Já na entrada, ela chamou a atenção de um baita segurança, um moreno com certamente mais de dois metros de altura, forte igual a um touro. Ele fazia a revista no homens, mas não tirou os olhos da Nanda por um segundo sequer, tanto que me deu uma apalpada mais forte nos bagos, ganhando um protesto de mim obviamente:
- Foi mal, cara! É que… Parabéns pela esposa. Show de mulher!
- Concordo! E olha que você não a viu sem roupa ainda. Pelada fica muito melhor! - Falei, olhando e sendo olhado pela Nanda.
- Cês não são daqui, né?
- Não, não somos. Reconheceu pelo sotaque, né?
- Também! Mas eu não lembro de vocês daqui. Aliás, dela, eu lembraria fácil.
- Imagino que sim…
- Ó… Daqui a pouco, vou rodar por aí. Se precisarem de qualquer coisa, é só me avisar. Sou o Marcelo Moreira, mas a turma aqui me conhece por Marreta.
- Mas, assim… precisar do que, exatamente? - Nanda perguntou enquanto já se aproximava da gente.
- Qualquer… coisa… mesmo, morena! - Ele respondeu pausadamente, encarando fundo nos olhos dela.
[CONTINUANDO]
Senti que a própria Nanda teve um leve tremelique, afinal, sem querer, ele havia atingido um ponto sensível dela quando a chamou de “morena”, um apelido íntimo que somente eu usava e sabia que ela adorava. Vendo que se criava uma conexão ali, meio rápida demais, chamei a atenção para mim:
- Ora, ora, ora… Quem sabe, não é? Só te aviso que ela não se contenta com pouco. - Falei, enquanto ela, ainda meio perdida, já me apertava o braço.
Ele a olhava despudoradamente e me encarou em seguida, querendo dizer algo, mas sem saber se devia. Eu só sorri e pisquei um olho. Ele então fez algo inesperado: sacou um celular, procurando alguma coisa em algum aplicativo e virou a tela somente para mim, deixando a Nanda ainda mais curiosa. Vi a foto de um pau potente, grande e bastante grosso. Eu o encarei e balancei negativamente a cabeça, afinal, aquilo não me interessava em nada, só perguntei se era dele, o que ele confirmou com um movimento de cabeça. Eu então virei a tela do aparelho na direção da Nanda que arregalou os olhos e ficou vermelha, dizendo um audível:
- “Nossinhora”! Moço do céu, que que é isso!? Guarda esse trem aí, moço. Não tem que ter um porte de arma para carregar um trabuco desses, mor? - Perguntou e por fim caiu numa risada gostosa.
- É só o cartão de visita do moço, Nanda, gostou?
Ela deu uma nova boa olhada, agora com olhos levemente fechados, como se forçasse a visão, voltando a corar por um momento em virtude da forma gulosa como ele seguia lhe olhando e sorriu maliciosamente:
- Ô… Mucho, mucho!
- Espanhola!? - Ele perguntou com olhos arregalados e agora quase babando.
- Faço também, uai, embora meus peitos não sejam lá muito grandes, né, mor? - Ela retrucou, rindo.
- Porra, meu, é espanhola ou mineira, caralho? - Ele insistiu, agora olhando para mim.
- Depois desse “uai”, você ainda pergunta? - Brinquei: - Mineira, cara, mineirinha do interior, tímida e quase intocada.
- Nu! Quase intocada… - Nanda retrucou e caiu numa das mais gostosas gargalhadas que podia ter, me levando a rir também.
Quando nos controlamos minimamente, afinal, já havia dois casais esperando atrás da gente, expliquei:
- Quem sabe a gente se vê mais tarde, Marreta. Vamos deixar rolar, ok?
Ele concordou e nos desejou uma boa noite. Entramos e fomos até a chapelaria, onde a Nanda deixou um sobretudo que usava para cobrir seu vestido vermelho, curto e justo, além de uma bolsa e eu deixei o meu celular, este por uma exigência do local. Seguimos para o bar do salão social do ambiente e pedimos duas bebidas: eu, uma dose dupla de uísque sem gelo e ela, um copo com uma dose de rum, outro com gelo e uma fatia de limão, e uma latinha de guaraná. Seguimos até as mesas e ocupamos uma, onde ela fez sua alquimia, preparando para si a sua própria versão de Cuba Libre, digo sua pois a original leva Coca Cola. Ficamos bebericando, conversando, namorando, nos excitando e vendo o movimento que aumentava cada vez mais. Logo, casais circulavam pelo ambiente, alguns bem bonitos, outros nem tanto, alguns jovens, outros mais maduros, magros, gordos, enfim, para todos os gostos, se exibiam para quem quisesse ver e interagir.
