Desde criança sempre fui um dos mais atirados entre todos os meus amigos. Já beijava as menininhas da escola com meus doze anos e aos quatorze, transei pela primeira vez, com uma menina que já era “de maior”. Eu nunca fui o mais bonito ou o mais dotado, mas era alto, e jeitosinho, com um corpo “bem bão” mesmo. Só que eu era atirado… Nu! Muito mesmo! Eu parecia uma metralhadora, cuspindo bala para todo lado até acertar em alguém e, de preferência, derrubar na minha cama.
Ah, ia esquecendo de contar que apesar de tudo, transei nessa idade por conta de um primo meu, o Alceu, já maduro com seus vinte e seis anos, ou mais, sei lá... Esse sim era um grande safado e serviu como uma “bela” influência para o meu desenvolvimento no mundo da putaria. A menina era uma das “peguetes” dele e ele, como um amigo responsável e interessado no meu bem estar, me emprestou a putinha... Sim, o termo foi esse mesmo que ele usou com a menina para convencê-la: que ela era a “sua” putinha! Ele me emprestou para que eu tivesse a minha primeira vez.
Lindaura era o seu nome. Ah, Lindaura, Lindaura... Morena alta, faceira, que tinha um rosto tão belo quanto uma briga de foice entre dois cegos, mas ainda assim tinha uma bunda e uma safadeza que dava gosto. E que gosto: saboroso, intenso, quase viciante. Adorei! Fodi igual um cavalo! Ok… Melhor dizer igual a um coelho, mas, em minha defesa, apesar de eu ter gozado rápido, foram quatro gozadas naquela noite! Rápidas, mas foram quatro, uma atrás da outra, sem derrubar o mastro praticamente. Até ela própria ficou impressionada com a minha potência, tanto que depois ela também se tornou a minha “peguete” e fodemos muitas vezes. Com Lindaura aprendi a chupar uma buceta do jeito certo, usando língua, lábios e dedos, e a adorar aquele melzinho que transborda de uma mulher bem excitada. Aprendi também como tocar o sininho de uma mulher até fazê-la gozar enquanto o pau não subia novamente entre uma trepada e outra. As posições, que eu já conhecia várias de uns quadrinhos antigos de “catecismo” que o Alceu tinha me dado, ela me ensinou outras tantas mais e a melhorar as que eu já conhecia. E o sexo anal, então? Nossinhora! Lindaura foi minha mestra e discípula ao mesmo tempo. Gozei muito naquele buraco. Ô saudades de Lindaura...
Nesse mesmo ano, o Alceu alçou altos voos e foi morar na capital, capital, para estudar e se tornar um doutor. E foi uma surpresa, porque vagabundo e safado como ele era, eu não dava nada para ele, aliás, eu cheguei a apostar com uns amigos meus que ele estaria de volta no mês seguinte, mas apesar de ser um mulherengo e um boêmio inveterado, não é que o danado firmou pé e foi até o fim!? Cinco anos depois, se formou bacharel, prestou prova e virou advogado, logo arrumando emprego num escritório chique. Dois anos depois, ele, logo ele, o mestre da putaria, o doutor da safadeza, se enamorou, sossegou e ia se casar:
- Como é que é!? Ele vai o quê? - Perguntei, caindo sentado numa cadeira da cozinha de casa.
- Pois é! Alceu vai casar. - Confirmou o meu pai, gargalhando da minha cara.
- Vai nada!
- Vai, uai! Tô te falando. Tio Zezinho que me contou.
- Só pode ser golpe do baú. - Brinquei ainda com o meu velho.
O casamento foi um trem de outro mundo! Alceu fez questão de convidar a família toda. Tinha primo e tio de tudo que é lado: São Paulo, Rio de Janeiro, interior, do Sul… Conhecia um tantão, mas também vários que eu não conhecia e até umas priminhas que eu conhecia muito, mas muiiiito bem... Entretanto, ali na festa, não daria para a gente relembrar os bons momentos das férias que elas passavam lá na minha cidade, pernoitando na casa do vô Jão, brincando comigo de trepar nos pés de fruta para depois trepar na “tora” do caipira aqui. Ainda assim, num momento qualquer da festa, consegui dar uns “pega” na Aninha. Foi rápido, uns beijinhos só, umas passadas de mão, uns apertos em seus peitinhos, mas consegui uma promessa de que ela iria dormir lá na casa do vô nas férias desse ano para a gente continuar a conversa. Estou aguardando…
Eu já contava meus vinte e um anos, e tinha sido reprovado em tudo que é vestibular que tinha tentado. Já estava até conformado quando o Alceu, que era só sorrisos da mais pura e inocente felicidade, veio prosear comigo. Quando contei que já estava conformado em trabalhar na roça com o meu pai, ele se alvoroçou todo e não aceitou:
- E eu vou fazer o que, primo, ficar parado, morgando? Tenho que trabalhar, uai!
- Tem, mas não precisa ser na roça, Nandinho. Deixa de ser cabeção, cara!
- Ah tá! Vou trabalhar na cidade então… Cê tá louco, bocó!? Vou morar aonde, embaixo da ponte? E fazer o quê, morrer de fome?
- Eu vou pensar em alguma coisa, mas não vou deixar você se afundar na roça, não.
A conversa morreu ali e claro que eu não dei bola. Ele já dava sinais de ter bebido pra cacete e sua promessa poderia ser só o surto de um homem fora do prumo. A festa foi até altas horas. Bebi, comi, dancei e me diverti até. Só quando os noivos se foram, altas horas da madrugada, é que a família começou a se dispersar, mas os últimos ficaram até o dia raiar, dentre os quais, eu, é óbvio.
A vida seguiu para todo mundo. E não é que o danado do Alceu tentou mesmo me levar para a cidade grande!? Só que bem nessa época o meu pai adoeceu e eu realmente precisei ficar para cuidar da roça. Minha mãe havia falecido no nascimento do Edu, meu irmão caçula, dois anos mais novo do que eu, então éramos só nós três e eu não podia desampará-los. Fiquei, aliás, ficamos e ajudamos até o nosso pai se recuperar.
