Erick entrou todo cheio de marra, já se encaminhando para o lado de Natália e dizendo:
-Pô, Natália, minha gostosa, poderia ter me dito que o Ricardo era um corno manso, assim já tinha vindo te comer aqui, mas o importante é que agora vamos poder acabar o que começamos lá no carro.
Só voltando um pouco, ainda dentro do carro, comecei a recordar de todas as canalhices de Erick desde quando éramos adolescentes, além de seduzir as namoradas de amigos, ele fazia muitas outras coisas, como infernizar a vida de um jovem com problemas mentais, rir do sofrimento alheio, ter nojo dos mais humildes a ponto de dizer que apertar a mão de gente pobre era pegar doença na certa etc. Senti um ódio ainda maior dele, mas também vergonha de mim por não ter feito nada além de me afastar cada vez mais do crápula, porém naquela noite, apesar da maior culpada ser Natália, eu queria que ele pagasse um preço alto pelo passado. Natália também teria a dose dela.
Enquanto Erick falava suas bobagens, tranquei a porta e tirei a chave. Natália, o empurrou, num misto de medo e irritação, pois sabia o quanto eu tinha ficado arrasado, certamente, ela deduziu que aquilo terminaria em confusão.
-O que significa isso, Ricardo?! Vamos resolver as coisas só nós dois e com calma.
Nesse momento, Erick perdeu o sorriso arrogante do rosto e sacou que tinha “dado ruim”.
-O que está rolando, pessoal? Só vim porque o Ricardo me chamou e disse que queria...Bem, acho melhor eu ir embora.
Ele começou a se encaminhar para a porta, mas eu disse:
-Senta aí, temos muito o que conversar.
Já preocupado por talvez ter entrado em uma cilada, Erick disse:
-Olha, Ricardo, acreditei na tua história de ser um marido liberal, mas se não é bem assim e você descobriu, quero te dizer que nem cheguei a comer a tua mulher, só ficamos no carro, nem cheguei a gozar...Me desculpa...Por favor...Foi um momento de fraqueza dos dois.
Natália começou a pedir para eu mandar Erick embora e ele ficava falando ao mesmo tempo, até que levantei o tom de voz e disse:
-Se vocês dois não calarem a boca, as coisas vão sair do controle aqui e logo os vizinhos escutarão que está rolando uma pancadaria aqui, preferem se sentar e ouvir ou vamos partir para a ignorância?
Os dois se calaram, pedi um minuto, fui até ao bar que ficava num dos cantos da sala, onde me servi de uma dose dupla de uísque. Depois voltei para perto deles, estava cada um sentado em um sofá, obviamente, tensos. Eu também estava muito nervoso, mas conseguia raciocinar e comecei a falar andando pela sala com um copo numa mão e apontando para cima e para os lados com a outra.
-Aqui nessa sala tem três canalhas, sim os três merecem ser chamados de canalhas, porém estamos em diferentes prateleiras. Não que seja motivo de honra para mim, mas sou menos pior do que os dois. Começando por você, Erick, que passou a vida inteira tendo o prazer sádico de se envolver com namoradas de amigos, e não contente, ainda fazia com que alguns paus mandados seus espalhassem o boato, assim, se desse alguma bucha, tinha como alegar que não disse nada. Em alguns casos, a garota nem era bonita, não que isso fosse desculpa para trair um amigo, mas convenhamos, no caso da noiva do Vinicius, aquela que morava em Cordeirópolis, não tinha nada de beleza nela, as pernas eram dois gravetos, sem peito, sem bunda, e de rosto, parecia a irmã do Ronaldinho Gaúcho, mas o nosso amigo estava apaixonado e só por isso você decidiu destruir o sonho dele, passou esse pintinho de merda nela e fez com que a notícia chegasse aos ouvidos do coitado, destruindo-o totalmente. Sabia que até hoje, ele não se recuperou? Foi para São Paulo, passou a beber o dia todo, entrou em depressão, até suicídio tentou, agora toma remédios fortíssimos e vez ou outra tem uma recaída e volta a beber.
-Eu não sabia de nada disso.
