Além da Sala de Aula - Parte 1

Um conto erótico de Al-Bukowski
Categoria: Heterossexual
Contém 1714 palavras
Data: 05/07/2024 19:12:04
Última revisão: 06/07/2024 13:43:58

#Evandro

O final do colegial se aproximava, encerrando um ciclo de sua vida que, de maneira nenhuma, Evandro poderia dizer que fora marcante pelo lado positivo. Ao contrário, as chances de carregar dele alguma boa recordação para o resto da vida eram muito improváveis, considerando as experiências ruins que tivera naquela escola desde o início do ginásio.

Sem motivos claros, sua infância aparentemente se prolongara muito além da dos outros por ali, talvez a genética explicando o motivo de seu tardio desenvolvimento corporal não ter acompanhado o mesmo do intelectual. Filho único e acanhado, ele convivia com os demais sendo visivelmente o mais franzino da turma, vendo os colegas se tornando rapazes e as garotas já quase mulheres, enquanto ele seguia sendo o mais mirrado entre todos.

Esse fato, combinado ao comportamento introspectivo e calado que dificultava sua socialização, levou Evandro a se destacar entre os demais unicamente pelo que considerava ser quase uma maldição: sua facilidade para estudos e uma excelente memória que sempre lhe propiciavam ótimas notas. A exceção ficando apenas para o inglês, que lhe exigia um empenho muito maior para conseguir suadas aprovações. De qualquer forma, a combinação de timidez com o fato de ser um bom aluno foi o estopim para que ele passasse logo a ser constantemente perseguido por um determinado grupo de "amigos". Num flagelo quase diário durante o qual, fraco e indefeso, era presa fácil para seus algozes.

As provocações tinham diferentes naturezas, por vezes na forma de intimidações físicas e agressões, em outras sendo pura humilhação e tortura psicológica, geralmente a questionar sua masculinidade ainda em formação. Isso tudo quebrava sua autoestima e o fazia se sentir o mais insignificante dos seres. Quando provocado e atacado, ele tinha que se segurar para não cair em lágrimas na frente dos outros. E, numa época em que o termo "bullying" sequer existia, Evandro conseguia refúgio apenas no seu canto em casa. Era naquela solidão que ele sonhava impossíveis vinganças sórdidas contra todos, com um crescente ódio em especial contra os dois cretinos, Fernando e Murilo, que sadicamente incentivavam e comandavam os demais naquela perseguição implacável e injusta.

Não bastasse isso, dia após dia, ele sentia sua decepção e vergonha aumentarem ainda mais, quando também era ridicularizado perante e por algumas colegas. Num momento de recém-descobertas de desejo e paixão, aquela situação toda envenenava-o com incertezas e inseguranças, trazendo uma sensação de desprezo que superava o já péssimo sentimento de ter sua existência ignorada por elas. Dali para construir uma personalidade fraca e desenvolver uma doentia timidez, foi uma distância curta que rapidamente ele percorreu.

Resultado disso, quando se deu conta, estava gratuitamente se submetendo a fazer trabalhos e lições de casa justamente para aqueles que lhe retribuiriam depois com mais ataques e desmoralizações. Tudo isso equivocadamente na esperança de conquistar algum respeito ou pelo menos ser deixado um pouco em paz. Mas que no final apenas servia para atestar o quanto otário ele realmente estava sendo, ao ser implacavelmente manipulado por uma turma muito mais maliciosa e vivida do que ele.

Foram tempos difíceis, onde o peso desse fardo foi companheiro do seu lento amadurecimento que, muito aos poucos, foi lhe proporcionando o esperado corpo mais bem definido. Seus hormônios passaram a também funcionar, e lhe provocar inesperados desejos e um interesse cada vez maior pelas mais belas amigas de classe, por mais que ele fosse sempre sumariamente repelido por elas. Tudo aconteceu meio tardiamente, mas quando lhe veio, libertou de uma forma avassaladora algo que há muito vinha sendo represado, e que ele desconhecia como controlar.

Foi assim que, no final do ginásio e em meio a uma madrugada de sono agitado, lhe surgiu a imagem de Cátia com seus longos e cacheados cabelos castanhos, desfilando defronte a seus olhos com o agasalho padrão do colégio. Ele não entendeu bem, mas aquela imagem comum e sem nada de especial acabou lhe causando uma inédita e surpreendente ereção noturna. Sozinho em sua cama, Evandro sentiu seu pau doendo de duro ao mesmo tempo em que não conseguia parar de pensar na amiga, com aquilo o obrigando a procurar, ainda um pouco meio sem jeito, uma forma instintiva de alívio.

Tocando-se com a mão, ele foi descobrindo os movimentos sutis que lhe causavam um delicioso prazer repetitivo, enquanto atritava a cabeça de seu membro com os dedos a lhe envolver. Os peitos, a bundinha e o rosto daquela que nem era sua fixação amorosa, foram a inspiração para sua primeira punheta consciente, que se seguiu por um curto tempo até ele esporrar melando toda a cueca com pouco entendimento do que lhe estava acontecendo. E menos ainda de como seria realmente estar ou do que poderia imaginar fazer junto com uma menina.

