Era madrugada quando Augusto foi despertado por sons abafados vindo do banheiro. Ele se levantou, preocupado, e foi em direção à luz que escapava pela porta entreaberta. Ao abrir a porta, encontrou Karina ajoelhada junto ao vaso, vomitando. Sua mão tremia enquanto segurava a borda da pia para se apoiar.
— Amor! — exclamou Augusto, apressando-se a se ajoelhar ao lado dela. — O que está acontecendo? Você está bem?
Karina, com o rosto pálido e gotas de suor na testa, se afastou um pouco do vaso, respirando profundamente para se recompor. Olhou para Augusto com olhos cansados e tentou forçar um sorriso tranquilizador.
— Estou... estou bem — disse ela, a voz fraca. — Deve ter sido algo que comi.
Augusto franziu a testa, claramente não convencido. Ele ajudou Karina a se levantar e a levou até a pia, onde ela lavou o rosto e enxaguou a boca. O reflexo no espelho mostrava uma Karina desgastada, os olhos sem brilho e as olheiras profundas denunciando noites de sono perdido.
— Você não parece bem, Karina. Isso tem acontecido com frequência? — perguntou preocupado.
Ela hesitou por um momento, sentindo o peso de suas mentiras e das chantagens que a assombravam. Queria desesperadamente contar a verdade, mas o medo das consequências e a vergonha de suas ações a silenciavam.
— Eu... eu não tenho dormido muito bem à noite — admitiu finalmente, desviando o olhar.
Augusto a abraçou com ternura, tentando oferecer o máximo de conforto que podia.
— Podemos cancelar o jantar de fim de ano aqui em casa. Eu ligo para os meus pais e…
Karina se aconchegou nos braços de Augusto, sentindo-se pequena e frágil. A culpa a consumia por dentro, mas ela sabia que não podia revelar a verdade. Não agora. Talvez nunca.
— Não precisa — disse ela, tentando manter a voz estável — só vamos voltar pra cama. Pela manhã eu já devo estar melhor.
Eles voltaram para a cama, Augusto adormeceu novamente, mas Karina ficou acordada, encarando o teto escuro. As imagens de Bernardo e Victor rodopiavam em sua mente, junto com as ameaças anônimas que a mantinham prisioneira de seus próprios segredos. Sentia-se à beira do colapso, mas sabia que precisava continuar fingindo, pelo bem de sua família.
Pela manhã, as coisas não estavam melhores. Karina sentiu um nó apertar em seu estômago. Ela relia a mensagem anônima, cada palavra gravada em sua mente como uma sentença cruel.
🗨 NÚMERO DESCONHECIDO: “Tarefa 4. Convide Bernardo para o jantar de fim de ano com sua família e transe com ele em seu quarto. Você tem até a meia noite.
A mensagem seguinte trazia um arquivo zipado. Era uma seleção de fotos de Bernardo e ela, além da foto do barzinho, havia outras deles de mãos dadas no estacionamento da faculdade, do beijo intenso no mesmo local, um vídeo de alguns segundos nesse mesmo beijo e um vídeo mais longo de 23 minutos de Victor e ela no quarto do hotel com som e imagem de alta qualidade dignos de que grande produtora de filme pornô. O coração de Karina parou, levando a mão à boca e tentando conter as lágrimas, o polegar trêmulo apertou o play. O vídeo mostrava nitidamente o momento em que se despiram um ao outro, Victor chupando sua boceta e ela fazendo um boquete molhado, o momento em que ela, de quatro, pedia que ele a fodesse, até o momento em que ela recebia a gala de Victor em seu rosto e se limpava em seguida.
Ela pensou em Bernardo, o jovem aluno que havia se tornado algo mais em sua vida. O relacionamento deles, que havia começado como um apoio acadêmico, evoluiu para algo proibido e perigoso. E agora, ela era forçada a levá-lo ainda mais para dentro de sua vida pessoal, arriscando tudo o que ela tinha de mais precioso. As implicações de cumprir essa exigência eram devastadoras, mas a alternativa era ainda pior. Ela respirou fundo, tentando acalmar seus nervos. Precisava manter a compostura para passar por aquilo.
