pelo olhar que me dá agora, está esperando alguma cor esta noite.
Viro-me de frente, afastando-me um pouco de seu toque e seus olhos observam-me de cima a baixo de maneira apreciativa pela milésima vez desde que nos encontramos. Dessa vez, tão perto como ele está, é impossível fingir não perceber, como vim fazendo ao longo de boa parte da noite. Ele estreita os olhos para mim quando tenta se aproximar e eu dou um passo para trás.
— Seu namorado é ciumento, Eric? -Fala em meu ouvido, a única maneira de se fazer ouvir em meio ao caos que é a pista de dança da boate lotada num sábado à noite. Sorrio quando seu rosto anguloso de queixo quadrado, olhos escuros e pele cor de café volta a aparecer diante dos meus olhos. Nego com a cabeça. O gesto o encoraja, mas eu espalmo as mãos em seu peito, afastando-o. Ele assume uma expressão confusa e é a minha vez de aproximar a boca de seu ouvido.
— Você devia me conhecer melhor pra saber que esse tipo de pergunta, definitivamente, é a pergunta errada se fazer pra mim, Giovanni! -Empurro-o de vez, com um sorriso no rosto, mas deixando claro que o que quer que ele tivesse em mente, não vai rolar.
A noite avança entre drinks e dança. Não me nego nenhuma das duas coisas. Hoje, qualquer música que toca é a minha, me divirto, mas não esqueço. Não quando a única sensação que cada homem que se aproxima de mim desperta é decepção. Decepção porque nenhum deles é o maldito vizinho fodedor.
Minha pele vibra com as batidas da música e arrepia-se com o suor que a aquece. Entre corpos suados, batidas potentes e casais que se esfregam sem o menor pudor ao meu redor, excitando-me, se Gustavo aparecesse aqui, eu até poderia ignorar sua cafajestice por algumas horas, horas o suficiente para matar toda a vontade dele que eu estou amargando.
Eu sei que disse que precisava de um tempo, e precisava mesmo, mas, definitivamente, sete dias foram tempo mais do que o suficiente, se não para a minha cabeça, definitivamente para o meu corpo. E se isso não quer dizer que falhei na missão de evitar me viciar em Gustavo, eu não sei o que diria.
Duas noites. Duas noites absurdamente gostosas foi tudo o que o maldito precisou para me viciar, e porra! É exatamente como me sinto, como se eu precisasse da próxima dose. E, como se o céu, ou o inferno, eu realmente não sei, tivesse me ouvido, o único que pode dá-la para mim entra no meu campo de visão.
Gustavo Fortuna está aqui. E está lindo como um homem deveria ser proibido de parecer. Estreito meus olhos, desconfiado da minha própria visão e ele sorri para mim. O sorriso cafajeste, e inconfundível, que só ele tem, me dá a certeza de que não, eu não estou louco, nem bêbado. É realmente ele. Faço aquilo que faço de melhor quando o assunto somos nós dois, provocá-lo.
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*** GUSTAVO FORTUNA ***
Ele dança. Livre como só ele sabe ser, balança o corpo no ritmo da música com a cabeça jogada para trás e os braços erguidos acima da cabeça. Lindo para uma porra.
Obviamente, meus olhos não são os únicos a admirar a paisagem. Ignoro o incômodo que sinto ao pensar nisso e continuo apreciando seu rebolado gostoso, mal podendo esperar para que ele o faça sentado no meu colo, pelado, comigo dentro dele.
Saí do aeroporto pronto para colocar sua porta abaixo, mas a única mensagem que ele me enviou nos últimos quatro dias, me dizia que isso seria inútil. Esse carinha terrível me mandou uma foto dessa bunda gostosa nesse short apertado só para me afrontar, dizendo que hoje era o dia em que Gustavo Fortuna seria chamado de corno. Gargalhei.
Claramente, Eric está irritado com meu sumiço, eu não esperava por isso, e esperava menos ainda ter gostado tanto disso. A última semana foi caótica para a GAF, tivemos que lidar não apenas com um controle de danos de relações públicas, mas também com o ministério público no nosso cangote, enfiando o nariz em toda fresta que via, farejando algo que, definitivamente, não vai encontrar na Galvani & Fortuna empreendimentos, corrupção.
Mas essa certeza é minha, não da polícia federal e de seus investigadores, por isso, foram longos sete dias. Ainda que não houvesse uma investigação real ao nosso redor, e para impedir que uma viesse a acontecer, nossa estratégia foi provar inocência antes mesmo de que qualquer acusação infundada pudesse ser levantada contra nós. Funcionou, mas me custou mais pontes aéreas do que sou capaz de contar, quatro voos noturnos, e um número sem fim de reuniões políticas. Foi uma semana muito, muito longa.