-Talvez não saiba mesmo, já que faz anos que ele não vem a Limeira, sei disso porque tenho contato com o irmão mais novo dele. Só que tem uma coisa que eu me culpo nisso tudo, e também culpo os demais amigos da nossa turma, quando você fez essa patifaria, todos falaram “Pô, sacanagem do Erick”, mas ninguém fez absolutamente nada, no máximo, eu e mais alguns poucos nos afastamos da sua presença nefasta, mas o certo era ter te dado umas boas porradas e depois ter te ignorado para sempre, fazê-lo virar um pária!
-É mas no caso da Natália, quero deixar claro que foi ela quem passou a me mandar mensagens pelo Whats e marcou de nos pegarmos no carro, tua mulher queria dar para mim lá mesmo, só não deu certo por causa do movimento.
-Sim, a vagabunda te chamou e na mesma hora você aceitou, um amigo de verdade se esquivaria. Sabia que a tua mulher já se insinuou para mim quando eu estava separado?
Erick se mexeu nervoso no sofá, ele era doido por Raquel e morria de medo de perde-la.
-Ah! Deixa de conversa, não compare a minha Raquel com essa aí.- Disse apontando para Natália que ficou irritada.
-Sobre a tua mulher, vamos deixar isso para outra hora, mas que se eu quisesse comê-la, ah! Tinha comido sim. Bom, voltando, às suas canalhices, eu ficaria horas aqui, mas não estou com saco, vou contar apenas mais uma (dei um gole no uísque), se lembra quando a mãe do Caio teve um problema sério de saúde e a galera se reuniu para fazer uma vaquinha e ajudar com os custos do tratamento que era uma nota preta? Até o JC, coitado, pegou 600 reais do pouco que tinha em sua conta e deu. Agora quem foi o único da turma que não deu um centavo? O piroquinha! Mesmo sendo o mais rico, tirou o corpo fora.
-Eu não tenho obrigação de ficar ajudando mãe moribunda de ninguém!
Nessa hora, perdi a cabeça e num gesto rápido o agarrei pelo colarinho e lhe dei uns 5 trancos violentos, fazendo-o bater a cabeça no encosto do sofá, o que o deixou assustado.
-Modere a sua linguagem, filho da puta! Ou nem vivo você vai sair desta casa!
Erick se calou, ficou vermelho como um pimentão e eu voltei a caminhar enquanto Natália pedia em vão que eu parasse com aquilo.
-Como falei antes, todos aqui são canalhas. Resumi e bem as suas, Erick, mas ainda não terminamos, deixa eu falar agora sobre mim. Estava te criticando por se envolver com mulher de amigo, isso eu nunca fiz, mas tive um caso ou ainda tenho, sei lá, com uma casada, porém não tenho nenhum laço de proximidade com o marido dela. Também tive uma única transa com uma garota que é noiva, não sei quem é o cara, mas me sinto mal pelo que fiz, foram duas canalhices menores que as tuas, mas ainda assim, erradas.
-Acho que sei quem é a tal casada, já ouvi um burburinho, não acreditei, mas se for a gostosa que estou pensando, tome cuidado, o marido dela é importante e eu o conheço.
-Você sabe, né? Tua mulher também sabe, inclusive da boca da minha própria amante e é por isso que a ela se insinuou para mim, a propaganda sobre as minhas qualidades na cama foi tão boa que a Raquel quis conhecer, mas não topei, mesmo achando-a uma mulher divina.
-Conversa fiada, mas se você tem amante e conta assim abertamente, por que a Natália não pode ter?
Voltei ao bar, enchi meu copo com mais uísque e dei uma bela golada.
-E quem disse que ela não tem?
Natália me olhou surpresa por eu falar e desesperada tentou me calar.
-Ricardo, por favor, pare de beber e encerra essa conversa, eu errei, se acerte comigo.
Eu a ignorei, dei mais uma golada e voltei a caminhar.
-A Natália trepa com um cara de São Paulo, boa pinta, rico, um pauzão de botar medo, se eu que tenho um bom dote e grossura, já fico inibido, imagina você, piroquinha? De tamanho deve ser o dobro do teu e de grossura mais que o triplo. Mas de nada adiantaria ter um canhão desses se ele não fosse bom de pegada e gozasse tão rápido quanto um coelho, não é mesmo?