Num dado momento, ela me avisou que iria até ao banheiro e depois pegaria uma água no bar, pois não queria ficar bêbada e só iria embora quando fosse convidada a sair ou faxinar o local, justificando que, por isso, deveria demorar um pouquinho. Pedi que tomasse cuidado e ela ainda brincou:
- Uai, tá com medo do lobo pegar a chapeuzinho vermelho?
- Chapeuzinho, onde? - Retruquei.
- Cê entendeu, Mark, deixa de ser crica! Mas já vou avisando, se tiver um boyzinho bonitinho, gostosinho, etc. e tal, eu já não me garanto!
- Mas vai voltar, pelo menos, para me avisar, né?
- Se der tempo, eu volto, senão dou umazinha por lá e volto depois.
- E quem disse que eu vou te esperar?
- Ah vai… Ô, se vai! Você hoje vai ser meu corninho e vai ficar bem quietinho e mansinho aqui enquanto eu me divirto, entendeu?
- Ah, não vou… Não vou mesmo!
- Caralho, Mark, quem manda nessa porra de relacionamento? Estou falando que você não vai pegar ninguém hoje!
- Quem manda… - Resmunguei, sorrindo: - Eu, é claro! E quer ver se não vou pegar?
Bem nesse momento, passava uma moreninha, com jeitinho de nissei ao lado da nossa mesa e eu a chamei:
- Moça, por favor, a que horas, hein?
- Oi? - Ela perguntou, confusa.
- Que horas? - Insisti, enquanto a Nanda me encarava, igualmente confusa.
- Desculpa, eu estou sem relógio e celular.
- Não, não… Que horas vou poder te conhecer melhor? Porque, vou dizer, você é realmente linda!
Ela fez uma expressão de surpresa e sorriu para mim, aproximando-se e dando um beijo no rosto da Nanda e depois outro em mim, dizendo que mais tarde poderíamos conversar e saindo em seguida. Olhei para a Nanda e falei:
- Demora lá para voltar e você vai ver se eu não saio na frente e te deixo chupando o dedo sozinha aqui.
- Ah vá! - Levantou-se, simulando estar emburrada, dando três passos adiante e retornando para me beijar a boca: - Bobo! Só estou brincando.
- Eu sei, morena. Vai lá que eu vou te esperar.
E lá se foi a Nanda, rebolando sem exageros, caminhando no salto alto, com olhar firme e altivo, uma típica “hotwife”, determinada, dominadora, sedenta... Vários e várias a olharam enquanto desfilava rumo ao reservado, inclusive o bobão aqui.
Como nossa mesa se encontrava numa localização privilegiada, permaneci bebericando e olhando a tudo e todos, e foi bom, porque pouco depois passei a curtir uma bela paisagem nórdica a poucos metros de mim, com lindos vales bundosos e certamente uma ou duas grutas que valeriam muito a pena serem exploradas. Devo ter me perdido enquanto a admirava, pois fui notado pelo seu companheiro que a avisou. Ela me olhou e eu, mesmo meio constrangido pelo flagra, levantei meu copo, brindando em sua homenagem e fazendo o mesmo ao seu companheiro. Eles sorriram e corresponderam. “Opa! A noite promete.”, pensei enquanto ainda os observava agora interagindo entre si, talvez falando sobre mim.
Eis que nesse momento, sou abordado com uma mão pesada no ombro esquerdo por um japonês parrudo, com toda pinta de lutador de artes marciais, querendo saber que história era aquela de abordar sua noiva sem sua presença. Olhei para ele e me levantei para encará-lo no olho a olho, pois fugir não era uma opção e antes que o clima azedasse, estendi-lhe a mão, num gesto de amizade. Ele me olhou confuso e sua noiva, a mesma nisseizinha surgiu sei lá de onde, segurando em seu braço. Ele insistiu na pergunta e eu respondi:
- Foi só uma brincadeira, amigo. Não que sua noiva não seja linda, ela realmente é uma mulher lindíssima, sem igual. Eu precisava de alguém para fazer uma brincadeira com os brios da minha esposa e a sua noiva estava passando bem aqui, no lugar certo e na hora certa. Calhou de eu brincar com ela.
