Karina estacionou o carro na garagem, torcendo para não ter acordado ninguém em casa. Ela desligou o motor, mas permaneceu sentada por um momento, os pensamentos e sentimentos em ebulição dentro dela. O que aconteceu no apartamento de Bernardo a deixou com o coração acelerado e a mente em um estado de euforia confusa. Ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando acalmar-se. O toque de Bernardo ainda estava em sua pele, e ela sentia o roçar de seus dedos por todo seu corpo. Ainda podia sentir a sensação deliciosa do pau de Bernardo invadindo sua boceta, do suor que reluziam seus corpos, do orgasmos eletrizante que os dominou, do gozo quente do seu aluno inundando sua vagina, mas que agora reduzia-se a uma irritante massa pegajosa em sua calcinha que colava o tecido à sua pele.
Com cuidado, ela abriu a porta do carro e saiu, certificando-se de fechar a porta com o menor ruído possível. Olhou ao redor, sentindo o silêncio da madrugada e o frio do ar. O brilho prateado da lua era a única testemunha de seu segredo. Atravessou o caminho de pedras até a porta da frente. A chave girou na fechadura com um clique quase inaudível, e ela entrou, fechando a porta atrás de si.
A casa estava mergulhada na escuridão, exceto pela luz suave do corredor, que Augusto sempre deixava acesa para que ela não precisasse tatear no escuro quando voltava tarde da faculdade. Karina tirou os sapatos, carregando-os na mão para evitar fazer qualquer barulho que pudesse acordar Augusto ou Alice.
Subiu as escadas devagar, cada passo cuidadosamente calculado. Do corredor silencioso, olhou pela porta entreaberta do quarto da filha e parou por um momento, observando-a dormir, sentindo um aperto no coração. Nunca, em toda sua vida de prudência e reputação ilibada, se imaginava cometendo algo tão indecente.
Antes que fosse para o quarto, precisava urgentemente tomar um banho e se livrar das roupas sujas. Entrou no banheiro social e despiu-se colocando as roupas que usava debaixo de outras que já estavam ali aguardando a próxima sexta-feira para serem lavadas.
Entrou no box e ligou o chuveiro quente, deixando que a água que caía em seu corpo levasse todo resquício de sensações que ainda sentia. Esfregou sua intimidade colocando para fora o que não havia escorrido imaginando o que seria dela se estivesse no período fértil ou se suas regras não tivessem a precisão de um relógio suíço.
Em seu quarto, Augusto estava deitado na cama, dormindo profundamente. Karina entrou silenciosamente, fechando a porta com o máximo de cuidado. Vestiu seu robe rapidamente, tentando não fazer nenhum som que pudesse perturbar o sono de seu marido.
Deitou-se na cama ao lado de Augusto, mas seus pensamentos ainda estavam com Bernardo. A lembrança de seus beijos, do toque de suas mãos, do calor de seus corpos juntos, tudo isso a mantinha acordada, a mente em um turbilhão de emoções. Olhou para o teto, tentando conciliar seus sentimentos. Sabia que o que estava fazendo era errado, mas não conseguia evitar. Havia algo em Bernardo que a puxava para ele, uma paixão que nunca havia sentido antes. Sentia-se viva, desejada, mas também aterrorizada pelo que isso poderia significar para seu casamento e sua vida.
Virou-se de lado, observando a silhueta de Augusto à luz fraca do corredor. Ele era um bom homem, um marido dedicado, um pai amoroso. Sentiu uma onda de culpa, mas ao mesmo tempo, não conseguia evitar os sentimentos que tinha por Bernardo. Estava presa em um conflito interno entre a segurança de sua vida familiar e a paixão arrebatadora que sentia pelo jovem.
Enquanto tentava encontrar algum alívio para seus pensamentos, lembrou-se de um poema de Álvares de Azevedo que sempre a tocara profundamente, um reflexo perfeito de seu estado de espírito:
“Vem, anjo, minha donzela,
Minh’alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!”
Karina fechou os olhos, tentando acalmar seu coração e seus pensamentos. Sabia que teria que enfrentar as consequências de suas ações, mas por enquanto, se deixou levar pela lembrança do toque de Bernardo, adormecendo com um misto de culpa e desejo.
