XXIII
Os meninos não ligavam a mínima para o fato de estarem fodendo com outro homem. Queriam era saciar seus paus! E depois de eu ajudá-los nisso caía num monte de pensamentos meio como uma ressaca de pica.
Coisas clichês do tipo "você está se objetificando Yuri".
Eu passava horas rolando na cama buscando conciliar o sono e pensando as vezes excitado com o quanto eu estava "descendo rápido demais a escadinha da vulgaridade".
No entanto, quando dava por mim, estava de queixo caído sobre a lateral do colchão olhando para a porta, ansiando pela verga de um dos meus colegas de republica.
Ou ficava na faculdade desejando voltar o quanto antes para a republica para poder esperar por uma foda.
Era mais forte do que eu, "ah para de drama Yuri, você não ligou tanto quando saiu um vídeo seu trepando e em público ainda por cima, ligou?", eu pensava comigo mesmo girando sobre o travesseiro.
- Mas isso é diferente - sussurrava para mim mesmo - estou fazendo sexo feito um louco.
"E em parte culpa do cara ao lado", resfoleguei encarando as costas de Betão que mais uma vez estava meio tremulo em cima da cama como se estivesse chorando. Era um dos culpados, embora, "eu nunca tivesse tomado da sua mamadeira".
E eu teria coragem? A resposta me fez estremecer em cima da cama "se ele quisesse", eu abafei minha cara contra o travesseiro, sentindo ficar vermelho de nervoso.
"Eu devia ficar aliviado", respirei "afinal Betão ainda está se recuperando", e nunca demonstrou o mínimo interesse mas estava tão perdido em si mesmo, nem percebia o que estava rolando a sua volta.
- Betão, - falei - tá acordado?
Ele não respondeu e logo depois ouvi um ressono mais forte como um ronco. Ouvi barulho de chave na porta da frente. O arrastar de pés na casa vindo em direção ao quarto ou seria a cozinha?
Eu senti um estremecimento no corpo "pica, finalmente!".
Imagino que seja da mesma família das reações instintivas dos cachorros quando seus donos chegam em casa. Se eu tivesse um rabinho ele estaria balançando. Como tenho apenas um cuzinho, ele piscava adoidado.
Juarez batia ponto na republica por volta de meia noite. Antes vinha trazendo alguma mulher e quem estava na casa já sabia que tinha de fechar a porta que ele esquecia aberta no afã de devorar a boceta que trazia para o ninho.
Mas nos últimos dias, ele chegava mansamente, junto ao meu quarto e dizia:
- Yuri, - baixo porém audível. - Yuri.
Eu sabia o que era e levantava lépido para receber pirocada no rabo, esquecendo todo o pensamento elevado que vinha tecendo e ruminando comigo mesmo, sobre a responsabilidade que temos todos com o nosso corpo e a nossa mente...
Só de pensar no pendulo duro e babão entre as pernas de um macho, tudo vinha a baixo, entrava literalmente pelo buraco.
Eu estava quase pegando no sono novamente, tudo em silêncio, e aquele gosto de bile na boca pastosa, quando escutei novamente passos no corredor, e soergui a cabeça do travesseiro. Meu cuzinho voltou a piscar como os rins de um alcoólatra com o cheiro da cana brava.
- Yuri... - " era o Juarez! era Juarez! era piroca!" - Yuri...
Eu deslizei para o chão e caminhei até a porta, com a escuridão no corredor não dava para ver o rosto dele claramente mas eu sentia o cheiro que já começava a reconhecer. Não sei quem batia mais se meu coração ou meu cu.
Um almíscar de perfume masculino com pós barba e o calor da rua no corpo dele aquele resíduo de escapamento, estranhamente atraente.
- Tem gente em casa - sussurrei.
Mas ele já havia seguido em direção a sala e enquanto passava em frente a um dos banheiros de onde a luz da rua atravessava pelo retrovisor, alcançando o corredor vi Juarez arrancar a camisa pela cabeça e abaixar a bermuda junto com a cueca.
- Vem - ele disse grosso.
As luzes que vinham dos postes da rua iluminavam uma parte da casa, entre elas, a sala, por isso entrevi o Juarez peladão, "que coisa mais deliciosa".
- Você é um puta gostoso - falei entredentes - que rabão Juarez.
Acho que encontrar uma alma penada ali no centro da sala teria feito menos susto nele do quê aquele meu comentário sobre seu rabão.
- Saí fora, - ele rosnou - eu te mato se encostar!
Com a mão erguida como uma espada eu sorri direcionando meus olhos para o centro das pernas onde estava a espada que me interessava de verdade.
- Só estou falando - disse baixo - e fala baixo porra...
- Qual é Yurizinho? - Juarez deu uma tapa na jeba meio dura. - Mama essa porra logo.