- Para, Rubão, olha o vexame. - A nisseizinha insistia, tentando puxá-lo.
- Fica tranquila, querida, ele está no direito de te defender, eu faria o mesmo se alguém mexesse com a minha esposa. Além do mais, explicada a situação, não há motivos para mais estresse, acredito eu. Inclusive, se quiserem se juntar a mim e minha esposa, que já deve estar voltando do banheiro, podemos aproveitar para nos conhecer melhor, sem qualquer compromisso de rolar algo, que fique bem claro.
O tal japonês me encarou ainda meio desconfiado e depois olhou para a noiva, apenas perguntando se o que eu dizia era verdade, o que ela confirmou sem pestanejar, ainda complementando:
- Eles foram muito respeitosos a todo momento, Ru. Deixa disso, homem!
Ele me olhou novamente, meio desconfiado e pediu desculpas pela forma como me abordou, dizendo ainda que era a primeira vez deles num local como aquele e que um amigo havia explicado que mulheres abordavam mulheres, e homens a homens. Senti-me na obrigação de explicar:
- Você não está errado, mas quando se trata de pessoas heterossexuais, não vejo mal algum que a aproximação se dê entre os sexos diferentes. O que precisa haver sempre é respeito e comedimento na aproximação. Vai me dizer que você não gosta de dar uma paquerada numa mulher bonita, hein, hein? - Brinquei, dando-lhe um toque no braço com o meu cotovelo.
- Sim, mas… É que aqui é diferente, né? A gente fica meio sem saber o que fazer.
- Eu entendo, mas sou da opinião que, havendo respeito na aproximação, tanto faz ser homem ou mulher. Daí para a conversa se desenvolver, se as partes tiverem um parceiro ou parceira, eu acho sempre bom que todos estejam presentes.
Nisso um outro casal se aproximou já perguntando para ele se estava tudo bem e ele confirmou que sim. Aproveitei o momento e me apresentei para todos, recebendo correspondido. Eles então se despediram e disseram que, como era a primeira vez de todos, iriam dar umas voltas para conhecer o ambiente, mas que depois se a gente se encontrasse, poderíamos “trocar umas ideias”. Assim que saíram, voltei a me sentar e a olhar para a minha loirinha bunduda, que também voltou a me dar disfarçadas olhadelas. Decidi por uma abordagem mais direta e já estava me levantando para me apresentar pessoalmente quando vejo a Nanda retornando de braços dados com uma ruiva:
- Nanda, Nanda, Nanda… O que você está aprontando, hein? - Resmunguei para mim mesmo, analisando vorazmente sua nova “amiga”.
Aliás, que bela nova amiga. Alta como a Nanda, tão bem servida quanto e muito bela. Diferentemente da minha onça, a ruiva tinha traços mais europeus, mas nem por isso, menos bela. Apenas aparentava ser um pouco mais madura, mas isso não é algo que me desagrade, afinal, como já dizia o romanceiro caipira: “panela velha é que faz comida boa!” e se ela me ensinasse uma ou duas coisinhas, já valeria a pena. Assim que estavam quase chegando à minha mesa, levantei-me para recebê-las:
- Mor, essa é a Verônica. Vê, esse é o meu mozão, Mark.
- Oi, Mark… - Falou numa voz gostosa, rouca e sensual sem aparentar ser forçada.
- Oi, Verônica. - Respondi, segurando firmemente sua mão sem tirar meu olhos dos dela e usando o dedão para acariciar suavemente sua pele: - É um prazer te conhecer.
Como eu não largava sua mão, nem deixava de encará-la, nem ela a mim, a Nanda, sempre ela, pigarreou e brincou:
- Também tô aqui, viu!?
- Linda sua nova amiga, Nanda.
- E não é que é!? - Ela concordou, vindo grudar em meu braço: - Acabei de conhecer a minha nova melhor amiga de infância no balcão do bar. O marido dela foi “conversar” com outra amiga num reservado e a deixou sozinha por lá. Vê se pode?
- Ah! Tá de brincadeira!? Não podemos permitir isso, podemos? - Brinquei.
