Durante a semana Juh ficou tendo flashback's do fatídico dia, o que fazia ela não conseguir dormir, e, sabendo da sua insônia eu também não pegava no sono.
- Você tá conversando direitinho na terapia? - Perguntei acarinhando seu rosto, que estava sobre o meu peito
- Sim... Ela disse que essas coisas podem acontecer - me respondeu baixinho
- Você tá achando funcional? A gente pode tentar outros métodos - perguntei
- Só acho que tá recente, amor, vai funcionar... E eu gosto muito dela, não quero trocar de psicóloga
Além dos flashs, Juh estava extremamente receosa em sair, principalmente a noite. O que também é normal no estresse pós traumático, mas me deixava preocupada.
Ela teria uma consulta no dia seguinte com uma psiquiatra, pela primeira vez. Eu estava parecendo os responsáveis dos meus pacientes, buscando um resultado imediato, mas diferente deles, eu sabia que não viria, que demandaria tempo e paciência para lidar com a realidade.
Milena fez duas semanas de um programa de verão promovido pela escola e deixei ela viajar com os padrinhos, ela precisava aproveitar as férias. Juh também já estava, porém eu não. Até sugeri que ela fosse com meus irmãos mas imaginei que minha sugestão não fosse aceita.
Consegui colocar na nossa rotina correr pela manhã, no finalzinho a gente parava na praia, para tomar água de coco e as vezes dar um mergulho rápido.
A noite nada adiantava para dormir direito, massagem, óleo essencial, chás, cafuné... Eu sabia o que seria receitado para ela na consulta e também sabia que ela não iria querer seguir.
Dito e certo, quando chegamos Juh falou: - Lore, eu não quero tomar esse remédio, isso vicia
- Amor, você só vai tomar por um tempinho, pra te ajudar a dormir, não vai ser pra sempre. Vicia se tomar sem acompanhamento, seu médico vai ficar de olho e eu também - e dei um beijinho
- Eu não estou doente, só... Eu não sei o que é isso, mas não deveria precisar de um remédio - falou se jogando no sofá, no lado oposto ao meu
- Foi traumático, sua cabeça ainda está processando. Você vai ficar bem, amorzinho - falei sentando no chão para ficar de frente para ela
- Não me olha assim, não... Por favor... - me pediu
- Assim como, gatinha? - Perguntei sem entender
- Desse jeito que você tem me olhado, com pena... Como se eu fosse sua paciente e não sua... namorada...
Eu não fazia ideia que estava passando esse imagem para ela.
- Desculpa, amor, eu só estou preocupada com você, não percebi isso em mim...
Ela sentou no meu colo com as costas apoiada no sofá. Cheirei seu pescoço e falei no seu ouvido: - Eu não faço isso com meus pacientes, tá?
Em meio a um sorriso, eu a beijei, como não beijava há dias. Juh tinha razão, eu estava tão focada em fazê-la melhorar que estava deixando de cumprir um papel importante.
Apertei sua cintura, ela chegou o corpo para mais perto de mim, me apertava como se eu fosse escapar. Fui segurar seu rosto e senti começar a molhar, abri os olhos e ela tinha começado a chorar.
- Ei, gatinha, o que foi? - Perguntei limpando suas lágrimas
Juh me abraçou, encostando a cabeça no meu ombro e começou a falar baixinho: - Desculpa, amor, a culpa é toda minha...
- De que, amor? Eu juro que não estou entendendo...
