Me leve para a praia 9

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4984 palavras
Data: 26/08/2024 20:46:32

Acordo sentindo falta do Ciço na cama, olho para o relógio e tomo um susto ao ver que já passa do meio dia, tem mensagem da minha mãe perguntando onde estou e quando vou para casa, respondo que estou com Cícero e que vou voltar mais tarde, da cozinha está vindo um cheiro ótimo, visto uma roupa e vou indo para lá, antes de chegar escuto uma conversa divertida entre a mãe dele e ele.

— Ai garoto fala baixo, ontem eu bebi tanto que seu pai teve que ir me buscar — ela fala rindo — vocês chegaram que horas?

— De madrugada — ele fala — e a gente fazendo maior esforço para não fazer barulho enquanto vocês estavam fora de casa — Cíço diz se divertindo.

— Você conhece seu pai, ele chegou para me buscar e ainda tomamos uns quatro saideiras — olha só, finalmente estou conhecendo meu hóspede — ela diz assim que me ver.

— Oi, desculpa — estou vermelho de vergonha.

— Pam, esse é o Daniel — sorriu para ela — Dan, essa é minha mãe Pamela.

— Prazer senhora Pamela — falei o mais educado que consegui.

— Não pela amor de deus, não me venha com esse “senhora” se quiser frequentar essa casa — ela me chama atenção e quero morrer, o que me tranquiliza é a gargalhada que Ciço deu logo em seguida.

De fato Pamela está ótima para sua idade, ela tem o cabelo preto liso longo e simplesmente perfeito, seu rosto não tem uma mancha ou ruga, a mulher parece uma deusa, agora sei de onde ele herdou sua beleza, o corpo da mãe dele é um capítulo à parte, ela é totalmente do que imaginei, fora que parece ser bem mais jovem do que realmente é.

— Desculpe — falei.

— Pode me chamar de você ou só Pamela mesmo Daniel por favor.

— Tudo bem senhora, quer dizer Pamela — sério quero que o chão se abra e me engula.

— Tô preparando uma massa para gente, Claudia não está, então vai ter que comer minha comida Dany boy.

— Tudo certo sem problemas, só não imaginei que você soubesse cozinhar — estou verdadeiramente surpreso.

— Desde pequeno ele se encantava vendo o pai dele cozinha, aí resolveu aprender né filho — sua mãe fala toda orgulhosa, faz até sentido que seu pai tem uma churrascaria.

— Pam vai comer com a gente? — Ciço chama sua mãe pelo nome, acho isso muito estranho.

— Não Cicinho, pode se servir com seu amigo, eu to indo pro restaurante para vigiar seu pai, que ontem ele estava cheio de pernas.

— Isso aí, marca seu território Pam, não quero pais divorciados — não estou acostumado com esse nível de brincadeira família deles.

— O Cícero é nem louco de me deixar, eu tomo até as cuecas dele, fora que ele nunca que vai encontrar outra mulher que nem eu e de divorciada na família já basta a Poliana, meu pai tá pistola com ela porque não vai por o traste do marido dela na justiça.

— A tia é louca? — Ciço fala meio puto.

— Eu não me meto mais, falei para ela que esse papo de que ele não está mais vendo ela como antes, porque o corpo dela não voltou ao normal, ele nunca prestou né Cicinho — estou adorando a fofoca, ainda mais porque minha irmã trabalha para eles.

— E ele já saiu da casa? — Ciço pergunta.

— Saiu nada, ela disse que não quer afastar ele no menino e que vai esperar ele se resolver financeiramente para pagar pensão e sair de casa, já falei pro meu pai parar de mandar dinheiro pra ela que num instante ele sai de casa — Pamela fala indignada com a situação da irmã — mais deixa eu ir que seu pai está me esperando, você vai usar o carro Cicinho?

— Não, Pam pode deixar que se a gente for sair vamos na moto mesmo — ele fala trocando beijos no rosto com ela como se fossem dois amigos, ela faz o mesmo comigo me deixando todo sem jeito e vai embora nos deixando lá.

— Você chama sua mãe pelo nome? — finalmente falei.

— Sim, ela quem me acostumou desde muito novo, ela nunca gostou de ser chamada de mãe, até me pedia para chamá-la de tia ou pelo nome quando estávamos em público, então peguei costume.

