Alento Hostel – Terceiro dia de voluntariado, 3h.
Acordo com o radiocomunicador chiando baixinho à minha direita. Estava posicionado de pé sobre a mesa de cabeceira, transmitindo o som que seu par gravava acima do teto, lá no forro.
Levanto da cama fazendo o mínimo de barulho, pego o rádio na mesinha e encosto na orelha.
Claramente, alguém invadiu o hostel e tava bem acima de mim.
***
Faziam duas noites que eu desentulhei o forro do meu chalé. Ele tava cheio de ripa mofada que sobrou da reforma, rolos de lona e tela pra mosquito. O animal que trabalhava aqui como faz-tudo antes de mim comprou material a mais e não conseguiu vender, aliás, até disse que venderia, mas socou tudo no forro e vazou.
Mofou tudo.
Paguei o domingo inteiro limpando aquela merda, porque na segunda viriam hóspedes pra uma semana. Joguei tudo fora, mas deu pra salvar um pouco da lona e da tela, lá em cima era um fedor do cacete.
Desci o material e depositei atrás da casa, cobrindo com lona pra disfarçar, voltei pra cima e varri, borrifei água oxigenada nas manchas de mofo e esfreguei até sair. Ficou um brinco.
— Mas que caralho de hóspede vai subir aqui? Se não fosse o fedor, precisava nem limpar.
Preciso nem dizer que paguei com a língua.
O teto dos chalés do Alento é alto, coisa da arquitetura holandesa, o que fazia o espaço acima do forro ser maior. Ótimo pra guardar entulho, sim, como todo forro, mas o formato era tão peculiar que transformar aquilo num sótão seria uma mão na roda. Quebrar o chão, instalar uma escada pra acessar por dentro da casa, esconder os fios de energia, abrir uma janela e por uma mesinha. Viajei nessa ideia o dia todo que passei limpando.
Enfim, limpeza feita, larguei a portinhola aberta pra arejar e entrar sol. Deu pra receber geral na segunda-feira, galera animada pra caramba, aliás. Joguei um aromatizador e deixei um ventilador de mesa ligado durante a noite. Fizemos um churrasco pro pessoal novo e nos apresentamos.
Tava todo mundo nesse churras: o casal dono do hostel, as meninas da manutenção e do caixa, o imbecil do Dú que fica na lojinha e eu, melhor amigo dele. O pessoal hóspede veio de Holambra passar uns dias aqui em Ubatuba, chegaram de tarde e já foram pra praia, voltaram pro hostel meio bêbados e sem condições de guardar a bagagem. Mas os quartos tavam todos prontos e era o que importava.
Tomamos uma juntos e nos conhecemos. Joel, motorista de uma Doblo, tem 35 anos, é engenheiro agrônomo e veio com a mulher Aurora, uma ruiva maravilhosa que, quando não estava de biquíni, espremia os quadris dentro de uma legging apertada. Como confusão nunca vem sozinha, ela tinha uma irmã GÊMEA, a Lara, ambas muito animadas e com a risada mais gostosa e engraçada que já ouvira. Joel me contou que só quase não confundia as duas por uma tatuagem japonesa que incentivou Aurora a fazer nas costas, mas ele não achava que Lara se importaria caso ocorresse.
Sortudo do caralho.
Joel estava em forma e sempre que tinha um tempo livre de cuidar da fazenda, treinava Muay Thai.
O grupo tem uma baiana, a Maitê. Preta, cabelos cacheados até o meio das costas, bem volumosos. Maitê tem um salão de cabeleireira em Holambra e fez ensino médio com Joel. São amigos inseparáveis desde então. Algo me diz que já se pegaram.
Por último e não menos importante: Stephanie, a baixinha loirinha e fofa. Toda inocente, com seu vestido de verão até o meio da coxa e um sorriso lindo e malandro que berrava silenciosamente “eu não sou santa nem a pau”. Tem 22 anos, conheceu Maitê em um grupo de excursão e implorou para vir com eles até Ubatuba, quando sua viagem anterior furou. Ela é tão adorável que se pedisse emprestada a arma pra um policial, ele dava de presente.