Como eu tinha um bom porte físico, agora mais encorpado pela lida na roça, decidi prestar as provas para ingressar na PM e, por um milagre desses que só o destino consegue explicar, passei. Passei e bem colocado na prova escrita, depois na prova psicológica e de saúde fui mais ou menos, mas na prova física, eu tirei de letra, um “A” e com louvor. Agora, eu precisava realmente me mudar e fazer o curso para me tornar PM de vez e, se antes fiz “cu doce”, agora eu iria precisar muito da ajuda do primo:
- Você passou aonde?
- Na PM, sô! Não sou tão burro assim, não, uai. - Retruquei em alto e bom som, todo orgulhoso de mim mesmo.
Ele começou a rir do outro lado da chamada e logo voltou a falar:
- Eu sei que não, caralho! Tô é muito feliz de saber isso. E quando você vem pra cá?
- Então, por isso mesmo eu te liguei. Queria saber se não tem como você me dar “pouso” na sua casa até eu arrumar um lugar definitivo para mim? Só uns dias e eu me arranjo...
- Caralho, meu! E precisa perguntar? É claro que você pode ficar aqui em casa. Gosto de você como um irmão. Vai ser um prazer.
- Não é melhor você perguntar para a sua mulher, não, ôôô espertão? Quem manda na casa é ela, não é?
- E quem você acha que manda nela?
- Ahhhhh, sei não… O seu vizinho? - Perguntei, dando uma baita gargalhada.
- Ah, vai se foder, cara! Lógico que sou eu… Pode vir que tá tudo certo. Anota aí o endereço e só me liga para avisar o dia que chegará, ok?
Ele me passou o endereço e eu disse que iria já em dois dias, na sexta-feira, porque tinha que formalizar minha matrícula. Combinamos o horário e ele disse que iria me buscar na rodoviária, além de fazer questão de me levar a Academia da Polícia Militar.
Na sexta-feira, o caipira aqui chegou cedo, pouco depois das oito da manhã na rodoviária de capital. Como esperado, o Alceu não estava lá. Decidi tomar um café num barzinho e, dez minutos depois, chega o meu primo todo esbaforido, desculpando-se por ter se atrasado. O danado estava muito bem vestido, de terno, camisa social e gravata, e sapatos que dava para ver o meu reflexo de longe. Ele só não estava mais bonito porque a Alice, sua esposa, o acompanhava e roubou toda a minha atenção.
Cara, que mulher bonita! Eu havia conhecido a Alice apenas no dia de seu casamento, mas pouco tinha reparado. Agora, ali, conseguia ter uma visão bem mais detalhada daquela belíssima mulher. Os cabelos, até o meio da costa, cintilavam de tão loiros e só não brilhavam mais do que seus olhos azuis. Ela usava um simples vestido floral solto pelo seu corpo, pouco abaixo do joelho, sem decote algum, mas meus olhos treinados me davam uma visão além do alcance, o que, aliado ao meu instinto de macho predador, me davam uma leitura deslumbrante das curvas daquele corpo magnífico.
Acho que fiquei meio atordoado e só me dei conta de que estava perdido com tamanha beleza, quando o Alceu me arrancou do banco num abraço apertado. Quase caímos os dois ao chão, afinal, eu já havia crescido e encorpado, e o Alceu continuava o mesmo, talvez só com um pouquinho mais de barriga e talvez um “tantin” menos de cabelo. Após ele me largar, a Alice também veio me cumprimentar com um abraço gostoso, não tão grudado, mas próximo o suficiente para eu sentir um delicioso perfume docinho, parecido com mel e canela:
- Ainda não estou acreditando que você veio mesmo! - Falou o Alceu, interrompendo minha degustação olfativa.
- Uai! Vim, não vim? Vim, sô!
- Cara! Cê não sabe a felicidade que a gente está, não é amor? - Perguntou para a Alice.
- Aham… Claro que sim. - Ela respondeu com um fundinho de verdade: - É sempre bom receber a família.
Os convidei para tomarmos um café, mas a Alice disse que havia preparado um “break fast” bem caprichado em sua casa. Então seguimos para lá de imediato.
A casa, não era uma casa, era um apartamento. Talvez seja melhor chamá-lo de “apertamento” porque era pequenininho demais da conta. Sala, cozinha, banheiro e dois quartos, dos quais um seria meu. Havia também uma areazinha de serviço anexa a cozinha. Eu me surpreendi porque imaginei que ele já estivesse bem de vida e acho que a surpresa ficou estampada em meu rosto, mas ele, rindo, soltou uma que eu não esperava:
- É até bom você estar aqui! Semana que vem a gente vai se mudar para a nossa casa definitiva e você vai me ajudar na mudança, Nandinho.
- Uai, mas cês não moram aqui?
- Sim, mas compramos outra casa e estamos de mudança.
- Bão tamém, uai. Ajudo demais, sô.
Tomamos um café da manhã deliciosamente farto e bem mineiro, com café (obviamente!), bolo de fubá, pão de queijo, pão francês, frios e um tanto de fruta. Surpreendente, acabei sabendo que a Alice era quase dez anos mais velha que o Alceu, o que eu nunca desconfiaria, pois é linda de viver. Descobri também que ela não era só bonita, mas prendada também, pois sabia cozinhar, lavar, passar e:
- Atirar, é claro! - Ela falou, toda orgulhosa de si.
- Mas como é que pode isso, sô!?
- Sim, senhor, Fernando. Sou tenente da PM, capitão em breve se Deus quiser, e faço parte da turma docente que ministrará o curso para os novatos.
- Ara! Vou ser seu aluno?
- Sim, senhor! - Ela falou, rindo da minha surpresa, aliás, eles: - E é melhor se comportar, ou meto o senhor numa solitária.