— Se eu chamar minha mãe pelo nome ela me mata — pensei alto e ele riu.

— Nosso almoço está quase pronto, você não quer banhar antes de comer?

— Pode ser.

O almoço está simplesmente perfeito, nunca comi uma carbonara tão deliciosa na vida, o tempero dele é impecável e o sabor ficou ainda melhor pela companhia, Ciço gosta de me provocar, está usando um calção de jogar bola preto e sem cueca claro, camisa é algo que já reparei que ele só veste por obrigação, esse macho adora andar nu, queria ser bem resolvido com meu corpo assim como ele, mas fora do quarto não consigo ficar sem minha camisa, ainda estou tentando entender o que ele viu em mim.

— Nossa bonito e sabe cozinhar perfeito — pensei alto de novo.

— Eu sei que sou perfeito — ele diz com seu sorriso malicioso.

— Estava falando do macarrão seu besta, para de se achar — contornei.

— E aí o que você quer fazer hoje? — ele me pergunta.

— Não sei, hoje tenho que ir para casa — Ciço me encarar, acho que ele não estava contando que eu fosse para casa hoje.

— Como assim? Vai fazer o que em casa?

— Já estou aqui desde ontem, mas não quero incomodar.

— E o que é que tem, Dan fica, a gente pode jogar the last of us eu comprei e nunca zerei acredita? — A cara de manhoso para me convencer me quebrou — amanhã vamos para aula juntos.

— Você não vai querer ver seus amigos? — Perguntei.

— O único amigo que quero ver hoje é você — ele se inclina e me beija, um calor percorre meu corpo sempre que nossos lábios se encontram, porém sou tomado por um medo de sermos pegos.

— Para, vai que sua mãe ou seu pai chega do nada.

— E o que é que tem? — Ele me parece mesmo não se importar.

— Como você vai explicar pros seus pais que a gente tá se pegando?

— Acho fofo quando você fala sobre nossas sacanagens e fica vermelho — ele muda de assunto.

— Ciço.

— Relaxa Dan, meu pais não querem saber nem como estão minhas aulas na faculdade, quem dirá quem eu ando beijando, sério eles não dão a mínima pro que eu faço — ele me lança seu sorriso enigmático, mas que estou começando a achar que esse sorriso não me diz nada porque é seu sorriso forçado.

Ciço cresceu com tudo que o dinheiro pode pagar, mas ele não teve a atenção dos seus pais como deveria, eles o amam claro, mais ele tem um coração tão grande, é o cara mais coração que já conheci, sua presença é magnética, ele é lindo e a melhor companhia que alguém pode ter, Ciço é um amigo fiel e é por isso que estou apaixonado por ele, não sei como vou conseguir lidar com isso, mas a verdade é que não quero mais ser só seu amigo.

Mas a última vez que disse isso para alguém, esse alguém desapareceu da minha vida, não quero passar por isso de novo, mas também não quero pensar que um dia posso não ter mais os beijos quentes dele, Cícero entrou na minha vida e se ele sair agora vou está muito fodido, aconteceu exatamente o que tentei evitar com todas as forças, me apaixonei completamente pela pessoa incrível que ele é.

— No que você está pensando? — ele me tira de meus devaneios.

— Nada só que eu queria um sorvete agora — menti.

— Acho que a cinquenta sabores está aberta, vamos lá — ele diz com um sorriso lindo.

— Não, não precisa.

— Deixa disso, vou só vestir uma camisa.

Cinquenta sabores é uma sorveteria com cinquenta sabores diferentes de sorvete, diferente do que eu pensava não é cara e o sorvete é incrível valeu a pena ter aceitado vir com ele aqui, ainda mais porque paguei a conta, aproveitei uma brecha e aproximei meu cartão antes do dele, agora ele está aqui com cara emburrada comendo o sorvete dele porque não quero aceitar o dinheiro dos sorvetes.

— Se você me transferir eu devolvo, não vou aceitar Ciço e fim de papo.

— Você é um chato.

— Sou chato por querer pagar o sorvete do meu namo, amigo — fico vermelho por quase cometer um ato falho, mas sagaz com ele é, vejo sua cara emburrada se transformar rapidamente num sorriso malicioso.

