Pela primeira vez, vi a Adriana ficar realmente emburrada, com cara de poucos amigos. Fomos até a cidade mais próxima, chegando em não mais do que quinze minutos. Para não dar na cara a sua armação, o Alvarenga foi realmente ver quanto ficaria toda a bebida que comentou com a Andressa para comprar e ao ver o valor, ficou estampada na sua cara a chateação pelo que estava acontecendo. A Andressa disfarçava, mas acompanhava tudo atentamente, segurando a minha mão e às vezes fazendo algum comentário jocoso sobre o amigo. Quando ele estava prestes a consumar a compra, ela o impediu:
- Achou mesmo que eu iria cair nessa, Alvarenga?
[CONTINUANDO]
- Como assim? - Ele perguntou, surpreso e acuado.
- Querido, eu vi muiiiiiiita bebida guardada lá na despensa da chácara. O que a gente consumiu até hoje foi quase nada! - Andressa olhava para os lados, certificando-se de que estávamos longe de qualquer curioso e falou, pela primeira vez naquele final de semana, com uma seriedade assustadora: - Você acha mesmo que eu estou tão desesperada para ficar com o Valentim que basta tirar o Túlio de perto de mim que eu vou sair dando para ele? Por favor, né, Alvarenga!? Me poupe!
- Poxa, Andressa, você também não ajuda… - Começou a falar, meio gaguejando, enquanto tentava se explicar: - Bolei tudo direitinho com a Adriana e você me apronta uma dessas? Qual é a sua, afinal!?
- Qual é a minha? Qual… é… a… minha!? - Falou pausadamente, com sangue nos olhos: - Eu pensei que fosse a mesma de vocês: nos divertirmos! Só que eu não vou pôr o meu casamento em risco por causa de uma transa, está me entendendo? Pensei que, como amigos, vocês fossem nos orientar, conversar, explicar e não forçar a barra! Sinceramente? Agora eu tenho certeza de que eu e o Túlio precisamos a-ma-du-re-cer, e muito, a ideia. A única certeza que eu tenho agora é que vai acontecer, mas o quando vai depender de mim e do meu marido, juntos! Só irá rolar quando a gente quiser, eu e ele, entendeu?
Como o tom da conversa começava a ficar ríspido demais, dei um toque nela para que se controlasse. Ela fechou os olhos e respirou fundo, mas o Alvarenga insistiu:
- Mas eu expliquei tudo e Túlio concordou comigo, topou o esquema, cara! Tá na cara que você quer e ele está pronto. Você é que está dificultando agora…
Ela me olhou, sorrindo de uma forma nervosa e ainda balançou negativamente a cabeça como se dissesse “ele não entendeu nada, né?”, voltando a encará-lo novamente:
- Dificultando não: estou nos protegendo! O Túlio, como um bom marido, veio falar comigo da sua armação assim que teve uma chance, perguntando se eu queria aquilo! - Se virou na minha direção e falou: - E eu já tenho a resposta, amor: quero, mas não sem você, nem sem a gente estar plenamente de acordo! Se você concordar, a regra agora entre a gente vai ser essa: se estivermos de acordo, faremos; senão não! Topa?
Sorri para ela e a beijei com uma alegria no coração que poucas vezes sentira antes. Não precisei falar nada, pois a minha voz estava embargada pela emoção, mas ainda assim anui com um movimento de cabeça. Aquele pacto me agradava e estava definitivamente selado por mim. Olhei então para o Alvarenga que agora me olhava meio invocado, mas ela não queria deixar margem para dúvidas:
- Entendeu, Alvarenga? Porque se não tiver entendido e ainda pensar que poderá nos enrolar, pego o meu marido e vamos embora, hoje mesmo!
- Tá… Calma! Vamos respirar fundo… Eu entendi! Só pensei que fazendo isso, estaria facilitando as coisas.
- Não tá! Não mesmo!
- Tudo bem… Tudo bem… Eu peço desculpas. Realmente não tive a intenção de ofender.
- Melhor assim!
Ela foi até ele e lhe deu um beijo na bochecha, seguido de um abraço e saiu para perambular pelo estabelecimento. Assim que ela saiu de perto, ele não perdoou:
- Você contou do esquema para ela, mané!?
- Contei! Mas pelo que vi, se eu não tivesse falado, não teria dado certo da mesma forma. Ela não é boba, cara, você viu!
- Porra, Túlio! Eu já não sei mais o que fazer para ajudar vocês dois…
- Quer ajudar!? - Eu o interrompi: - Não ajude, não desse jeito, não forçando, pô! Basta não fazer nada, Alvarenga, ou faça só o básico que ela falou: nos apresente os seus amigos, compartilhe as suas histórias, mostre as vantagens... Ué, faça a sua propaganda, cara, mas deixe a gente amadurecer a ideia e decidir quando, como e com quem, ok?
