Subiu para a nossa suíte e se trancou lá, chorando por mais algum tempo. Depois, ela saiu e vendo que eu não estava nervoso, acabou se controlando. Eu, na realidade, passei o dia todo rindo, a todo o momento mesmo, divertindo-me com as lembranças. Nesse e nos dias seguintes, o nosso sexo foi mais intenso e libertino que o de costume. Ela tentava usar as situações de que se lembrava para me testar e eu fazia o mesmo com ela. Entretanto, numa das noites, ela veio com uma novidade:
- O Valentim me mandou mensagem outra vez…
[CONTINUANDO]
- Valentim, Valentim… Quem é Valentim?
- O PA da Adriana.
- Ah tá, lembrei! E o que ele queria?
- Queria saber de mim, da gente, se estávamos bem e quando teríamos a chance de nos encontrar novamente. Sabe… um papinho meio mole…
- Sei…
- E me mandou umas fotos dele em uma piscina, quer ver?
- Já estão trocando “nudes”? - Perguntei com desdém.
- Que trocar, o quê!? Ele me mandou, eu não pedi, nem mandei nada! E não é “nude” também, é vestido. Quer ver ou não?
Querer eu não queria, mas como ela parecia ansiosa por me mostrar, aceitei. Realmente, não era uma foto comprometedora, aliás, fotos. Eram três: na primeira, o rapaz aparecia sentado na beirada de uma piscina, usando apenas uma sunga branca, sorrindo e fazendo um “hang loose” com a mão direita; na segunda, ele surgia deitado e dava para notar um bom volume na frente da sua sunga; e, na terceira, ele estava numa roda de pagode, tocando uma espécie de tamborim. A Andressa me analisava a todo instante e quando lhe devolvi o celular, ela me instigou:
- Leia a conversa!
- Não preciso disso.
- Então, eu leio. - Disse pegando o aparelho.
Fez também questão de me mostrar que, desde a conversa que tiveram há bons dias atrás, não haviam mais trocado mensagens. Ela começou:
- Oi, Andressa. Como vai, gatinha? E o maridão, tá de boa? Daí eu disse: Oi, Valentim. Estamos bem sim, obrigada. Ele continuou: Joia! Sabia que eu não tiro você da cabeça desde aquele churrasco? Bem que podia dar certo da gente se encontrar, né? Eu falei: Sou casada, Valentim, você sabe disso. Ele voltou: Eu sei, mas uma amizade não tira pedaço, né? Aí eu ousei: Uma amizade sim, mas se for igual a sua com a da Adriana, não dá, né? Nem quero… E ele voltou: Será que não quer mesmo? Já tá até sabendo que o papai aqui tem uma berinjelona… Eu falei então: O que é isso, Valentim!? Já está apelando… Melhor a gente parar aqui!
Ela então me mostrou o celular, mostrando que havia enviado três emojis na mensagem anterior (🍆🛏😈), justificando que a piadinha dele deve ter se baseado nisso e continuou:
- Daí… Daí ele continuou: Não, não! Desculpa se eu exagerei. Vamos marcar de nos encontrar, vai? Eu, você e o maridão. Só para batermos papo, nos conhecermos melhor, pode ser até à tarde, um sorvete, que tal? Então eu respondi: Vou falar com ele, mas não te prometo nada.
Ela se calou, olhando o celular e eu perguntei:
- Só?
- Só! Depois nos despedimos. Pode olhar! - Me mostrou a conversa, realmente finalizada ali.
- E que história de berinjela é essa aí?
- É que a Adriana já tinha mencionado que ele é bem servido e as fotos não mentem, né? Tem um volume bem bom, né? Acabei caindo na besteira de fazer uma brincadeira e ele aproveitou o gancho. Desculpa.
- Tudo bem, não foi nada. - Ela colocou o celular no seu criado mudo e veio se sentando sobre o meu colo e eu perguntei: - Você quer se encontrar com ele?
- Eu!? Sozinha? Não! Se você estiver junto, não vejo problemas em conversar com ele, como foi no churrasco, mas só eu e ele, sem você, não!
- Nem se eu permitisse?
Ela se calou, confusa, olhando para mim como se tentasse me entender e disse após alguns segundos em silêncio:
- A princípio não. Eu não o conheço, não quero ficar sozinha com um cara que é praticamente um desconhecido. Ele pode ser amigo da Dri, mas não é nada nosso.