— O que você disse.

— Nada — estou muito vermelho agora.

— Você ia me chamar de namorado? — Ciço está se divertindo com meu constrangimento.

— Não, você está ouvindo coisas, eu disse amigo.

— Tá certo, já te falei que sou emocionado, você fica falando essas coisas vou me iludir — agora sou eu que estou rindo.

— Você é todo brincante né — falei e ele riu.

— Admitir que temos mais do que uma amizade colorida — Ele me encara esperando minha resposta.

— Não, mas calma tipo, não tem nem uma semana que a gente está ficando.

— A gente está ficando? — O sorriso dele é lindo e perigoso.

— Sim, somos ficantes — admito.

— Exclusivos — não foi uma pergunta.

— Exclusivos — confirmo.

Ciço come do meu sorvete e até me dá um selinho, ele é tão seguro e desinibido, estou adorando essas demonstrações de carinho sem se preocupar com nada, mas é um pouco assustador, afinal estou pisando em território totalmente novo, pelo menos é tudo novo para ele também, então não me sinto pressionado a saber de coisas que não faço ideia de como iram funcionar entre a gente, desde que começamos fomos deixando acontecer e para mim está ótimo dessa forma.

— Vamos ter aula até quarta né — ele muda de assunto — os meninos querem viajar na quinta pela manhã.

— Eu não quero ir nessa viagem Ciço, mas se você quiser ir por mim tudo bem — não está não, se ele for só meu ciúmes e insegurança vão atacar em uma crise da ansiedade fodida, estou ciente.

— Não, onde já se viu passar o carnaval sem meu ficante, jamais — fico tranquilo por ele pensar assim — mas eu quero ir nessa viagem, Aracati é perfeita nessa época, eu sei que você não gosta de gente, mas queria muito você comigo lá.

— Não sei não Ciço, vai ter muita gente e acho que o pessoal nem me quer lá.

— Eu quero — ele segura minha mão — vamos, viajar com você vai se do caralho, olha prometo que se você ficar muito desconfortável a gente volta no momento em que você quiser, por favor?

— Tá certo — falei rendido, só que dessa vez não vou me forçar para agradá-lo, se ficar ruim para mim vou falar é uma promessa que me faço.

Voltamos para a sua casa e ficamos o resto do dia jogando vídeo game, os amigos dele mandaram mensagem o chamando para fazer algo, mas ele recusou todos os convites, o tempo foi passando até que chegou minha hora, não quero ir embora, mas não quero parecer grudento, estamos dormindo juntos a quase a uma semana, seja na casa dele ou na minha, me deixa para ir embora surge quando seus pais chegam em casas e seu pai aparece no quarto, ele bate na porta e entrar.

— Cicinho trouxe nosso jantar, venha comer — ele fala enquanto entra — oi Daniel não sabia que estava aqui, mas tem comida suficiente para jantar — me pareceu mais um ordem do que um convite então aceito.

Estamos os quatro na mesa, os pais do Ciço parecem um casal jovem recém formado, eles trocam carícias e beijos o tempo todo, não dá para negar que se amam e que são muito parceiros, Cícero pai está falando sobre futebol e agradeço já que é um assunto que domino consigo conversar tranquilamente — isso na medida do que é possível ficar tranquilo na mesa com meus sogros.

— Cicinho você vai viajar no carnaval? — Pamela é quem faz a pergunta.

— Sim, vamos para o Aracati Pam — ele responde com um enorme sorriso.

— Você vai também Daniel? — Agora quem pergunta é seu pai.

— Vou sim senhor — ele emana uma aura de autoridade que me dá até um pouco de medo, mesmo de bom humor ele me parece um cara muito sério.

— O César vai também? — Pamela quis saber.

— Ele ainda não confirmou, mas acho que sim — ele diz casualmente o que me deixa apreensivo, como é uma viagem com os colegas de classe não pensei que César seria convidado, começo a me arrepender de ter aceito o convite.

— Então vocês vão no carro dele? — Meu sogro pergunta.

— Não, eu já falei com ele que vou de moto e se ele resolver ir, veja com o pessoal se ele vai no carro dele para dar carona ou se pega carona com outra pessoa.

— Vocês estão brigados Cicinho? Sempre fazem essas viagens juntos — uma ponta de ciúmes me aperta, porém seguro a pose.