E, desde a hora em que acordei essa manhã, havia apenas uma coisa em minha mente, o momento em que eu finalmente chegaria, não na minha casa, mas na porra do Edifício Uno, bateria na porta de Eric até que ele abrisse, e, depois, o comeria com a fome que vem me consumindo ao longo de toda essa semana infernal. Mas é claro que Eric se recusou a colaborar com o meu plano, ou não seria ele.
Ele não respondeu à mensagem que mandei quatro dias atrás. Sorrio ao pensar no e-mail. Era uma mensagem idiota, eu queria provocá-lo, mas, ainda assim, senti falta de sua resposta. Nos dias seguintes, foi simplesmente impossível entrar em contato, todas as vezes que eu tinha um segundo, de repente, não o tinha mais, e meus planos de falar com ela e eram subitamente mortos e enterrados.
E, para minha frustração, ele também não fez nenhum movimento. Várias vezes me peguei pensando no quão bom seria sair de uma reunião do caralho e encontrar palavras suas à minha espera, quaisquer que fossem as palavras, eu teria gostado de lê-las só por saber que ele estava pensando em mim.
Caminho a passos lentos até o centro da pista, a bunda gostosa parece chamar meu nome enquanto rebola de frente para mim. No tempo que levo caminhando até Eric, ele dispensa, pelo menos, cinco aproximações, e nem consigo imaginar quantas não foram ao longo da noite.
Mentiroso. Hoje, definitivamente, não será o dia em que Gustavo Fortuna será corno, afinal de contas. O calor do seu corpo suado parece me atrair como um imã. Quando finalmente o alcanço, agarro seus quadris com força, o cheiro do seu suor inunda meu nariz, ainda que existam um milhão de outros cheiros ao nosso redor. Suas mãos cobrem as minhas, ele cola a bunda à minha virilha e rebola, esfregando-se em mim.
Ergue o tronco, gruda as costas ao meu peito.
— Achei que ia ficar só olhando a noite inteira... - Diz, virando o rosto de lado, com um sorriso enchendo seus lábios, deixando a lateral de sua boca tão perto da minha que quase posso sentir o gosto de seu hálito doce e alcoólico. Viro-o imediatamente, envolvendo os braços em sua cintura e ele envolve os próprios ao redor do meu pescoço. Colado a ele, sentindo seu toque, meu coração pulsa no mesmo ritmo da música que nos cerca.
Movo os quadris com ele, rebolando, moendo em sua barriga a ereção que acordou no segundo em que meu olhar o encontrou. Seus olhos estão brilhantes, sua pele, suada, os cabelos, uma bagunça sexy, e a visão dele inteiro, assim, tão perto, envolvido em mim, faz meu pau apertar e me dá uma certeza: nossos apartamentos estão longe demais.
Respondo-lhe assaltando sua boca. Enfio a língua nela, procurando pela sua e sua resposta é urgente, quase desesperada! Como esse homem beija gostoso! Como ele faz tudo gostoso, verdade seja dita! Saboreio seus lábios, sua língua... Sua saliva se mistura com a minha em uma troca deliciosa.
Ele enfia os dentes em meu lábio inferior com força, com raiva, e eu tenho certeza de que essa é só a primeira punição que ele tem em mente. Não me importo, se todas forem gostosas como essa, ele pode fazer de mim o que bem entender. Seus dedos agarram meus cabelos, puxando-os, seu corpo se esfrega no meu, lambo sua boca, e somente porque o ar acaba, o beijo também.
Respiramos ofegantes com as testas coladas por segundos. Eu realmente preciso te foder agora... Olhos embriagados de tesão encontram os meus e eu tenho certeza de que meus pensamentos espelham os dele, porque ele sorri tão lascivamente, que atinge meu pau com a mesma força que sua mão teria feito.
Surpreendendo-me, como adora fazer, Eric rouba-se de mim. Afastando nossos corpos, estende a mão. Olho para a mão estendida com uma sobrancelha arqueada e ele revira os olhos, impaciente, fazendo-me sorrir. Aceito sua mão e é ele quem me conduz pela multidão.
Atravessamos a pista de dança com passos apressados até chegarmos a um corredor quase invisível atrás do bar. Entramos nele, que é estreito, e sua mão me solta e começa a tatear a parede. Franzo o cenho, suspeitando do que ele esteja procurando e, confirmando minhas suspeitas quando ele empurra uma porta de correr, até então invisível, para o lado.
