- E se ele entrasse aqui agora, o que você faria?
- Acho que beijaria ele.
- Está vendo... está apaixonado!
- Como você pode saber disso se somos da mesma idade?
- Sou mais experiente.
- Não... só anda lendo muito revista de menina, isso sim.
Olhei para o relógio e era quase cinco da tarde... e estranhei ele não ter aparecido ainda.
- O que foi... está com saudade dele?
- Para de falar besteira!
- Está escrito na sua testa.
O Flávio ficou a tarde toda comigo e eu ansioso, esperando ele chegar... mas ele não veio.
Logo pela manhã, estava tomando o café, ele chega, me abraça e me beija no rosto.
- Robinson, por um acaso você achou a minha carteira?
- Ela é marrom, de couro e bem gorducha?
- Sim, é.
- Nunca vi mais gorda.
- Então como sabe que é marrom e bem gorducha?
- Leio pensamento.
- Onde ela está?
- Não sei.
Ele começou a me apalpar para achar sua carteira, mas ela estava na minha mochila.
Minha mãe estava colocando nosso lanchinho e perguntou:
- Por um acaso é essa?
- É essa mesmo.
Peguei ela da minha mãe.
- Antes preciso ver uma coisa.
- Não seja curioso, devolve! – ele veio tomar de mim e eu saí correndo pelo quintal... e ele atrás. Entrei pela porta da sala e corri para meu quarto, mas não deu tempo para fechar a porta; ele entrou, me agarrou e me prensou contra a porta e agarrou minha mão tentando pegar.
- Devolve!
- Não devolvo até eu ver uma coisa.
- Vai devolver, senão vou fazer uma coisa.
- O que seria?
Ele olhou nos meus olhos, foi se aproximando; começava a sentir sua respiração tocar no meu rosto e seus lábios tocam nos meus... seu corpo prensa o meu contra a porta; aquela boca... Suga meus lábios e sua língua passeia por toda minha boca.
Meu corpo se arrepia todo e eu amoleço... e ele toma a sua carteira da minha mão, se afasta e diz:
- Vamos nos atrasar.
- Isso foi golpe baixo, seu safado!
- Não... foi carinho, meu amor!
Ele saiu e eu logo atrás. Pegamos nossas mochilas e fomos para a escola.
No caminho para o colégio pergunto por que ele não foi na minha casa à tarde e ele disse que a mãe dele falou pra ele não ir todos os dias na minha casa, pois poderia incomodar.
Eu disse que não incomoda e que gostamos da presença dele.
Ele não fala nada.
Caminhando, vimos o Flávio de longe, nos esperando encostado no poste, nos olhando. Nos aproximamos e ele continuava a nos olhar... e o Gabriel:
- Tira os olhos que ele tem dono.
- Que eu saiba não sou de ninguém, muito menos seu.
- Por enquanto.
- Nossa, já estão discutindo relação!
- Ninguém está discutindo nada, Flávio. E para de ler revistas de meninas.
O Gabriel riu.
Chegando no colégio fomos direto para a quadra, onde as meninas nos esperavam.
Cheguei perto da Roberta, abracei ela e ficamos abraçados. Perguntei se ela tinha voltado com o ex.
- Ainda não, mas ele está insistindo muito e não para de ligar para minha casa, mas vou fazer ele sofrer mais um pouco para ver o que é bom.
- Então não olha; ele está nos olhando e se olhar matasse, eu estaria duro no chão.
- E você não contou ainda para o Gabriel que nós largamos. Porque ele está com uma cara e parece que quer matar uma.
Eu ri.
Sentei na arquibancada e ela ficou na minha frente, em pé.
E abracei as pernas dela e ela levou um susto.
- O que você está fazendo?
- Matando alguém de ciúme.
- Como você é mau... Quero morrer sua amiga.
- Somos amigos, por isso que eu estou te ajudando.
Ela me bateu com a mão na cabeça.
- Então me larga, senão você terá uma ex amiga. Olha só a cara do Gabriel.
O sinal tocou e fomos para a sala de aula.
O Gabriel não disse uma palavra no caminho; estava emburrado.
Perguntei para o Flávio o que ele tinha.
- Você sabe muito bem o que ele tem; não se faça de bobo.