Enquanto preparava o jantar, Karina precisava disfarçar todas as suas preocupações e encontrar uma maneira de fazer o convite parecer natural e despretensioso. Ela respirou fundo, tentando controlar o tremor em suas mãos, e chamou Augusto.
— Amor, estava pensando... — começou Karina, mantendo a voz o mais casual possível. — Sabe, eu estava me lembrando de um dos meus alunos, Bernardo. Ele é um rapaz muito dedicado e talentoso, mas mora sozinho aqui na cidade.
Augusto franziu o cenho, claramente surpreso com a sugestão.
— Você quer convidar um aluno para o nosso jantar de família? — ele perguntou, tentando entender as motivações de Karina.
Karina assentiu, tentando manter o olhar firme e sincero.
— Sim, exatamente. Tenho muita consideração por ele. É um bom garoto, e acho que seria uma boa oportunidade para ele se sentir parte de algo, especialmente nessa época do ano. Não gostaria que ele ficasse sozinho, sabe?
Augusto pensou por um momento, olhando para Karina. Ele era um homem sério, mas também tinha um coração generoso. Finalmente, ele sorriu e deu de ombros.
— Se você acha que é uma boa ideia, por mim tudo bem. Ele será bem-vindo.
Karina sentiu uma onda de alívio misturada com culpa inundar seu corpo. Ela sorriu para Augusto, tentando esconder o caos de emoções que sentia.
— Obrigada, amor. Vou ligar para ele e fazer o convite. Tenho certeza de que ele vai ficar muito agradecido.
Em um momento que ficou sozinha, buscou pelo número de Bernardo. Ele atendeu após alguns toques, sua voz familiar trouxe uma mistura de conforto e culpa.
— Karina!.
— Bernardo, precisamos conversar — disse ela, tentando manter a voz firme. — Você pode vir aqui mais tarde?
— Claro. Algo aconteceu? Você parece preocupada — respondeu ele, a preocupação evidente em seu tom.
— Nós daremos um jantar de fim de ano em família e meus sogros estarão aqui. Preciso que você venha também.
— Eu, na sua casa?
— Não dá pra explicar por telefone. Só venha — disse antes de desligar. Se alguém poderia entender os problemas que ela enfrentava era Bernardo.
Horas depois, a casa de Karina estava em plena agitação. A cozinha exalava o cheiro de comidas deliciosas, e a mesa estava lindamente decorada com toalha branca, louças pintadas à mão sobre um jogo de lugar americano de toalhinhas vermelhas e enfeites reutilizados da ceia de Natal. Karina e Augusto tinham se esforçado para que tudo estivesse perfeito. Os pratos estavam quase prontos e o ambiente era acolhedor e festivo.
Na sala de estar, Alice brincava com os avós. A presença deles trazia uma atmosfera de tranquilidade e alegria que contrastava com o caos interno de Karina. Ela estava terminando de arrumar a mesa quando a campainha tocou.
Karina secou as mãos no avental e se dirigiu à porta, sentindo um nó no estômago. Abriu a porta e encontrou Bernardo, impecavelmente arrumado em um terno escuro, segurando uma garrafa de vinho chileno. Ele sorriu ao vê-la, mas ela podia notar uma sombra de nervosismo em seus olhos.
— Boa noite, Bernardo. Fico feliz que tenha vindo — disse Karina, com um sorriso caloroso.
— Boa noite, professora. Muito obrigado pelo convite. Espero que gostem do vinho — respondeu Bernardo, entregando a garrafa a Karina.
Karina fez um gesto para que ele entrasse.
— Entre, por favor. Vou apresentá-lo à família.
Ela guiou Bernardo até a sala de estar, onde Augusto e seus pais estavam. Ao verem o jovem, todos se levantaram, curiosos e receptivos.
— Pessoal, este é Bernardo, meu aluno na faculdade. Bernardo, este é meu marido, Augusto, e estes são meus sogros, Helena e Roberto.