- Olha… Eu não tenho interesse algum em conhecer melhor esse cara. Está nítido para mim que ele está interessado em você de um jeito que eu ainda não sei se concordo, então eu não ficaria à vontade na presença dele.
- Ciumennnntuuu! - Ela brincou e riu.
- Talvez eu seja...
Ela me beijou e eu não recusei, afinal, ela parecia estar sendo honesta e me colocando a par de tudo, exatamente como eu havia pedido. Virei-nos na cama, ficando por cima dela e apaguei as luzes do quarto, deixando apenas um abajur aceso. Então disse:
- Quer brincar?
- Ui! Delícia…
- Fecha os olhos, então… - Ela obedeceu com um sorriso malicioso nos lábios e eu continuei: - Agora, imagina que eu sou ele.
- Túúúúúúliooo…
- Relaxa. Faz o que eu falei. Brincar aqui, entre a gente, não vejo problemas; eu só não estou pronto para levar isso a um nível real.
- Tá bom, senhor Valentim, já fechei os meus olhos. Olha lá, hein? Não se esqueça que sou uma mulher casada e muito séria, ouviu? - Disse e riu.
Peguei uma gravata minha que estava jogada sobre o meu criado e para reforçar ainda mais as sensações, vendei os seus olhos:
- Precisa mesmo disso, amor?
- Valentim! Meu nome é Valentim e não estou aqui para fazer amor com você, carinho você cobra do seu corno. Meu negócio é só te foder. - Falei de uma forma bem rouca e próxima ao seu ouvido, ouvindo ela respirar mais forte nesse momento, quase um gemido silencioso: - Você está tão gostosa, Dressinha! Não sabe há quanto tempo eu espero a chance de te foder bem gostoso.
- A-Aiiii… Para! Assim, eu… eu…
- Calada, sua putinha! Quem dá as ordens aqui sou eu!
- Deus! O que é isso?
- Deus não está aqui, não agora, não para presenciar o que eu vou fazer com você. Se prepara porque eu vou arregaçar a sua bucetinha. Quando você voltar para casa, o seu corninho irá mais te reconhecer. - Sussurrei em seu ouvido, apertando um de seus mamilos por cima do fino tecido da sua camisola, fazendo com que gemesse alto.
Desci até a sua bucetinha que já estava desnuda e ensopada àquela altura, enfiando três dedos bem no fundo, o que fez a Andressa rebolar desesperadamente:
- Ai! Não! Assim, eu… Ai! Ai! Para, para, para, para…
Mas eu não parei e puxei a sua camisola, desnudando agora um dos seios, abocanhando de imediato um mamilo. Senti que ela se contorceu ainda mais, quase ao ponto de gozar, então usei um truque: fiz uma pinça com o meu indicador e o meu dedo médio, roçando por dentro o local do tal controverso “Ponto G”. Seu ele existe, eu não sei, mas sei que ela começou a se debater desesperadamente, enfiando um travesseiro no rosto para abafar os gemidos que naquele momento já pareciam gritinhos. Aliviei por um instante, deixando que ela se recuperasse, mas logo a puxei pelas pernas para a beirada da cama e enfiei a cara na sua buceta, lambendo, beijando e mordiscando tudo o que tinha direito. Ela se perdia nas sensações:
- Ai, Valentim!? Assim! Ui! Me chupa gostoso… bem no fundo… Assim! Aiiiii…
- Sou melhor que o teu marido, sua safadinha?
- Aiiii…
- Responde, piranha!
Ela parou de reagir e bateu as mãozinhas sobre o colchão, falando na sequência:
- Amor, para. Tempo!
Ela se sentou, tirando a venda e me encarou agachado à sua frente:
- O que foi?
- Olha nos meus olhos e diz que não está me testando. Diz que é só uma brincadeirinha boba mesmo e que tudo o que dissermos aqui não irá causar nenhum desentendimento.
- O que te preocupa?
- Eu não quero me desentender com você por causa de um… um… “amante fictício”.
Eu a encarei surpreso com a sua preocupação e sorri, ficando a sua altura e a beijando:
- Vamos brincar. Pode se liberar sem medo. Imagine que estão só você e ele num quarto, e… seja você.