Eric entra e puxa-me para um banheiro minúsculo, que não deve ter mais de 1x1 de tamanho, porém limpo, e fecha a porta, deixando-nos num absoluto breu. Ele não conta história, desce a boca sobre a minha. Suas mãos infiltram-se sob meu paletó e agarram minhas costas, arranhando-as sobre o tecido. Beijo sua boca com fome, mas lentamente, querendo que o beijo dure e dure e dure.
Ele geme e esfrega o corpo no meu com uma necessidade cada vez maior. Ignorando minha própria urgência, acaricio sua pele levemente. Eric geme.
— Eu preciso ver você... -Sussurro em sua boca, não querendo desperdiçar nada do seu gosto. Sua mão me deixa apenas por alguns instantes e tateia a parede atrás de mim. Com uma facilidade perturbadora, ele encontra o interruptor e uma luz amarelada e suave ilumina o ambiente pequeno em que estamos.
Devagar, deslizo minhas mãos até seu rosto. Nos encaramos por um tempo que parece interminável e necessário, ao mesmo tempo. Nossos olhos se fecham e eu inspiro com força seu cheiro.
— Você é um namorado de merda! -diz baixinho, com os lábios colados aos meus, fazendo-me sorrir.
— Você disse que era um namoro de mentira...
— Parabéns, você é um namorado de mentira de merda! - cospe, irritado, e eu sorrio imenso.
— Senti saudade do teu cheiro... -Deslizo a ponta do nariz pela curva do seu pescoço e ela geme baixinho: ͞ Do teu gosto... Lambo a pele suada, enchendo a boca com o salgado da sua pele: ͞ De tocar você... -Agarro as raízes dos seus cabelos na nuca, forçando seus olhos a encontrarem os meus. Eric puxa o ar com força e passa a língua sobre os meus lábios devagar.
— E você, Eric? Sentiu minha falta? -pergunto, com os olhos fixos nos seus.
— Nem fodendo! -É rápido em negar.
— Mentiroso! -Sou rápido em acusar. Aperto seu corpo contra o meu, esfregando minha ereção em sua barriga e ele geme.
— Senti saudades do seu pau... Muita! -me desafia: ͞ Mas da sua personalidade incrível? Não! Essa não fez a menor falta! Gargalho.
— Pois saiba que a sua me fez uma falta imensa! Tanto quando o teu cuzinho!
Abaixo a cabeça e abocanho um dos mamilos de Eric, espalho minha língua por ele, lambendo-o inteiro e ele se empurra para mim.
— Quer gozar, Erjc? -pergunto, ainda com a boca em sua pele.
— E por que mais nós estaríamos aqui, Gustavo? -Rio antes de mordiscar o mamilo rosado e duro. Levanto a cabeça, deixando que ele veja meu rosto e uma de suas sobrancelhas se ergue, em um questionamento silencioso.
Em um movimento rápido, o tenho de costas para mim e de frente para a parede. Desliso as mãos do seu pescoço até alcançar seus pulsos, seguro-os entre os meus dedos e ergo suas mãos, apoiando-as na parede à nossa frente.
— Empina esse rabinho gostoso, empina! -Ele obedece imediatamente, me fazendo rir, porque essa é a única situação em esse homem sabe obedecer, não tenho a menor dúvida sobre isso. Mordisco seu ombro, agarro seus cabelos em um rabo de cavalo firme, me inclino, lambo toda a sua coluna, até alcançar seu pescoço e plantar um beijo ali, ele geme, se remexe, se entrega ao toque completamente.
Me ponho de joelhos e a respiração de Eric falha. Seu short é facilmente deslizado por seu corpo e fica em uma poça no chão. Tiro sua cueca, já melada, levo-a ao nariz, sentindo o cheiro que me atormentou por toda a última semana em que eu não o tive, depois guardo-a em meu bolso, só por precaução.
Seguro as duas bandas de sua bunda, abrindo-as, cheiro o pau gostoso, provoco a pele e a reação do seu corpo é imediata. Ele arrepia, estremece e o gemido que Eric dá é baixo, mas enche todo o espaço minúsculo em que estamos, e provoca tremores no meu próprio corpo. Viciado, definitivamente, viciado.
Encaixo a boca entre sua bunda, finalmente, me fartando com seu gosto. Lambo do cuzinho para baixo, passando por suas bolas, pelo pau melado, alcançando o buraquinho apertado,. Eric grita, e porra! Nenhum som nunca foi tão gostoso quanto ter esse homem completamente rendido.
Chupo she cuzinho, minha saliva se mistura com o líquido que desce do pau. Doce, Eric é fodidamente doce. Ele rebola no meu rosto, esfrega-se em minha língua, impulsiona os quadris para frente e para trás enquanto mantém-se em pé, segurando as paredes.