Erick tinha um trauma muito grande quando falavam de seu pênis, eu sabia o verdadeiro motivo e logo entraria nele. Deixando o medo de lado e para tentar se sair por cima, ele disse:
-É, mas a Natália quis dar para o papai aqui, sinal de que nem você nem o tal dotadão estão sendo suficientes.
A própria Natália decidiu intervir:
-Não seja ridículo, Erick! O motivo de ter ficado com você, foi para dar o troco no Ricardo, ele acabou se envolvendo com uma conhecida nossa, o que era contra a nossas regras de termos um casamento aberto e decidi fazer o mesmo, não medi as consequências e agora estamos aqui nessa conversa surreal.
-Bem, não vamos nos desviar do foco aqui. Após conseguir enfiar os dedos nas partes mais íntimas de minha esposa, ganhar um meio boquete e saber que somos liberais, é claro que você vai arrumar um jeito de que essa conversa caia na boca de nossos amigos, não é mesmo? Fazer com que eu vire uma piada assim como fez com outros.
Voltando à sua realidade de bunda mole, Erick tentou se safar:
-Nada disso! Prometo que esquecerei tudo o que rolou essa noite. Sei que já pisei muito na bola, mas não quero saber de confusão, sei também o quanto você é esquentado, Ricardo, e não quero ser arrebentado nem agora nem depois. Que tal a gente passar uma borracha nessa história? Vocês se acertam e eu sumo da vista dos dois?
-Taí, cara, o problema é que é mais fácil eu acreditar que a Terra é plana do que em uma palavra tua. Tenho certeza que daqui a alguns dias, vai aparecer uma conversa de que alguém viu minha esposa te pagando um boquete dentro do teu carro, logo meio mundo estará sabendo e quando forem te perguntar, você deixará subentendido que sim e aí virarei chacota. Mas tem um jeito de resolvermos isso sem você sair com o rosto todo deformado e o corpo moído de porrada.
Desesperado, Erick perguntou:
-Qual?! Só me dizer o que quer, que aceito!
Resolvi terminar meu drinque, deixando-o ansioso:
-Erick, ao contrário de você, sempre detestei fofocas, boatos e que tais, mas desde os 14, 15 anos sei do teu problema de nascimento e nunca contei a ninguém.
Erick ficou branco, mas tentou fingir que não sabia do que eu falava:
-Do que você está falando? Nunca tive problema nenhum, só quebrei o braço uma vez, coisa de moleque caí de uma árvore.
-Não testa a minha paciência, Erick, você pode estar surpreso por eu saber há tanto tempo, mas sabe do que estou falando. Nossas mães conversavam muito e uma vez, ouvi sem querer a conversa delas sobre o teu caso. Você nasceu com um problema no pênis, era muito menor que a média, um micro pênis como dizem, e durante a infância e a adolescência fez uma série de tratamentos hormonais para que seu piruzinho crescesse. Segundo o que ouvi na conversa, eram injeções semanais muito doloridas e por muitos anos, e surtiram algum efeito, pois pelo menos ganhou alguns poucos centímetros de pau, mas na questão da grossura, pouca coisa mudou, parece que tinha alguma coisa a ver com a má formação do órgão. Segundo tua mãe, isso te causava muita vergonha de ficar nu perto de outros meninos no vestiário, mijar perto de alguém então, nem pensar. Como falei, na época tinha 14, 15 anos, poderia ter zoado com a tua cara, contado para os nossos amigos, mas te protegi e nem para você contei que sabia. Quando você passou a transar, sua fama de piroquinha se espalhou, mas o povo não sonha nem de longe que o teu problema é tão sério, mas se soubessem, acha que não zoariam e muito com a tua cara? Pensa no clube, nos barzinhos que frequenta? As pessoas são cruéis, existem muito mais Ericks do que Ricardos por aí, consegue entender?
Para espanto meu e de Natália, Erick ficou furioso e veio para cima de mim de surpresa, tentando apertar meu pescoço!