Augusto estendeu a mão para Bernardo, sorrindo amigavelmente.
— Prazer em conhecê-lo, Bernardo. Karina fala muito bem de você.
— O prazer é meu, doutor Augusto. Muito obrigado por me receberem — disse Bernardo, apertando a mão do magistrado com firmeza.
Os pais de Augusto também cumprimentaram Bernardo calorosamente. Alice, curiosa, aproximou-se de Bernardo, mostrando um dos brinquedos que ganhou de Natal. Bernardo sorriu, se agachando para ficar na altura dela a fez um cafuné.
— Que linda, essa princesinha — disse para Alice antes de ela sorrir e correr para perto dos outros brinquedos.
Karina observava a cena, sentindo um misto de alívio e ansiedade. Ela se esforçava para manter a compostura, mesmo sabendo que o verdadeiro teste da noite ainda estava por vir. As próximas horas seriam um desafio, mas por enquanto, ela estava determinada a fazer com que todos se sentissem à vontade e aproveitassem a noite.
O jantar era farto, um pernil assado suculento, arroz à grega, salada de bacalhau com grão-de-bico, farofa de nozes e passas, além do vinho chileno. Todos se serviam, enquanto Bernardo elogiava a comida de Karina com entusiasmo.
— Essa salada de bacalhau está maravilhosa!
— Obrigada. Mas não exagere na comida, hein? Precisa deixar espaço para a sobremesa! — disse ela sorrindo.
A conversa fluía animada. Augusto e Bernardo começaram a se sentir mais à vontade um com o outro, discutindo sobre assuntos variados, desde casos jurídicos até histórias engraçadas do cotidiano. A pequena Alice corria de um lado para o outro, com seus brinquedos novos enchendo a casa de risos.
Em um momento de pausa na conversa, Karina se inclinou para Bernardo e, com um sorriso, pediu:
— Bernardo, você pode me ajudar a buscar a sobremesa na cozinha?
— Claro — respondeu ele, levantando-se da mesa.
Eles caminharam juntos até a cozinha, onde Karina começou a preparar a sobremesa para servir. A tensão entre eles era palpável, mas por enquanto, ambos mantinham a compostura. Na cozinha, havia uma travessa de rabanadas e um pavê de chocolate aguardando para serem levados à mesa.
— Você realmente caprichou no jantar — disse Bernardo, tentando manter a conversa leve enquanto Karina pegava a travessa de rabanadas.
— Obrigada, Bernardo. Fico feliz que tenha gostado — respondeu Karina, enquanto arrumava a sobremesa em um prato grande.
— Mas não foi só para jantar que você me chamou, não é? — sussurrou.
— Não — ela fez uma pausa, olhando para as taças de sobremesa ainda a serem preenchidas — As coisas estão fora de controle.
— Como assim?
— Precisamos transar no meu quarto.
— O quê? Isso é loucura!
— Ele tem uma pasta cheia de fotos nossas e alguns vídeos…
— O Victor já está indo longe demais.
— Não é ele.
— Como você sabe?
O coração de Karina estava apertado. Apesar de ele ser o único a garantir seus segredos, o caso com Victor poderia arruinar tudo entre eles.
— O Victor é apaixonado por mim e ele nunca pediria para eu me relacionar com outro homem.
— Então quem, Karina?
— Eu não sei. Só sei que ele pode destruir toda minha vida se eu não fizer o que ele manda — ela comprimiu os lábios e sentiu os olhos se enchendo prestes a transbordar — Por favor, Bernardo, me ajuda.
Karina o agarrou pelo braço e ela a puxou para um abraço forte e protetor.
— Eu te ajudo.
— O fato de te amar, torna isso mais fácil.
Ambos se olharam, com rostos perigosamente próximos quando Alice entrou correndo na cozinha. Se apartaram rapidamente, continuando a servir a sobremesa.
Com a sobremesa pronta, eles retornaram à sala, onde a alegria continuava a fluir, sem que ninguém desconfiasse da complexidade dos sentimentos e segredos que pairavam no ar.