A manhã raiou, trazendo consigo uma sensação de leveza que contrastava com as emoções do dia anterior. Os raios de sol atravessavam a janela da cozinha, banhando a mesa de café da manhã com uma luz suave e tranquila. Karina estava sentada à mesa, dando de comer à sua filha. Alice, com sua fofura e seus olhos brilhantes e curiosos, era a personificação da inocência e alegria. Sentada na cadeira, ela balançava as perninhas e observava a mãe com curiosidade enquanto pegava os pedaços de mamão e banana com uma colherzinha.
Karina, vestindo um robe de seda azul claro, parecia calma por fora, mas por dentro uma tempestade de pensamentos voltava a assombrar. As ameaças misteriosas, o momento íntimo com Bernardo, tudo se misturava em sua mente. Mas naquele momento, sua prioridade era a filha. Alice, com sua risada contagiante, trazia um momento de alívio para Karina.
— Mamãe, suco! — pediu a menina, apontando para o copinho colorido.
Karina encheu o copo com suco de laranja fresco e entregou à filha. Enquanto observava Alice beber o suco com satisfação, sua mente voltou ao presente. Precisava ser forte, não apenas por si mesma, mas também por Alice e Augusto..
Alice começou a brincar com os pedacinhos de banana no prato, criando pequenas torres e figuras. Karina observava com um sorriso terno, admirando a simplicidade e a criatividade da filha. Por um momento, a paz da manhã e a rotina simples proporcionaram um breve alívio do caos interno que enfrentava.
*****
Os dias seguintes se passaram sem novas mensagens misteriosas, mas o recesso das aulas na faculdade intensificava a saudade e o desejo de Karina de estar perto de Bernardo. As trocas de mensagens eram insuficientes para aplacar a vontade de sentir novamente seu corpo se incendiar enquanto era envolvida e dominada por ele. Por outro lado, o período doméstico reaproximou ela e José Augusto, reavivando as lembranças e sentimentos dos primeiros anos juntos.
Após o jantar, Karina aproveitava o raro momento de tranquilidade ao lado do marido, de pé junto à bancada, cortando frutas para preparar uma sobremesa leve antes de irem pra cama. Vestia um robe curto de seda cor de pérola e, enquanto trabalhava, seus pensamentos se dividiam em sentimentos conflitantes entre Bernardo e Augusto.
Ele se aproximou suavemente, pousando as mãos em seus ombros e massageando, trazendo relaxamento e um arrepio gostoso ao corpo de Karina.
— Alice já pegou no sono. Agora somos só nós dois — sussurrou.
Karina sorriu, sentindo o calor das mãos de Augusto se espalhar por seus ombros e descendo por suas costas, com os dedos desenhando um rastro de luxúria até sua cintura.
— Hum! Obrigada, querido. Estava precisando mesmo disso — respondeu ela, inclinando a cabeça e virando-se para olhá-lo nos olhos.
Sem dizer mais nada, Augusto inclinou-se e beijou Karina nos lábios. O beijo era lento e cheio de amor, uma expressão da profundidade dos sentimentos que compartilhavam. Ela sentiu-se derreter nos braços dele. Uma das mãos de Augusto deslizou para a cintura de Karina, puxando-a mais para perto, pressionando seu volume no meio da bunda dela para que sentisse toda sua dureza. A outra, levantava a barra do seu robe expondo o traseiro macio. Instintivamente Karina empinava acomodando melhor o volume ao seu meio.
Augusto deslizou sua mão pelo ventre dela, acomodando seus dedos no interior quente da calcinha de renda. Karina mordeu os lábios sentindo a iminência do prazer. Seu corpo se incendiava a cada toque, a cada beijo dado em sua nuca lhe arrepiando até os ralos pêlos dos braços. Ele sentia o sexo macio e enxarcado entre seus dedos grossos deslizando sobre o grelo enquanto levava a esposa a perder o compasso da própria respiração. Com movimentos circulares, provocava espasmos fortes em Karina, fazendo-a segurar-se mais forte na borda da bancada. Um urro, e as pernas de Karina mostravam-se bambas, perdendo a força dos joelhos, mal se mantendo em pé.
Em um movimento rápido, Augusto abaixou a calcinha da esposa até os joelhos e deslizou seus dedos pelas coxas torneadas até a boceta que escorria seu néctar entre as pernas. Erguendo-se atrás dela, a segurou firme pelos ombros e penetrou todo seu membro. Sentiu ele ser engolido e abraçado pelas paredes vaginais quentes e escorregadias que pareciam resistir à sua invasão. Isso o atiçava ainda mais, estimulando a aumentar a força e a velocidade das estocadas, ressoando o choque de sua virilha à bunda de Karina. A visão de seu pau desaparecendo enquanto metia carregava seu corpo de toda a energia necessária para o que viria a seguir. Insistente constante, agarrava Karina pela cintura, a mantendo firme enquanto.