Ela me olhou por alguns instantes, com uma mão repousada no meu rosto e disse:
- Tá… Se eu disser algo que não te agrada, me fala, pelo amor de Deus. Eu paro na hora!
Eu a vendei novamente, ela se deitou e reiniciamos de onde havíamos parado, mas como houve essa interrupção, até chegarmos ao ponto da excitação anterior levou alguns bons minutos, sem contar umas dedadas caprichadas e um trabalho de língua com muito esmero. Quando ela já gemia sem medo novamente, curtindo o meu toque, novamente voltei a perguntar:
- Sou melhor que o teu marido, Dre?
Houve um breve silêncio, mas dessa vez ela falou:
- Não fala do meu marido. Deixa ele em paz! Ele já vai ter trabalho extra para carregar a galhada que estou colocando na testa dele. Não precisa ser humilhado pela gente. Agora, Valentim, cala a boca e me faz gozar novamente.
Eu imaginava um “Sim, você é!” ou um “Nossa! Ele não é nada comparado à você!”, mas essa me surpreendeu realmente. Ao mesmo tempo que senti uma coisa estranha, um certo ciúme, senti também um tesão pela forma como ela respondeu, tomando para si uma autoridade que eu até desconhecia nela. Eu devo ter ficado em silêncio por um tempo maior do que imaginei, pois ela tirou a venda e levantou a cabeça, olhando-me preocupada:
- Desculpa! Sabia que não ia dar cer…
Ela não teve chance de terminar a frase, pois eu fui por cima dela e a interrompi com um beijo, acompanhado de uma penetração rápida, fazendo ela soluçar de surpresa e prazer. Encostei os meus lábios em seu ouvido e suguei o lóbulo de sua orelha antes de dizer:
- Se não sou melhor que aquele corno, por que você tremendo com o meu pau na sua buceta, sua putinha safada?
- Aiiiiii… Me fode, caralho! Arregaça a minha bucetinha, Valentim. Deixa ela bem arrombada para o corno saber que agora eu tenho um macho de verdade, maior e melhor do que ele!
Meu sangue ferveu e passei a estocá-la com uma voracidade que não tinha há tempos. Ela começou a alucinar no meu pau:
- Ai… Isso! Fode, fode, foooooode! Porra, como tá gostoso! Me arregaça, Valentim, me arregaça, seu gostosuuuuuuiii… Ai, eu vou gozar! Eu vou gozar! Eu vou… Eu… AHHHHHHHH!!!
Tive que tampar a sua boca para não acordar o nosso filho e a vizinhança toda. Nesse meio tempo, segui fodendo mais lentamente, mas sem parar porque o meu pau não cedia. Ela seguia transtornada, gozando uma atrás da outra, coisa que nunca havia acontecido em todos esses anos de casamento:
- Isso! A-Aiii… Bom demaaaaaais! Caralho! Eu vou… gozar… fortee-iiiiii! AHHHHHH… - Falou num momento em que minha mão escorregou de sua boca.
Segui bombando forte, querendo chegar no meu ápice também, quando ela falou:
- Ai, Valentim! Se eu soubesse que você era isso tudo, eu já tinha dado há muito tempo. Fode! Fode! Fode, caralho! Me arregaça, seu gostoso!
Eu já dava estocadas descontroladas nela. A cama rangia, parecendo que ia quebrar. Ela se debatia descontroladamente embaixo de mim e eu, no meu limite, avisei:
- Vou encher essa tua buceta, sua piranha safada!
- Enche! Enche mesmo, meu gostoso! Vou esfregar a minha buceta na cara do meu marido quando eu chegar em casa. Só para ele saber que eu tenho um novo dono!
- Vai fazer ele ver essa buceta arrombada?
- Vou!
- Vai fazer ele beber o meu leite?
- VOU!
- Será que o corno vai topar?
- Ou ele me obedece, ou eu saio de casa e venho morar com você. AGORA GOZAAHHHH!
Vendo que ela voltava a tremer sem controle embaixo de mim, não resisti mais e despejei tudo o que tinha. Foram várias golfadas na sua buceta e pela primeira vez vi ela transbordar com tanta porra que soltei. Eu não tinha forças para uma segunda, apenas rolei para o lado, saindo de cima da Andressa. Acho que nem ela tinha, pois ficou do jeito que eu a deixei na cama. A única coisa que fiz foi ajeitá-la mais confortavelmente sobre o leito e apagamos, suados, gozados, mas satisfeitos.