— Não, é que é já me ofereci para levar o Dan e ele tem como ir no carro dele então vai dar bom.

— Não seria mais fácil o Daniel ir de carona com algum amigo da sala e você levar o César já que ele só conhece você do pessoal que vai viajar — Pamela está olhando estranho para o filho, meu coração está acelerado.

—É eu posso ir com alguém lá da sala — falo na tentativa de aliviar o clima que acredito está se formando.

— Não, você nem fala com o pessoal e sei que só está dizendo por que estou quase obrigando — diz ele rindo porque meio que é verdade — e outra não posso deixar meu ficante ir de carona enquanto outra pessoa vai na minha garupa — as palavras saem de sua boca e meu choque é quase que instantâneo, até me engasgo com refrigerante.

— É não pega bem mesmo Cicinho — Pâmela responde como se não fosse nada, não consigo olhar para ela e nem para o seu pai, estou vermelho tenho certeza — mas também é ruim fazer seu amigo ir de carona com desconhecidos, faz assim vai no carro e assim não tem problema.

— Nada disse, são dias de mais para ele passar fora com seu carro, eles vão no meu, que ai posso ficar com a moto enquanto eles estão fora, vou ter muito trabalho do restaurante para ficar dirigindo para você Pâmela — estou em completo choque, Ciço tinha razão seus pais ignoraram completamente a revelação que seu filho acabou de fazer na mesa.

— Por mim tudo certo — Ciço fala com satisfação.

— É o carro do Cícero é melhor para viajar também, mais confortável, mas olha lá Cicinho não me vai aprontar nada no carro do seu pai.

— Relaxa Pam, o Daniel não me deixa sair fora da linha, ele está todo certinho.

— Quem sabe dessa vez alguém coloque juízo na cabeça desse menino — Cícero fala com um tom indecifrável.

— Antes de vocês irem dormir Cicinho troque as colchas de cama, Claudia disse que desde a semana passada lhe pediu e você não trocou, a Claudia não é para está fazendo tudo sozinha nessa casa você sabe disso.

— Pode deixar — ele fala todo felizão.

— Você gosta de futebol americano Daniel — meu sogro me pergunta.

— Até conheço as regras e já vi um jogo ou outro, mas não acompanho a liga — respondo me esforçando para não gaguejar.

— Vai já começar o jogo, vamos assistir — mais uma vez seu convite me pareceu uma ordem.

— É que vai ficar tarde e tenho que ir — me esforço mais ainda para declinar o convite/ordem.

— Dormi aqui, amanhã vocês vão para faculdade — Pâmela sugere.

— É Danny Boy, você vai adorar o jogo, a gente pode até pedir alguma coisa mais tarde para sobremesa.

— Tudo bem então — fico sem cara de negar, mando uma mensagem para minha mãe informando a mudança de planos.

— Tem algum time que você torça ou pelo menos goste — Ciço me pergunta.

— Bem, eu gosto dos Eagles — os olhos de Ciço se iluminam com minha resposta.

— Tá brincando, meu avô é doente pelos Eagles, eu vou a todos os jogos quando estou lá, meu avô mudou de estado para acompanhar os Eagles mais de perto.

— Pelo menos nos Estados Unidos a gente torce pro mesmo time — falei rindo.

Assisti ao jogo com ele e seu pai, Ciço me explica as regras que não sabia e até que está sendo bem divertido, Cícero está tomando uma cerveja, Ciço está no refrigerante junto comigo, como seu pai trouxe muita comida para o almoço nem pedimos nada para lanchar, Pâmela tem uns chocolates caros que resolver compartilhar com a gente, não consigo me lembrar da última vez que fiz algo com meu pai, acho que sei por que Ciço gosta tanto desses esportes, já que é o único momento que pode compartilhar com seu pai.

Quando o jogo acaba, vamos para o quarto, Ciço está feliz feito pinto no lixo, ele está falando com César pelo telefone explicando os detalhes da viagem, vejo uma mensagem da minha mãe brigando comigo por que vou dormir fora de casa, ela não quer que minha irmã durma só em casa, pois é muito perigoso, estou muito puto com isso, pois tudo isso foi culpa dela, se Isabel tivesse me deixado em paz e não fosse reclamar do Ciço com a mãe poderíamos está dormindo lá agora.

