O Sol de Porto Seguro - CAPÍTULO 1: O ENCONTRO E O DESTINO

Um conto erótico de NZ
Categoria: Gay
Contém 2493 palavras
Data: 04/07/2024 03:46:29

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CAPÍTULO 1: O ENCONTRO E O DESTINO

O sol surgia preguiçosamente no horizonte, banhando a Mata Atlântica com uma luz dourada que parecia pintada à mão. O canto dos pássaros enchia o ar úmido, enquanto uma brisa suave fazia dançar as folhas das árvores imponentes. Era o início de um novo dia em 1510, quando o mundo de Arani, um guerreiro indígena, estava prestes a ser transformado para sempre.

Os navios portugueses haviam ancorado na costa do que viria a ser conhecido como Brasil, trazendo homens ansiosos por explorar essas terras desconhecidas. As grandes caravelas balançavam suavemente ao sabor das ondas, suas velas brancas capturando o brilho do sol nascente. Entre os exploradores estava Maria, uma jovem de 22 anos, filha de uma nobre família de Lisboa. Educada, curiosa e destemida, Maria tinha decidido acompanhar a expedição liderada por Gonçalo Coelho, em busca de aventura e oportunidades além-mar.

Maria era uma figura delicada e graciosa, com cabelos castanhos que caíam em cachos suaves sobre os ombros. Seus olhos verdes brilhavam com fascínio diante da exuberância da natureza ao seu redor. Vestida com um simples vestido de linho, ela contrastava com a seriedade dos marinheiros que a cercavam.

Ao lado dela, Pedro, um marinheiro robusto e confiável, que havia sido incumbido pela família de Maria de protegê-la durante a viagem, observava-a com misto de preocupação e admiração.

— É tão bonito quanto você imaginava? — perguntou Pedro, com um leve sorriso, observando a expressão maravilhada de Maria.

— Não, é ainda mais magnífico do que eu poderia imaginar — respondeu Maria, seus olhos capturando cada detalhe da paisagem diante dela.

Pedro assentiu, seus olhos castanhos varrendo o cenário com uma mistura de dever e reverência.

Enquanto isso, Gonçalo Coelho, um homem robusto de olhar firme, dirigia-se aos seus homens, planejando os próximos passos da expedição.

— Preparem-se, homens! Este é apenas o começo de nossa jornada nestas terras promissoras. Vamos explorar e estabelecer uma base aqui. Preparem os suprimentos e montem o acampamento conforme planejado pelos padres que nos antecederam — ordenou Gonçalo, sua voz ressoando sobre o som das ondas e o canto dos pássaros.

Os marinheiros, acostumados com as ordens diretas de Gonçalo, começaram rapidamente a descarregar os suprimentos e a montar as tendas. Enquanto isso, os nativos observavam de longe, curiosos e cautelosos com esses estrangeiros que agora ocupavam suas terras.

Maria, ansiosa para explorar mais, desceu do navio e caminhou pela praia, seus passos deixando pegadas na areia úmida. Sentia-se como se estivesse sendo chamada pela própria terra, despertando uma sensação de pertencimento que não podia ignorar.

— Tenha cuidado, Dona Maria. Não vá muito longe — disse Pedro, enquanto carregava uma caixa de mantimentos.

No meio do movimento dos portugueses, organizando seu acampamento e estabelecendo sua presença na terra nova, Maria já estava na barraca que fora erguida por um dos marinheiros. Ali, encontrou Ana, sua melhor amiga desde a infância, filha de um dos marqueses mais importantes de Portugal.

— Maria, estou simplesmente fascinada pela beleza deste lugar — disse Ana, com um sorriso encantado.

Ana era uma jovem esbelta e graciosa, com cabelos loiros que brilhavam ao sol como fios de ouro. Seus olhos azuis refletiam a mesma curiosidade e entusiasmo de Maria.

— Sim, é completamente diferente do cinza de Lisboa. Mal posso esperar para explorar mais fundo na mata e descobrir os segredos que nos esperam — respondeu Maria, sua voz transbordando de entusiasmo.

— Isso, se você conseguir escapar dos olhares atentos do Pedro, né? E falando em olhares, já percebeu como ele te olha? Sempre foi apaixonado por você — provocou Ana, com um sorriso travesso nos lábios.