- Você ainda não contou pra ele que você e a Roberta terminaram?
- Ainda não.
- Por quê?
- Não sei.
- Então vai e conta.
Tentei conversar com ele, mas nada, ele tinha ficado monossilábico e só dizia sim e não.
Na primeira aula teríamos que fazer um trabalho em grupo e lógico que nós três nos juntamos.
O Gabriel se ofereceu para copiar o trabalho, pois não queria muita conversa. Eu e o Flávio ficamos conversando e o Gabriel, de vez em quando, nos olhava desconfiado.
Vi a mochila dele no chão e peguei... e olhei o que tinha dentro.
- O que você está procurando?
- Nada; não posso olhar?
- Pode.
Na mochila havia uma revista Playboy e eu disse para o Flávio:
- Olha Flávio, o que eu achei!
- O que é?
Mostrei para ele.
- Credo! Uma revista de homem pelado.
Toda a classe olhou para nós e ficamos em silêncio.
O Gabriel tomou a revista minha mão.
- É nada... e uma Playboy. – exibindo para a classe toda, que caiu na risada.
- Você me paga!
- Vai conversar comigo?
- Não.
- Então devolve a revista para mim e o Flávio olharmos.
Estávamos olhando a revista, olho para o Flávio.
- Flávio olha... na melhor parte da revista as páginas estão todas grudadas.
Mais uma vez ele toma a revista da minha mão e guarda.
- Vai conversar comigo?
- Está bem, vamos conversar.
- Ainda bem, não saberia mais o que fazer para chamar sua atenção.
O Flávio pegou a revista de volta, olhou e deixou todo mundo ver a revista.
Terminamos o trabalho e ainda tínhamos um tempinho para a próxima aula.
Ele diz:
- O que quer conversar?
- Quero dizer uma coisa... eu e a Roberta não estamos mais juntos.
- Quando foi que vocês terminaram?
- No dia do meu aniversário.
- Ela teve coragem de fazer isso com você no dia do seu aniversário?
- Teve .
- Aquela vaca!
- Não xinga ela que eu não gosto.
- Você ainda defende ela?
- Claro, eu gosto dela.
- Você quer ela de volta?
- Não, ela gosta de outro.
- Você está triste?
- Não.
- Mas você não gosta dela?
- Adoro, mas como amiga. Nosso namoro foi de mentira; ela havia largado o namorado há pouco tempo e estava muito triste. Ela gosta muito do ex ainda. A Tânia é muito amiga dela e ela e o Flávio tiveram a ideia de nos juntar. Ficaram insistindo para nós namorarmos para ver se ela esquecia ele. Concordamos em namorar para eles pararem e nos deixarem em paz.
- Se vocês largaram, então por que ainda fica se agarrando na escola, como hoje cedo?
- Para provocar ciúme no ex dela.
- Ela vai voltar pra ele?
- Vai, mas primeiro ela quer dar uma lição nele; vai fazer ele sofrer um pouquinho.
- E você como entra nessa história?
- Ajudando uma amiga.
- Como vocês dois são maus. Quero morrer amigo de vocês.
- Mas você não é meu amigo.
- Não? O que sou, então?
- É meu futuro namorado... se você me quiser.
- Desculpe, mas sou comprometido com outra pessoa.
- Eu conheço?
- É um garoto feio e muito chato, que mora perto de casa e estudamos na mesma classe.
- Palhaço!
Estava em casa almoçando e nada do Gabriel aparecer.
Terminei de almoçar e fui para meu quarto escovar os dentes e arrumar minhas coisas para o curso de Inglês.
Estava muito ansioso para ver ele, mas nada dele aparecer. Peguei minha mochila e estava saindo quando minha mãe perguntou aonde eu iria tão cedo.
- Vou na casa do Gabriel e depois vou para o curso de inglês.
Toquei a campainha e a mãe dele atendeu e abriu o portão. Disse que estava saindo para o trabalho e que eu ficasse à vontade.
Perguntei pelo Gabriel e ela disse que ele estava no seu quarto.
Fui para o quarto e ele estava dormindo só de cuequinha enfiada no rabo e de barriga para baixo.
Aproximei dele e me deitei ao seu lado.
Coloquei uma das minhas pernas sobre ele e abracei.