Em geral, Juarez não tinha pudor e no sexo parecia ficar ainda mais despudorado.
Transar na piscina do meu amigo, não pareceu tão errado quanto trepar no sofá onde geral comia, dormia, estudava.
- Alguém pode chegar...
- Foda-se...
- E se nós virem?
- Foda-se...
- É o sofá que todo mundo senta - sussurrei tirando meu short.
Ele se arreganhou sobre o sofá fazendo aquele ruído da pele em contato com o couro do estofamento:
- E o sofá que todo mundo já fodeu - ele disse. - Vai ser sua estreia nele.
Não havia uma fagulha de preocupação em sua voz que indicasse o receio de que alguém nós pegasse em flagrante mas eu estava com o queixo tremulo de medo. "Uma dose agora não cairia nada mal", pensei antes de avançar para ele.
A pica de Juarez engordou na minha boca conforme eu ia sugando ela para dentro. Ele ficava com as pernas arreganhadas e eu entre elas no chão de joelhos. Juarez segurava os lado da minha cabeça direcionando o boquete.
Ele cansou dessa brincadeira e me colocou de quadro em cima do sofá e veio par o meu cu. Ele não era de fazer cunete e eu estava com um creminho que usava para untar.
Juarez pincelou a pica de cima para baixo e brincou no meu anelzinho fingindo que ia foder.
- Empina! - e estalou um tapa.
Ele voltou a pincelar me fazendo ganir de vontade e picar mais ainda a rosca de tanta vontade de encaixar na rola grossa dele. Juarez enfiou a cabeça e tirou com um "plock".
- Ai caralho - a cabeça passou e doeu ao sair.
Juarez meteu de uma vez e começou o vai e vem gostoso de receber. Eu arriava com o corpo todo arrepiado com a entrada e saída do mastro dele contra meu cuzinho. Minha testa respingava de suor por causa do esforço de aguentar a torra.
Ele não era um superdotado mas sua verga doía quando entrava toda de uma vez liberando pelo meu corpo um calafrio que vinha ribombar no meu estomago. Era como se seu cacete batesse no meu umbigo por dentro, embora eu soubesse por experiência de boqueteiro que era impossível, já se fosse Duval...
Juarez se inclinava para trás como se tivesse comendo uma boceta por trás e isso fazia com que eu ficasse suspenso no ar com o rabo sendo fodido de baixo para cima e inteiro.
Eu rebolava no pau dele e gozei sem tocar em mim mesmo embora Juarez ainda metesse adoidado em mim. Ele ainda deitou comigo no sofá e me comeu de conchinha passando o braço por baixo do meu pescoço. Era desconfortável mas o contato com o corpo do macho era uma delicia a parte.
Mesmo assim voltou a me pegar de quatro dessa vez no chão e gozou fartamente dentro do meu cu. Eu corri para o banheiro para despejar a porra de dentro de mim.
Voltei para a sala e encontrei o Juarez esparramado no sofá.
- Teu rabo é da hora.
- Obrigado, eu acho - falei.
- E tu é um veado de boa - completou - sem querer ofender.
- Não ofendeu.
- Tu não tem grude saca? Libera a raba na boa.
- Por que desse papo Juarez? - desconfiei na hora. - Quê que tá pegando?
A gente estava conversando no tom de voz normal eu continuei pelado e ele também. Ele tinha colocado a porra da minha camisa em cima do sêmen que expeli em cima do sofá.
- Foi mal!
Eu dei um soco no peito dele que riu mais ainda.
- Minha camisa de dormir.
- Já disse foi mal.
- Fala logo porque disse isso sobre mim assim do nada?
- Porque apesar de teu rabo ser muito foda - e riu - estou galhudão pra foder uma boceta. Mas não qualquer boceta saca? Das cachorras da faculdade. Ou até as daqui do bairro.
- Porra tá tão difícil assim? - falei sério. - A cidade não é tão pequena.
- Tá foda, - ele suspirou - o filho da puta do Betão além de passar clamídia para umas vacas aqui do bairro... Sorte a minha não ter me contaminado.
- E eu transando com você, um perigo isso sim - falei sincero. - E para de falar das meninas assim, que escroto.
- Eu sou escroto.
- Sim mas não precisa ser toda hora.
- Vai a merda - ele disse e continuou - essas bocetudas, tá bom assim? Pegaram clamídia e espalharam por aí que tiveram sorte de não terem pegado aids porque aqui na república tá todo mundo fodido.
- Por isso as meninas não querem ver vocês nem pintados de ouro - conclui sorrindo.
- Cê ri né seu puto!
Eu já tinha ouvido sobre isso rolando nos grupos da cidade através do Maicon mas não me importava muito porque no final das contas eu era que estava sendo "beneficiado". Sem mulheres entrando e saindo da casa e pelas imediações.
"Mais macho para mim."