- Eu não devia ter dito isso, você tem sido muito paciente, tão carinhosa, tá cuidando tão bem de mim... Eu não tenho direito de reclamar de nada... Eu não tenho sido desejável, olha como eu estou - nesse momento segurou seu próprio rosto
Eram tantos pontos que minha cabeça deu uma embaralhada. Segurei seu rosto para fita-la fixamente e disse:
- Amor, você tem todo o direito de falar o que quiser comigo. Eu realmente devo ter passado isso pra ti, não foi proposital, mas eu estou focada na sua melhora. Quero que você fique bem logo, e não é assim que funciona, cada processo tem o seu tempo e eu tenho que respeitar o seu processo, tendo outra postura... Você tem que ter toda razão NISSO! Agora eu quero que você nunca mais repita isso de não ser desejável, isso nem combina com você. Júlia, eu te amo... Por mais que eu me atraia incessantemente por esse seu corpinho gostoso, seja apaixonada pelo seu rosto esculpido e fascinada pela sua inteligência, pelo seu jeitinho. Você não é só isso, você é um conjunto dessas coisas e muito mais. E foi assim que eu me apaixonei, pelo combo com todas as suas qualidades e seus pequenos defeitos, defeitos esses que comparados aos atributos, são mínimos. Eu já falei não sei quantas vezes o quanto eu te desejo mas a minha ânsia em te ter não é só sexual, eu te quero por inteiro. E quanto ao sexo, que eu acho que é o que você tentou se referir, é até banal você estar se maltratando com isso. Eu estou do seu lado, pra sempre. Eu quero viver todos os meus dias na terra ao seu lado, então, sem pressa, no seu tempo, quando você estiver pronta e quiser... Aí sim a gente transa gostosinho e se derrama de prazer. Aquele filho da puta, tirou o controle de você naquela noite e eu faço questão de devolver a cada segundo, minuto, hora, dia, mês ou ano ao seu lado se assim for preciso.
Enquanto eu falava, Juh chorava muito, aquele choro que desafoga, que tem que se esforçar para voltar a respirar. E depois de um tempo agarradinha a mim se acalmando, começou a dizer:
- Eu sei, amor, eu não duvido nem coloco em prova seus sentimentos por mim, porque eu sinto o mesmo. A minha cabeça tá me traindo, ela tá tão bagunçada que me faz pensar coisas, me põe em cenários difíceis e eu juro que no momento parece verdade... Eu te amo tanto e mesmo sabendo que você vai dizer que eu não preciso agradecer, eu quero agradecer... Você é a melhor pessoa do mundo para eu ter ao meu lado, obrigada por tudo que você tá fazendo e por esse sentimento sincero que é recíproco com toda intensidade... E desculpa por tudo que eu pensei e falei, eu confio em você, no nosso amor e na nossa relação.
A gente se beijou, e eu conseguia sentir o sorriso dela ali, aquilo preenchia meu coração com a sensação de estarmos indo na direção certa finalmente, dando algum passo, progredindo.
- Vamos tomar banho e você lava o meu cabelo? - Propôs de repente com um rostinho meigo
- Vamos, gatinha... - respondi e dei um cheiro no seu pescoço
Tivemos um longo banho regado a beijos, espumas, risadas e declarações. Eu a sentia mais leve, mais viva e isso me deu um gás absurdo para me dedicar ainda mais.
Mais tarde, Juh tomou o seu primeiro comprimido e, pela primeira vez em dias, dormiu uma noite completa. E eu... mergulhei nos meus pensamentos por longas horas e tomei uma decisão. Não dava pra ficar tanto tempo longe dela, eu tinha acabado de voltar ao trabalho mas ali existia um situação delicada que exigia mais de mim e eu tinha condições de prolongar a minha pausa, pelo menos enquanto ela tivesse de férias. Senti uma paz enorme com a minha escolha, olhando aquele rostinho angelical que dormia tranquilamente dentro do meus braços.
De manhã bem cedo, fui acordada por Júlia pulando em cima de mim, com uma animação.
- Vamos correr, amoooor - disse sorrindo e vindo me beijar
- Bom dia, gatinhaaa - falei tentando parecer animada mas eu estava bem sonolenta o que fez ela sorrir mais um pouco.
Corremos muito, batemos nosso recorde nesse dia e na volta como quase sempre, paramos na praia. Enquanto a gente dava o nosso mergulho, ela disse: - Você fica ainda mais linda no sol, você brilha, amor
- Você fica parecendo um camarão - falei rindo - mas eu amo camarão
E ela riu também
- Você fica ainda mais linda sorrindo, você brilha mais do que eu no sol, amor - e a beijei
Voltamos para a mesa e eu já ia me vestir quando ela sentou no meu colo e perguntou: - A gente pode ficar mais um pouco assim?
- Assim de grudinho? - Perguntei apertando o abraço - Podemos, gatinha!
- Você não trabalha hoje? - Perguntou olhando o horário
- Não, mas... Eu sei que você não vai gostar muito do que eu resolvi fazer mas não tem volta. Vou prolongar a minha pausa, volto quando você voltar a trabalhar.