Estudante empenhado, rapidamente ele voltou seu foco atraído por aquela maravilhosa descoberta. E assim, novas fontes de pesquisa se somaram à solitária e crescente curiosidade. Via as formas femininas, com suas curvas, decotes e reentrâncias, e ficava perdido em sonhos por desnudá-las e descobrir seus verdadeiros encantos. Primeiro recorreu escondido às revistas de moda da mãe, atento principalmente aos anúncios de lingerie e de calças justas que lhe davam vislumbres de bundas e peitos, com gloriosas transparências de tecidos revelando um pouco mais dos mistérios que as mulheres escondiam.

Meses depois, o interesse renovado o levou a criar coragem para abordar o jornaleiro com a mesada economizada, e levar para casa uma "proibida" Playboy, escondida com requintes de espionagem para que não fosse descoberta pelos pais. Nela, finalmente um pouco dos segredos femininos passaram a lhe fazer mais sentido, com peitos e bicos duros ganhando formas realistas, e, desejo maior, as bocetas peludinhas das atrizes revelando-lhe o que encontraria entre as pernas também das amigas. Perdia-se entre tantas belas mulheres, adorando as diferenças principalmente das pelugens e bocetas, algumas delas mais negras e densas, enquanto outras com pelos finos e aparados; notando de pronto que as americanas e europeias eram as que mais traziam o louro dos cabelos também ali embaixo. Aquela variedade era maravilhosa, e logo virou uma tara diária em seu exercício solitário em casa.

Assim, o tempo foi passando e ele montando sua biblioteca, recorrendo a ela e se entendendo com o pau em franco desenvolvimento e que endurecia de imediato quando abria afoito a edição do mês, vislumbrando as páginas de suas musas nuas ao mesmo tempo em que transportava para aquelas poses as garotas e mulheres de seu convívio. Aprendeu a se tocar em diferentes velocidades e pressões, e dominando aquela sensação que ia crescendo até terminar em jorros de porra que mais e mais sentia engrossarem e se avolumarem, espirrando forte e longe quando no ápice de seu tesão.

Sua latinidade não tardou a se manifestar quando, também naquela época, passou a desenvolver um particular fascínio pelos contornos e formas dos traseiros delas, a parte do corpo das mulheres mais acessível e desprotegida de seus olhares já de real cobiça masculina. Comparava e elegia as amigas mais gostosas, a harmonia das curvas imaginadas abaixo das roupas delas e explicitamente projetadas a partir do que memorizava de suas preciosas revistas.

Querendo mais, ampliou, então, sua fonte de informações ao comprar uma primeira "Ele Ela", revista nacional onde as modelos não se furtavam a se exporem mais, indo alguns passos além das fotos mais artísticas e comportadas da concorrente Playboy. O impacto de ver, pela primeira vez, uma fenda feminina, rosada e toda aberta, lhe deu finalmente o entendimento do uso que poderia dar para seu pau. Algo que se completou definitivamente ao se deparar com fotos mais explícitas onde era possível observar as rugosidades da entradinha de trás daquelas moças sem muitos limites, mostrando-lhe que também aqueles deliciosos buraquinhos poderiam ser um delicioso destino alternativo para sua agitada pica de adolescente.

Indo além, aquela revista terminaria por influenciá-lo para o resto da vida, quando se deparou com as descobertas que teve nas primeiras leituras de contos eróticos de uma seção denominada "Fórum", e que era aberta para escritores amadores exporem suas fantasias ou, quem sabe, casos verídicos vivenciados por eles. Aos poucos, ele foi consumindo aquele material, projetando seus desejos e, mesmo que por meios tortos, aprendendo um pouco mais sobre o universo do sexo, da intimidade dos casais e da putaria em geral que rolava fora das vistas das pessoas. Aqueles relatos acabavam por dar mais vida às fotos que ele apreciava, disparando gozos mais intensos ao combinar a admiração pelas modelos com as histórias que imaginava poder algum dia viver com as mulheres.

Assim, de alguma forma, aquelas suas solitárias descobertas acabaram sendo um alento ao terror que seguia vivendo no colégio. O tempo passara e ele já estava mais maduro e antenado para sexo e meninas. Porém a situação pouco mudara, e ele continuava sendo maltratado e excluído pelos demais. Seus momentos de tesão era sua válvula de escape, sabendo e entendendo melhor como "as coisas funcionavam". Evandro seguia, então, se apaixonando calado e em turnos pelas colegas para as quais tecia homenagens diárias em longos períodos no banheiro ou no chuveiro durante as tardes logo após a volta da escola. Seu caso era a materialização do dito popular, sobre "elas até poderem negar-lhe seus beijos, mas nunca fugiriam de suas punhetas".