Enfim, festa vai, festa vem, o pessoal vai finalmente se recolhendo para seus quartos. Dormimos. No dia seguinte, subo com umas ferramentas até a merda do forro para ver como ficou e encontro o cacete-do-caralho-da-puta-que-pariu de uma embalagem de camisinha no canto do sótão.
Ah, não fode.
Eu abro a caixa de ferramentas, pego a lanterninha que tem um led ultravioleta e passo pelo quarto.
Tipo, sabia que ia encontrar umas manchas, mas não que pareceria que alguém as fez com um esguicho de jardim. Puta merda, tinha mancha de porra até no teto.
O ventilador de mesa gira pelo quarto e pega na embalagem de camisinha, ela vira.
“Maçã Verde”.
Quer dizer, não basta leitar meu forro inteiro, tem que fazer isso sentindo cheirinho de maçã verde. Mau gosto do caralho. Joel filho duma puta, tinha quase certeza que era ele.
Resolvi que não ia limpar porra nenhuma e que ia pegar os dois tarados no flagra, ou três, não sei… Só sei que, seja lá quem foi que curtiu no meu sótão, gostou tanto que voltaria lá em breve.
Esperei o pessoal ir para a praia e corri pro sótão com a furadeira.
Parafusei uma caixinha de MDF na parede, do lado da portinhola, e coloquei um radiocomunicador dentro. Na dobradiça , grudei um arame com cola quente que girava conforme alguém abrisse a portinha. Ao abrir por completo, o arame ia bater no botão do rádio, ligando e transmitindo o som do ventilador ligado do forro para o meu comunicador que estaria do lado da minha cama, o som do rádio seria meio baixo, mas suficiente pra me acordar e dar chance de correr no sótão pra interromper o coito.
Como pode perceber no início do texto, funcionou.
***
Levantei da cama devagar e peguei o rádio na mão. Coloquei na orelha para ver se identificava alguém lá dentro, mas só ouvia o barulho do ventilador ligado. Não haviam risos, respirações, nada que indicasse uma travessura de casal.
Estranho pra caralho.
Vou atravessando o quarto do chalé com cuidado pra não acordar o Du e o Joel.
Pera, o Joel tá aqui?
Ah, é. O quarto dele e da Aurora ia demorar mais um dia pra ficar pronto, então ele dormiu numa cama de solteiro e a mulher ficou no outro chalé com as garotas.
Então quem tá lá em cima?
Abro a porta e vou para trás da casa. Está um pouco frio, corro descalço para fazer menos barulho. Avisto a escada e a portinhola aberta, mas quando ponho o pé pra começar a subir, ouço o radinho aos chiados, finalmente dando sinal de vida. Era uma voz feminina.
— Xhh… Alô, Garcia? Xhhh…Câmbio!
Coloquei o rádio na orelha e continuei ouvindo. Tinha alguém lá em cima
— Cheguei no ponto de coleta. – Continuou – Tem nada aqui, mano! Xhhh…
Começo a subir as escadas devagar. Que merda que tá rolando?
— Você disse que escondeu o trevo dentro de um rolo de lona, mas aqui tá tudo limpo!
Ela está sozinha, falando com alguém à distância.
— Sim, tá um brinco. Exceto por uma embalagem de camisinha…
Dã.
— Garcia, seu imbecil – Sussurrou com raiva – Se a gente perdeu o trevo, vai cair no seu rabo, não no meu!
Garcia era o nome do antigo faz-tudo. O que será que ele armou? Quer dizer, existem vários Garcias por aí, mas pelo que a moça disse, ele é um prego, o daqui também era, então faz sentido.