Maria riu suavemente, balançando a cabeça.

— Pedro é leal e protetor, mas nossa missão aqui vai além de qualquer romance. Quero compreender essas terras, suas gentes e suas histórias — disse Maria, observando os marinheiros que trabalhavam freneticamente ao redor.

Ana assentiu com um sorriso.

— Então vamos desbravar esses mistérios juntas, como sempre fizemos desde pequenas — sugeriu Ana, seus olhos brilhando com a promessa de aventuras vindouras.

Enquanto os portugueses continuavam a estabelecer sua presença na nova terra, Maria e Ana aguardavam ansiosamente as descobertas e os desafios que estavam por vir.

Enquanto isso, na tribo de Arani, uma agitação incomum tomava conta dos anciãos que se reuniam sob a sombra dos grandes jatobás. Discutiam fervorosamente sobre os estranhos visitantes que haviam chegado pelo mar, trazendo consigo objetos nunca antes vistos e falando uma língua incompreensível. Arani, com sua pele bronzeada pelo sol e olhos profundos, estava na floresta caçando. Sua presença era marcada pela elegância de movimentos felinos, cada gesto revelando destreza e força. Um arbusto não muito distante mexeu-se discretamente, e num movimento rápido, ele acertou um coelho selvagem com seu arco e flecha.

De repente, surgindo de trás de uma árvore, apareceu seu irmão, Aranis.

— Caramba, Aranir, você é realmente rápido com o arco e flecha, hein? Mas vamos voltar, o cacique está te chamando. Ele está preocupado com esses forasteiros que invadiram nossa terra.

Aranir respondeu com um sorriso:

— Aranis, se você aparecer do nada assim de novo, quem vai levar a flechada é você.

— Para de brincadeira e vamos logo.

Assim tão rapidamente quanto Aranis havia aparecido, eles desapareceram na vegetação, com Aranir carregando seu troféu de caça — o coelho selvagem.

Chegando à tribo, Aranir estranhou ver todos os mais velhos reunidos com expressões preocupadas. Eles já haviam enfrentado exércitos inimigos e outros invasores que desafiaram suas terras, confiando na proteção concedida a Aranir por Guaraci, o deus do sol e do fogo. Portanto, não tinham motivo para temer. A vila, aninhada entre colinas cobertas de vegetação exuberante e árvores altas, exalava uma atmosfera de tranquilidade e segurança. As cabanas de palha, dispostas em círculo ao redor de uma clareira central onde o fogo sagrado ardia constantemente, formavam o coração pulsante da comunidade. As crianças brincavam entre si, enquanto os adultos teciam cestos e preparavam alimentos ao som de cantigas tradicionais entoadas por mulheres idosas. O ar estava impregnado com o aroma de ervas medicinais secando ao sol, misturado com o cheiro reconfortante de fumaça de madeira queimada.

No meio dessa calma aparente, os anciãos discutiam em murmúrios graves sobre os estrangeiros que desembarcaram em suas terras. Arani, ao chegar, notou a tensão no ar e se aproximou curioso, seu arco ainda sobre os ombros e o coelho selvagem pendendo de sua mão.

— O que está acontecendo, avô? — perguntou ele ao cacique, um homem de idade avançada cujo rosto marcado pelo tempo refletia sabedoria e preocupação.

O cacique, com um olhar sério, ergueu os olhos para Arani.

— Forasteiros chegaram ao nosso litoral. Não são como os outros que já enfrentamos. Trouxeram consigo armas que nunca vimos, e palavras que não compreendemos. Precisamos entender suas intenções, pois nossa paz e nosso modo de vida podem estar em perigo — explicou o cacique, sua voz firme ecoando pela clareira.

Arani assentiu, absorvendo as palavras do cacique enquanto observava os anciãos debaterem fervorosamente. Ele sentiu uma mistura de curiosidade e cautela em relação aos visitantes estrangeiros. Enquanto crescia, ouvira histórias de outras tribos que haviam enfrentado invasores e as consequências devastadoras desses encontros. Mas agora, diante da realidade desses estranhos que chegavam em navios enormes, o desconhecido se tornava palpável.

— O que faremos, avô? — perguntou Aranis, seu irmão ao lado dele, com um olhar determinado.

O cacique respirou fundo, seus olhos escuros percorrendo os rostos dos jovens guerreiros ao redor.