- Amor... Você não pode parar sua vida por minha causa... - falou um pouco chateada
- Minha vida só caminha com você, eu pensei bastante antes e é o melhor a se fazer agora...
- Eu vou tentar não achar problemático e agradecer por ter alguém que se preocupe tanto comigo a esse ponto - falou fazendo um carinho em mim.
Já em casa, ouvimos batidas ansiosas na porta, quando abri, Loren e Mih. Minha filha agarrou minha cintura e eu a carreguei para um abraço cheio de beijo. Entramos e ela correu para a cama onde Juh ajeitava o cabelo.
- Mamaaaaaae, olha o que a dinda comprou pra eu pentear seu cabelo
- Aaaaah, Loren te encheu de coisa pra passar no meu cabelo e não no dela??? - falou rindo
- Minha parte eu fiz - disse minha irmã também rindo
Ficamos na sala um pouco, ela me perguntou se Júlia estava melhor e eu confirmei explicando que estava progredindo, sem me aprofundar.
Loren ia voltar para casa e foi se despedir das duas, quando entramos no quarto o cabelo das duas estava pintando de diversas cores, o de Juh com vários elástico e o de Mih todo arrepiado. Inevitavelmente caímos na risada.
- Isso sai com água, não é? - Perguntou Juh
- A moça disse que fica por 3 dias - disse Mih animada
- Meu Deus... - falou minha gatinha com os olhos arregalados
- Você nasceu para ser mãe de menina, namoral - disse minha irmã
- Eu nasci pra ser mãe de Milena - disse agarrando ela, que ria a abraçando
- Mas eu quero um irmãozinho - falou Mih
- Você vai ter, um dia - falou Juh olhando diretamente nos meus olhos
- É, filhinha, vai ter - confirmei olhando para Juh e sorrindo
Mais tarde, depois de Milena e Juh dormirem, fui para o computador e fiz uma planilha do que a gente iria fazer naquele tempo juntas. Coloquei pontos turísticos da nossa cidade, uma ida ao interior onde meus pais têm uma casa, um jogo do Mengo, um jogo do Minas e na volta uma passadinha na Pousada. Pela manhã mostrei para as duas que só de ouvirem "Jogo do Minas" não prestaram atenção em mais nada.
- Você pensa em tuuuudo - disse Juh me enchendo de beijo
- Então meu roteiro foi aprovado pelo júri? - Perguntei brincando e ouvi um sonoro "SIIIIIIIIMMMM" vindo dos meus dois amores.
Começamos nossa "trip" com muitas fotos na nossa cidade e seguimos para o interior, onde meus pais estavam dessa vez. Foram dias calmos e divertidos, onde Mih e eu pegamos um bronze gostoso, Juh, por outro lado, um pequena insolação.
Enquanto minha mãe passava um hidratante nela, eu brinquei: - Mds, arranjei uma muié crua, não aguenta um sol - e dei um beijinho
- Tá parecendo uma palhacinha, mamãe - disse Mih rindo
- Vixi, que minha nora sofre - falou minha mãe
- Ainda bem que tenho minha sogrinha do meu lado - falou fingindo um drama e segurando o riso.
Já no RJ para assistir o Mengão e fomos contempladas com uma goleada, 4 a 0 no Madureira (kkkk) para minha alucinação, lindinho demais ver minha filha cantando o hino junto e Juh se contagiando com a vibração da torcida.
Nosso próximo destino era o mais esperado pelas duas, SP, final da Sul-americana, Minas e Sesc RJ. Uma partida emocionante decidida no tie que deu melhor para o Minas. Foi fofo e assustador ver elas torcendo enlouquecidamente, impossível não vibrar junto.
Voltamos para a Bahia com outra energia, felizes demais por sermos pé quente, com memórias criadas e registradas para lembrarmos sempre desses dias divertidos.
Na Pousada, minha sogrinha fez um chá para Mih, que acabou ficando rouca, coitada. Não nos estendemos muito por lá, mas é sempre bom curtir aquela vibe calminha da natureza.
Minha filha iria passar a última semana das férias com o pai, então Júlia e eu usamos esses dias para nos organizar, ela para retornar a trabalhar e eu para procurar um novo lugar.