Chego no topo e espio lá dentro. A iluminação é pobre, só a lua pra ajudar, mas vejo uma garota totalmente encapuzada, vestindo uma blusa preta colada e uma legging da mesma cor. Ela conversava histericamente no celular, jogando o corpo para os lados e mexendo a cintura. Estava bem irritada com a voz do outro lado, mas nada disso conseguia chamar mais atenção que o tamanho da sua bunda.
Parecia a Suzy Cortez, cinturinha fina e uma raba de parar o trânsito. Ainda mais que ela virava de um lado pro outro enquanto conversava e aquilo tudo mexia. Como queria minha cara naquilo tudo.
Filho da puta, eu. A mina me assaltando e eu querendo socar nela.
Mas sério, joga “Suzy Cortez” no Google pra você ver que eu não tô brincando.
Enfim, gostosa ou não, vai levar um couro. Ninguém invade meu trampo a mando de um imbecil e sai suave.
Falei nada, só pulei da escada e fui rápido na direção da menina. Ela virou, estava de máscara. Também ficou em silêncio: só soltou o celular no chão, bateu a mão na cintura e sacou uma faca, correu pra cima de mim. Eu firmo o pé esquerdo no chão, seguro meu rádio com a direita e arremesso com tudo nela, que o rebate pro lado com a mão da faca. Dói. Ela perde a força na mão e larga a arma, mas ainda vinha pra cima.
Ela chega perto e tenta me socar na cara, eu esquivo pro lado, agarro seu braço e jogo meu peso para baixo, arremessando ela por cima de mim. BLAM! Ela aterrissa com tudo no chão, um barulho lazarento. Com certeza alguém acordaria pra me ajudar. Corri pra cima da garota e agarrei seus braços, tentando imobilizar, mas a bixa era bem forte. Não trocamos uma palavra, não precisava. A garota segura meus braços com uma força imensa e desesperada, então, enlaça suas pernas na minha cintura, abraçando.
Inferno de mulher gostosa.
— Você não vai escapar daqui.
— Já escapei, querido.
Ela bate em uma das minhas mãos, que solta, liberando um braço. Leva, então, a mão na cintura e pega algo do cinto, um frasco. Ela aponta pra minha cara e borrifa um aerossol. Fecho meus olhos com força achando que fosse spray de pimenta, mas então meu corpo começa se sentir adormecido e fraco. A ladra me empurra pro lado e, sem forças, eu caio no chão de barriga para cima. O jogo virou e agora ela quem estava em cima de mim.
Faço força para abrir os olhos, vejo ela de pé segurando minha cabeça entre seus tornozelos, aquela bunda imensa orbitando acima de mim como um corpo celeste.
De repente, a ladra solta o peso, descendo com tudo na minha cara, sentando com força aquele martelo de carne no meu rosto. Dói. Mas, que delícia.
Agarro suas coxas, tentando me desvencilhar, mas é inútil. Meu corpo ainda tá dormente, sem forças. Aquelas duas bandas me sufocam. Cachorra. Ouço uma risadinha abafada.
— Dorme, bebê. Pensa em nada..
Tento puxar o ar para dentro, o mais forte que posso, mas só sinto o cheiro do corpo da garota. Meu nariz entre suas nádegas sorvendo um perfume ácido e corporal, seus músculos me apertando enquanto (posso jurar) ela rebolava devagar, jogando meu pescoço de um lado ao outro.
— Sonha com meu bumbum, vai? Hu hu hu...
Enfim, desmaio.
Acordo devagar no chão do sótão. Minha cabeça doía um pouco, bem pouco. Ao menor sinal de consciência, a primeira coisa que consigo me lembrar é na sensação da bunda imensa da ladra sentando na minha cara. Um quadril pesado e carnudo, coroado por uma cintura fina e deliciosa.
E o aroma, Deus…
Quase me esqueço que estava me roubando. Eu não, né, o hostel, mas a mim por tabela.
Levanto e permaneço sentado, minha cabeça ainda um pouco amortecida. Olho para o canto do quarto e avisto o radiocomunicador ainda ligado e marcando o horário. Era 3h10, apaguei uns cinco minutos. Merda.