No dia seguinte, ainda bem cedo, acordei sozinho. Pensei que ela estivesse no banheiro, mas me enganei. Levantei-me e fui encontrá-la sentada sozinha e pensativa à mesa da cozinha, olhando para o vazio com uma expressão cansada. Um ruído me denunciou e ela me encarou, preocupada com a minha possível reação, mas eu a abracei e lhe dei um beijo na boca, abafando o medo que já surgia:
- Descul…
Beijei-a novamente, agora com toda a intensidade que era necessária para calar de vez qualquer preocupação em sua mente. Quando nossos lábios se separaram, falei:
- Fica tranquila. Não estou chateado, bravo ou nada do tipo. Curti demais a nossa transa de ontem.
- Mas eu falei absurdos ontem de você, sobre você… Nossa! Não… Não era eu, amor.
- Era sim! A minha Andressa, a minha safadinha gostosa. Fica tranquila porque eu estou bem. Só espero que você tenha curtido tanto quanto eu.
- Tanto quanto!? Túlio, eu perdi as contas de quantas vezes gozei! Estou com as pernas moles até agora.
- Então, ótimo! Você gostou, eu gostei e está tudo bem.
Ela sorriu e se levantou para preparar o nosso café. Uma leve bambeada nas pernas, mostrava que ela não havia mentido e pedi que se sentasse que eu assumiria o café. Não ficou uma maravilha, mas café preto, leite quente, margarina, alguns frios e pão, eu providenciei rapidamente. Tomamos café e fiz questão de a todo o momento acariciá-la, confortá-la, mostrar que tudo não passou de uma brincadeira sadia entre um casal em sintonia e no final, ela já estava bem tranquila.
Fui trabalhar pisando nas nuvens, sozinho naquela manhã, pois ela pediu para descansar mais um pouco. A nossa semana rendeu que foi uma maravilha! Por volta de quarta-feira, a Adriana, estranhando os sorrisos de felicidade em nossos rostos, quis saber da Andressa o que havia acontecido e ela me contou que, malandramente, respondeu com evasivas, nada falando, o que deixou a Adriana perdida na curiosidade. Durante um almoço apenas entre as duas, a Adriana insistiu, chegando a perguntar se a Andressa havia visto um passarinho verde ou talvez um passarinho de outra gaiola e a Andressa deu a melhor das respostas:
- As duas alternativas não deixam de estarem corretas, amiga.
- Ah… Para! Como assim!? O que foi que aconteceu? Com quem?
- Como assim com quem, sua louca, foi com o Túlio, ué! Lógico…
- Então não tô entendendo mais nada! Mas e o passarinho de fora?
- Pois é…
- Pois é, o quêêêê, desgraça de mulher? Fala!
A Andressa se manteve firme no sigilo e não disse nada até a sexta-feira, quando num escorregão, acabou falando para ela que adorou transar com o Valentim:
- Você fez o quê, Andressa!? - Perguntei, já imaginando o meu nome indo por água abaixo.
- Foi sem querer! Mas depois eu expliquei que tudo não passou de uma brincadeira entre a gente, um teatrinho e lógico que eu não contei os detalhes mais sórdidos, como a forma que eu falei de você para você, né?
- Tá! E ela, falou mais alguma coisa? Agora é que ela não vai mais dar paz…
- Falou… - Disse, encabulada.
- Falou, o quê, caramba?
- Falou que de teoria a gente já está bem instruído e que agora só está faltando pôr em prática…
- E você?
- Lógico que recusei. Ela então me disse que o Valentim vive falando em mim e de como adoraria me iniciar neste meio, e… - Calou-se por um momento.
- E o quê, caramba?
- Bem… Ela insistiu tanto, mas tanto, que acabei falando que aceitaria encontrar o Valentim, mas eu impus que fosse em algum local público e só se você também estivesse presente, aliás, deixei claro que se você não concordar, nem eu vou!