Embora meio contrariado, ele pareceu ter entendido a mensagem, pois após isso falou, com um sorriso no rosto:
- Pelo menos, não tive que gastar dinheiro com bebida…
- Ah, vai gastar sim, senhor! – Retrucou a Andressa que já retornava segurando uma garrafa da sua bebida predileta: - Vou levar essa Amarula aqui e é o senhor quem vai pagar, só para aprender a não tentar armar pelas minhas costas novamente.
Ele se deu por vencido e ainda pegou mais algumas, duas de cachaça, duas de vinho tinto suave, uma de Martini e outra de vodca, além de leite condensado, limão e abacaxi, para preparar drinks e batidinhas. Enquanto ele estava no caixa, eu e ela ficamos aguardando próximo à saída do estabelecimento:
- Ficou chateada comigo, né? – Perguntei.
- Claro que não, amor! Acho que você fez exatamente o que qualquer esposa espera do marido: foi honesto e me colocou a par de tudo. Agora, eu só não entendi por que você deixou a decisão na minha mão novamente? Caramba, amor, você quer ou não quer entrar de cabeça nesse mundo?
- Essa é uma boa pergunta… - Resmunguei, olhando para a rua.
- Então, enquanto você não tiver certeza do que quer, não me libere! Pode falar mesmo, abertamente, na minha cara. Poxa, sou sua esposa, sou a pessoa que mais se preocupa com você no mundo. Se não estiver bom para você, mesmo que seja a melhor transa do mundo para mim, no final ficará um gosto amargo. Vamos fazer só quando os dois estiverem certos do que querem, ok? – Sorri para ela, mas ela não perdeu a chance e com um sorriso malicioso nos lábios, disse: - Mas não fique dando mole para mim porque vai que um dia eu topo.
- É que o Alvarenga quase me convenceu de que seria o melhor a fazer e tudo pela forma como você olhava para o Valentim? E vou ser sincero então, já que você permite, estava mesmo estampado na sua cara que você quer ficar com o rapaz.
- Essa é a opinião dele, mas não está de todo errado, né!? Eu já te falei que tenho curiosidade e o Valentim me parece um cara legal, mas não mais que você, seu bobo! Vou falar de novo: ou a gente fará de comum acordo, quando nós dois estivermos certos de que será legal, ou simplesmente não faremos.
- Nossa, hein!? Acho que apaixonei! - Brinquei, já a pegando pela cintura.
- É melhor mesmo, porque estou deixando de pegar um gatinho gostoso e dotado para ficar com você. - Ela riu e vendo que estávamos em paz, continuou: - Para de se preocupar! Irá acontecer, quando tiver que acontecer. Agora vamos apressar o corninho da Adriana, porque eu e o meu já estamos perdendo um lindo dia de sol aqui.
- Como é que é!? Já sou seu corninho então?
- Estou brincando, seu bobo. - Deu uma grande risada da minha cara, sem nada responder.
Ela aproveitando a minha cara surpresa, foi até o Alvarenga, pegando e trazendo consigo, triunfante, a sua garrafa de Amarula. Ao passar por mim, deu-me um beijo na bochecha e cochichou no meu ouvido:
- Na teoria, você já é meu corninho sim, afinal, foi você que colocou o Valentim em nossa cama. – Vendo que eu sorria de forma leve, continuou: - Mas na prática, pode ficar tranquilo.
Ela seguiu para fora do estabelecimento, enquanto eu segui para ajudar o Alvarenga com suas compras. Quando estávamos saindo, já próximos à porta, ele falou:
- Caralho, homem, que mulher é essa!?
- Já deu para notar que pular a cerca não é opção para mim, né? - Brinquei.
- Eu ouvi, Túlio! Experimenta para ver o que eu faço com o seu piu-piu! - Ela retrucou, colocando a cabeça de volta para dentro do estabelecimento enquanto me encarava com um lindo sorriso.
A viagem de retorno foi rápida e silenciosa para o Alvarenga. A Andressa, entretanto, não tirava um sorriso vitorioso do rosto. Acredito que ela estivesse feliz consigo mesma pela forma como lidou com a situação e comigo mesmo por eu ter sido honesto. Chegamos na chácara e a Andressa chamou todos para o ranchinho, pois queria anunciar uma decisão que eu e ela havíamos tomado. Todos se aproximaram, alguns certamente pensando que havíamos decidido “deixar rolar”, mas assim que ela abriu a garrafa de Amarula e deu uma grande golada no bico da garrafa mesmo, passou a falar num tom bastante sério:
- É o seguinte… Quero deixar uma coisinha bem clara para todos aqui. Todos… vocês… mesmo! - Falou apontado o dedo para cada um: - Eu e o meu marido não somos liberais ainda, mas temos curiosidade e acho que mente aberta o suficiente para sermos. Só que não será com artimanhas que vocês irão nos convencer a participar das brincadeirinhas de vocês.