Ponho a mão na testa para conter a dor de cabeça, abro a boca para respirar e, bom, percebo que ela está um pouco melada, grudando…
Parece que a nossa ladra gostou de me dar uma chave de boceta. E bastante.
Não consigo me conter e passo a língua pelos lábios, sentindo o gosto levemente salgado da baba da vagina da garota. Estava seca, ela me melou com aquela bunda imensa, esfregou a boceta na minha cara enquanto estava desacordado e ficou tão molhada que babou através da calça legging.
É o fim do mundo.
Levanto devagar do jeito que dá, ponho o rádio no bolso e desço a escada do forro até o chão. Dou a volta na casa, já me lembrando onde tá a chave da minha moto. Ia deixar isso barato não, a piranha podia ter fugido, mas não tava longe. E o hostel é no mato, tem um belo corre até chegar no asfalto da cidade com terreno livre para fugir.
No que ponho a mão na maçaneta do meu chalé, ouço gemidos vindo (duvido adivinhar) do chalé das meninas! Puta merda. Viro a cabeça para olhar a casa, que fica a poucos metros da minha, as luzes acesas e a porta levemente aberta. Dou três passos para ver melhor e NÃO, CARALHO, não sou nenhum tarado quando o assunto é o sexo dos outros, tomar no cu. Transem à vontade, não ligo, incentivo até, só não gozem no meu forro limpinho, seus imundos.
Vê se pode: a mina sentando com força na chave de roda em cima do meu forro noite passada com o desaforo de uma camisinha de maçã verde.
O que me incomoda de verdade é ir na madrugada seguinte tentar pegar os dois no flagra e dar de cara com uma ladra gostosa. Aí a gente sai na porrada, ela me nocauteia com um spray de jambu, sei lá que merda era aquela que me deixou anestesiado, senta na minha cara com força e foge.
E quando acordo não tem UM PUTO acordado pra me ajudar? Não, pera, até tem, mas tão transando.
Foda-se, acabou o bom senso. Esgotei-o. O pouco que sobrara foi sorvido vulva adentro junto com meu suspiro pré desmaio por aquela ladra. Só me restou o tesão e o imediatismo de resolver aquilo.
Caminhei rápido para o chalé das garotas, porém na manha, meio abaixado. Aproximo da porta que, ao chegar perto, vai me revelando a cena revoltante final, a cereja do bolo daquele noite absurda.
De um ângulo privilegiado, vejo uma ruiva de quatro em cima da cama de solteiro, a bunda apontada para mim, meio que em diagonal. Atrás dela (putíssima que pariu) tava a nossa ladra…
Sem as calças, um pé em cima da cama, atrás e com a vagina colada na da ruiva, jogando seus quadris insólitos para frente e para trás, fazendo a outra gemer furiosamente. Sua máscara fora puxada para cima, cobria-lhe apenas o nariz, permitindo que gemesse e arfasse,
Eu só consegui olhar…
A ladra agarrava na cintura da ruiva, puxava e empurrava sua cintura enquanto suas vulvas beijavam-se. Um movimento ritmado, um beijo bem babado. A ruiva ia pra frente e pra trás, tentava olhar para o rosto da mulher que lhe fodia, meio desajeitada. Mas, o tesão não deixava.
Nos movimentos, que agora tiveram seu ritmo quebrado, permitem que eu repare melhor na ruiva, a qual uma mancha preta surge-lhe no meio de suas costas traduzindo instantes depois em uma tatuagem com letra japonesa.
Era Aurora! Puta merda!
A esposa do Joel estava completamente aberta, de quatro em cima da cama, sendo fodida pela garota encapuzada. Seu corpo estava todo suado, melado, a ladra deslizava as mãos pelos quadris de Aurora, desenhando pelas curvas daquela ruivaça e espalhando o que parecia ser um óleo corporal para massagem.
Em contrapartida, nas outras camas, Maitê, Stephanie e Lara estranhamente dormiam que nem pedra.