No final, acabamos discutindo por causa dessa escorregada dela. Nos dias que se seguiram comecei a notar que a Adriana me olhava diferente, com um certo sarcasmo nos lábios, talvez por saber quem eu e a minha esposa havíamos trazido para a cama. Isso só piorava a situação lá em casa, pois eu seguia culpando a Andressa para mim mesmo por ter me exposto, enquanto ela seguia se desculpando, dizendo ter sido sem intenção. Enfim, foram dias péssimos.
Numa quinta-feira, o Alvarenga veio até a minha sala e como sempre fazia, entrou sem bater:
- Fala, grande Túlio. Posso falar contigo um minuto?
- O que você quer, Alvarenga? - Falei, sem a menor paciência ou simpatia.
- Calma, cara, sou eu! Problemas em casa?
- Mais ou menos… Desculpa, Alvarenga! Você não tem nada a ver com isso.
- Relaxa, estou de boa. Aliás, semana que vem, vamos fazer aquele churrasquinho lá na minha chácara para comemorar o meu Jubileu. Você e a Andressa vão, né?
- Ah, Alvarenga… Poxa! Eu não sei. Eu…
- Ih, pode parar, cara! A Dri me falou que a Andressa deu nas línguas sobre uma história íntima de vocês e que você não gostou quando ficou sabendo. Supera, mermão! Ninguém fez nada de errado não!
- Como não, Alvarenga, como não?
- Meu, olha só… Fantasiar na cama é a coisa mais normal do mundo, todo mundo faz. Então, por que seria errado para vocês?
- Concordo! O erro não foi a gente fantasiar, foi a Andressa sair contando para todo mundo.
- Todo mundo não, mermão! Ela só contou para a Adriana que é uma amiga íntima dela. Cê sabe disso!
- Não interessa! É a nossa intimidade mais íntima, na cama mesmo! Isso não é coisa para sair falando para uma pessoa de fora, mesmo uma amiga íntima.
- Irmão, presta atenção! A Andressa não contou na intenção de te humilhar, de dizer que você curtiu por tê-la feito gozar no pau fictício de outro. Ela quis contar para alguém de fora, no caso uma amiga íntima, sobre a noite fantástica que você lhe proporcionou: foi para elogiar, não para humilhar, entendeu?
- Alvarenga, a gente não pensa do mesmo jeito e…
- Não! Ih, nem vem! - Ele me interrompeu: - Isso não tem nada a ver com estilo de vida. A Andressa só quis partilhar com alguém as sensações maravilhosas que o marido generosa e inesperadamente lhe proporcionou. Ela só quis mostrar o garanhão que tem em casa. Cê tá tentando achar pelo em ovo, cara. Faz isso não… Para e dá uma reparada na sua esposa, mermão: o olho dela está brilhando, a pele dela está parecendo um pêssego e ela só não está mais sorridente porque vocês estão nesse clima besta. Sai dessa, cara!
Eu o encarava em silêncio, mas não podia negar que tinha certa razão em suas palavras. Por fim, ele me intimou:
- E, ó, quero nem saber: sábado que vem, lá na minha chácara. Vamos chegar cedo, acender a churrasqueira e só vamos apagar no domingo… Aliás, na segunda que é o feriado. Eu e a Riana até vamos na sexta, se já quiserem vir com a gente, serão bem-vindos. Mas eu estou te obrigando a ir no sábado e dormir lá até segunda, domingo pelo menos. Deixa as crianças na sogra, no pai, mas quero ver vocês lá, ok?
- Tá certo, Alvarenga, a gente vai…
- Na sexta?
- Não! Nem tanto. Vamos no sábado, de manhã.
- Jóia! É só levar essa bunda branca aí e a gostosa da sua mulher; o resto, bebida, carne, comida e camisinha, deixa que eu levo.
Despediu-se de mim e saiu. Fiquei pensando em tudo o que ele havia me falado e decidi que já era hora de me entender com a minha esposa; no mínimo, ter uma boa conversa. Fui até a sua sala e como ele fez na minha, também entrei sem bater. Ela resolvia alguma coisa debruçada numa planilha com a Adriana e se surpreendeu ao me ver entrar. Naturalmente, ela não me repreendeu, mas certamente não entendia o que eu queria quando cheguei ao seu lado e me debrucei sobre ela, beijando-lhe a boca:
- Opa, opa, opa! Hoje tem, hein? - Disse a Adriana, já recolhendo algumas folhas que estavam sobre a mesa: - Se quiserem fazer aqui, fiquem à von-ta-de. Titia já está saindo…
- A gente também, Adriana! - Falei.