- Nóóóóóóó! - Falou o Alceu, gargalhando: - Vai, bocó, fala agora. Solta uma daquelas piadinhas machistas suas.
Eu o encarei, depois a ela e voltei a encará-lo:
- Retruco nada, sô! - Respondi e sorri maliciosamente, passando a encará-la e dei uma piscadinha malandra: - Acabei de descobrir quem manda na casa. Sou louco de contrariar não, uai!
Ele se calou, surpreso e a encarou. Ela abriu um sorriso e não se aguentou, caindo numa risada alta. Nesse clima de camaradagem, terminamos nosso café e o Alceu me levou até a Academia da PM. Alice preferiu não nos acompanhar para não criar uma imagem negativa ou de superproteção para mim. Fiz a minha inscrição, sendo informado de dias, horários, uniformes, etc., e ainda fui apresentado ao Capitão Nascimento, velho conhecido do Alceu e que coordenava o curso para os novatos. Como as aulas começariam em duas semanas, eu teria tempo suficiente para eu arranjar um lugar para mim:
- De jeito nenhum, cara! Cê vai ficar em casa.
- Que ficar o quê, Alceu!? Cê tá louco? Vou atrapalhar ocês não!
- Deixa de ser cabeça de bagre, Nandinho! Já te falei que a gente vai se mudar na semana que vem, esqueceu? Lá na casa nova, tem um ranchinho com churrasqueira no quintal, onde construímos um quartinho com banheiro, uma quitinetezinha. Você pode ficar lá sem problema algum.
- Ainda não sei…
- A gente conversa sobre isso depois. Vamos aproveitar que você chegou, colocar a prosa em dia e depois que eu fizer a minha mudança, você decide se quer ficar ou não. Mas antes de eu me mudar, não deixou você ir embora. Preciso de mão de obra gratuita e você caiu do céu. - Falou e gargalhou.
Quando voltamos a sua casa, Alice estava terminando de chegar na sala, toda paramentada para o trabalho, numa saia justa pouco abaixo dos joelhos, meia calça, sapatilha, blusa e boina que cobria seus cabelos agora presos num coque. Minha língua, atropelando o bom senso, saiu falando por mim:
- Uai! Pensei que ocês usassem calça?
Ela me encarou e foi certeira:
- Mulher não deixa de ser mulher só porque é PM, né, Fernando! Temos uniformes padrão e nós podemos decidir entre saia e calça, pelo menos para quem trabalha no escritório. Quem faz serviço de rua, quase sempre usa calça.
- Ah, tendi! Cê é cupim de mesa…
Cara, ela me deu uma olhada e fechou a cara no mesmo momento. O Alceu também notou, mas fez cara de paisagem. Tive a certeza então de que quem mandava lá era ela e eu havia atravessado a fronteira entre a brincadeira e o desrespeito. Eu precisava fazer ou falar algo, mas ela veio antes de mim:
- No chão, novato! Paga dez.
- Hein!?
- Desrespeitou sua superiora. Paga quinze.
Olhei para o Alceu que deu de ombros e sorriu, indo para a cozinha. Ajoelhei-me no chão para obedecer e ela desandou a rir:
- Alceu, fala para ele que eu estou brincando. Ele precisa ficar mais esperto ou vão acabar com ele na academia.
Alceu só apontou a cara na porta da cozinha, olhando na minha direção e falou:
- Levanta daí, lerdo! Vem cá tomar uma cerveja.
Alice se despediu da gente, dizendo que voltaria à noite e se foi. Assim que ela saiu, olhei para o Alceu e falei:
- É ela quem manda, tá na cara. A pergunta que não quer calar é: quem manda nela?
- Ah, tem vários: o Nascimento, que você conheceu hoje. Tem o Silvestre, Coronel da PM. Tem o Peçanha, esse é um filho da puta… Não entra no radar dele que você está fudido! Se ele invocar com você, já era.
- Bom avisar. - Falei e virei uma lata de cerveja de uma vez: - Essa veio com defeito. Vê outra aí, primo. Ah! Lindaura mandou lembranças…
- Ô! - Ele levantou a mão e deu uma olhada só para se certificar se a Alice já havia realmente saído: - Nunca inventa de falar nome das minhas ex aqui. Alice é ciumenta pra caramba.
- Nóóóóóóóóó… - Comecei a rir e insultar: - Virou pau mandado de mulher. Frouxo do caralho…
Rimos e conversamos o restante do dia que ele tirou de folga do escritório só para me ajudar a me ambientar. Depois fui tomar um banho e coloquei uma roupa mais casual. Ele fez o mesmo e depois de sair, encomendou duas pizzas para comemorar a minha chegada. Eram 21:30, acho que quase 22:00, quando a Alice retornou. Podem me chamar de neurótico, mas eu tenho certeza de que a franja dela estava penteada para a direita, mas quando chegou e tirou a boina, estava para a esquerda. Claro que eu também poderia estar enganado e preferi nada comentar. Eles se cumprimentaram com um beijo e ela foi tomar um banho, retornando pouco depois, vestida num roupão felpudo e macio azul clarinho. Por baixo dele, a minha imaginação dava várias possibilidades, mas preferi desviar meus devaneios, como se fosse possível.
Comemos as pizzas, deliciosas por sinal, acompanhada de um vinho bem bonzinho. Depois fomos para a sala, onde me sentei num canto do sofá, Alice no outro e Alceu numa poltrona lateral. Alice pediu algo para ele que saiu de imediato para o quarto do casal, deixando-nos sós, enquanto ela pulava de canal para canal, procurando sei lá o quê. Se achou, eu não sei, mas ela parou quando o Alceu voltou com um vidro nas mãos:
- Faz favor, Nandinho, senta na poltrona que eu preciso dar uma atenção para a patroa. - Ele me pediu, então.