— Augusto, que tal mais uma taça de vinho? — sugeriu Bernardo, levantando sua taça em um gesto convidativo.
Augusto hesitou por um momento, não sendo acostumado a beber tanto, mas a alegria do momento e a pressão social o convenceram.
— Por que não? É uma ocasião especial, afinal — respondeu ele, sorrindo enquanto estendia sua taça para Bernardo.
Bernardo serviu mais vinho para Augusto, mantendo a própria taça apenas parcialmente cheia. Ao longo da noite, continuou a encorajar Augusto a beber mais, vendo que o magistrado não tinha a mesma resistência ao álcool que ele. Com o passar das horas, a diferença começou a se tornar evidente. Enquanto Bernardo ainda mantinha relativa sobriedade, Augusto começou a mostrar sinais de embriaguez, rindo mais alto e falando com mais entusiasmo.
— Professora, eu poderia usar seu banheiro? — perguntou Bernardo em um tom educado, embora seus olhos traíssem uma intenção mais profunda.
— Claro, venha comigo, eu te mostro onde fica — respondeu Karina, tentando manter a calma enquanto seu coração acelerava. Ela se levantou e começou a conduzir Bernardo para o andar de cima, onde ficava o banheiro social.
Eles subiram as escadas em silêncio, com Karina sentindo a tensão aumentar a cada passo. Quando chegaram ao corredor do andar de cima, Karina segurou o braço do rapaz e o conduziu até o quarto do casal, fechando a porta atrás deles. Sem trocar palavras, eles se envolveram em um abraço ardente. A proximidade física e emocional explodiu em paixão, e em um instante, suas bocas se encontraram em um beijo avassalador.
Bernardo segurou o rosto de Karina com firmeza, seus dedos traçando a linha de seu maxilar enquanto aprofundava o beijo. A intensidade do momento os fez esquecer de todas as preocupações, medos e inseguranças. A urgência da paixão dominou seus corpos que se esfregavam e se buscavam cheios de luxúria. Mãos apressadas e lábios ardentes se esmeravam em carícias. Karina sentia seu corpo estremecer, sob a adrenalina do perigo. Gemidos profundos e abafados escaparam de sua garganta, quando a mão do rapaz, por baixo do vestido, acariciava seu sexo macio e molhado invadindo com profundidade e deixado-a alucinada de tesão. Ofegante, ela se pendurou pelo pescoço dele, facilitando-lhe os movimentos e sentiu toda a carga de energia explodindo em fortes orgasmos.
Seu corpo pedia mais e Karina o puxou para cama o fazendo se deitar. Após puxar-lhe a calça, ela montou sobre Bernardo que imediatamente a segurou pelos quadris e a ajudaram a subir e descer suave e repetidas vezes em seu membro grosso, enquanto a abraçava com força, beijando-a até quase sufocá-la, sentindo os arrepios que o prazer da posse despertava em seus corpos.
Os músculos de seus braços se retesavam e tensionavam a cada estocada. Um brilho de suor surgiu ao longo das elevações e depressões de seu abdome. Karina alucinada cravou suas unhas no peito do rapaz. Ele grunhiu, com os dentes cerrados, a mandíbula fazendo força.
Os dedos de Bernardo a apertaram nos quadris, sinalizando sua necessidade de ser tomado com mais força. Ela se endireitou, jogou os cabelos para trás e o cavalgou forte. Cada pressão sobre sua pélvis enviava faíscas de excitação entre as pernas dela e o apertava com os músculos internos, dando a ele tanto prazer quanto havia recebido.
Bernardo se sentou e se arrastou, até encostar na cabeceira da cama. Inclinou o corpo de Karina para trás enquanto a deslizava para cima e para baixo em seu membro. O rapaz observava seu pau entrar mais e mais nela. Inclinou-se para a frente e chupou seu mamilo com força até que não pôde mais aguentar. Finalmente, ele levantou a cabeça contra a cabeceira da cama e ela a agarrou, usando-a como apoio.