- Então… Pensei justamente isso: baita injustiça! Daí proseando com ela, papo vai, papo vem, perguntei se ela não queria beber algo com a gente. Fiz mal?
- Mal!? De forma alguma! Fez muiiiiito bem. - Concordei e perguntei ao notar que ela estava de mãos vazias: - Você não tinha ido comprar água?
- Nóó! Esqueci minha garrafinha no balcão. Peraí que eu já volto. - Falou e se virou para voltar ao bar.
- Vou com você, Nanda. - Verônica disse.
- Ah! Sério!? - Resmunguei.
- Pode ficar tranquila, Verônica. Volto rapidinho. Juízo vocês dois. - Nanda falou e saiu andando em direção ao bar.
Assim que ela já estava alguns passos de distância, convidei-a a se sentar e, assentados, perguntei:
- Então… Verônica, não é?
- Verônica… Ao seu dispor. - Ela respondeu, encarando-me no fundo dos olhos.
- E você vem sempre aqui?
- Credo! Que cantadinha mais “anos 80”, Mark! Eu esperava mais de você…
- Adoro mulheres que não tem medo de enfrentar um homem. Ponto para você!
- Mas você ainda precisa recuperar o ponto que perdeu…
- O que é um ponto perdido para uma partida que está só no início?
- Melhorou! - Respondeu, com um suave sorriso nos lábios.
- E vai melhorar ainda mais… - Falei, enquanto era tentado a ver até onde o seu decote, imenso diga-se de passagem, daquela bela ruiva, alcançava.
- Piercing! - Falou Verônica, notando o meu interesse.
- Oi!?
- Tenho um piercing aí. Não é isso que você estava tentando ver?
- No mamilo?
- Não, no umbigo. Você não estava tentando vê-lo?
Na verdade, eu tentava só ver até onde o seu decote chegava, mas como ele era tão grande e realmente quase chegava no seu umbigo, ela deve ter imaginado que eu já o tinha visto de relance. Nesse momento, a Nanda retornou com sua garrafinha de água:
- Ah é… Achei bastante diferente. - Respondi sem criar grandes expectativas, mas curioso ao extremo.
Verônica não se fez de rogada. Pegou a arte debaixo do seu decote e o puxou para a frente, juntando ainda mais seus belos seios e abrindo espaço para que eu pudesse ver de cima para baixo o tal piercing. Quase não vi o danadinho, agora escondido por um belo par de mamas roliças e imponentes:
- O que cê tá olhando aí, safado? - Nanda perguntou, rindo, mas já aproximando o próprio rosto para ver o que eu procurava.
- Gostaram!?
- Ah sim! São lindos… - Pigarreei, mas fingindo ter me equivocado, me corrigi na sequência: - Digo, é lindo… o piercing… muito…
Ela riu da minha cara e de como a Nanda me encarava, simulando estar com ciúmes, ou talvez até estivesse com um pouco mesmo, considerando que era a Nanda. Mas era pura simulação mesmo, porque ela se sentou no meu colo e me deu um beijo rápido na boca. O papo evoluiu a passos largos e logo eu já estava tarado na ruivinha, ajudado pela pressão que a bunda da Nanda fazia no meu colo. Impressionante como a liberalidade nos dá a possibilidade de cortar um imenso caminho, indo diretamente ao que interessa, tanto é que, a uma altura, Nanda e ela, conversavam sobre cortes de cabelo da parte baixa dos países baixos:
- Hoje estou lisinha, igual lagartixa, Verônica. Só esperando um bom homem me grudar numa parede e me punir como uma menina má que eu sou. - Disse a Nanda, sorrindo e me encarando.
- Vai brincando comigo, vai… - Resmunguei, sorrindo para a Nanda.
Verônica riu também e confidenciou:
- Eu não! Já faz um tempinho que tenho deixado a grama crescer. Só tenho podado a altura e os limites do gramado, mas tá um jardinzinho bem bonitinho já...
Nesse momento, eu bebericava o meu uísque e acompanhava curioso o rumo daquela prosa. Verônica me perguntou:
- E você, Mark?
- Eu!? Ah! Eu gosto de qualquer jeito. Pode vir lisa, peludinha, desenhada, podada, assimétrica… Não tenho restrições: comigo jogo é jogo e faço de tudo para pôr a bola para dentro.
- Não, seu safado, eu perguntei como você está aí, embaixo? - Verônica insistiu, dirigindo seu olhar para debaixo da bunda da Nanda.