A surpresa e o constrangimento ficou estampado no rosto de cada um dos presentes, menos do Alvarenga, acho que ele já esperava por aquilo. A Adriana então fez um movimento como se quisesse se levantar para fugir, mas a Andressa continuou:
- Principalmente você, Adriana, pode ficar aí. - A amiga se ajeitou sobre a cadeira novamente e a encarou: - Nunca mais tente armar pelas minhas costas, está entendendo? Da próxima vez que fizerem isso, eu pego o meu marido e sumo daqui!
- Dre… Não foi por mal. A gente só pensou que…
- Não quero saber! - Andressa a interrompeu, tomou outro gole da Amarula e empurrou a garrafa na direção dela: - A minha vida íntima pertence a mim e ao meu marido, pelo menos por enquanto. A gente vai decidir quando, como e com quem. Nunca mais façam isso que tentaram fazer, nunca mais! Entenderam?
As expressões deles passavam da decepção ao constrangimento em segundos. A única que devia divergir deles era a minha, pois eu não conseguia esconder o sorriso de orgulho de ouvir a Andressa se posicionar tão firmemente como estava fazendo. O clima tinha tudo para desandar, mas a Andressa, novamente surpreendendo, tomou a iniciativa:
- Agora que estamos todos de acordo, vamos nos divertir, afinal, não quero ser a estraga-prazeres logo no aniversário do amigo Alvarenga, né?
- Certíssimo, querida! - Ele concordou.
- E uma última coisa… - Pegou novamente a garrafa de Amarula que a Adriana sequer tocou e tomou outra golada: - Para vocês pode até não ser nada, mas para mim e para o Túlio, tudo o que vem acontecendo é um avanço enorme, imenso mesmo! Gente, nesse final de semana eu já me esfreguei em safado de pau duro…
- Eu! - Falou o Celão, sorrindo: - Desculpa, não resisti, você é muito gostosa…
A Andressa o encarou e sorriu:
- Obrigada pelo gostosa! Continuando… é… dancei com vários, paquerei, beijei o Valentim na boca, escondido ali atrás e depois na frente de todos, inclusive do meu marido, vocês tem ideia do que é isso? Ah, como posso esquecer, nós transamos na frente de vocês! Vocês me viram pelada, gente… Pelada! Poxa, deem um tempo para nós assimilarmos isso tudo. Por favor, né!?
Ela terminou vindo na minha direção com a garrafa em mãos e começou a sorrir por ver a forma que eu a encarava, tomado por um tesão imenso, uma vontade de amá-la como poucas vezes tive. Assim que se encostou em mim, deu-me um selinho na boca e praticamente me deu uma ordem:
- Pode ficar comigo na piscina, moço? Mas se não puder, eu posso chamar um outro amigo… - Disse olhando, na direção do Valentim.
Encostei a minha boca no seu ouvido e sussurrei:
- Com o tesão que estou sentindo por você agora, não te solto nem que você queira!
Ela deu uma suspirada e abriu um sorrisão que não impediu um potente beijo entre a gente. Potente e longo, pois só parei quando ela me deu alguns tapinhas no ombro. Quando enfim soltei os seus lábios, ela me encarava com um sorriso na boca:
- Noooossa! Eu devia ter feito isso antes.
- Devia mesmo! Tô morrendo de tesão por você. Parece que estou com febre até.
Ela sorriu novamente e agora era ela quem procurava avidamente pela minha boca. Fomos interrompidos pela Adriana, com um semblante meio abatido, quase choroso, querendo falar:
- Desculpa! Acho que enfiei os pés pelas mãos. Nunca quis… eu… - Suspirou profundamente, secando uma lágrima que desceu: - Não quero perder a sua amizade, de vocês…
Andressa me soltou para abraçá-la e lhe cobrou paciência, dizendo que tudo estava se encaminhando muito mais rápido do que ela própria poderia um dia imaginar, mas deixando claro que seria uma decisão nossa, minha e dela apenas. A Adriana se comprometeu a respeitar o nosso tempo, pediu desculpas novamente e nos abraçou dizendo que nunca mais iria forçar nada.
O Valentim e o Celão conversavam discretamente próximos a nós, sentados em duas cadeiras. Assim que a Adriana foi para o lado do Alvarenga, a Andressa foi até eles, abaixando-se entre os dois e lhes dando um selinho em cada, até mesmo surpreendendo-os, mas deixando bem claro na sequência que não passaria daquilo até ela e eu estarmos prontos. Os dois se comprometeram a respeitar o nosso tempo. Naturalmente, o Celão não se aguentou muito tempo:
- Mas transar no mesmo ambiente…
Andressa o encarou com aquela linda carinha invocada e sorriu:
- Vou conversar com o dono deste latifúndio, Celão. - Disse, enquanto piscava um olho e passava a mão sobre os seios: - Se ele quiser partilhar um pouco das paisagens com vocês, eu não me oponho.