— Precisamos observar e aprender. Vamos manter a vigilância e nos preparar para o que vier. Guaraci nos guiará, como sempre fez — afirmou ele, sua voz calma trazendo um pouco de conforto à atmosfera tensa.

Arani sentiu um misto de orgulho e responsabilidade. Como um dos melhores caçadores e guerreiros da tribo, sabia que era seu dever proteger sua gente e suas terras. A presença dos estrangeiros era um desafio desconhecido, mas também uma oportunidade de mostrar sua coragem e habilidade.

Algumas horas depois,Maria, ainda encantada com a exuberância da nova terra, passeava pela praia acompanhada por Pedro e Ana. Ela percebia que cada canto daquela terra guardava segredos e histórias antigas, sussurradas pelo vento nas copas das árvores e pelo murmúrio suave das ondas.

— Pedro, Ana, podemos caminhar mais um pouco? Quero ver além dessas árvores — sugeriu Maria, sua curiosidade insaciável.

Pedro assentiu, apos conferir se estava em posse de sua arma,enquanto Ana sorria animada.

— Vamos, Maria. Quero ver o que mais esse lugar nos reserva — concordou Ana, segurando a mão de Maria com entusiasmo.

Maria, Pedro e Ana adentraram a Mata Atlântica, guiados pela curiosidade e pelo desejo de explorar as novas terras. O ar fresco da floresta envolvia-os, misturado com o perfume das flores selvagens e o eco dos animais que se moviam ao redor. Maria estava fascinada com cada nova descoberta, seus olhos verdes brilhando com a emoção de estar em um lugar tão exótico e desconhecido.

Enquanto caminhavam por um caminho estreito entre árvores altas, Pedro mantinha-se atento aos arredores, sua mão sempre próxima da arma que carregava. Ana, ao lado de Maria, compartilhava seu entusiasmo, apontando para plantas exóticas e pássaros coloridos que cruzavam seu caminho.

De repente, um movimento entre a folhagem à frente os fez parar. Arani e seu irmão Aranis, alertados pelos sons dos forasteiros, estavam observando-os de uma distância segura. Seus corações batiam forte, não apenas pela curiosidade sobre aqueles que chegavam em estranhas embarcações, mas também pela necessidade de entender as intenções desses estranhos que agora pisavam em suas terras.

Pedro, atento aos perigos da mata desconhecida, percebeu um movimento furtivo entre as árvores adiante. Seus instintos de proteção imediatamente o alertaram, e ele ergueu sua arma, preparado para qualquer ameaça que pudesse surgir.

— Maria, Ana, fiquem atrás de mim! — sussurrou Pedro, sua voz carregada de tensão enquanto investigava a vegetação à frente.

Maria, surpresa pela reação repentina de Pedro, moveu-se cautelosamente para trás dele, os olhos ainda curiosos e inquisitivos. Ana segurou seu braço com firmeza, os olhos azuis escaneando o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo iminente.

Arani, com sua habilidade de caçador e guerreiro, observou cada movimento de Maria com cautela misturada com uma estranha fascinação. Seus pensamentos se agitavam, questionando o que o futuro poderia reservar para seu povo com a chegada desses estranhos de pele pálida e roupas estranhas.

De repente, um estampido ecoou pela mata. Aranis, o irmão de Arani, também alertado pelos movimentos dos portugueses, agiu impulsivamente. Movendo-se rapidamente, ele emergiu das sombras das árvores, seu arco pronto para lançar uma flecha de advertência. Pedro, reagindo instintivamente ao movimento de Aranis, disparou um tiro em resposta, mais como um aviso do que uma intenção real de ferir. Mas o destino, implacável, decidiu de outra forma.

Aranis, atingido pelo disparo, lutou bravamente por um momento, sua face cheia de angustia, antes de cair para frente. Maria, Ana e Pedro observaram horrorizados enquanto o guerreiro indígena lutava pela vida, o impacto do que acabara de acontecer se desdobrando diante deles. A jovem portuguesa, com os olhos arregalados de incredulidade e tristeza, correu para onde Aranis jazia, a mente girando com a brutalidade do encontro entre seus mundos.