— Gustavo! -grita meu nome, deixando-me ainda mais faminto pelo seu orgasmo. Lambo suas bolas, a cabeça do seu pau. Minhas bolas doem e contraem e eu me controlo para não gozar sem ter sido tocado. Puta que pariu, como é gostoso!
— Sentiu minha falta, Eric? -afasto-me somente o suficiente para que ele possa ouvir minha pergunta e volto a pressionar meu rosto contra a bunda.
— Não, seu cretino... -Geme, arrastadamente. Chupo seu pau, deslizo um dedo entre suas nádegas, brinco com seu cu, levando-o à loucura. Seus gemidos ficam mais altos e menos espaçados. Mete o dedo no seu cuzinho.
Movimento-o lá dentro, e, como se eu tivesse apertado um botão, sinto o pau espremê-lo. Paro. A respiração ofegante de Eric preenche o banheiro minúsculo. Quando percebe o que estou fazendo, sua voz soa, ao mesmo tempo, irritada e cheia de tesão.
— Não ouse, Gustavo! Não ouse fazer uma porra dessas!
— Quer gozar, Eric? -Uso o tom mais despretensioso que posso, apesar da dor em minhas bolas e da luta que meu pau trava contra as minhas calças.
— Gustavo...
— Tudo o que você precisa fazer é admitir... Mais nada... explico e ainda que eu não veja seus olhos, tenho uma boa ideia sobre o fogo que há neles nesse momento.
— Gustavo, você não quer fazer isso... -Usa um tom ameaçador e eu volto a enfiar o dedo em seu cuzinho, movimento-o dentro dele, dobrando-o e esticando-o. Eric geme manhosamente, arrastado, bom para caralho.
— Sentiu minha falta, lindo? -Mordo sua coxa, ele se remexe inteiro: ͞ Admite, amor... Eu sei que sim... Eu tô louco pra te ver gozar pra mim, lindo! Morto de saudades do gosto do teu gozo... Passo a cabeça entre suas pernas e chicoteio seu pau com minha língua, ele grita, desesperado, e eu lambo o cuzinho arreganhado para a minha boca. Ele volta a me montar, esfregando-se em minha língua.
Seu cuzinho volta a apertar meu dedo e eu paro de chupá-lo. Eric continua esfregando-se em mim, buscando o próprio alívio, mas eu afasto a boca, encosto a cabeça na parede e ergo os olhos, encontrando os seus, que estão focados em mim.
— Admite, gostoso...
— Você é um filho da puta egocêntrico...
— Eu nunca disse que não era... -sussurro enquanto deslizo uma de minhas mãos lentamente de seu tornozelo até sua bunda, só para descê-la novamente. A luta é clara no rosto de Eric. El3 quer, desesperadamente, gozar, mas, tão desesperadamente quanto, não quer admitir que sentiu minha falta além do sexo.
Chupo levemente o pau duro e ele se rende.
— Eu senti, porra! Eu senti sua falta, seu filho da puta! Porque você é tão absurdamente babaca que foi incapaz de me dizer que tava vivo! -Grita e eu devoro o pau gostoso e passo a fodê-lo com dois dedos, forte, rápido, movendo-os dentro dele. São necessários apenas alguns segundos antes que ele exploda em minha boca e eu beba cada gota gostosa que escorre.
Levanto, giro-o antes mesmo que ele tenha se recuperado, procurando seus lábios e atacando-os imediatamente. Ele prova o próprio sabor em minha boca, suas mãos se apoiam em meus ombros, puxando meu corpo para si ao mesmo tempo em que ele impulsiona o próprio, completamente nu. Beijo-o com língua, lábios e dentes. Agarro sua bunda e coloco-o sentado sobre a pequena pia do lavabo.
O gelado o faz soltar um gritinho, mas nem isso me arranca de sua boca. Suas mãos descem, encontrando meu cinto e desfazendo-o, abrindo o botão e o zíper da calça e quando a palma macia toca a carne rígida e dolorida, gemo sem nenhum pudor com o prazer que me rasga inteiro.
Ele me aperta e move devagar, torturando-me.
— Eric... -rosno, mas ao abrir os olhos, encontro um sorriso em seu rosto, ah, maldito!
— Tá doendo, amor? -o tom escorre sarcasmo e ele desce os dedos levemente, alcançando minhas bolas e mantendo uma carícia agoniante ali.
— Porra, Eric... -Jogo a cabeça para trás, aperto os olhos, expiro fortemente, mas ele continua com a porra da tortura, sem qualquer dó de mim.