- A gente tá? - Perguntou-me a Andressa.
- Aham! Vou tomar um café e vim te buscar para ir comigo. Topa?
A Andressa abriu um sorrisão de imediato e a Adriana completou:
- Já topou, Túlio! - Disse e colocou uma pasta com os documentos embaixo do braço, saindo na nossa frente: - Amiga, a gente continua amanhã.
Quando colocamos os pés para fora da sala, ela ainda estava próxima e pediu para trazer um capuccino para ela na volta:
- Se a gente voltar, eu trago, Adriana! - Falei.
- Vixi… Fiquei sem café. - Ela resmungou e saiu rebolando, rindo sozinha.
Saímos a pé até uma cafeteria próxima à sede da empresa, distante apenas uns cinquenta metros. Lá fizemos os nossos pedidos de costume: eu, um expresso duplo; ela, um capuccino com calda de doce de leite. Sentamos à uma mesa de canto e ficamos bebericando meio em silêncio, mas a forma como ela me encarava com um olhar curioso, aliás, esperançoso até, ditava que a minha decisão tinha sido boa. Entretanto, eu precisava entender melhor onde estávamos entrando para não nos perdermos no processo:
- Eu queria te pedir desculpas por ter me afastado. Eu… sei lá… acho que eu…
- Não, por favor… - Interrompeu-me colocando uma mão sobre a minha: - Eu errei! Falei demais e sem querer expus a nossa intimidade. Eu sei das suas reservas sobre isso e acabei me deixando levar pela animação da Adriana sempre comentando dos seus homens maravilhosos e acho que quis valorizar o meu. Por favor, me desculpa.
- Valorizar!? - Perguntei mais por curiosidade, afinal, ela estava praticamente confirmando a hipótese levantada pelo Alvarenga.
- Claro! O que você fez comigo naquela noite, acho que nem mesmo um ator pornô teria conseguido. - Tomou um gole do seu café, desviando o olhar de mim e praticamente murmurou: - Nossa! Foi bom demais!
Gostei da resposta, mais que isso, uma sinceridade palpável saltava de suas palavras e isso me confortava. Sorri para mim mesmo, afinal, ela ainda olhava para a rua, às vezes disfarçadamente para mim e resolvi mudar de assunto:
- O Alvarenga veio me intimar para comparecermos ao seu aniversário no próximo final de semana. Você quer ir?
- Se você quiser, eu quero.
- Você não tem que fazer as minhas vontades, assim como eu não tenho que fazer as suas. Somos um casal, devemos decidir juntos o que nos envolve.
Ela me olhou e sorriu:
- Eu queria sim, mas não teria sentido eu ir sem você. A Adriana já havia me convidado anteontem, mas como a gente ainda estava se estranhando, eu não confirmei. Ela é quem deve ter falado para o Alvarenga te convidar.
- Pode ser… - Bebi um gole do meu café, sem tirar os olhos dela: - Então, vamos. Acho que será bom para a gente espairecer, mas eu não quero ir na sexta. Vamos no sábado e voltamos no domingo, ok?
- Eu prefiro assim. Já vai ter muita gente e eu não quero dar muito trabalho.
Decidimos não retornar mais para a empresa naquele dia e fomos passear pelo centro de São Paulo, mas antes pedi que entregassem um capuccino para a Adriana, pois eu sabia que ela iria me cobrar.
À noite, tivemos um delicioso sexo de reconciliação à três: eu, ela e o seu amante fictício Valentim. Achei interessante incluí-lo para que ela entendesse não ter ficado rusga alguma entre a gente. Novamente, ela gozou aos berros, sufocada por um travesseiro e, num certo momento, extravasou:
- Isso! Isso! Me fode gostoooso, Valentiiiiim! Mostra pro meu corninho… Ai! Mostra como se fode uma putinha casada. Mostra, mostra, MOSTRAAAAAHHHHH!
Após essa transa e ver como ela sorria feito uma boba de olhos fechados, extremamente satisfeita em gozar sei lá quantas vezes, comecei a rir também e ela me encarou:
- O quê? - Como eu não respondia, ela começou a rir também, mesmo sem saber e subiu em cima de mim: - O quêêê?