Ela voltou a se levantar e o Celão se virou de imediato para mim, falando:
- Já falei que você está mais lindo do que nunca hoje, Túlio? Cara, tô quase dando pra você…
- Vai se foder, Celão! Qualé, maluco!? - Falei, rindo.
- Irmão, é o seguinte… Cê vai dividir aí com a gente, né, parceiro? - Insistiu, sorrindo maliciosamente.
- Dividir o que exatamente?
- Ué! - Ele olhou inconformado para a Andressa que já caminhava na minha direção e a apontou com as duas mãos, voltando a me encarar: - Por favor, né!?
- Vamos ver mais tarde, não é? Mas acho bem difícil, afinal, logo, logo, o restante da família do Alvarenga vai começar a chegar e aí já era.
- Ah! Porra, Dressinha. Dá uma palhinha aí pra gente, cara! Só pra alegria do negão aqui, vai!
A Andressa me olhou com a cara mais sapeca que possuía e perguntou:
- Posso, amor?
- Poder, você pode, mas as questões agora são: você quer? E mais: você deve?
Ela pensou um pouco, olhou para os dois que a comiam com os olhos e se abaixou o tronco, praticamente ficando de quatro, com a bunda virada para eles, falando bem sensualmente:
- Olha… Querer, eu quero… demais! - Eles arregalaram os olhos e sorriram: - Mas não devo. Vai que chega alguém e me pega pelada. Dá não, né, gente!?
Eles caíram na risada e a Andressa veio para o meu lado, já puxando o vestido para cima, enquanto seguíamos para a piscina:
- Entra comigo, amor. Sozinha eu tenho medo.
Joguei minha camisa sobre o vestido dela e mergulhei, retornando rapidamente para a margem onde ela já estava sentada apenas para poder segurá-la pela cintura e trazê-la para a água junto de mim:
- U-u-ui! Que frio! - Ela resmungou, fazendo charme.
- Já que a gente esquenta…
- É!? - Encostou sua boca no meu ouvido e sussurrou: - Sabe que eu também estou morrendo de tesão por você?
- Quer subir? - Perguntei.
- Para quê? Me come aqui mesmo, na frente desses safados. Vamos dar um castigo para eles aprenderem que não podem sacanear com a gente.
Ouvi-la sendo tão decidida e sensual daquela forma me deixava em um estado de excitação quase permanente, o que naturalmente reverberava no meu pau. Tirei-o já duro pela perna do short e puxei a sua calcinha de lado, encaixando-o. Ela gemeu alto, para que todos ouvissem. O primeiro a reclamar foi ele, claro, o Celão:
- Ah, porra! Já vai começar… Pô, sacanagem dos cês dois aí! Vá se foder!
A Andressa começou a rir e disse:
- Ai! A… A gente vai, Celão… Ui! O Túlio vai me foder bem… Ai! Bem gostoso. Já tá… Ah! Me fode, me fode!
Passei a estocá-la rapidamente e não sei se era o tesão acumulado, o sol, as pessoas nos observando, tudo simplesmente me dava um ânimo redobrado. O Valentim veio para a piscina e se sentou na beirada, assistindo o que fazíamos. Ela abraçou o meu pescoço e envolveu a minha cintura com as suas pernas, deixando-me no controle de tudo. Naquela posição, com a sua cabeça boca próxima do meu ouvido, não tive como não ouvir o seu sussurro:
- Olha… pra mim… Ai! Valentim… Olha!
Eu seguia bombando rápido, louco para dar uma bela gozada e ela seguia certamente olhando para ele, pois interagia sem parar:
- Delícia! Isso! Tira, deixa eu ver como você está. Hummm… Ai, amor, que delícia… Assim, assim! - E sussurrou em meu ouvido: - Ele tá batendo uma… pra mim, amor… pra mim! Você… Ai! Você vai dei… deixar? Ai, caralho… Uiiiii!
Eu não queria perder o embalo e vendo que ela estava quase gozando, sussurrei bem baixinho no seu ouvido:
- Imagina então esse pauzão te fodendo. Imagina! Pensa que é ele que está te comendo aqui, na frente de todos, até do seu marido.
- Ai! Não fala isso! Não… Ai, não! Que delícia! Continua!
- Pensa… Imagina… É ele, é ele. Sente!