Bernardo a segurou ainda mais firme, explodindo em um orgasmo arrebatador, lançando jatos carregados dentro dela. Ficaram assim, ela sentada em seu colo, ele ainda dentro dela. Karina sentia as mãos do rapaz a acariciando pelas costas, braços e coxas, como se precisasse tocá-la para acreditar que realmente estava ali.
Ela o beijou no pescoço e nos ombros, enquanto reiniciava seus movimentos, ergueu os quadris, oferecendo-se totalmente às estocadas que, em movimentos frenéticos, abalavam seus corpos, no mesmo ritmo alucinante. Suas unhas cravavam-se nas costas dele e o ar parecia sumir de seus pulmões.
Karina o queria mais rápido, cada vez mais profundo, mais dominador, mais potente, traspassando-a com agulhadas de prazer que punham seu ventre em ebulição, secavam seus lábios e a faziam suspirar e a desafiando a gemer baixo para não chamar a atenção dos presentes na casa. Ele pressentiu o prazer e acelerou ainda mais seus movimentos. Karina sentiu seu corpo se desfazer em ondas. Violento e arrebatador, sobreveio sobre ambos o clímax.
Foram apenas dez minutos de prazer intenso e explosões de sentimentos e sensações que pareciam ter se passado horas dado o cansaço, mas eles desciam as escadas torcendo para que não tenha parecido muito tempo para a família na sala de jantar.
Karina voltou a se sentar à mesa de jantar ao lado de Augusto, ainda sentindo a sensação das mãos de Bernardo percorrendo seu corpo, e a energia do orgasmo se dissipando gradualmente. Augusto, mantinha-se alegre e vermelho como um tomate, lamentando a garrafa de vinho vazia.
— Obrigado pelo vinho, Bernardo. estava excelente.
— Não precisa agradecer, doutor Augusto — disse enquanto se servia mais da sobremesa — Era o mínimo que poderia fazer como convidado.
Karina sentiu o celular vibrar no bolso do vestido. Tirou o aparelho com as mãos trêmulas, sua respiração acelerando enquanto lia a mensagem.
🗨 NÚMERO DESCONHECIDO: “Tarefa 4. Concluída.
Uma onda de pânico e confusão tomou conta dela. Como ele sabia? Apenas ela e Bernardo sabiam o que havia acontecido no quarto. Será que estavam sendo observados?
Karina sentiu o estômago revirar e seu rosto empalideceu. Os sons ao redor pareciam abafados, distantes, enquanto a realidade da situação a sufocava.
Tentou controlar a respiração, mas cada inspiração parecia insuficiente. Suas mãos tremiam visivelmente, não tinha forças o suficiente para manter firme o celular, quase deixando cair.
— Amor, está tudo bem? — perguntou Augusto, notando a palidez repentina de Karina.
— Sim, só deve ser o cansaço batendo — disse, lançando um sorriso amarelo.
— Talvez devesse descansar um pouco — sugeriu Augusto, preocupado — eu te chamo quando estiver próximo da meia-noite para brindarmos.
Ela se afastou da mesa, sentindo os olhares curiosos e preocupados em suas costas. Ao chegar no quarto, fechou a porta atrás de si. A ideia de estar sendo vigiada a assombrava, e ela precisava confirmar suas suspeitas. Começou a inspecionar cada canto do quarto, buscando qualquer indício de que alguém poderia estar observando.
Primeiro, olhou para os cantos do teto, examinando cuidadosamente as molduras e os objetos decorativos. Nada parecia fora do comum. Então, seus olhos se fixaram no grande espelho de corpo inteiro próximo à porta do banheiro. Uma sensação de desconforto percorreu sua espinha. Seus dedos deslizaram pelas bordas até sentirem uma leve saliência na parte traseira. Prendeu a respiração enquanto usava uma pequena ferramenta do estojo de maquiagem para abrir a moldura. Ao soltar a parte traseira, encontrou uma pequena câmera escondida, estrategicamente posicionada para capturar tudo o que acontecia no quarto.
Como se sua alma se projetasse para o passado, lhe voltava a memória a noite que teve a casa invadida. “Ele não queria roubar nada,… ele estava nos vigiando”.