— Não! — exclamou Maria, caindo de joelhos ao lado do guerreiro indígena, cujo nome ela ainda não conhecia. Seu coração se partiu diante da tragédia que se desdobrava diante dela, uma tragédia que jamais poderia ter previsto.

Pedro, percebendo a gravidade do que acabara de acontecer, abaixou sua arma, o rosto pálido de choque e pesar. Ele se aproximou lentamente de Maria, incapaz de encontrar palavras para consolá-la diante da dor que ele próprio causara.

Ana, ao lado de Maria, segurou sua mão com firmeza, seus próprios olhos marejados de lágrimas não derramadas.

— Maria, nós precisamos ir daqui. Não podemos ficar — sussurrou Ana, sabendo que a presença deles ali só traria mais problemas e dor.

Maria, ainda atordoada pelo choque do acontecimento, olhou uma última vez para Aranis, cujo rosto agora assombraria seus sonhos. Com um nó na garganta, ela se levantou, permitindo que Pedro e Ana a guiassem de volta.

porem quando se viraram , era como se por um minuto ficassem cegos,uma luz tao forte que queimava, era como olhar sem proteção e de olhos bem abertos diretamente pro proprio sol, era arani com sua feição sem nenhuma emoção, vendo apenas o corpo do irmao.

era como se derrepente ele tivesse ficado maior. Era a propria encarnação de Guarani, o deus do sol.

naquele momento, a unica coisa que eles pensaram e que o sol havia descido na terra.

Arani, cego de fúria pelo ataque a seu irmão Aranis, avançou impiedosamente em direção a Pedro, que estava momentaneamente atordoado pelo golpe que o deixara cambaleante. Maria e Ana assistiam horrorizadas, sem conhecer o nome de Arani naquele momento, mas sentindo a urgência de evitar mais violência.

— Pare! Não faça isso! — gritou Maria desesperadamente, tentando interromper o confronto violento que se desenrolava diante delas.

Arani ignorou os apelos de Maria, seu foco fixo apenas em Pedro, o homem cujas ações trouxeram morte e desolação para sua tribo. Com um grito de raiva ancestral, Arani invocou os poderes de Guaraci, o deus do sol. Uma aura brilhante envolveu seu punho, transformando-o em uma chama intensa que queimava com a luz do sol. Com um golpe certeiro, Arani atingiu Pedro, cujo rosto foi marcado por uma queimadura dolorosa e ardente.

Pedro gritou de dor, seu rosto contorcido em agonia enquanto ele recuava, tocando a queimadura que agora marcava sua pele. Gonçalo Coelho e seus homens, alertados pelo tumulto e pela violência do confronto, correram para a clareira com suas armas em mãos.

—Pare agora! Retire-se, enquanto ainda pode — ordenou Gonçalo Coelho, sua voz carregada de autoridade e advertência.

Arani, com seus olhos ardendo de raiva e dor, olhou fixamente para Gonçalo Coelho e seus homens, seu corpo tremendo de emoção incontrolável. Ele então olhou uma última vez para o corpo de seu irmão, cuja vida fora ceifada por um conflito que jamais poderia ser desfeito. Com um movimento fluido e ágil, Arani pegou o corpo de Aranis e saltou para cima de uma árvore próxima, desaparecendo rapidamente na densa vegetação.

Maria, Ana e os demais portugueses permaneceram em silêncio, observando o lugar onde Arani havia estado momentos antes. O ar estava agora preenchida com uma tensão palpável, os ecos do conflito ainda reverberando entre as árvores altas e imponentes da Mata Atlântica.

— Vamos embora daqui. Não podemos ficar mais tempo — murmurou Gonçalo Coelho, seu olhar cansado refletindo o peso das decisões difíceis que precisava tomar.

Maria, com o coração pesado de tristeza e confusão, seguiu Gonçalo Coelho e os outros portugueses enquanto se afastavam. Ela olhou uma última vez na direção onde Arani desaparecera, uma mistura de emoções turbulentas girando dentro dela.

Ana colocou uma mão reconfortante no ombro de Maria, suas palavras perdidas na quietude carregada de desentendimento entre culturas tão distintas. O sol se pôs lentamente sobre a Mata Atlântica, testemunhando a tristeza silenciosa que envolvia todos os envolvidos naquele trágico encontro.

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Comentários

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.ultimamente estou contente de surgir uma história tao envolvente

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