— Aaahn… Que delícia… Você. Joel… Eu… – Gemeu Aurora.
— Sim, amor. Se entrega pra mim. Minha esposinha vadia… Amo te ver assim – Respondeu.
— Ama, é? G-Aahn!
— Amo! Aaah! Minha putinha de cabelo vermelho… Pensa que eu não sei…?
— Me fode! Soca fundo em mim!
— Pensa que não sei dos seus desejos? Do quanto você é depravada?
— Aaahn, que delícia! Joel!… Mas, do que você tá falando?
— Do tesão que você sente nos seus colegas de trabalho, na mocinha da recepção...
Aurora gemia forte.
— Nas trans que ficam naquela ruazinha tarde da noite, que você passa todo dia depois do serviço. Especialmente a morena… Que sempre tá com o pau de fora te esperando. Sabe de quem eu tô
falando, né, Aurora? Ela já te conhece de vista, te namora toda noite como numa vitrine.
— A Dalva…
— Sim, a Dalva. Pensa que eu não sei que ela dá tchauzinho toda vez que você passa?
— Como você sabe da Dalva, Joel?
— Eu sei que ela põe a rola dura pra fora sempre que vê você de carro, aí ela balança a mão e o pau ao mesmo tempo, te dando tchau de dois jeitinhos diferentes, hu hu hu! E você ama!
— Nunca tive nada com a Dalva… Joel, eu Juro!
— Mas adoraria, minha putinha deliciosa. Você quer parar no ponto da Dalva, abaixar o vidro do carro e chupar a pica dela da janela. Olhar nos olhos da morena e sorrir enquanto mama.
— Não!
— Também quer ter seu chefe no banco do carona, meter a mão na rola dele e bater uma no meio da rua – A garota sorria de malícia entre os gemidos – Você, Aurora, é um livro aberto pra mim.
Deixa eu te ler. Se você me contar o que eu preciso saber, prometo tornar tudo realidade!
Percebi que tinha ouvido demais. Meu pau tava duro que nem pedra. Ajeitei ele na calça e fui pra cima das duas.
Não estava com tesão, quer dizer, não muito, mas revoltado.
Queria estar lá no meio das duas. Com a cara entre aquelas bocetas. Queria socar na “raba de Suzy Cortez” daquela ladrinha de merda, como também queria sentir a boca da Aurora em volta da minha rola, gemendo nela e falando absurdos, como agora. Inferno.
Não que isso seja certo. Jamais seria.
Passo pela porta, as duas mal me percebem, fico quieto. Agarro no cabelo da ladra e puxo ela da cama.
— Agh! Seu corno, me larga!
— Cala a boca!
Puxo a piranha pra fora, ela andando de ré aos tropeços por causa do cabelo, sem calças. Arremesso ela pela porta, que cai no chão. Ela tenta se levantar, eu abaixo e pego sua calça legging do chão.
— Eu vou arrancar as suas bolas seu nojento filho de uma- PLAFT!
Ela recebe as calças de volta, bem na cara. Não dói, mas desmoraliza. A garota tira a peça de roupa do rosto e procura na cintura algo para se defender;
— Não dessa vez – Digo, mostrando em minha mão sua faca e spray.
Ela franze o cenho para mim, numa expressão de ódio indescritível.
— Só vai embora daqui, sua vagabunda. Vou te dar 20 segundos pra sumir, depois vou atrás.
Ela sorri.
— Não devia ter vindo me roubar sozinha – Continuo.
— Eu nunca tô sozinha, palhaço!
Nisso, duas mãos me agarram pelos ombros e me puxam para dentro do chalé. Caio de costas no chão, a tempo de ver a ladrinha dando meia-volta e correndo em direção à saída do hostel com as calças na mão. Nisso, Aurora passa do meu lado, nua… E fecha a porta me prendendo no quarto.