Dei uma estocada mais profunda e ela grudou no meu pescoço e costas, enfiando forte as unhas na minha carne e gritando:
- AI… CARALHO! AAAHHHHHHH! Fode Va… - Pigarreou e disse: - Ai, AMOOOOOOOR…
Não consegui mais segurar e gozei com força dentro dela, urrando, enquanto a prensava na parede da piscina, segurando-nos pela beirada. Ela seguiu gemendo ainda um bom tempo, agora com os dentes cravados no meu ombro. Quando relaxamos, ela desceu suas pernas, desengatando de mim e ajeitando a calcinha do biquíni. Ela própria ajeitou o meu pau no short e me deu outro beijo na boca. Só então ela olhou para o Valentim e eu, por curiosidade, fiz o mesmo, vendo que ele seguia alisando o seu pau, mas bem lentamente, talvez na esperança dela continuar o serviço. Ela me olhou e mordeu o lábio inferior, dando uma piscadinha no final que eu não entendi o significado, mas após me pedir ajuda para sair da piscina e ir para baixo do ranchinho, concluí que não era para ajudá-lo.
Inclusive, o Alvarenga e a Adriana assistiram tudo lá de dentro. Ele sorria feliz com a liberdade que vínhamos conquistando, mas ela eu não consegui decifrar ao certo, parecia haver uma certa inveja, algo que me incomodou. Estranhei a ausência do Celão, mas logo o vi dentro da piscina, na outra extremidade, com um sorriso divertido estampado no rosto:
- Aí sim, hein, Túlio!? Gostei de ver a pegada, mermão! Tu é dos nossos, só não sabe ainda. - Falou.
Sorri e fiz um joinha para ele, também saindo da piscina e indo para o ranchinho, onde a Andressa bebia um garrafinha de água sem tirar um sorriso da boca, nem a mim do seu campo de visão. Aproximei-me dela e pedi um pouco de água. Ela puxou a parte superior do biquíni para o lado e jogou um pouco sobre a aréola, olhando maliciosamente para mim e dizendo:
- Bebe da fonte.
Peguei em seu seio e suguei com vontade até ela gemer, pedindo que eu parasse. Como eu não parava, ela começou a virar a água na minha cabeça. Soltei o seu seio e olhei surpreso para ela, ganhando um novo beijo. Só então ela me passou a sua garrafa, sem tirar um delicioso sorriso dos lábios. A Adriana se aproximou e falou:
- Estão vendo? É assim que a gente vive e aproveita a companhia dos nossos amigos. Fico feliz que já estejam se soltando e ficará ainda melhor quando começarem a compartilhar. Acreditem em mim!
- O Túlio é meu! - Andressa falou, encarando-a com o olho semicerrado, fingindo estar invocada.
- Ih, nem quero, boba! Já tenho dois, aliás, três, né, amor? - Perguntou para o Alvarenga e ela mesma já emendou: - Quase não lembro do corninho quando os meus amantes estão por perto.
- Eu ouvi, hein!? - Resmungou o Alvarenga, dando uma gargalhada em seguida.
- E é para ouvir mesmo! Falei alguma mentira? Não falei, você é corno mesmo! É o meu corno e sei que você ama isso.
- Amo mesmo! - Concordou.
O Valentim e o Celão seguiam conversando na beira da piscina, virados para a direção de onde estávamos e nos olhando sem parar. Puxei uma cadeira e me sentei próximo à churrasqueira, papeando com o Alvarenga, enquanto a Adriana chamou a Andressa para dentro da casa. Não durou mais que cinco minutos e a minha esposa retornou, sentando-se no meu colo. A Adriana veio pouco depois, trazendo uma travessa de saladas. Logo começamos a comer as primeiras carnes que ficaram, momento em que os dois retornaram da piscina.
Depois de um tempo, as duas foram se bronzear na beirada da piscina enquanto nós permanecemos comendo e bebendo. Curiosamente, o assunto vida liberar morreu por ali. Agora só falávamos de mulheres e futebol, além de outros assuntos da vida cotidiana. Foi nesse momento que descobri que o Celão era motorista de carreta e o Valentim, corretor de imóveis na região. Já passava das 14:00 quando ouvimos o barulho de um carro que entrava na chácara dos nossos amigos. As duas retornaram. A Andressa, inclusive, agora trazia o seu vestido à mão que colocou quase que imediatamente, explicando:
- Acabou a festa! A família do Alvarenga está começando a chegar. - Ela deu uma risada e se explicou: - Acabou uma, mas já vai começar outra. Ah, você me entendeu!