Liguei para alguns amigos e que me indicaram algumas novas possibilidades, passei um bom tempo avaliando até que uma mãozinha fechou meu notebook lentamente e perguntou: - Você tá muuuuito ocupada?
Quando suspendi a visão, a mulher mais linda do mundo estava a minha frente, sem roupa e uma carinha bem sexy. Ela mordia a boca me fazendo deseja-la ainda mais.
- Pra você nunca, amor - coloquei o not na mesinha de cabeceira e fui beija-la. Ela tratou de tirar minha blusa e eu o que sobrou. Não conseguia desprender minha boca da sua pele, mordia, chupava, beijava. Minhas mãos passeavam e apertavam sua bunda, Juh gemeu gostoso, com os olhinhos fechados. Deitou-se na cama, puxando-me com ela, minha boca desceu ao encontro dos seus belíssimos peitos, onde dediquei um tempo chupando e mordiscando. Continuei descendo e provocando fingindo que ia chupar sua pepeca, mas passando a língua em sua virilha e em suas coxas. Suas pernas se abriram cada vez mais para mim, suas mãos me puxavam a seu encontro e até a sua boca pediu: - Vem amor, me chupa gostinho!
Meu corpo já não me obedecia, eu queria tanto quanto ela, lentamente, olhando seu rosto, me aproximei e dei a primeira linguada, de uma extremidades a outra.
-Ahhhhhhhhhhhhh - gemeu alto
Massageei seu clitóris lentamente com meu dedo indicador enquanto a sugava com força, senti seus espasmos e enfiei toda minha língua dentro dela para que seu melzinho viesse até mim e veio forte, melando todo o meu rosto. Voltei a sugar seu peito penetrando-a com meus dedos, enfiando com força. Suas mãos subiam e desciam nas minhas costas, me puxava, me arranhava e gemia deliciosamente. Nossa respiração começou a acelerar novamente, desci com a boca e lambuzei seu cuzinho para penetra-la. Beijei forte sua boca, engolindo seus gemidos e senti o seu gozo descer. Ergui a mão molhada e chupei dedo por dedo, me deliciando com o seu sabor.
Juh me jogou para trás e me deu um banho de língua, me devorando com firmeza, segurando na minha cintura e com um dedo na velocidade máxima estimulando meu clitóris. Travei sua cabeça com minhas pernas e tive um orgasmo alucinante, longo e bem molhado. Eu estava ofegante e minhas pernas caíram para os lados sem forças. Júlia se jogou por cima de mim, beijando meu pescoço e assim ficamos por um longo tempo, bem molinhas.
- Amor, pega água pra mim, fiquei um pouco zonza - pediu com uma voz manhosa
E depois de encher aquela boca de beijinhos, eu fui pegar, antes de dar, roubei mais alguns beijos
- Bora tomar um banho? - falei com a cinta na mão e ela sorriu me acompanhando
Carreguei aquela linda mulher, me encaixei em sua entrada e comecei a enfiar lentamente, beijava sua boca, enquanto segurava sua cintura aumentando o ritmo. Ela sorria, me mordia, direcionava minha boca ao seu pescoço.
- Eu não sabia que sentia tanta falta assim, não para,não - falou arfando
Fui socando mais forte e nossos gemidos intensificaram e no movimento dos nossos corpos, gozamos.
Nós começamos a rir bastante, logo estávamos em mais um beijo enquanto a água caía sobre nós. Eu a abracei e falei no seu ouvido: Eu sou a mulher mais feliz do mundo por te ter ao meu lado, sabia?
- Você precisa parar de roubar meus títulos, a mulher mais feliz do mundo sou eu - falou
Eu sorri e a enchi de mais beijos no pescoço, para finalmente iniciarmos um banho de verdade, rs!
PS1: O tratamento com medicação durou 2 meses, foi sendo retirado gradativamente, com uns 3 meses já conseguimos levar a nossa vida normalmente, a superação completa somente com 3 anos após o crime cometido.
PS2: O diálogo sobre eu "olhar com pena" para Juh, tá na íntegra. Ela jurou que eu terminaria com ela nesse dia e gravou para sofrer eternamente com "o dia que eu perdi o amor da minha vida" palavras dela, kkkkkkkk... Hoje em dia a gente ouve e morre de amores com as declarações feitas.