O que pude fazer foi dar uma última olhada naquela bunda imensa mexendo enquanto a dona vazava. As bandas mexendo e a pele brilhando no luar.
No que a porta fecha, Aurora tranca. Olho ela de costas e, Senhor, que corpo cretino de tão gostoso.
Aurora finalmente vira-se para mim.
— Eu-eu ainda não acabei… Joel…
A ruiva, seus olhos… Pareciam em transe, pupilas dilatadas e a íris tomada por uma cor rosada ou violeta. Ela me olhava com sede, desejo, mas também avidez.
Sua boca tremia. Ela dá um passo na minha direção.
— Acaba comigo? Me destrói… Faz eu ser a sua putinha, de novo? Prometo que vou ser só sua desta vez!
Mal tenho tempo de reagir, Aurora pula em mim, senta com força no meu colo. Depois, vai engatinhando sobre meu corpo, suas coxas na minha cara, então, vira de costas, ajoelha no chão com minha cabeça entre seus joelhos.
Sinto o calor daquelas duas nádegas redondas, carnudas. Admiro seu desenho, a cintura. Até as sardas de Aurora são gostosas, como se fossem o tempero de sua pele. O toque final: ainda estava besuntada de óleo.
De repente, Aurora me olha por cima do ombro e solta o peso do corpo, relaxando e sentando na minha cara com força, fazendo seus glúteos perfeitos atingirem meu rosto como dois meteoros na terra. O barulho é terrível.
CLAP!
Aurora rebola na minha cara, as bandas dançam lubrificadas pelo óleo de massagem. Ela joga o corpo para frente, desencostando e me dando tempo para respirar, então, joga a mão pra trás e segura minha nuca, olhando-me. Seu olhar era puro tesão e desejo. Aurora puxa meu rosto contra suas nádegas e força, como se quisesse enterrar minha cara inteira no rabo. Ponho minha língua para fora que toma uma surra dos movimentos da ruiva.
Que cu gostoso do caralho!
Deitado no chão, seguro sua cintura e tento acompanhar seus movimentos. Com a boca aberta e a língua de fora, deixo aquela gostosa malvada me destruir com a bunda. Aurora socava o rabo na minha cara, rebolava, esfregava.
Eu lambia seu ânus, a boceta. Que mulher indecisa: gostava de tudo. Não conseguia escolher onde queria minha língua.
Irritada, ela levanta.
Ainda de joelhos, descola o rabo do meu rosto.
E então, senta. CLAP!
Ouço ela dando uma risadinha. Então levanta e faz de novo. E de novo.
CLAP! PLAP! PLAP! CLAP-
Virei a cadeira daquela mulher.
Pela segunda vez na noite.
Que merda.
Que tesão do caralho.
— Viu só, eu consigo ser só sua… Não precisa me dividir com mais ninguém… Joel, eu…
— Cala… essa boca… – Consegui dizer.
— Como quiser, meu amor…
Aurora relaxa, toma fôlego, para um pouco. Sinto ela segurando na minha cintura, sinto um rosto passando no volume da minha bermuda. Eu tava duraço. A ruiva desgruda a bunda da minha cara, o óleo tinha até secado, parecia que estava separando um adesivo da cartela, bem devagar.
Estamos em posição de meia-nove. Ela, por cima de mim, olhando de ponta cabeça com seus olhos rosados em transe e a boca em um biquinho suave.
Nada daquilo era certo.
Aurora sorri antes de puxar minha bermuda pra baixo, meu pau pula pra fora, batendo na cara dela. A safada ri, de alívio… Finalmente ia calar a boca. A mulher olha para onde minha rola bateu e a recebe de boca aberta.
Vejo ela envolver meu pau com a boca, engolir ele até metade. Fico perdido naquela visão maravilhosa. Aurora tira os cabelos da cara e os músculos daquele rostinho lindo se contraem.
Ela tentava sorrir com meu pau na boca.
Sinto a primeira chupada e PLAP! Sua bunda aterrissa na minha cara de novo.