Ela se sentou ao meu lado e logo alguns familiares do Alvarenga chegaram no rancho. Fomos apresentados, nos apresentaram e daí por diante a festa se resumiu a uma comemoração festiva tradicional entre família e amigos. Após cantarmos os “parabéns” bem tarde da noite, alguns de seus familiares foram embora, mas vários pernoitaram pelos cômodos da casa, um casal de primos do Alvarenga inclusive dormiram num colchão improvisado em nosso quarto. Não houve mais espaço para libertinagem explícitas naquele evento, mas em duas oportunidades a Andressa e o Valentim sumiram por alguns minutos e quando perguntei, ela só cochichava no meu ouvido:
- Estava chupando o meu amante, mas não deixei ele gozar na minha boca…
Eu ficava chateado e ela seguia sorrindo maliciosamente de sua peraltice, mas isso não durava segundos, pois ela começava a rir da minha cara e explicava onde estava. Eu uma das vezes, uma prima do Alvarenga acabou confirmando indiretamente a sua versão, mas a outra ficou sem um álibi e ela usou isso a seu favor:
- Você pode acreditar ou não em mim, isso é um direito seu! Mas se eu quisesse mesmo fazer algo com ele pelas suas costas, eu já teria feito, oportunidades não faltaram.
- Certo… Então, não fez nada mesmo?
- Desde ontem? Nadica de nada, amor! Continuo sendo a sua pura e casta esposinha.
Pouco após o almoço da segunda-feira, os últimos parentes do Alvarenga foram embora. Nós também dissemos que iríamos e foi um verdadeiro pandemônio, com todos eles tentando nos convencer a ficar. Dessa vez, a Andressa foi determinante ao recusar, dizendo já estar com saudades do nosso filho. Despedimo-nos de todos com abraços e beijos dela em todos eles e retornamos para a nossa casa.
Retomamos a rotina, mas já na quarta-feira, ela voltou a me perguntar se eu gostaria de acompanhá-la na terapia com a Virgínia. Embora eu não considerasse necessitar, gostei da atitude dela me incluir num momento tão particular da sua vida e aceitei o convite.
Na sexta-feira à tarde fomos até o consultório da terapeuta que nos recebeu britanicamente no horário combinado, nem depois, nem antes das 17:00. Ao entrarmos na sua sala, estranhei a intimidade com que me cumprimentou, mas como já nos conhecíamos deixei passar. Antes que a sessão propriamente dita começasse, a Andressa se adiantou, dizendo que ela poderia responder a qualquer questionamento meu sobre as sessões anteriores que tiveram. Ela não pareceu ficar à vontade e pediu para conversar um instante a sós com a Andressa, pois imaginava que ela poderia estar sendo pressionada a tal, mas a minha esposa não só negou, como segurou a minha mão e disse:
- Por favor, Virgínia, eu e o Túlio estamos num momento importante da nossa vida e quero que ele tenha acesso irrestrito a qualquer informação que julgar relevante sobre mim, qualquer uma mesmo!
- Você sabe que isso não é usual, né, Andressa? Você me autorizar a falar sobre a sua intimidade, não me parece muito… - Calou-se por um instante analisando a nossa postura e concluiu: - Bem, é um direito seu. O que gostaria de saber de mim?
- O que você gostaria de saber, amor? - Perguntou-me Andressa, com um sorriso.
- Eu nem sei o que perguntar! Pensei que somente viesse te acompanhar, Andressa.
- Por que você não me adianta qual aspecto gostaria que eu revelasse e assim eu tento conduzir uma dinâmica, Andressa? - Pediu Virgínia.
A Andressa pensou por um instante e não fugiu do assunto que queria esclarecer:
- Que tal falarmos sobre os nossos amigos liberais? Aqueles que eu te contei.
- Ah sim… - Virgínia pegou um bloco de anotações, dando uma rápida lida em alguma coisa: - Alvarenga e Adriana…
- Isso!
- Bem… Túlio, você é parte de toda a história e tem ciência do estilo de vida dos seus amigos, correto? - Anui com a cabeça e ela continuou: - Certo. O que você pensa a esse respeito? Eles se tornaram menos amigos, menos confiáveis para você? Como você os enxerga agora que sabe que eles são liberais?
- Ué, eu… não penso nada! A vida é deles, eles podem vivê-la da forma como desejam. Quanto a nossa amizade, fora alguns eventos que aconteceram recentemente, também não vejo problema algum deles viverem assim.
- Que eventos seriam esses? Pode explicar?
Contei das situações forçadas durante o final de semana do aniversário do Alvarenga, em especial das tentativas de nos incluírem nesse estilo de vida, mas foi quando falei das tentativas de simulação que ela fez uma expressão de surpresa que logo ficou claro em suas palavras:
- Vou falar uma coisa para você que acredito vocês já saibam… O estilo de vida, a forma de relacionamento de um casal, somente o casal pode determinar. As pessoas que estão fora do relacionamento muitas das vezes tem uma visão limitada do que acontece dentro desse relacionamento. Para eles, se relacionarem com terceiros pode ser uma coisa muito simples e banal de se fazer, pois, normalmente, os liberais conseguem separar o que é sexo do que é amor. Já para um monogâmico, a noção de sexo reside implicitamente relacionada ao amor, daí porque é difícil convencer um monogâmico, tradicional e religioso de que o modo de vida dos liberais seja também correto, entenderam?