— O que foi Dan — Ciço repara na minha cara emburrada e então lhe explico a situação.

— Que merda, se você quiser posso ir te deixar — ele diz com pesar na voz.

— Não, ela que arrume alguém para dormir com ela por que eu não vou, ela fez o inferno para você não dormir lá, então também não vou, eu sou adulto — mau fecho a boca e meu pai me liga.

— Bença pai — falei ao atender.

— Onde você está Daniel? — Ele parece zangado na ligação.

— Estou na casa de um amigo.

— Sua mãe não lhe mandou dormir em casa hoje?

— Eu sou adulto pai, posso dormir onde eu quiser — não faço ideia de onde estou tirando forças para contrariá-los.

— Não me responda rapaz, vá para casa, Isabel está sozinha lá, você não pode deixar sua irmã dormir sozinha.

— Se o senhor está tão preocupado, vá o senhor dormir com ela — ele ficou mais puto e gritou comigo no telefone.

— Daniel vá para casa agora ou vou buscar você onde você estiver! — Meus olhos se enchem de lágrimas de raiva, Isabel nunca se importou de dormir só.

— Tá bom — declaro minha derrota, mesmo puto e respondendo ainda não posso desrespeitar uma ordem deles, então encerro a ligação.

— Tenho que ir, Isabel fez um inferno com meus pais dizendo que não pode dormir só.

— Foda isso, você tem mesmo que ir?

— Tenho sim, aquela infeliz, mas ela me paga.

— Tá bom então, vou te deixar.

— Não, a essa hora é perigoso ainda mais porque é domingo, se eles querem tanto que eu vá eles que paguem um carro para mim — falei sem remorso de pedir um uber no cartão da minha mãe.

— Quero dormir com você — ele diz manhoso me beijando.

— Também quero, mas hoje não vai dar.

— Certo, mas amanhã você não atende esse celular por nada.

— Amanhã? — Perguntei surpreso.

— Sim, amanhã você não me escapa Danny Boy, ainda mais que não vai ser a mesma coisa dormir sem você.

Fui para casa no carro de aplicativo, quando entro em casa todas as luzes estão apagadas, já está tarde, mas minha irmã não dormiria antes de eu chegar em casa, ela não faria esse inferno para nem me ver chegar com a cara de derrotado, vou até seu quarto e é batata a vagabunda da Isabel nem em casa está, uma raiva explode no meu peito, ligo para ela e seu telefone não completa a chamada, não nem em casa está e estava reclamando que dormiria só, que ódio que estou dessa garota puta que pariu.

— Chegou bem — Ciço me manda mensagem.

— Sim, mas a Isabel não está em casa, ela está na farra e me fez vir para casa, sério que ódio que estou sentindo dela agora — respondo sua mensagem.

— Nossa sua irmã é uma pessoa detestável Dan, com todo respeito e agora você quer voltar para cá?

— Não posso, se ela aparecer vai reclamar para os meus pais.

— Por que não avisa para eles que ela nem em casa está?

— Isso não vai adiantar, eles sempre passam a mão na cabeça dela, cara que raiva, não vou conseguir dormir com a raiva que estou sentindo aqui, que porra.

Ele me pede para ficar calmo e damos nossa conversa por encerrada, vou tomar um banho frio para tentar esfriar a cabeça, olho no insta dela e vejo que ela me bloqueou essa vagabunda está aprontando eu sei disso, mas não vai ficar assim, isabel me paga, estou indo para minha cama quando meu telefone toca.

— Oi Ciço — atendo tentando forçar uma voz mais tranquila.

— Tó aqui fora.

— Fora de onde? — Pergunto preocupado.

— Da sua casa, sai ai.

Ele é maluco vir uma hora dessas na minha casa, quando saio ele está escorado em sua moto conversando com dois caras da atividade, meu coração dispara de preocupação, Netinho nota minha aproximação e fica mais tranquilo.

— Você conhece o figura aqui Daniel?

— Conheço Netinho, ele é amigo meu, é de boa — falei e assim ele foi liberado, a facção não gosta de gente nova andando por ali, cansei de avisar para ele que onde moro é perigoso, mas esse cabeça dura não me escuta.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto ainda preocupado com ele, agora finalmente estamos só nós dois no portão da minha casa.