Nos chupamos. Finalmente.
Como dois andarilhos sedentos,
ao encontrar um oásis,
tragando a vida direto da fonte.
Aurora chupa como se quisesse sugar minha alma, devorá-la.
Como se não o tivesse feito até agora.
E eu agarro suas nádegas, minha boca beijando sua vulva, a língua penetrando-a e estimulando onde o bom senso dizia. Sim, sobrou um pouco dele. As coxas de Aurora deslizam pelo meu pescoço como duas serpentes, o abraçam.
Se quisesse, me matava ali mesmo.
Então era melhor eu chupar direito.
— Ainda quer me ouvir falando besteira com o pau na boca?
— Sim.
— Vou fazer de microfone… e gritar nele o quanto sou louca por você.
— Aurora, eu...
— Noah...
— Eu nunca lhe disse que tinha esse fetiche...
Ela levanta e novamente me olha de ponta cabeça, os olhos brilhando em rosa violeta e acompanhados do sorriso mais safado possível.
Porque eu ainda procurava lógica nessa noite?
Aurora desliza o bumbum gingante e ainda oleoso pelo meu peito, ainda de costas pra mim,vai para baixo, até a cintura. Sinto a base do meu pau tocar em sua vagina.
Ela continua, faz o corpo do meu pênis dividi-la ao meio, sinto seus lábios e… minha Deusa… aquele calor é de calar qualquer homem.
— Noah, me consome. Me toma por completo, me faz ser uma com você, amor.
— Aurora, eu… Tudo pra você, querida…
Minhas mãos se movem sozinhas pra cintura dela, agarram com força e a puxam pra trás. Inferno. Meu pau entra inteiro na Aurora, que urra.
— Nnnnooaaaahhh! – Seu corpo dobra pra trás, olhando pra cima e sorrindo com a boca aberta.
Começo a socar nela com toda a força que tenho, minhas coxas batendo em suas nádegas. Simplesmente perco o controle do meu corpo, estou bêbado de desejo por Aurora.
Ela me atiçou pra valer, agora vai ter o que merece.
Aurora jogar os peitos pra frente e arqueia para trás, seguro seus pulsos e começo a fodê-la por trás.
— É melhor do que eu imaginei que seria, Noah! – Não sei como a minha conseguia falar.
— O que você tem nessa boceta? Mel?
— Ela é toda sua, meu amor! Hmmnf-
— O que tá acontecendo?
— Caralho, Noah! Você tá doido de tesão e ainda consegue ficar confuso?
— O quê?
— Vai tomar no seu cu! Puta merda!
— Aurora?!
— Tô aqui fazendo o que pediu pra fazer! Tô engolindo seu pau e falando besteira pra você. Todinha. Com o cu virado pra cima que nem uma ceia de Natal!
— Acho que você tem razão.
— Tenho horrores de razão, seu imbecil gostoso do caralho! Acabei de te dar a surra de boceta da sua vida e agora quero essa rola lisa de tanto socar em mim!
Aurora se livra das minhas mãos e cai de quatro no chão. Ruiva desgraçada de perfeita. Aquela bunda empinada pra mim e eu aqui pensando em certo e errado. Corro pra cima dela e grudo que nem um animal, começo a comê-la de quatro como se fosse a única coisa que soubesse fazer.
Impossível acreditar que duas pessoas são capazes de gemer do jeito que gemíamos. E também não conseguia entender como ninguém acordou ou chamou a polícia com tudo o que aconteceu até agora. Se bem que, no fim, saí ganhando.
Não é todo dia que você tem deusa ruiva ficando burra de tanto quicar na sua pica.
— Você ainda tem vontade de fazer aquelas coisas?
— Que coisas?
— As que a mina do capuz disse.
— Cacete...
— Tem?
— De mamar uma trans pela janela do carro?
— Não uma. A Dalva.
— Ela é uma inconformação minha.
— E seus colegas de trabalho. Também?
— Talvez.