Apenas concordamos, sem tecer comentários e ela continuou:
- Por que eu disse “também correto”? Porque não há uma forma errada. Quando o casal estipula um formato de comum acordo e isso satisfaz a ambos dentro da dinâmica do relacionamento, é correto, e isso vale para quem vive de maneira monogâmica, com um único parceiro ou parceira, como para quem vive de maneira poligâmica, com vários parceiros ou parceiras. O que traduz ser certo ou errado é justamente o acordo entre o casal e o respeito pelas regras estabelecidas, entendem?
Concordamos novamente com um movimento de cabeça. Ela então encarou a Andressa e perguntou:
- Posso mesmo falar sobre os aspectos do seu entendimento sobre esse tema que nós conversamos em nossas sessões?
- Pode sim, aliás, eu falo. Aliás, eu já falei, né, amor?
Eu a encarei e ela continuou sem me dar chance de dizer alguma coisa:
- Que eu achei interessante as histórias que a Adriana me contou e acabei ficando curiosa em viver algumas aventuras nesse estilo. Inclusive, um dos personagens que acabaram permeando a minha imaginação é justamente um dos amantes dela, o Valentim.
A Virgínia me encarou, curiosa com a minha reação, mas como realmente já havíamos conversado sobre esse assunto, não fiquei abalado e confirmei:
- Ela me contou realmente! Inclusive, foi nesse final de semana que tivemos a chance de conhecê-lo um pouco melhor e que as situações quase saíram dos trilhos. Acho que… se não fosse a Andressa ter tido a sensibilidade de notar o meu estado e parado tudo, a nossa conversa poderia não estar sendo tão tranquila…
- Como assim, Andressa?
- Teve um momento que todos estavam se divertindo lá no churrasco, as pessoas jogando, brincando, interagindo e coincidentemente acabamos eu e o Valentim ficando mais próximos. Eu não sei bem, mas aquela brincadeira de paquera começou a tomar um rumo gostoso de conquista mais séria, sabe? E quando eu vi a gente já estava quase se beijando ali mesmo no ranchinho, na frente do Túlio. Eu… não sei explicar, mas travei! Travei e avisei ele que seria melhor a gente parar com aquilo. Foi quando ele me convidou para dar uma volta, respirar um ar puro e nós saímos de lá, lembra, amor? - Perguntou-me e confirmei com um movimento de cabeça: - Fomos até um laguinho ali perto mesmo e as brincadeiras evoluíram para um abraço, e o abraço evoluiu para um beijo. Nesse momento, apesar de ser um beijo muito gostoso mesmo, senti que estava fazendo alguma coisa errada com o Túlio. Então, assim que nossos lábios se separaram, pedi desculpas e voltei correndo para ele.
A Virgínia abriu um grande sorriso, mas logo ficou séria novamente, me fazendo uma pergunta:
- Ela já tinha te contado desse beijo, Túlio?
- Sim.
- E o que sentiu quando ela te contou?
- Não gostei e adorei!
Ela me olhou com uma dúvida justificável no olhar. Expliquei:
- Não gostei porque ela havia beijado outro, é claro. Apesar de eu ter concordado em “deixar rolar”, depois que aconteceu eu não gostei. Mas saber que eu nunca saí do seu pensamento e que foi nesse momento que ela entendeu que eu poderia não estar bem, foi muito bom.
- Andressa, explica para mim, o que você sentiu nesse momento do beijo? Por que parou? Por que achou que o Túlio não estava bem?
- Não sei! Pode chamar de instinto, sexto sentido, mas eu me senti mal por ele. Acho que eu entendi nesse momento que não seria justo eu me divertir sem ter a plena certeza de que ele estaria bem. Acho que foi isso…
A Virgínia anotou algumas coisas em seu bloco de anotações e voltou a falar:
- É muito prematuro eu concluir alguma coisa a seu respeito, Túlio, mas pelas explicações de vocês e a forma tranquila como estão analisando os fatos, eu diria que você não tem um perfil refratário aos relacionamentos liberais e isso é bom, mostra uma mente aberta a novas experiências. Entretanto, noto que você também não se sente totalmente à vontade quando trata desse tema, estou enganada?