- Nada não…
- Ah, pode falar!
- É que eu estava vendo a sua cara de satisfação... Antes, quando transava só comigo, dificilmente ficava assim, mas agora que colocamos um amante fictício na nossa cama, você sempre fica com essa cara de boba.
Ela parou de sorrir no mesmo instante e eu a abracei:
- Não estou criticando. Se tem uma coisa que eu adoro é te ver gozando. Eu fico mais tarado ainda.
- Bobo… - Disse e me deu um beijo na boca, deitando-se no meu peito: - Só pra constar, não estou gozando por causa do Valentim coisa alguma, mas sim pelo seu desempenho que tem sido fora da curva.
Cansados como estávamos, pensei que fôssemos apagar em minutos e eu seguia para isso até ela falar:
- Acho melhor a gente parar com essas brincadeiras, amor.
- Que brincadeira? A do Valentim!?
- É…
- Por quê?
- Não, é que… sei lá… tenho medo da gente se desentender.
- Por estarmos fantasiando? Ou será que é medo dessa fantasia se tornar real?
Ela ficou alguns instantes em silêncio, refletindo e disse:
- Nem brinca com isso, não tem graça!
- Qual o seu medo? Cair de amores pela pica dele?
- Prefiro não falar sobre isso. Desculpa. - Disse e se virou de costas para mim, ajeitando-se sobre o seu travesseiro.
Sentei, recostando-me no encosto da cama e falei:
- Andressa, a gente precisa conversar e resolver essa situação de uma vez por todas.
Ela suspirou profundamente, ficando em silêncio, mas depois se sentou, me encarando. Então, eu falei:
- Você tem algum interesse nesse tal Valentim ou em qualquer outro? Você quer mesmo experimentar isso?
- Sexo…
- Sim!
Ela me olhava com medo de falar alguma coisa e eu segurei a sua mão, dizendo:
- Você é minha esposa e apesar de eu não precisar falar isso, vou falar: prefiro a honestidade mesmo que doa do que ser passado para trás. Apesar de casados, eu não sou o seu dono e sei que você deve ter as suas vontades, fantasias, aliás, a gente está vivendo isso na pele. Então, se tiver que falar alguma coisa, fale! Prometo que não vamos nos desentender…
Ela fechou os olhos e suspirou fundo novamente. Depois os abriu, me encarou e disse:
- Não vou negar que quando a Adriana começou a me contar as histórias dela com os seus PA’s, eu fiquei contagiada. A danada sabe como contar uma história e todas são muito excitantes. Eu nunca te contei, mas ela chegou a me mostrar fotos deles, sem roupa. - Como eu a encarei surpreso, ela explicou: - Mas eu nunca recebi essas fotos! Ela só me mostrou no celular, assim… rapidamente… para eu saber que as histórias dela eram reais! Depois, conheci os meninos e vi que tudo batia mesmo.
Eu a olhava sem reagir, mas fiquei em silêncio somente para que ela pudesse contar o que quisesse. Acho que ela interpretou isso como chateação e se calou, vindo me acariciar o rosto. Eu sorri e lhe dei um selinho:
- Continue. Estou bem…
- Então… É… Eu não sou a mais safada das mulheres, mas gosto de sexo. Apesar de não ter me casado virgem, aprendi quase tudo com você e a gostar muito de sexo, aliás, você sempre foi um homem delicioso, dedicado, carinhoso, tesuuuuudo… - Disse e sorriu, fazendo-me sorrir também: - Mas é diferente quando você descobre esse outro mundo de ter um marido que aceita te compartilhar com outros, e curte ainda por cima! Isso mexeu, sim, comigo.
- Mexeu a ponto de fazer você ter vontade de ficar com outro?
- De trair você!? - Perguntou surpresa e ela própria respondeu: - Nunca! Nunquinha mesmo. Posso ser safada, ter as minhas vontades, mas não sou traíra. Se um dia, a gente…
Ela se calou nesse momento, se retraindo ao ponto de largar a minha mão e levá-la por entre os seus seios, afastando levemente o seu corpo do meu e fechando os olhos, claramente tentando ocultar algo que poderia causar um rompimento. Deixei que ela organizasse as ideias em silêncio, mas ela não parecia querer continuar. Peguei em sua mão novamente e ela abriu os olhos me encarando:
- Se um dia, a gente… - Falei, olhando em seus olhos.