— Fiquei preocupado com você — minha raiva e preocupação se derretem no seu olhar.

— Você não existe Ciço — falei rindo e dando um soquinho no seu ombro.

— Sua mãe disse que não posso entrar, não que não posso vim te ver — ele diz sorrindo com malícia.

— Estou melhor agora que estou te vendo — admite, seus olhos causam em mim o mesmo efeito que o mar no processo de recomposição do meu emocional.

— Vem, vamos ficar um pouco na praia — ele me chama e não tenho como dizer não para ele.

Ciço está usando um casaco moletom, mas em compensação está com seu calção de jogar bola, ele deve ter vestido o moletom e veio sem nem pensar muito sobre o que estava fazendo, pego meu casaco moletom pois na praia faz frio a essa hora e vamos em sua moto, ele a deixa no calçadão enquanto andamos um pouco na areia até sentarmos perto do mar.

— Você me trouxe na praia — falei rindo.

— Esse é seu porto seguro certo — ele segura minha mão e a beija, também beijo sua mão.

— Obrigado, esse é meu lugar favorito por causa do mar, gosto de observá-lo.

— O mar é mesmo lindo — ele concorda comigo.

— Não só isso — digo — o mar é poderoso, indomável e apaixonante, desde que o mundo é mundo os homens são fascinados pela sua beleza e mistério, se aventurando em seus perigos apenas na intenção de conhecê-lo.

— Você parece um pouco com o mar nessas descrições — fico vermelho com seu comentário, espero uma risada de deboche, porém ao invés disso recebo um beijo quente e apaixonado.

Um beijo leva a outro e quando me dou conta estamos com as pernas entrelaçada um de frente para o outro com nossas bocas coladas uma na outra, o frio vai ficando mais forte, mas nem ele e nem eu queremos sair dali, para nos mantermos quentes o faço sentar na minha frente entre minhas pernas e o abraço, me agarro nele como quando estamos em sua moto, só que assim posso ter livre acesso ao seu cangote.

— Meu pai gosta de ti.

— Você é maluco.

— Eles não ligam Dan, te falei, eles não se importam com o que eu faço da vida — o pesar está em suas palavras posso sentir.

— Eu me importo com você Ciço — confessei.

— Eu me importo com você também Daniel — ele vira o rosto e nos beijamos.

Ficamos agarradinhos falando bespeira e trocando beijos até o sol aparecer, o nascer do sol na praia é a coisa mais linda do mundo, ou melhor a segunda, pois o sorriso bobo do Ciço banhado pelo primeiro raio de sol da manhã tem uma beleza inigualável, ambos estamos com sono, mas valeu muito a pena passar a noite inteira com ele assim, mas temos que ir, ainda temos aula, combinamos que eu vou pegar minhas coisas e vou com ele para sua casa, lá a gente toma banho — juntos de preferência — come alguma coisa e vamos para aula, está cedo ainda, vai dar certo.

Em cas aconfiro e o que eu imaginava aconteceu Isabel sequer dormiu em casa, seu quarto está idêntico e pelo horário ela deveria está acordando para ir trabalhar, quero entender o que fiz para ela me odiar tanto, ela é favorita, Isabel é e sempre foi a princesa deles, porque essa raiva que ela sente de mim, não entendo o que ela pretende, mas agora estou cada vez, mas certo de que vou me mudar assim que tiver condições de fazer isso, conseguir uma bolsa moradia na faculdade é quase impossível visto que moro na cidade e a preferência é para quem mora fora, e a renda da minha família só é grande o suficiente para me desclassificar nas bolsas de auxílio para alunos em vulnerabilidade financeira.

De qualquer forma amanheceu, então meu castigo acabou, só troco a roupa suja por uma limpa na mochila e vou com Ciço para casa dele, só em está com ele já me sinto muito melhor, chegamos em sua casa, felizes da vida, evitando fazer barulho, pois seus pais devem está acordando ainda, vamos para o quarto aos beijos e assim entramos no banho.

— Não podemos perder tempo ou vamos nos atrasar — falei.