- Falar sobre ele não me incomoda em nada. Podemos passar horas aqui que eu sou capaz de levar de boa. O que me incomoda um pouco é partir da teoria para a prática. Eu não consigo me imaginar necessariamente vivendo esse estilo de vida, cedendo a minha mulher para outros, mesmo porque ela já deixou claro que não quer me dividir com ninguém…
- E não quero mesmo! - Disse a Andressa, interrompendo-me e caindo numa gostosa risada após: - Ele é só meu, Virgínia! Imagina se ele se impressiona e me abandona. Eu morreria…
Virgínia a encarou com uma certa surpresa no olhar, deu um leve sorriso e falou:
- Mas, Andressa… Quem garante que ele ainda não te liberou por ter esse mesmo receio? Afinal, um relacionamento é uma via de mão dupla, damos e recebemos. Quem garante que ele também não tem esse medo de você se impressionar com outro e o abandonar?
O sorriso no rosto da Andressa sumiu como num passe de mágica. Ela ficou inerte, com a boca meio aberta e só depois de bons segundos é que me olhou e depois voltou o seu olhar para Virgínia, dizendo:
- Mas eu nunca iria abandonar o Túlio. Eu o amo demais. - E voltou a me encarar: - Você sabe disso, né, amor? Você sabe que eu te amo, não sabe?
- Claro que eu sei, baixinha. - Ela sorriu para mim e me deu um selinho antes que eu concluísse o meu raciocínio: - Só que um risco, mesmo mínimo, existe de que você pode se apaixonar por alguém nessas puladas de cerca, não existe, Virgínia?
A Andressa a encarou de imediato e a Virgínia não deixou de ser objetiva:
- Sempre existe! Ao nos relacionarmos com qualquer pessoa, mesmo em ambientes profissionais, existe o risco do coração bater mais forte. Às vezes, nem há insinuação alguma de algo mais íntimo, mas a gente se impressiona e fica balançada. É da nossa natureza humana isso, mesmo que tenhamos um parceiro, inconscientemente, estamos sempre analisando o ambiente e os demais ao nosso redor. Daí que se relacionar intimamente com outros, mesmo que num primeiro momento seja somente através do sexo, gera um risco muito maior de um sentimento muito diferente ao da simples necessidade de satisfação sexual, surgir.
Não sei qual foi a intenção da Andressa ao me levar na sua sessão de terapia, mas eu estava adorando as conclusões da Virgínia e ela não se dava por satisfeita:
- Por isso que vocês não se podem deixar levar pelas vontades exclusivamente dos terceiros. Eles são alienígenas ao seu relacionamento e não têm qualquer responsabilidade afetiva para com vocês. Para eles é curtição e se surgir alguma coisa a mais, será lucro. Mas vocês não! Vocês tem um filho, uma família, uma vida em comum… Vocês tem um relacionamento a proteger. Por isso, vocês é que têm que ditar o rumo que querem seguir, em qual velocidade e com quem, entendem?
A Andressa denunciou a pancada, pois apertou ainda mais a minha mão e quase se escondeu atrás do meu braço, ficando em silêncio. A Virgínia notou que era um bom momento para fazer uma pausa e perguntou se gostaríamos de tomar um café, suco ou água. Eu pedi uma água e a Andressa apenas concordou com um movimento de cabeça. Com os copos em mãos, notei que a Andressa olhava para a Virgínia mas sem enxergá-la, parecendo estar vendo através dela. Ninguém falava nada e entendi que a Virgínia fez isso propositadamente, a fim de deixar-nos raciocinar sobre tudo o que havíamos conversado. A Andressa foi a primeira a falar:
- Então eu coloquei o meu casamento em risco, é isso?
- Não falei isso, Andressa. Você ter as suas fantasias e querer vivê-las com o seu parceiro é muitíssimo saudável para o relacionamento, mas você também tem que respeitar os limites dele, afinal, ele é um ser humano totalmente diferente de você, com suas experiências próprias, vontades, sonhos… - Respondeu Virgínia.
- Tá! Mas ele chegou a me liberar. Disse que deixaria rolar, pelo menos uma vez. Então, ele também errou em fazer isso?
- Você concorda comigo que “deixar rolar” é diferente de “fazer acontecer”? - Apesar de não ser dirigida para mim, eu também estava tão absorto naquela conversa que concordei junto da Andressa em simples movimentos de cabeça: - No primeiro, há uma omissão voluntária dele que assume o risco da consequência, mas deixa toda a ação para você concluir, não há participação ativa; o que é bem diferente da segunda situação, em que ele participa ativamente de tudo, todo o momento e colhe junto de você os resultados da experiência.
Vendo que nos olhamos sem entender direito a explicação, ela resumiu ainda mais objetivamente:
- Ele pagou pra ver, Andressa! A princípio, eu entendo que ele não quis te afrontar e concordou que você tivesse a experiência, mas sem a querer de verdade. Ele aceitou só para não te frustrar, entendeu?
[CONTINUA]
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NÃO SER MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DOS AUTORES, SOB AS PENAS DA LEI.