Seu pequeno mundo passou a funcionar daquela forma, a cabeça adolescente alimentando-se de desejos impossíveis, ele aprendendo, dia após dia, um pouco mais sobre sexo e safadezas, e vendo como seu corpo reagia. Fazia isso bebendo de toda fonte possível, recorrendo a suas e outras revistas, lendo contos e livros, alugando escondido filmes de sacanagem, e trazendo suas fantasias para as mulheres de sua convivência.

Não perdoava nenhuma, olhos atentos a qualquer relance de intimidade, às curvas e contornos de marcas de peitos, ao universo de bundas de todas as formas e tamanhos, todo esse mosaico lhe atraindo e excitando em qualquer oportunidade que surgisse. Cobiçava sem remorso primas, amigas, vizinhas, professoras, mães e irmãs de amigos, entre outras tantas. Em seus pensamentos, com seu incansável pau ele as possuía de todas as maneiras possíveis que em teoria conhecia, sendo muitas delas até um tanto depravadas. Aquela era sua realidade, solitária e imaginativa, como a de tantos e tantos jovens, garotos e garotas, se descobrindo como animais sexuais, e loucos por uma boa e verdadeira trepada.

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Foto de perfil de Al-BukowskiAl-BukowskiContos: 90Seguidores: 364Seguindo: 88Mensagem Al-Bukowski é minha pequena homenagem ao escritor maldito, Charles Bukowski. Meu e-mail para contato direto: al.bukowski.contos@gmail.com

Comentários

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Excelente! Parece que você estava narrando minhas descobertas com as revistas... hehehe

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Iniciando a leitura, amigo. Pelo comentário do Leon já sei que está incrível.

⭐⭐⭐

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Que legal, meninas! Espero que se divirtam com as maluquices que andei fantasiando (ou seria relembrando? 😉) para essa série!

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Meu bom Al-Buck, que bela e elaborada introdução de uma história carregada de lembranças de uma época em que muitos de nós "descabelávamos o palhaço" com as maravilhosas revistas "masculinas". Forjaram os autores e os leitores de erotismo de hoje. Numa época em que O "BULLIING" nem era reconhecido como tal. Texto excelente, e sequência exaustivamente elaborada para não deixar nada para trás, de uma época que passou há mais de cinco décadas. Gostei muito da história, embora, para um desafio, seria de esperar uma história em parte única. Mas, vá lá, assim foi que você concebeu, assim será! Parabéns. Um dos contistas com o texto mais impecável aqui do site. Orgulho de Luís de Camões. É até acintoso um texto dessa qualidade figurar entre os bisonhos contos toscos dos que se acham contistas eróticos. Estrelado ao máximo.

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Muito obrigado mesmo, caro amigo. Palavras que servem de muito incentivo para seguir sempre adiante escrevendo e publicando aquilo que nos dá prazer e realização ao ver o resultado final.

Sobre o formato da publicação, o texto original estava ficando muito longo, e troquei uma ideia com o Eduardo para dividir em capítulos e assim também revisar e completar mais algumas cenas. Espero que funcione para aqueles que se interessarem pela história completa!

Abs

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Uma deliciosa introdução para um enredo clássico. No aguardo .

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Obrigado, treinadorsex. Os clássicos são eternos, ainda mais os herdados de nossa juventude. Ficam para sempre!

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Uma boa história! Muitos.faltis narrados verídicos que fez parte da vida de muitos, inclusive eu 😁🤚.

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Muito obrigado, Kratos116. A ficção imita a vida, e essa inspira a ficção. É um ciclo continuo, e com certeza nos identificamos com o passado e estamos, assim, sempre resgatando memórias. Fico feliz que algumas toquem os leitores nesse sentido. 👍🏻

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Foto de perfil de Samas

Você vai dar continuidade a essa história? Ela merece?

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Sim, inclusive já publiquei a segunda parte hoje. Ainda teremos mais 4 ou 5 episódios, pelo que programei.

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Sou suspeita para falar que amei o nome do protagonista hahahahaha.

Conto perfeito como sempre, Al! E ansiosa pela próxima parte.

Será que teremos o Evandro se apaixonando por alguma professora? 🤔

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Juro que não foi plágio na escolha do nome, Ana. Mas é bem provável que seus contos ficaram no meu subconsciente e inspiraram batizar o protagonista dessa série! Rsrsrs

Obrigado pelos elogios e o incentivo de sempre Ana. Daqui a pouco solto o segundo capítulo. Grande chance de sermos apresentados a uma certa professora! (spoiler)

😉

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Muito bom um conto com uma realidade impressiona-te de como era pelo menos na minha época , o desenvolvimento da rapaziada da época parabéns

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Valeu, rbsm! Acho que ajuda muito ter as referências das experiências particulares para relembrar de momentos como esses, concorda? Rsrsrs

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Descrição exata da adolescência de vários por aqui (principalmente a minha). Confesso que estava esperando sua participação nesse desafio. Ótimo trabalho!

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Obrigado Wammy. A história ficou longa e resolvi quebrar em partes, mesmo sendo para o desafio. Ao longo dos próximos dias vou revisando e publicando os capítulos para fechar a história.

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