— Tudo bem, vamos só banhar — Ciço pega o sabonete e vai passando o pelo meu corpo inteiro me dando um banho, ele se demora quando chega no meu membro e na minha bunda, sua boca encontra a minha algumas vezes, ele até se ajoelha na minha frente e ensaboa meus pés, são esses gestos de carinho que me fazem ficar cada vez mais apaixonado.

É duro, mesmo assim consigo resistir a tentação de pôr seu enorme membro na boca quando me ajoelho em sua frente para lavar seu pé, não o chupei, mas o safado aproveitou para bater de leva no meu rosto com seu instrumento, estou rindo de sua safadeza, também me demoro ao passar o sabonete no seu pau e na sua bunda redonda e gostosa, ele rir bastante ao meu ver retribuindo sua gentileza, depois de nos banharmos vamos para a mesa comer o café da manhã digno de novela que Claudia nos preparou.

— Bom dia Claudia — falamos quase juntos.

— Bom dia meus meninos, dormiu fora Cicinho?

— Foi, estava na casa do Dan, mas seu café da manhã é o melhor então viemos comer aqui — ele fala a deixando toda vaidosa.

— Sua comida é sem igual mesmo Claudia — confirmou.

— Ah pois comam, seu pai já tomou o café dele e saiu, disse que tinha que por o carro na revisão.

— É ele vai me deixar viajar no carro dele Claudia — Ciço fala com alegria incomum em sua voz, deve ser raro o pai lhe emprestar o carro pelo jeito.

Ciço acaba de comer antes de mim e aproveita para ir escovando os dentes logo para não perdermos tempo, já eu aprecio a comida com calma, afinal está tudo tão gostoso que quero aproveitar o máximo perfeito degustando esse café da manhã.

— Não vejo o Cicinho feliz assim a anos, quero te agradecer Daniel — Claudia fala aproveitando que estamos a sós.

— Não fiz nada — respondo ficando corado.

— Eu sei filho, mas só em você está na vida dele, Cicinho é um menino lindo e cheio de amor para dar, fazia anos que ele não sentava mais nesta mesa para comer.

— Ele disse que não sente muita fome pela manhã e que não gosta de comer sozinho — contei.

— Não é só isso, ele não gosta de comer sem os pais, dona Pâmela e seu Cícero amam de mais esse menino, mas eles nunca deram muito afeto para ele, Cicinho cresce sozinho, sempre teve muitos amigos o próprio César é quase um irmão para ele, mas ninguém pode substituir a lacuna que os pais dele deixaram no coração dele por não lhe darem afeto e carinho quando ele era menor — fico sem saber o que dizer — Cicinho não abria o coração dele para um novo alguém a muito tempo, estou feliz que você esteja na vida dele Daniel.

Não sei o que falar ou fazer, apenas termino de comer e reflito sobre o que ela acabou de me dizer, tem uma semana que a gente se conheceu e já parece que vivemos uma vida juntos, Ciço se espalhou na minha vida, em uma semana ele cravou seu espaço em minha rotina, em minha vida, me sinto diferente quando estou com ele, não sei o que pensar sobre o que Claudia me falou, estou feliz e com um pouco mais de medo de não comprir as expectativas dele, eu sou o primeiro cara com ele se relaciona, mas tem o César com quem ele tem muito mais incomum eles tem até uma história.

Não quero pensar nisso agora, vou até o quarto para escovar os dente e me deparo com ele deitado na cama dormindo, ele passou a noite acordado e ainda acordou cedo no domingo para me preparar um almoço, não deve ter descansado nada e ainda sim passou a noite inteira na praia comigo, deitei com ele para acordá-lo com beijos, mas ele me puxa me colocando de conchinha com ele, passa sua perna sobre mim e seu braço forte, eu odeio faltar aula, porém vou odiar mais ainda estragar esse momento com ele, então sem dor na consciência apenas me deixo levar pelo sono que compartilho com ele e durmo no conforto da sua cama e no calor do seu abraço.

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Comentários

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Finalmente lendo um conto que sei onde são os lugares exatos,os times de futebol, Aracati e tudo mais do que acontece no conto

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9 capítulos de fofura e paixão! To até ficando com medo! Haha mas tá uma delícia acompanhar, Rafa!

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Que episódio lindo, exceto a vaca da Isabel.

Que continue mais!!!

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