Oséias

Um conto erótico de Larissa de Astorga
Categoria: Heterossexual
Contém 543 palavras
Data: 10/07/2024 14:50:13
Última revisão: 10/07/2024 15:09:36
Assuntos: Corno, Heterossexual

A voz interior de Oséias lhe disse: “Cabra bom, escolhe uma mulher que tenha malícia para casamento”.

O pai de Oséias viu ele levantar meio sonâmbulo, e só de cueca boxe para sair às ruas. Cochichou para sua velha: “Oséias tá esquisito hoje. Eu tenho medo!”

Oséias é um rapaz até bonito, que deixa uma barba circular, tipo Raul Seixas. Um amigo o viu caminhando só de cuecas e emprestou-lhe uma capa.

Quando o cafetão do bordéu viu aquele homem, já caiu de joelhos, achando que tinha chegado a hora do juízo final. Oséias perguntou se ali, era uma agência de casamento. Tratando como ironia, o chefe da espelunca tratou de correr-lhe a fila das profissionais do sexo. Oséias ficou com a última, que se chama Amanda, moça branca, magra e simpática.

Passou em um cartório, pagou a “taxa de urgência” e assinou casamento com ela. Levou para morar em seu quarto, na mesma casa que os pais. Depois de 9 meses, nasceu-lhe o primeiro filho. A voz interior disse a Oséias: “Coloca Newton, porque a matéria não atrai a matéria; e essa cabeça é mesmo oca".

Amanda até que metia bem, e Oséias passou a gostar bastante dela. Depois de 2 anos teve o segundo filho, que nasceu com a cara do vizinho da frente. Então a voz interior disse a Oséias: “Esse deve-se chamar Pastér, porque a vida se originou, provinda de longe”.

Depois de mais um ano e meio, Amanda pariu uma filha, nascida 7 meses, após uma viagem de Oséias. A voz lhe disse: “Chama por Aynsta, porque o tempo se curva, e se apresenta mais curto”.

Com o tempo, os filhos vieram comunicar ao pai Oséias: “A nãe tá estranha! Só fica trancada com uns homens no quarto, e quando sai, sempre está indisposta”. Oséias percebia nos semblantes das crianças, mais do que nas palavras que ainda não sabiam articular, que alguma coisa tinha que ser feita.

Oséias pegou a mulher, ainda de madrugada, e com as crianças dormindo, foi devolvê-la no prostíbulo. Não percebeu que a casa tinha sido fechada, e agora era uma imobiliária no lugar. O gerente aceitou-a mesmo assim, e ajustou Amanda para recepcionar os clientes. E a cada um que chegava procurando casa para alugar, a vagaba aconchegava a pica nos peitos, amaciava na boca, e concluía o acordo na xoxota.

Depois de alguns meses, a voz interior questionou e desafiou Oséias: “Até quando ficarás morando com seus pais, e ainda cuidando de meninos marmanjos? Vai até a casa da esquina, e pergunta para a atendente, onde deves morar com teus filhos”.

Oséias foi até a imobiliária, e dessa vez, percebeu que se tratava de uma casa de locações de imóveis. Amanda tinha pintado o cabelo de preto, conquistado alguma massa em academias, e falava um discurso menos caipira agora. Além disso, pegou o costume de gargarejar porra antes de engolir, e adquiriu uma voz sexy.

Oséias se apaixonou novamente por Amanda, sem saber exatamente, de onde surgiu essa “irmã gêmea”. O dono do estabelecimento deixou levá-la, desde que alugasse uma das casas pelo triplo do valor costumeiro.

Oséias ficou feliz com a nova casa, e também pela nova Amanda lhe ajudar nas despesas, haja vista que continuou atendendo os clientes da imobiliária.

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