- Ah! - Sorri e expliquei na sequência: - Podado, quase na terra. A Nanda me obriga a fazer isso. Carrasca do caralho, sabia?
Ela encarou a Nanda que, sorrindo, explicou:
- Obrigo nada! Eu só odeio engasgar com pelo! Então, didaticamente, ensinei meu maridinho que menos é mais: se ele tivesse menos pelo, eu faria mais boquetes. Ele passou praticamente a raspar. - Deu uma risada gostosa na sequência.
- Concordo com você, Fernanda! Estou até curiosa para conhecer esse seu campo, Mark.
- Uai… Estou pronto para bater uma bolinha a qualquer momento, basta a técnica aí me escalar. - Resmunguei, indicando a direção da Nanda com um meneio de cabeça e sorri.
- Tá, né!? Safado! Sei não se anda merecendo… - Nanda retrucou e me beijou a boca novamente, sorrindo.
O beijo foi delicioso e deve ter durado mais do que seria necessário. Quando nos separamos, Verônica nos encarava mordendo o próprio lábio inferior e a Nanda sorriu de volta, aliás, sorriu apenas não! Surpreendendo-me, inclinou o seu corpo na direção da Verônica e lhe deu um selinho, depois outro um pouco mais demorado e, por fim, um beijo de verdade, certamente de língua. Quando elas se largaram, Nanda me encarou, vermelha de vergonha e falou:
- Desculpa, mor, não resisti.
- Então, né… - Resmunguei, sorrindo e sem tirar os olhos da minha onça: - Se você pode, eu também posso, afinal, direitos iguais, não é, morena?
Ela sorriu e não negou, mas a Verônica quis se fazer de difícil:
- Quem disse que pode? Tá muito convencido, além de que odeio homem que pede beijo, que pergunta se pode, acho isso coisa de homem frouxo…
- Quem disse que estou pedindo?
Subi minha mão por seu braço até chegar no pescoço da Verônica e a introduzi por trás de sua cabeça, abrindo meus dedos e roçando pela base de seu pescoço, nuca, até chegar ao seu couro cabeludo. Ela quis abaixar a cabeça, como se estivesse constrangida, mas eu conheço bem uma mulher quando quer se fazer de difícil, ainda mais quando ela suspira fundo ao meu toque. Era o sinal que eu aguardava! Segurei então firme em seus cabelos e manipulei sua cabeça até seu rosto estar em frente ao meu e a beijei, firme, intensamente, sugando seus lábios e língua enquanto com a outra mão, apertava a perna da Nanda que esfregava sutilmente sua bunda sobre o meu pau duro. Curtimos bons segundos assim e a larguei, dizendo:
- Como eu havia dito no início, é um prazer te conhecer, mas sempre pode ficar melhor. - Pisquei um olho.
Ela deu uma suspirada novamente, sem tirar os olhos, agora arregalados, de mim, e depois encarou a Nanda:
- Nossa! O danadinho beija bem, né!?
- Ô se beija… - Nanda concordou e me encarou: - Bem até demais, né, Mark?
Sorri com a nova insinuação de ciúmes da minha onça e agarrei sua cabeça, beijando sua boca novamente, tão intensamente ou até mais que o beijo dado em Verônica. Ao final, eu a encarei e apenas sorrimos um para o outro. Para finalizar em grande estilo, dei-lhe um suave tapa na raba que insistia em se esfregar em mim, colhendo um olhar da mais pura surpresa da minha onça branca e um elogio:
- Filho da puta!...
- Sou! Mas sou o seu filho da puta!
- Eu sei, e amo demais você, acho que até mais do que pão de queijo…
A conversa continuou e a intimidade entre nós três só aumentava. Vez ou outra, um selinho entre elas acontecia e elas me encaravam cobrando participação. Apesar de eu ser o “corno” da minha mulher, não era manso ou submisso, então quando elas me cobravam eu falava:
- Beijo não se pede, se dá! Não foi isso que você disse agora há pouco, dona Verônica?