Mudei de lugar e ela se sentou meio de lado, colocando os pés no colo do Alceu. Ambos voltaram a conversar comigo normal e animadamente diversos assuntos, perguntando da família, etc., mas não tive como não notar que o Alceu, servilmente, agora passava um creme nos pés e panturrilhas da esposa. Eu não estava acostumado com aquilo… Tá! Até estava, mas eu costumava besuntar as costas, bundas, bucetas e cus, e isso só quando eu estava prestes a abater alguma mocinha indefesa. Eles notaram:
- Acho que o seu primo não está acostumado, amor? - Alice falou, me encarando.
- Com o quê? Uma massagem!? Qual é, mané!? - Ele retrucou, rindo.
- Não! Não é… É que… Ah, melhor não falar nada não, sô! - Falei, constrangido.
Riram de mim, desviaram o assunto e a noite seguiu. Quando ele terminou, ela se levantou, deu uma ligeira escorregada acompanhada de um “Uoooopa!”, se recompôs, despediu e foi para o quarto. Alceu disse que faria o mesmo e eu perguntei se podia ficar um pouco mais, pois ainda estava sem sono, ouriçado com todas as novidades. Ele concordou, se despediu e se recolheu:
- Safado… Aposto que vai descer a madeira na patroa. - Falei bem baixinho, só para mim, assim que ouvi ele fechar a porta do quarto.
Olha… Se ele fez, fez bem quietinho, pois não ouvi nada, ou foi tão rápido que nem deu tempo do som chegar à sala. Acabei engatando num filme de super herói de franquia, tão bão, mas tão bão, que dormi antes do final. Não sei a que horas acordei com a Alice me chamando, mas só podia ser um sonho:
- Oi!?
- Vai para a cama, Fernando. Dorme no quarto.
Eu realmente não sabia se sonhava, delirava, surtava, ou o quê. À minha frente, aquela mulher séria, comportada, estava agora vestida apenas num baby doll de cetim vermelho, justo e curto demais, ao ponto de eu conseguir ver as polpinhas dos seus seios volumosos saírem por baixo das parte superior:
- Nossinhora! - Falei num susto.
- Que foi!? Estou tão baranga assim?
- Baranga!? Que é isso? Nãããão! É que eu… eu… só me assustei. Desculpa!
- Ah tá. Menos mal… - Sorriu e insistiu: - Vai pra cama, homem. Lá é melhor para dormir.
Concordei e a vi se virar para desligar a televisão, dando-me uma visão das polpinhas de sua bunda agora e vou te falar… Que bunda era aquela! Grande, firme, no topo de pernas fortes e torneadas. Aliás, todo o conjunto era uma verdadeira visão, tentadora demais para eu ficar calado:
- Viiiixi!
- Como é? - Ela perguntou.
- Hein!? Não! É… Sede! Estou com sede. Vou tomar um copo de água e vou para a cama. - Falei, saltando do sofá e tentando disfarçar meu pau que começava a querer dar vexame.
Não broxei, se é o que pensam. Era justamente o contrário… O filho da puta queria bater continência para a minha tenente preferida. Bebi a minha água e quando vi que ela vinha atrás, dei boa noite e sai quase correndo, rumo ao banheiro. Escovei os meus dentes e entrei no meu quarto sem olhar para os lados com medo de acabar fazendo alguma besteira. Ali, trancado e deitado na cama, não consegui dormir. Até consegui, mas sonhei com a Alice e acordei com uma das mais violentas ereções que já tive em vida, que nem a tapa eu conseguia baixar:
- Deita, “fiadaputa”! - Falei, enquanto tentava estrangular o meu melhor amigo.
Como ele se mantinha resistente, resiliente, rendi-me aos seus caprichos e caprichei numa punheta forte em intenção à minha prima. Foi rápida, mas farta. Fui ao banheiro pegar um papel e limpei a sujeirada. Só então consegui dormir um pouco.
Bem pouco mesmo, porque não eram 6:00 quando bateram na porta do meu quarto. Sonolento, acabado, abri a porta e dei de cara com a Alice, vestida com um conjunto para malhação, consistente de tênis, bermudinha justa, quase um short e um topzinho escuro por baixo de uma camiseta branca. Forcei os meus seus olhos na direção das delas, sem entender nada, que não pestanejou:
- Vai por uma roupa, novato! Vamos malhar um pouco.
- Tá de brincadeira, né? Já viu que horas são?
- Já! Para um PM, já é hora de acordar.
Comecei a sorrir para ela, imaginando ser uma piada, mas um olhar mais sério e compenetrado me quebrou:
- Sério!? - Perguntei, por fim.
- Sério! Troca de roupa e vai para a cozinha tomar um café comigo. Depois a gente sai.
- Mas… Mas…
- Vai!
- Aaaara! - Resmunguei e me virei em direção à minha mala.
Estava tão atordoado que não me atinei a fechar a porta, tirando o meu short de dormir e colocando outro calção de jogar Futebol. Depois, pus uma camiseta, um tênis e me virei para sair do quarto. Tive a impressão de ver alguém passar rapidinho, mas quando sai pelo corredor não vi ninguém. Certamente era só uma impressão.
Na cozinha, Alice estava sentada, servindo-se de um pão com manteiga e um café, o que “copiei e colei”. Depois saímos e só aí me toquei:
- Mas malhar onde? Não conheço nada ainda.
- Relaxa! Vamos fazer uma caminhada, talvez uma corridinha, mas pode ir se acostumando, porque a Academia irá te cobrar isso e muito mais.
Passamos a alternar corridas e caminhadas, o que para mim era moleza, afinal, sou criado na roça, correndo atrás de boi, vacas e outros bichos, então gás eu tinha de sobra. No final, voltamos andando e conversando:
- Não vai dar para você morar lá em casa, Fernando…
- Ah! - Foi uma surpresa e tanto a honestidade dela, mas eu preferia assim: - Sem problema! Só preciso achar um lugar para ficar e…
- Não, Fernando… Não é que a gente não queira você lá. É que você irá ficar aquartelado nos primeiros doze meses do curso. Depois, se você quiser, poderá ficar com a gente, mas agora no começo não dá, entendeu? - Ela riu e fez uma ressalva: - Até tem como você morar fora e fazer o curso, mas normalmente os novatos preferem ficar no alojamento. Depois você decide…
- Ah… - Novamente foi uma surpresa, mas de certa forma boa agora: - Isso custa caro?
