A republica dos machos (5)

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 1058 palavras
Data: 18/07/2024 20:01:17

V

Eu ainda tinha uma semana pela frente até minhas aulas começarem. Com a cidade toda para aproveitar mas com um certo cagaço "e se me assaltarem?", mesmo assim estava doido de vontade de ir a praia.

Com os rolos que o Maicon parecia estar envolvido mais cagaço ainda me deu de ligar para ele ou entrar em contato. Duval estudava quase o dia todo. Mas Fabrício por outro lado durante o dia estava sempre em casa.

- Vamos por favor Fabrício, - implorei - você só estuda.

"Que intimidade é essa Yuri?", eu me censurava mas diante de tanta indiscrição de todos a minha volta começava a ganhar coragem e descaração também.

- Claro que estudo, - Fabrício respondeu - quero sair desse inferno o quanto antes, vai você, aproveita que tem tempo.

- Chato, - brinquei.

- Consciente, é diferente.

Ele tinha uma barba sombreando as maçãs do rosto e o pescoço, potencializava sua beleza sutil, de falso nerd mas pelo que parecia gostava de raspar os pelos porque até no peitoral haviam sinais de pelos curtos.

- Sei lá e se me assaltam?

- Larga de frescura.

Eu levantei decidido a descer para a praia mesmo com medo.

O tal Lulu Beicinho estava varrendo o passeio de sua casa em frente e o som tocando "Nervos de Aço" de Lupicínio Rodrigues mas acho que era a voz de Adriana Calcanhotto.

A figura minion de um metro e cinquenta, estilo Truman Capote, ronronava enquanto passava a vassoura no chão num "chap-chap" constante.

- Bom dia, - eu disse - tudo bem?

Eu parei concentrado na música "há pessoas sem sangue nas veias", o sujeito percebeu:

- Olá meu jovem, - ele pousou a vassoura - como vai? É novo aí não é? Não lembro de já ter te visto antes.

Ele tinha olhos pequenos na cara massuda como um peixe, e meio pálida em um queixo oval e as bochechas e testa lisas, o cheiro de rosas que exalava era reconfortante.

- Sou sim, me chamo Yuri.

Eu respondi querendo seguir em frente. Lulu soltou um grunhido de brincadeira dizendo em seguida:

- A casa dos deuses - sorriu tossindo. - Os meninos aí são ótimos.

Ele disse aquilo com um "quê" de quem acaba de falar de um comida muito desejada. Mas não me prendeu mais e eu pude seguir descendo em direção a faixa de mar. Como eu havia previsto era uma canelada enorme para chegar.

Além de descer várias ladeiras íngremes ainda tinha que passar por duas avenidas enormes antes de enfim sentir o cheiro salino das águas daquele marzão.

A brisa marinha começava a cheirar no ar insinuante como um convite e uma recompensa. Havia apenas um negão de óculos escuros e sarado sem camisa próximo a um carrinho de coco na orla.

Eu caminhei em direção as ondas sentindo a areia entre os dedos dos pés. Lá adiante passava uma embarcação enorme de ferro.

- Ei Yuri! - alguém chamou.

Meu cagaço interior deu um salto.

Eu cobri as sobrancelhas para enxergar melhor e consegui identificar de onde vinha o chamado.

Pedro vestia uma sunga branca com o volume das bolas e do pau bem marcado debaixo do tecido.

Era ele sim, a mesma desfaçatez cínica que me encarou debochado "só temos uma regra... gostar de boceta" no dia em que cheguei.

Pedro fazia a barba e escovava os dentes passeando pela casa.

Mas ali na praia no meio do dia. Ele segurava dois cocos na mão enquanto caminhava fofo em minha direção.

- E aí Pedro, - eu disse sentando em cima dos chinelos - não teve aula?

Eu encarava aquele bolo de carne nas formas moles das bolas e do pau dele pelo tecido e não resisti a passar a língua pelos lábios.

- Estou trabalhando, - ele disse e ergueu os cocos na altura do peitoral.

- É mesmo?

Uma mulher de uns sessenta anos de idade com chapéu de abas, a pele muito branca caminhava pela beirada do mar. Pedro ergueu um dos cocos que tinha na mão e a mulher parou onde estava virando o rosto.

- Ali é uma cliente, - ele sorriu descarado - morre de vergonha de ser vista com um garoto de programa.

- Você? - me espantei.

- Oxe! Quê que tem? - sorriu - deixa eu ir, até mais é por hora...

Era um homão de encher os olhos e a boca. A descoberta impressionava, eu sabia que Duval fazia isso de vez em quando, principalmente quando se endividava por mulher. Ele também não tinha vergonha nenhuma em dizer.

A água fria e o sol fraco mesmo assim consegui tomar um solzinho e cochilar.

Acordei assustado não tinha ninguém na praia e o sol estava mais forte também.

- Hora de voltar... - suspirei.

Eu interrompia os passos para condenar as ladeiras por serem tão íngremes. Por sorte, Juarez apontou lá de baixo, eu acenei, ele parou.

- Entra aí, - ele disse.

Havia uma loira dos peitos enormes e os lábios cheios de gloss "pelo menos é o que parece", ela sorriu quando entrei no carro. Juarez seguiu em frente avançando com o veículo.

- Essa é a Joyce, - ele apresentou - Joyce esse é nosso novo colega de moradia, Yuri.

- Prazer...

Ela disse virando-se no banco da frente para olhar para mim enquanto falava.

- E aí a matrícula deu certo? - Juarez perguntou pelo retrovisor.

- Sim, sim, - respondi - vi que os preços da comida por ali são carríssimos né?

"Essa mulher é uma princesa e com um cara escroto desses!", eu pensava comigo mesmo olhando nos olhos de Juarez pelo espelho do retrovisor.

- É mais tem o restaurante universitário da federal pô, os preços são mais em conta...

A menina não falava nada e quando chegamos ela saiu do carro logo, subiu os degraus em direção a casa. Ela usava um vestidinho bem vagabundo de tecido fino e justo que marcava ainda mais as pernas, a bunda e os peitos.

- Obrigado Juarez, - agradeci.

- Tranquilo, - ele respondeu - deixa eu ir bater esse lanche agora.

Ele disse e passou uma mão na outra como lixas se tocando. O quarto de Juarez era o segundo próximo a sala. Depois dele vinham outros dois até o meu próximo a cozinha e praticamente de frente para um dos banheiros.

Confesso passei de manso pela porta fechada do quarto de Juarez com a cabeça cheia de safadezas e só percebi o quanto havia pensado naquele negão dos cocos na praia e no Juarez quando caí na cama, e sonhei com os dois.

Eu estava duro!

*

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Estou gostando bastante do seu estilo de escrever! Esse Yuri é engraçado heheeh

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