-Se você contar essas merdas para alguém, pode ter certeza que te mato, filho da puta!
Apesar de já estar um pouco embriagado, dei-lhe um empurrão violento e joguei-o de volta no sofá, derrubando um resto de uísque sobre ele, enquanto isso, Natália veio tentar nos apartar
-Senta aí ou vou te quebrar inteiro! Escuta o que vou te dizer. Em troca de você não contar nada sobre o que rolou com a Natália, posso continuar guardando esse segredo teu para mim, ela também não irá contar nada, pois tem o que perder. Só que como não confio na palavra de um pilantra, quero que você grave um vídeo contando detalhadamente o seu problema e se surgir um leve boato sobre eu ser corno, todos os grupos de Facebook, Whats e o caralho a quatro de Limeira e região vão ver esse vídeo.
-Você só pode estar maluco achando que vou te dar o poder de acabar com a minha vida, todo mundo riria de mim. Se quiser me encher de porrada, vai em frente, não vou gravar porra nenhuma de vídeo e quer saber? Se me bater e depois contar essa história por aí, vou dizer que está inventando tudo isso porque comi a tua mulher, vou inventar que tenho um caso com ela há anos e ainda conto que ela é tão puta que dá para o tal cara de São Paulo.
Eu sorri, pois a minha tese de que Erick era um canalha e fofoqueiro estava ali comprovada, Natália ficou de boca aberta com o mau-caratismo dele, mas eu tinha uma boa surpresa:
-Sabia que seria impossível confiar em você, vai espalhar para todo mundo que sou corno? Então, teremos que resolver as coisas de outro jeito. Vamos para o plano B.
Botei o copo no barzinho, coloquei a mão para trás, eu estava usando uma jaqueta preta por causa do frio, para espanto de ambos, saquei uma pistola automática e apontei para Erick que fez um cara digna de filmes de terror, ficou com os olhos esbulhados e engoliu seco, totalmente desesperado. Natália berrou:
-Pelo amor de Deus, Ricardo, onde você arrumou essa arma?! Abaixa isso!
-Faz tempo que tenho uma escondida, nunca te contei porque você morre de medo, mas Limeira já deixou de ser uma cidade pacata há anos, tenho que proteger minha família, só que agora vou usar para acabar com esse filho da puta- Disse já encostando a arma bem perto do rosto de Erick, que estava roxo de medo.
Natália se jogou no chão de joelhos de maneira até bruta:
-Pensa no Michel, Ricardo! Teu filho! Não vai fazer uma bobagem!
-Eu vou! Se ele não gravar o vídeo contando absolutamente tudo, eu mato, digo que peguei os dois na cama e fodam-se as consequências.
Erick começou a chorar como um bebê gigante, encostei a arma no rosto dele, e em meio às lágrimas, o safado implorou:
-Para, para, por favor! Eu gravo!!! Eu gravo!! Não me mata!!
-Você vai gravar mesmo?!
Ele balançou a cabeça afirmativamente com o nariz escorrendo e os olhos cheios de lágrimas, além da cara vermelha.
No meio desse rolo todo, Natália implorava para que eu parasse, mas eu falei com firmeza:
-Pega uma toalha para esse idiota limpar o rosto, não quero que no vídeo ele aparente estar chorando.
Natália acabou atendendo e trouxe-lhe uma toalha. Tive que dar um tempo para que Erick ficasse perto do normal. Depois, expliquei que ele deveria contar tudo sobre o seu problema, desde o começo até os dias atuais. Peguei o celular, enquadrei-o bem e disse que era para começar dando seu nome completo e em seguida contar.
Não foi fácil, Erick tentou pular partes importantes e só após ameaça-lo bastante, ele acabou gravando tudo o que eu queria.
Quando acabou a gravação, Erick não aguentou e me xingou:
-Tá satisfeito, filho da puta?
Eu olhei por uns segundos pensativo e voltei a me irritar com seu xingamento:
-Para dizer a verdade...Não estou satisfeito não...Acho melhor te matar!
