Era uma câmara escura, acolchoada. Não sei bem para que servia. Mas era o nosso paraíso sexual, meu e de meus amigos da fazenda onde vivíamos. Era nosso ponto de encontro aos domingos à tarde, quando não havia vigilantes por perto, e tínhamos todo o tempo para brincar no Quarto do Breu, como o chamávamos. Era um aposento grande, sem móveis, com vários colchões pelo chão e com as paredes revestidas de espuma e plástico. Seu uso ordinário era servir de dormitório coletivo quando havia eventos no lugar.
Estávamos todos ali, em regime de internato, estudando Agronomia Orgânica, numa remota unidade da Universidade Federal, isolados do mundo civilizado há 10 meses, pelo menos. Éramos uns seis ou sete rapazes, entre dezoito e vinte anos – eu estava entre os mais novos. No internato rural havia mais alunos e alunas – cerca de vinte –, mas a maioria não participava de nossas festinhas dominicais – apenas os do nosso grupinho de estudo. Eu mesmo demorei algum tempo para ganhar a confiança dos outros e ser integrado ao grupo.
Lembro perfeitamente da minha primeira participação naquela luxúria de domingo à tarde. Chegamos separados ao local, um de cada vez. Quando me aproximei, estavam quase todos, eu fui o penúltimo. Eu notava um fervilhar de hormônios sexuais no ar, uma inquietação incomum, picas já semiarmadas sob as roupas, olhares cúmplices, transbordando desejo.
Ao comando de um deles (cada domingo um dos garotos tinha o direito de ser o chefe), tiramos nossas blusas, calçados e bermudas, e ficamos somente de cueca. O dono da tarde foi o primeiro a entrar, mas antes determinou a ordem em que os demais deveriam adentrar ao Quarto, designando cada um com um número – eu fui o sete. Um de cada vez, e dando um tempinho entre um e outro, todos foram entrando. Diante da porta, numa antessala pequena, já penumbrosa, baixavam e tiravam a cueca, pendurando numa espécie de cabide, e entravam, sumindo-se de nossa vista. Eu fora designado para ser o último – tempos depois entendi que era a regra deles o novato ser sempre o último a entrar.
Quando fiquei sozinho e depois de algum tempo que o anterior a mim tinha entrado, aproximei-me da porta, livrei-me da cueca e constatei a dureza pulsante do meu pau; empurrei e fui entrando devagar. Um agradável olor de lugar limpo penetrou em minhas narinas. De fato, era completamente sem luz lá dentro, a negritude era total. Logo que entrei, ouvi gemidos discretos e barulhos cadenciados. Avancei bem devagar, com medo de bater ou tropeçar em algo, pois era o mesmo que estivesse de olhos fechados.
Após poucos passos, senti uma mão passear pela minha bunda – o contato de dedos com minhas nádegas e dirigindo-se ao meu cu, provocou-me um arrepio. Mas logo senti outro corpo a minha frente e este, quando encostou no meu, estava de pau duro. Toquei na cabecinha e constatei ser bem pequeno, mas estava rígido. Fiz um pequeno agrado, alisei um pouquinho e soltei, ao sentir que outro cacete se insinuava no meu cu. Braços circundaram minha cintura e senti a rola entrando em mim. Gemi de prazer. Após algumas estocadas, o garoto retirou o cacete, deixando meu rabo piscando, e eu pude me mover um pouco mais.
Após trôpegos passos, senti que meus pés toparam em corpos deitados. Os gemidos indicavam que estavam fodendo. Desequilibrei-me e meu corpo tombou suavemente sobre o colchão. Senti-me cair entre dois corpos; um deles pôs a perna por cima de mim e em segundos me fodia vigorosamente, enquanto o outro tateava em busca de minha cabeça; ao encontrar minha boca, substituiu os dedos da busca pelo caralho, fino e comprido, que eu fui engolindo e chupando avidamente.
Em questão de segundos toda aquele cenário se modificava e a pequena multidão de machos, com suas picas em riste, trocavam de parceiros, de cus e de bocas. Eu senti que alguém me chupava e depois se esfregava no meu corpo pondo-se de costas e praticamente comendo minha rola com seu cu. Eu fodia e era fodido. Chupava e era chupado. Beijávamo-nos com ansiedade.
Até que comecei a ouvir gemidos mais fortes, alguns pequenos gritos mesmos, e entendi que o festival de gozadas começava. Senti jatos sobre minha bunda, senti a rola em minha boca pulsar e explodir seu leite em minha garganta. Eu gozei na mão de alguém, em perfeita punheta. Após as gozadas, os caras iam se acalmando, respirando forte mas com cadência, e serenando.
Então ouvi a voz do chefe da tarde quase sussurrando: “Dois, pode sair!”. Ouvi alguém se levantando e se movimentando cautelosamente, e somente então percebi que, acima da porta, havia uma pequena luz vermelha opaca, indicando a saída. Ao chegar lá, o menino avisava “Pronto!”, e o chefe dizia: “Agora, três” Era impressionante a disciplina daqueles rapazes. Ao ouvir “Sete!”, dirigi-me também à luz vermelha, facilmente encontrei a porta e após alguns segundos, meus olhos acostumaram-se à penumbra da antessala; reconheci minha cueca, vesti-a e saí. Os demais meninos já estavam vestidos, apenas o anterior a mim terminava de se calçar. Quando fiquei pronto, o “chefe” apontou à porta e também pôs-se a se vestir.
Conversávamos animadamente sobre a tórrida aventura recém vivida, detalhes de fodas e chupadas, impressões sobre cus e gozadas. Era tácito que aquele assunto era específico daquele lugar, que o restante da semana e nos demais espaços da fazenda, não falaríamos sobre aquilo.
Então veio a última etapa da festividade dionisíaca juvenil. Pegamos panos, molhamos em uma torneira ali perto, misturamos dois produtos – desinfetante e odorizador – e voltamos ao quarto. O “chefe” na frente, entrou, acendeu a luz geral e pude então ver como era o espaço, colchões, almofadas, paredes espumosas revestidas de plástico – decerto para garantir naturalmente o calor nas gélidas madrugadas do local. O cheiro de sexo pairava no ar. Começamos a passar os panos, deixando o ambiente novamente com aquele cheiro agradável que encontramos, e que deveria se manter até quando nos reencontraríamos, no domingo seguinte, para nova sessão festiva de fodas juvenis.