- Para você?
- É, uai!
- Nada! Além disso, você ainda irá receber seu soldo mensal.
- Bão, uai! Dinheiro sempre é bão.
- Posso te dar um conselho?
- Pode! Claro que pode…
- Comece a melhorar sua linguagem. Esqueça um pouco esses mineirismos na hora de falar, ou você irá ralar muito.
Essas caminhadas e corridas, seguidas de praticamente um passeio com muita conversa no retorno para o apartamento, se tornaram rotina entre a gente. O Alceu não participava, saindo cedo para o escritório em que trabalhava de segunda a sexta e, às vezes, aos sábados e domingos também, o que eu estranhava bastante. Passei a ficar sozinho na casa ou com a Alice quando não estava de serviço e vou dizer uma coisa, que mulher fascinante: inteligente, forte, impositiva, quase dominadora. Eu sempre me pegava tendo pensamentos impróprios com ela e às vezes era flagrado por um olhar curioso dela para mim quando eu me perdia em suas curvas mais do que o necessário.
Ajudei o meu casal e primos a fazer toda a mudança para a casa nova numa sexta-feira, bem como a minha própria para o meu cafofinho temporário no quintal. Ajudar foi o máximo que pude fazer, porque eles haviam contratado uma empresa para fazer a mudança e pouco pude fazer. No final do dia, comemoramos com uma bela pizza e muito vinho, mas muito vinho mesmo. Alceu capotou na primeira garrafa e assim descobri uma nova virtude da Alice: ela bebia mais que um V8. Verdade! Ela bebia igual homem ou gente grande, sei lá. Quase que eu não dei conta de acompanhá-la. Foi a primeira vez que eu notei que ela me olhava diferente, o que tive certeza quando estávamos olhando feito bobos para a tela de comando de sua nova e enorme lava-louças:
- Será que é esse aqui? - Ela perguntou sem saber como ligar a máquina.
- Deve ser padrão de fábrica. Vamos ligar e ver o que acontece.
Ela se aproximou de mim e encostou os seios em minhas costas, pressionando-os, fingindo querer ligar a máquina. Sei que foi de caso pensado porque ela não precisava fazer aquilo, bastava desviar pelo meu lado, mas ela fez questão! Quando ela se afastou brevemente de mim, dei um passo para o outro lado e a encarei. Ela sorriu maliciosamente, enquanto falava:
- Posso pedir desculpas, mas também posso repetir o gesto… O que você prefere?
- Gesto!? - Perguntei, mas tendo entendido bem o que acontecia.
- Sim. Esse… - Disse e veio em minha direção, agora pressionando seus seios em meu peito.
- Aliiiiiice! O Alceu está dormindo na sala e mesmo que não estivesse, a gente não deveria. Ele é meu primo…
- E é o meu marido! E quanto a estar dormindo… Ele não acorda mais hoje. Pode ficar tranquilo.
- E que certeza você tem disso, mulher!? Vai que ele desperta de uma hora para a outra.
- Ah… Acorda não! Dei umas gotinhas mágicas, que ele usa para dormir melhor, misturadas no vinho dele. Agora só amanhã.
Deu outro passo para trás e ela tirou a camiseta que usava, exibindo lindos e empinados seios siliconados para mim:
- Ai, Jesus Maria José! Melhor eu ir para o meu quartinho lá fora e…
- Você é quem sabe… Se quiser ir, pode ir. Dou um jeito sozinha. Uma pena porque… ó… - Disse e baixou sua bermuda, ficando nua em pelo e esfregando o dedo na racha depiladinha que já estava brilhando de tanta babinha: - Tô com uma vontade…
Resultado: deu merda! O que era para ser somente uma breve hospedagem, virou um baita chifre na testa do meu primo, logo ele, um grande, talvez meu melhor amigo, quase um irmão. Dali fomos nos trombando até sua suíte, mas num rompante de “moral”:
- Não, não, não… Aqui não! É a cama do meu marido. Vamos lá na sua. Lá é melhor.
Saímos de sua suíte e passamos pela sala, onde o Alceu babava num sono profundo. Depois, quase correndo, chegamos ao meu quarto: ela nua e eu só de barraca armada na bermuda. Não tive tempo sequer de dizer um “A” e ela me deu um golpe de Jiu Jitsu, jogando-me como um saco de batata na cama. Depois já puxou minha bermuda perna fora e caiu de boca no meu pau, chupando-o como se fizesse um ano que não transava:
- Calma, Alice! O que é isso, caralho!? Vai devagar aí… Aiiiii… Porra!
- Cala a boca, Fernando, sua comandante dá as ordens por aqui! Acha mesmo que nunca notei os seus olhares, seu safado. Hoje vou matar a sua vontade… - Encarou-me mordendo o lábio inferior e sacramentou: - E a minha também!
- Si-Sim! Sim, senhora! - Brinquei, batendo continência.
Voltou a me chupar e pedi para chupá-la, mas ela me ignorou, continuando o que fazia até que comecei a me retorcer e avisei que ia gozar. Ela me ignorou novamente e liguei o “foda-se”, gozando tudo o que já estava acumulado há dias. A safada engoliu o que pode e o que caiu sobre mim, ela lambeu depois, não desperdiçando uma única gota. Naturalmente, o meu pau deu uma bambeada e ela avisou:
- Melhor ele levantar logo ou vou te capar.
- Sim, senhora! - Brinquei novamente, já indicando em sua direção, pois já dava sinais de vida: - Ele vai! Só dar um tempinho que ele vai! Acho até que já está indo… Ó só!