Fui para cima dele, levantei-o do sofá e o empurrei para a parede da janela apontando a arma para a sua cabeça. Os dois começaram a berrar. Obriguei-o a se ajoelhar, coloquei o dedo no gatilho, Erick chorava e Natália tentava me puxar para trás, até que de repente: tack! Apertei o gatilho e só fez um pequeno barulho.
Comecei a gargalhar de maneira estridente, como se tivesse enlouquecido, parecia até uma das cenas em que o Coringa ri de se acabar, enquanto os dois olhavam-me incrédulos, eu joguei a arma no chão e disse em meio a risos que me arrancaram lágrimas:
-Essa merda é uma réplica! Detesto armas e jamais teria uma de verdade. Comprei essa há poucos dias, pois algo me dizia que teria que usá-la para dar um susto em um certo pilantra, só não imaginei que o enredo fosse ser tão dramático e ir tão longe - E voltei a rir.
Nesse momento, Erick voltou a chorar, esfregando a cara na parede, me chamou de louco, até que o mandei se acalmar. Dei um tempo a ambos, estavam quase enfartando. Ele ficou inerte após a crise de choro e totalmente devastado.
-Bem, Natália, agora é com você que quero falar. Creio que será mais rápido, já que a tua ficha corrida não é tão longa quanto a desse crápula, mas, com toda certeza, me machucou mais do qualquer um nesse mundo. Já admiti meu erro, não deveria ter transando com aquela conhecida nossa, mas não foi algo premeditado, com dolo como diriam os juristas. Estávamos estremecidos há dias, você me recusando sexo, acabei me revoltando, mas quando saí por aquela porta, não foi com a intenção de transar com a tal pessoa, não que me exima de culpa, mas serve para mostrar a diferença entre nós. Você ficou uns dez dias dizendo que me chifraria com o Erick e eu implorando inúmeras vezes para que não o fizesse nem com ele ou com qualquer conhecido nosso, pois destruiria o nosso casamento, só que se achando a poderosa, a super hotwife que tem controle total sobre o marido, seguiu em frente com seu plano de vingança tosca. Marcou com esse merda pelas minhas costas e hoje, durante um passeio nosso, foi trepar com ele, não conseguiu tudo, mas chupou a piroquinha dele, foi bolinada, se beijaram e para coroar, veio me contar rindo. Você não presta! É uma canalha! E sabe quem a tua canalhice prejudicará mais? O Michel, pois vou deixar essa casa definitivamente, e mesmo sendo um pai presente, a tua patifaria privará o menino de muitos almoços e jantares com os pais juntos, de passeios com os 3, de poder ouvir uma historinha minha antes de dormir e de um monte de outras coisas e tudo por causa do quê? De achar que tinha que se impor? Mesmo que esse chifre tivesse sido com um “Ma” da vida, o preço não compensaria. Você teria todo o meu respeito se pedisse para darmos um tempo quando contei que transei com a fulana, depois, de cabeça fria, decidiria se me desculparia ou não, mas ao optar por essa bobagem toda, acabou comigo e com a nossa vida.
Natália chorava, mas ainda acreditava que aquilo era só uma briga e voltaríamos, ela disse tremendo:
-A gente vai conversar outra hora, hoje não resolveremos nada, não imaginei que fosse causar tanto estrago, achei que seria uma lição, ficaríamos empatados, mas você vai ver que farei tudo para consertar isso, terminarei com o Mauricio, não quero mais vida liberal, quero salvar nosso casamento!
-Salvar casamento o cacete! Acabou tudo! Vou pegar minhas coisas e saio hoje mesmo daqui. Jamais voltaremos a sequer termos uma conversa amigável, se for à clínica, será escorraçada, e para qualquer pessoa, desde os seus pais ou até uma simples conhecida nossa, direi que o grande erro da minha vida foi ter me envolvido com você, e cada um deduza o que quiser.
Olhei para Erick e disse:
-Já você, chorão, pega o teu rumo, mas guarde o que falarei agora, nós ainda nos veremos muitas vezes e algo me diz que você não gostará.
Erick foi embora sem entender o que eu disse, mas se a minha ideia desse certo, logo, ele e Natália veriam que a noite tensa que viveram comigo, seria um mar de calmaria perto do que estava para chegar.