— Aquela mocinha da recepção, as meninas que te receberam no hostel, os surfistas que ficaram te azarando hoje na praia, sei lá, o dono do bar da esquina que te chamou de gostosa.
— Acho que eu tenho umas incertezas pra resolver.
— Você é muito criativa pra incertezas.
— Gostou da imaginação, bebê?
— Não só gostei como quero fazer parte. Quero estar no carro com você, quando passar na rua da Dalva.
— Quer me ver chupando ela enquanto te bato uma?
— Quero sair do carro e ir na sua janela, junto dela, nossos paus cruzados na sua cara enquanto você tenta escolher qual chupar.
— Escolho os dois.
— Quero estar na copa do seu trabalho, socando na sua bunda enquanto você mama seu chefe.
— Se eu ganhar um aumento vai se graças a vocês, hi hi.
— Depois empurrar aquele imbecil pra fora e te ter só pra mim.
— Ele não conseguiria me foder como você fode.
Viro ela de barriga pra cima e começamos a meter em papai-mamãe. Aurora levanta um pouco e apoia uma mão no meu ombro, olhando nos meus olhos com toda aquele brilho violeta e falta de lucidez.
— Acho que vou viciar em você.
— Vai mesmo. Se não viciar, vou te atormentar até.
— Quero ser assombrada todos os dias pela sua rolona perfeita!
— No carro, na copa, no quarto da sua casa.
— Imagina você me comendo junto do meu marido? Ai, nossa!
— Mas no fim, vou te fazer me preferir a todos eles.
— Ui, prepotente.
— Tá sentindo falta daquela bunduda?
— Sabe que não?
Puxo Aurora pra cima de mim, levanto do chão com ela no meu colo, suspendendo-a no ar e metendo.
— Ai, Noah! Seu gostoso do caralho! Que merda é essa que você tá fazendo comigo?
— O que disse que faria: te viciando!
— Quero você todo dia, toda hora, pra sempre! Aaaah-
— Tá chegando, né?
— Sim. Você também?
Tenho nem tempo de responder e Aurora me abraça com força, com o corpo todo. A mulher colapsa agarrada em mim e parece que vai explodir.
De fato.
Aquela boceta engole minha rola e trava as pernas na minha cintura. Sinto a mulher derretendo em mim, abraçando meu pescoço, agarrando minha nuca, matando minha rola afogada, enquanto a mesma revida jorrando leite dentro de Aurora.
Aquilo tudo escorre de dentro dela e cai pelas minhas pernas. Ouço uns pingos no chão.
Aurora me olha.
— Vou te roubar daqui pra Holambra.
E me beija.
E o que não tinha ainda derretido, derreteu.
Pouso a menina na cama dela. Sentada. Ela me olha por baixo, a boquinha meio aberta. Estava me admirando?
— Acho que pode pôr a roupa agora.
— Acho que não quer que eu faça isso.
Abaixo pra pegar minha camiseta, calça, uns pedaços de mim largados. Pego um pouco do bom censo, uma vergonha aqui e ali, largo a lógica em cima da cama (junto de Maitê, Stephanie, Lara, que ainda dormiam solidamente), não tinha sentido levá-la comigo.
Joguei tudo no ombro e fui embora.
Aurora segura meu pulso.
— Vai desse jeito?
Reviro meus olhos e a beijo.
— Agora sim?
Ela cora um pouco.
— Não… Quero dizer, ir embora pelado.
— Que que tem?
— Pelado!
— Tá de noite, ninguém vai ver.
— E se ver?
— Sou gostoso, dá nada.
— Verdade. Mas ainda não faz sentido.
— Nada aqui faz sentido, Aurinha – Passo a mão por seus cabelos, agora secos do suor, reparo naquela luz rosada – Seus olhos, principalmente.
Não era Aurora.
Saí do quarto, nu, as roupas no ombro.
Voltei pro meu chalé, vesti a bermuda e deitei na cama na esperança de que, pela manhã, eu também não fosse eu.