E elas vinham e me davam. Alguns drinks e bons beijos depois, notei que dois caras passavam já pela terceira ou quarta vez ao lado da nossa mesa, encarando-nos. Não havia erro, eu conhecia bem aquele olhar e era de alguém que tenta ser notado para também participar. Na última passagem, eles se aproximaram de vez e cumprimentaram a Verônica, que só então pareceu tê-los notado. Ela se levantou e os beijou na boca, depois os apresentou para nós: Marcelo era um moreno tatuado, aparentando não ter mais que trinta anos, com corpo em forma e bastante alto. Anderson já era um cara mais maduro, com algum cabelo grisalho e um topete que parecia ser peruca, mas corpo em forma e praticamente da minha altura. Verônica perguntou se eles podiam se juntar a nós e concordamos. Um papo animado se instalou entre a gente, mas esquentou de vez quando a Verônica explicou que eles eram seus “PA”:
- “PA”!? O que é isso? - Perguntou a Nanda com a cara mais falsa e maliciosa possível.
- É isso mesmo que a senhorita… - Verônica pigarreou e se corrigiu: - Que a senhora pensou, dona Fernanda. - Disse e brincou com os amigos: - Ela é uma senhora respeitável, meninos, porque é casada com o Mark, então respeitem o casal, ok? - Voltou a encarar a Nanda e falou: - Eles são meus paus amigos, Fernanda. A gente se diverte direto…
A Nanda abriu um imenso sorrisão e me encarou, como se precisassem da minha permissão para algo, mas claramente interessada nas possibilidades que se desenhavam. Vi nos olhos deles também uma imensa curiosidade, melhor dizer interesse sobre a minha esposa:
- Inclusive, eles são discretíssimos, Fernanda, e de tanta confiança que transo até sem camisinha e… Ah! O mais importante: eles são bem servidos… - Verônica disse e sorriu maliciosamente, terminando com uma piscadinha.
- Ah é!? Nóóóó! Que coisa, né? - Desdenhou Nanda, quase salivando pelo canto da boca, mas depois falando: - Acho legal variar assim na questão do tamanho, mas não troco o meu maridinho por nenhum pauzudo.
- Por que “maridinho”? O Mark não parece ser tão pequeno assim… - Verônica perguntou, me olhando de cima abaixo e fixando o olhar na altura de minha púbis, ainda ocultada pela bunda da Nanda.
- É, então… Melhor a gente não entrar em detalhes.
- Tadinha! - Verônica perguntou com um sorriso meio sádico e que chegou a me constranger: - Fernanda, ele é pequenininho!?
- Não! Claro que não… Só não é nenhum dotado, dotado… assim, dotadão, entende? - Nanda tentou fazer um desenho com as mãos, mas acabou desistindo e concluiu: - Mas é bem legal e o mais importante, eu curto de montão, né, mor?
- É, né!? Eu espero que sim… - Respondi meio sem jeito.
- Ah! Mas ele tem uma durabilidade fora do normal, Verônica! O Mark aguenta um tempão no rala e rola! - Nanda tentava consertar um certo mal-estar comigo e insistia: - E chupa uma xerequinha como ninguém!
Eu só ouvia em silêncio, torcendo para ela mudar de assunto, mas ela insistia:
- Ah! E ele sabe fazer atrás como poucos também, nem chega a doer…
- Nanda! Já tá bom, né? - Falei, porque a situação só piorava.
Verônica sorria, mas parecia pouco se importar com aquilo, afinal, mulher de verdade sabe que o truque não está no tamanho da varinha, mas na mágica que ela faz. Então, partiu para um ataque, tocando a bola pela direita do campo agora:
- A gente podia brincar um pouco. O que vocês acham?
- Cês podiam incluir a gente nessa brincadeira, hein? - Pediu o Anderson.
- É!? Não sei… A gente podia, mor? - Nanda me perguntou, sorrindo maliciosamente, mas já certa do que queria.
Decidi fazer jogo duro:
- Uai… - Falei e devolvi um sorriso igualmente malicioso para ela que já imaginou um “de acordo” da minha parte, mas joguei-lhe um balde de água fria: - Acho que não!
- Oi!? - Ela me perguntou, sem entender nada.
- O que eu ganho com isso? Tenho que ter alguma vantagem, não é?
Nanda se aproximou do meu ouvido e cochichou:
- Cê não gosta de me ver com outro, de ser o meu corninho? Então! São dois, mor… Dois!
- Corninho!? Você gosta de ser corninho? Há! Agora é que a gente vai se divertir para valer! - Falou Verônica em alto e bom som ao ouvir a confidência da minha inconfidente esposa.
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