- Melhor assim! - Disse e já foi virando sua bunda na direção da minha cara: - Enquanto isso, vai me esquentando.
Esquentar? Mais!? A mulher já estava em brava! Ela literalmente sentou na minha cara e esfregou aquela bucetona carnuda que transbordava sem parar. Num primeiro momento, fiquei até sem ar, mas pouco depois ela se levantou um pouco e pude apreciar melhor a cena, e, a partir daí, passei a fazer o que eu sabia bem, lambendo, chupando, mordendo, sua vagina inteira e inclusive o seu cu, fazendo-a gemer alto:
- Aiiii, cacete! Não é que você sabe mesmo chupar gostoso!? Vai! Não para, não! Eu quero gozar gostoso… Eu preciso…
- Zziiim! Zenhola! - Falei, atolado em sua buceta.
Uai! Ordem dada por uma superiora, deve ser seguida à risca… Dei o meu melhor e a fiz gemer alto, até mesmo gritar de tesão e isso me assustou, pois temia que o Alceu acordasse. Ela se controlou e segui forte até fazê-la gozar, relaxando sobre o meu corpo. Após algum tempo, senti sua mão e língua em meu pau, acompanhados de uma boa notícia por ela trazida:
- Nu! O menino já acordou mesmo… E tá batendo continência para mim!
Não tive tempo de comemorar a boa nova e ela se virou, sentando sobre ele e se esfregando sem parar e sem tirar os olhos de mim. Foram deliciosos segundos, até ela se penetrar com ele e passar a galopar a toda, como uma amazona desvairada. O som da trepada podia ser ouvido ao longe, porque nem pornô dos pesados tinha uma trilha sonora daquela. Quando vi que ela própria já se cansava, girei os nossos corpos, ficando por cima, mas ela não merecia amorzinho, olhos nos olhos, nada disso! Virei sua bunda para cima e a fiz ficar de quatro. Então enterrei meu pau bem no fundo, de uma única vez e passei a fodê-la rápida e profundamente, como um cachorro de rua mesmo e ela delirou, gozando forte. Decidi não dar sorte para o azar do Alceu acordar e continuei bombando rápido, fazendo ela ter vários orgasmos seguidos. Como eu já havia gozado antes, agora eu conseguia me controlar e decidi extrapolar de vez.
Deixei que ela descansasse alguns segundos, mas logo empinei sua bunda novamente. Como ela estava ainda em êxtase, não recusou nada, talvez imaginando que eu seguia comendo a sua buceta, mas havia outra possibilidade… Enfiei de uma vez só em seu cu e ela soltou um grito rouco:
- Aaaaaaiiii! Filho da putaaaaaaiii! Meu cu, Fernando! Porra, cara! Vai devagar, seu animaaaaaal!
Passei a fodê-la igual antes, com força, profundidade e intensidade. Ela transtornou de vez e chegou a se mijar quando teve outro orgasmo, dos mais intensos que já vi. Eu não parei e a soquei forte, dando tapas naquela raba imensa e branquinha, que logo ficou vermelha. Em minutos, a vi gozar pelo menos três vezes, mas agora que iria gozar era eu e gozei, enchendo o seu cu com o meu leite. Desabamos na cama em seguida, aliás, cochilamos em seguida.
Tive um sonho estranho nesse meio tempo em que o Alceu nos assistia da janela do meu quarto, feliz da vida por ver a esposa amada ter tanto prazer comigo. Coincidentemente, eu havia lido sobre casais liberais num site pornô dias antes, o que certamente motivava aquele delírio, porque eu conhecia o meu primo comedor e sabia que ele nunca aceitaria uma situação daquelas. Acabei despertando sobressaltado e olhei em direção à janela, mas nada vi.
A minha movimentação acordou a Alice que me olhou satisfeita e abatida, pedindo que a ajudasse a levar o Alceu para a suíte. Vesti minha bermuda e ela se adiantou para a casa, onde se vestiu rapidamente. Juntos fomos até a sala, onde o Alceu ainda dormia profundamente, apenas tendo mudado de posição no sofá. Levamos o dorminhoco e o colocamos na cama. Ela ainda voltou até o corredor e se despediu de mim com um beijo na boca intenso:
- Vamos tentar combinar outra dessa para amanhã, ok? - Pediu e deu uma piscada antes de entrar de vez no quarto.
Lógico que eu topei e lógico que passamos a trepar sempre que tínhamos chance. A nossa farra, entretanto, começou a rarear, porque tive que me mudar para o alojamento da academia. Então, nossos encontros passaram a ser mais durante as minhas folgas, quando eu vinha visitá-los e acabava pernoitando na casa deles. No início, notei que o Alceu parecia meio estranho, mas quando eu perguntava, ele dizia estar cansado do trabalho que o estava consumindo demais.
Uma vez, após uma trepada durante a madrugada, perguntei por que ela traía o Alceu:
- Trair!? Quem está traindo? - Ela explicou, rindo, enquanto alisava o meu pau: - Ele quase não me come, sabia? E eu tenho as minhas necessidades… Além disso, tenho certeza de que ele deve ter umas putinhas por aí, afinal, esse negócio de trabalhar sábados e domingos, nunca me convenceu.
- Normal não é… - Concordei.
- Pois é! E não dizem que quem não dá assistência, abre caminho para a concorrência? Então…
- Não sou concorrente, Alice: sou da família! Não quero você para mim. Bom… Bem… Uma vez ou outra, né!?
- Safado, você! Mas melhor assim, pois não preciso me preocupar com nada a não ser me divertir.
Na Academia, minha vida seguia a toda. Enturmei-me rapidamente com os demais novatos e realmente Alice era uma das professoras, dando aulas de Psicologia, outra de suas áreas de formação, e Ética. Ética, vê se pode!... E a danada, lá na academia, fazia de conta que não me conhecia, mas ainda assim eu conseguia flagrar alguns olhares furtivos em minha direção.