- Hipoteticamente?
Acenei positivamente com a minha cabeça:
- Então… - Ela suspirou fundo novamente, olhou para o teto do nosso quarto, mas voltou a me encarar: - Se um dia, a gente, estando de pleno acordo, sendo algo que agrade aos dois, talvez eu… sei lá… Curiosa eu fiquei, mas experimentar, só se eu tivesse a sua concordância e o seu apoio, senão nada feito!
Fiquei em silêncio após tanta honestidade e ela já tentou desdizer o que havia dito:
- Tá vendo? É isso que eu não quero… Olha a sua cara! Tá estampada a decepção comigo.
- Não! Não é isso. Relaxa! Deixa eu perguntar uma coisa… Vamos supor que eu concorde, que eu tope essa experiência… precisaria ser com esse tal de Valentim?
- Como assim?
- Tem que ser justamente com esse cara?
- Por quê? Você não gostou dele? Tá sabendo de algo sobre ele que eu não sei?
- Não, nada! Eu só quero saber se você faz questão que seja com ele.
Ela parou por um instante refletindo e explicou:
- Não… Acho que não. Talvez ele tenha ficado em evidência por ser amante de uma pessoa que eu conheço. Além do mais, eu não sei se conseguiria fazer com um qualquer, principalmente um desconhecido. Então, ele já tendo uma referência, me pareceu mais… sei lá… seguro.
- Entendi… Olha, eu não vou dizer que concordo, mas eu tenho pensado bastante e tentado me convencer de que isso é algo normal. Vamos tocar a nossa vida da forma como estamos fazendo e, no futuro, se as coisas convergirem e eu me sentir bem, talvez eu possa deixar acontecer. Só quero que você avalie a possibilidade de não ser com alguém conhecido ou mesmo relacionado ao nosso círculo de amizades. Eu… sei lá… acho que não ficaria mais à vontade com a Adriana e o Alvarenga se você se envolvesse com esse Valentim, entendeu? Tenho medo de ficar marcado negativamente…
- Ô, amor, você não existe! E acho que você está certo. Vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem forçar ou criar expectativas. Obrigada por não brigar comigo.
- Sinceramente? Quem agradece sou eu! Parece que tirou um peso das minhas costas termos tido essa conversa. Pelo menos, agora eu sei o que você quer, mas sei também que não fará nada antes de eu estar pronto.
- Prometo! Juro, juradinho! - Falou sorrindo e mostrando o mindinho para mim: - Pega, amor, senão eu posso acabar quebrando a minha promessa.
Enroscamos os nossos mindinhos e a convidei para tomar uma ducha, afinal, relaxar seria providencial para termos uma boa noite de sono após aquela conversa delicada. Acabamos tendo uma transa rápida embaixo do chuveiro e quando eu tentei colocar o amante fictício dela novamente na brincadeira, fui podado:
- Não! Agora eu quero só o meu marido. - Foi a sua resposta.
A semana passou voando e na quinta-feira, após uma reunião normal de trabalho, o Alvarenga veio confirmar a informação recebida por sua esposa, a de que iríamos comparecer ao seu aniversário:
- Ué! Se ainda estivermos convidados, nós iremos. - Falei.
- Mas claro que estão! Que pergunta… - Disse, dando-me um abraço.
- Alvarenga, é o seguinte… Somos homens, adultos, maduros e sem frescura… Eu queria te perguntar o que você quer ganhar de presente?
- Um milhão já estaria de bom tamanho, mas se não for possível, uma garrafa de um bom uísque já serve. - Falou e gargalhou: - Cês vão amanhã, né?
- Não. Provavelmente só no sábado…
- Deixa disso, cara. Só estaremos num grupinho bem seleto lá amanhã. Vem também, a gente já esquenta a churrasqueira e faz uma prequência de tudo que vai rolar no restante dos dias.
A Adriana, quieta até então, mas do lado da Andressa, insistiu na proposta. No final, concordamos em ir na sexta após o almoço. A nossa vida nunca mais seria a mesma…
[CONTINUA]
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NÃO SER MERA COINCIDÊNCIA.
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