O ápice chegou como uma explosão, despejando todo seu conteúdo dentro da esposa que não tinha como conter tudo estando de pé, fazendo com que seu gozo vertesse pelas pernas dela e pingasse sobre porcelanato branco da cozinha.
Por trás da respiração ofegante e a eletricidade do prazer se esvaindo de seu corpo nos momentos seguintes, Karina mantinha latente seus sentimentos conflitantes. A imagem de Bernardo, o jovem aluno por quem estava perdidamente apaixonada, pairava em sua mente como um fantasma, o desejo , o tesão que sentia quando estava com ele, a sensação de viver algo proibido e emocionante. A sensação de traição ao seu marido, um homem que sempre a amou e respeitou, era quase insuportável. A culpa pesava sobre seus ombros apertando-a cada vez mais.
A madrugada se estendia, as horas passavam e Karina não conseguia pregar os olhos, remoendo-se de culpa e sufocada pelos segredos enquanto Augusto dormia ao seu lado, alheio a tudo que se passava em seu coração. A vibração silenciosa de seu celular anunciando a chegada de uma mensagem foi alta o suficiente para cortar seus pensamentos.
🗨 NÚMERO DESCONHECIDO: “Tarefa 2. Altere o depoimento da testemunha no processo no sistema integrado. Você tem até as 5h da manhã”.
Karina sentiu seu coração apertar e saiu sorrateiramente da cama cuidando para não acordar Augusto. Ela sabia que ceder a essa exigência poderia colocar em risco a carreira de seu marido e toda a sua família. Com o coração batendo acelerado, pegou seu celular e começou a digitar uma resposta firme:
🗨 KARINA: “Não vou fazer isso. Seus joguinhos acabam aqui”.
O celular de Augusto, descansando na mesa de cabeceira, acendeu-se com uma nova mensagem. Tentando não fazer barulho, ela estendeu a mão e pegou o telefone. O nome de um número desconhecido apareceu na tela, seguido por uma notificação: "Mensagem recebida." Com o coração acelerado, Karina abriu a mensagem. Seu estômago se revirou quando viu a maldita foto, que parecia gritar suas transgressões, ameaçando desmoronar o mundo cuidadosamente construído ao seu redor.
Sem perder tempo, Karina apagou a mensagem. Mas antes que pudesse respirar aliviada, mais mensagens começaram a chegar, uma após a outra, cada uma trazendo a mesma foto. A frequência das notificações aumentou, e o som das vibrações começou a romper o silêncio do quarto. Karina começou a suar frio, seu desespero crescendo a cada novo alerta. Ela sabia que se Augusto acordasse e visse a foto, tudo estaria perdido.
Tremendo, ela tentou apagar as mensagens o mais rápido possível, mas elas continuavam chegando. O som incessante das notificações parecia um tamborilar ameaçador, cada vibração como um golpe no seu coração.
Ela olhou para Augusto, que se mexeu levemente, sua expressão serena enquanto dormia. O medo de que ele acordasse e descobrisse a verdade a paralisava, mas também a movia a agir com mais rapidez. Com os dedos trêmulos, Karina navegou pelo celular, apagando as mensagens em um frenesi. Mas a cada mensagem que apagava, mais três surgiam. O telefone vibrava incessantemente, cada som aumentando seu pânico.
"Por favor, não acorde... por favor..." ela sussurrou desesperadamente, suas mãos agora suando tanto que mal conseguia segurar o telefone. Augusto se movia novamente, soltando um leve resmungo. O coração de Karina estava disparado, a cabeça girando com o medo e a adrenalina. A qualquer momento, ele poderia acordar e ver tudo.
Finalmente, em um impulso de desespero, Karina silenciou o telefone, bloqueando novas notificações. O quarto voltou ao silêncio, quebrado apenas pela respiração de Augusto e pelo pulsar frenético do coração de Karina. Enquanto se deitava novamente, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam cair, ela se perguntou quanto tempo mais poderia manter essa farsa antes que tudo desmoronasse.
🗨 NÚMERO DESCONHECIDO: “Tarefa 2 Negligenciada. O jogo só acaba quando eu disser que acaba”.