Pior que não era só na minha direção. Notei que ela também tinha certos olhares para dois de seus superiores, cujos nomes não me recordo e isso aguçou a minha curiosidade. Lembro-me como se fosse ontem, eu havia recebido uma folga por ter ganhado uma competição física e quando saía da Academia, a vi entrando num SUV de um deles, um Capitão que dava aulas de combate corpo a corpo. Poderia ser só uma carona, até mesmo uma conversa profissional, mas quando me posicionei melhor, à distância para não ser notado, vi os dois aos beijos, ainda ali próximos à Academia. Isso, de certa forma, aliviou a minha culpa, pois concluí que meu primo já era chifrudo de tempos, e não era comigo. Pelo sim e pelo não, tirei algumas fotos e guardei como recordação desse lindo momento.
Passei a seguir seus passos sempre que podia e notei que a safada era chegada numa variedade de varas, pois realmente se envolvia com esses dois oficiais de alta patente, os quais consegui flagrar em duas ou três ocasiões, escondidos em suas salas na Academia, mas o mais marcante foi quando os segui e os flagrei no auditório, transando num canto do palco. Tudo muito bem registrado para a posteridade.
O tempo passou. O curso seguia adiante e minhas avaliações eram bem vistas. Teve uma oportunidade em que a Alice, depois de proteger uma criança em meio a uma briga de torcedores de dois times da capital, foi alçada à condição de heroína. Como consequência, seria promovida a Capitã num evento midiático, com a presença do Secretário de Segurança, Governador e várias ONG’s de empoderamento feminino. Seria um evento e tanto e, claro, fui convidado, mas os holofotes ficariam reservados para ela e para o Alceu, seu valoroso marido.
Em um sábado à noite, num evento de gala, com toda a pompa e circunstância. Em nossa mesa estávamos nós três, os pais dela e o Comandante da Academia com sua esposa. Após discursos enaltecedores do heroísmo e do empoderamento feminino, ela recebeu uma medalha e a promoção. Como parte das homenagens, o Alceu, ali chamado pelo título e sobrenome, doutor Azambuja, lhe faria uma homenagem romântica, a fim de quebrar um pouco o ambiente sisudo e protocolar. Assim que subiu no palanque, um silêncio tomou conta do ambiente:
- Senhor Governador, senhor Secretário de Segurança, prezados e prezadas autoridades, senhores e senhoras, boa noite. Para os que não me conhecem, me chamo Alceu Avelino Azambuja e sou o marido da homenageada da noite, a Capitã Alice Avelar Azambuja. Sei que todos esperam de mim uma ode ao amor e de reconhecimento a essa esplêndida mulher, mas palavras seriam poucas para expressarem todo o meu sentimento por ela. Então, para tornar tudo muito mais dinâmico e poupar-lhe o tempo, eu gostaria que apreciassem um vídeo de momentos muito especiais que preparei especialmente para abrilhantar a noite de hoje. Espero que seja do agrado de vocês.
Pouco depois, ele foi para uma lateral do palco e uma cortina se abriu, revelando um telão. As luzes foram diminuídas e um vídeo se iniciou com ele dando uma espécie de depoimento sobre ela, falando dos bons momentos que viveram desde que se conheceram, dos sonhos que partilharam, da perda de um filho em gestação, das expectativas com o futuro que envolviam um novo filho… Alice, nesse momento, se emocionou e notei que até chegou a enxugar uma lágrima, também pudera. No vídeo, Alceu seguia discursando, mas causou uma surpresa quando, num momento, afirmou que tudo havia se transformado em decepção a partir do momento em que eu me mudei para a sua casa. Olhei surpreso para a Alice que me encarou, tentando disfarçar sua própria surpresa e tensão, mas eu quase podia senti-la no ar. Voltamos a nossa atenção para o vídeo e o Alceu agora falava de uma traição da confiança e de provas que seriam exibidas. Um murmurinho surgiu, mas o vídeo não foi interrompido. Na sequência, um vídeo curto da nossa primeira transa no quartinho do quintal, no dia da mudança. Depois, alguns outros flagras em sua casa, ou num bosque onde chegamos a nos pegar, print’s de conversas de WhatsApp que eu não sabia onde ele poderia ter conseguido, mas o pior de tudo foram as imagens das fotos e vídeos que eu havia feito dela com seus superiores. No final, ele, protocolarmente, agradecia a atenção de todos e se despedia.
Quando o vídeo terminou e as luzes foram acesas, ela estava roxa, de olhos arregalados e boquiaberta. Notei que todos comentavam e olhavam em direção à nossa mesa, mas também das dos oficiais que haviam se envolvido com ela, onde, inclusive, discussões acaloradas já se desenvolviam, certamente com suas respectivas esposas e parceiras. O burburinho era geral e não havia mais nada a fazer a não ser sair dali. Seus pais foram os primeiros a se recolherem. Então, peguei a Alice pela mão e saímos direto para o seu carro, e dali para sua casa. O Alceu sumiu nesse e nos dias seguintes, quando ressurgiu na mídia ao lado de um corpo jurídico como um homem honesto e injustiçado que fez o que fez para lavar a sua honra. Futuramente, o chifre lhe garantiria a indicação para concorrer ao cargo de Deputado Estadual, mas parecia não haver cornos suficientes na capital, pois foi derrotado vergonhosamente nas urnas.
Aliás, nos dias seguintes ao evento, fui expulso sumariamente da Academia por desonra e conduta atentatória aos bons costumes. Eu não quis saber se aquilo era certo ou não, eu sabia que tinha errado e aceitei a punição. A Alice também foi suspensa de todas as funções e sofreria um processo que culminaria em sua expulsão da PM. Os superiores dela, eu não sei dizer, mas acredito que não foram suspensos, pois tudo acabou ficando bem quieto. Os pais dela viraram-lhe as costas e coube a mim, trazê-la para o interior, pelo menos até as coisas se acalmarem. Meu pai, quando soube do ocorrido, não sabia se me expulsava, xingava, dava uma surra ou matava, mas acabei o convencendo de que não tínhamos para onde ir e ele nos deixou ficar numa tapera bem mal acabada num canto do seu sítio, onde estamos até hoje.
Ela tentou contato com o Alceu por diversas vezes, nunca conseguindo, até que um dia ele próprio ligou e perguntou se poderiam se sentar para resolver o divórcio de maneira amigável. Ela concordou e ele veio até o interior, vindo encontrá-la em nossa humilde residência. A conversa não foi agradável:
- Por que? Eu só quero saber o porquê você fez aquilo comigo, Alceu?
- Sério!? Você ainda quer um motivo depois do vídeo que eu produzi e exibi naquele maravilhoso evento, Alice?
Ela baixou o rosto e vi duas lágrimas descerem. Pensei em intervir, mas como ele falava pausada e educadamente, preferi aguardar:
- Um erro que eu cometi e você pisou em mim. - Ela começou a falar: - Você não precisava destruir a minha vida para resolver aquilo. Se tivesse me chamado, eu teria feito qualquer coisa que você pedisse, qualquer, entende?
- Bem, na verdade, minha intenção era exibir aquele vídeo num evento familiar para acabar com essa sua panca de boa esposa e futura mãe, mas quando eu soube daquele evento da sua promoção, não resisti. - Ele falou, sem tirar os olhos dela, não alterando um decibel no volume de sua voz, seca igual pó de estrada de terra: - Ah! E não foi “um erro” como você diz. Só no vídeo eu notei quatro erros, com esse aí e três dos seus superiores, mas eu não duvidaria nada que possam ter sido mais.
- Taí uma coisa que eu nunca entendi. - Falei, entrando na conversa: - Como você pegou aquelas fotos, vídeos que eu havia feito e estavam no meu celular?
- Minha conversa aqui é reta, Fernando, não se meta! - Ele me respondeu, alterando-se pela primeira vez: - Onde eu estava mesmo?... Ah é! Eu queria que você me explicasse por que fez aquilo comigo, pode ser?
- Você pode até não acreditar, mas eu fui praticamente coagida pelos meus superiores…
- Coagida!? Só nos meses em que o meu investigador te seguiu, você se encontrou várias e várias vezes com eles, dentro e fora da Academia, inclusive com dois deles juntos em uma das vezes, e essa cena eu não quis incluir porque mataria a sua mãe ali no auditório. Acha mesmo que me enrola?
- Falei que você não iria acreditar…
- Tá, mas e esse aí? Por que?
- Eu… Eu não sei. Só aconteceu… Eu sabia que você tinha suas amantes e…
- Sabia nada! - Ele a interrompeu: - E sabe por que você não sabia? Porque eu não tinha! Nunca tive. Eu só estava trabalhando demais porque tinha chance de me tornar sócio do escritório. Só isso. Você, como PM, poderia ter investigado e teria descoberto facilmente.
Alice me encarou surpresa e se calou. Alceu então respirou fundo e voltou sua atenção para mim:
- Quanto a sua pergunta, apesar de eu não ter obrigação alguma de explicar, vou fazer. Tudo muito simples, meu caro: programa… espião! Quando flagrei vocês dois no dia da mudança para a casa nova, conclui que fazer um escarcéu seria muito pouco. Então, decidi instalar um programa no celular de cada um de vocês. Foi assim que flagrei a combinação de vocês nas conversas do WhatsApp. Depois, segui-los foi fácil, eu não tinha tempo, mas conhecia um investigador que contratei. Em pouco tempo, as fotos e vídeos começaram a brotar. - Voltou então a sua atenção para a Alice: - Mas o seu envolvimento com seus superiores, eu só tinha nas conversas, porque o meu investigador não conseguia acesso às dependências da Academia. Bem isso até que esse espertão aí começar a colaborar, tirando fotos e fazendo vídeos das suas puladas de cerca. Por fim, “voilá”: contratei um rapaz que fez aquela linda apresentação!
Ela enxugou uma nova lágrima e o encarou:
- E o que você quer de mim?
- O divórcio, claro! Mas não se preocupe, apesar de você não merecer um centavo sequer, eu conheço as leis e sei dos seus direitos. Vim te fazer uma proposta de compra da sua metade na casa e nos demais bens. - Disse, pegou um papel e lhe entregou: - Não negocio valores: ou aceita, ou vamos para o pau! Melhor dizer para a briga, porque se eu falar “pau” é bem capaz de você topar.
Alice começou a analisar uma planilha, mas nem chegou a terminar a leitura:
- Onde eu assino?
Alceu tirou um outro papel com os termos da separação e da partilha, que ela assinou de imediato. Ele, no ato, pediu o número de sua conta bancária e lhe transferiu o valor acordado que eu sequer cheguei a ver quanto era. Levantou-se, por fim, e se dirigiu à saída, mas antes ainda falou:
- O Junqueira Sandoval, daquela empresa de transporte de valores, está precisando de mão de obra qualificada. Se você quiser, eu posso te indicar.
- Melhor não. Vou ficar por aqui mesmo e reconstruir minha vida com o Nandinho. Eu… Eu estou grávida…
Nós a encaramos surpresos e acredito que imaginou que o Alceu pensou que até poderia ser o pai, tanto que perguntou a respeito, mas ela foi enfática:
- É do Nandinho, tenho certeza!
- Se você está falando… - Ele resmungou, deu as costas e saiu.
- Que história de gravidez é essa!? E como sabe que é meu? Você deu para um batalhão de gente… - Falei.
- Eu só sei que sei, Nandinho, e acabou! Você é o pai e vai criar, entendeu?
- Mas… Mas…
Um olhar, o mesmo que ela me dava em nossos momentos mais tórridos, daquela mulher decidida e dominadora, fez com que eu me calasse, mas eu, agora o macho da casa, não podia ficar sem ter a última palavra:
- Sim! Sim, senhora!
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