Ainda meio sonolento, ele se virou, me olhou e perguntou:
- O que você está fazendo aqui?
- Estava com saudade. Estava sonhando comigo?
- Não; como você entrou?
- Sua mãe abriu a porta; estava saindo.
Deitei sobre ele e ficamos frente a frente.
- Você não está esquecendo nada?
Ele ficou me olhando e com cara de desentendido.
- Não; o que seria?
- Meu abraço e meu beijo.
Ele me abraçou e começou a me beijar.
Seus lábios sugavam os meus; sua língua passeava pela minha boca e meu coração a mil.
Nos viramos e agora eu estava por baixo.
- Está satisfeito agora?
- Estou; por enquanto.
Ele sentou na cama e colocou meus pés no seu colo.
- Você ainda está bravo comigo?
- Um pouco.
- Desculpe por não contar que terminei com a Roberta.
- Tudo bem. Ainda bem que terminou com ela. Vendo vocês se beijando, eu tenho vontade de esganá-la.
- Ela é muito legal. Nós enganamos vocês direitinho... E ainda por cima, ela deu uma lição no ex.
Levantei da cama, sentei sobre suas pernas e olhei pra ele.
- Você ainda não respondeu se quer namorar comigo.
- Falei que iria pensar.
- Não pensa muito... que tenho outros pretendentes.
- Pensei já, mas com uma condição.
- Qual seria?
- Quero você inteirinho só pra mim.
- Só isso? Então sou todo seu.
Aproximei do rosto dele e beijei da mesma forma que ele faz comigo.
E ficamos um bom tempo nos beijando.
- Nossa! Você beija muito bem; quase perco o fôlego!
- Tive um ótimo professor.
Olhei para o relógio e vi que estava na hora do meu curso. Levantei, calcei meu tênis.
- Aonde você vai?
- Para minha aula de inglês.
- Pensei que ficaria mais tempo comigo.
- Hoje não; outro dia eu ficou mais tempo com você.
Antes de ir ainda ficamos nos beijando até chegar no portão da saída.
- Tenho que ir.
Ele me puxou e disse:
- Estou com saudade.
- Eu também.
Mais um beijo e nos despedimos. Eu fui pra aula e ele entrou com aquela cuequinha enterrada no rabo e as dobrinhas todas de fora.
Logo pela manhã ele chegou, cumprimentou meu pais e disse que precisava conversar comigo.
- Então fala.
- É um assunto particular.
- Espera eu terminar de tomar meu café e conversamos no meu quarto.
Fomos para meu quarto e entramos.
Ele me abraça, me empurra contra a porta e me dá um beijo.
Depois ele fica olhando.
- Qual o assunto tão importante?
- Estava com saudade de seus beijos.
- Eu também.
- Então vamos embora.
Saímos e pelo caminho ficamos nos esbarrando... e rindo.
O Flávio aparece.
- Por que estão felizes? Viram passarinho verde?
- Vimos um monte hoje cedo.
- Não vai dizer que vocês estão...
- Então não digo.
O Gabriel ria da cara que o Flávio fazia.
- Até que enfim vocês decidiram. Estava cansado da choradeira dos dois.
- Flávio, vai ver se estamos na esquina.
- Vou mesmo; vocês estão muito grudentos.
- Está com ciúme? Vem aqui que eu te abraço.
O Gabriel rindo do Flávio disse eu também.
Ele viu que íamos abraçar ele e saiu correndo.
E eu e o Gabriel corremos atrás dele até chegar na escola.
Durante as aulas nos olhávamos e a vontade de abraçar e beijar aumentava.
Na hora do recreio fomos ao banheiro e falei para o Gabriel e o Flávio esperar.
O banheiro foi ficando vazio.
- Flávio, vigia a porta e se chegar alguém você grita. – eu falei.
Ele não entendeu e foi olhar o que estávamos fazendo. E nos viu nos beijando. Olhamos para a cara de assuntado dele e rimos dele.
- Vocês poderiam me poupar dessa.
- Dessa o quê?
- De ver vocês se beijando.
- Quem mandou ser curioso... E você também beija na nossa frente.
- É diferente; o de vocês é estranho.
- Logo você se acostuma.
- Acostumo nada. Quando vocês começarem a se beijar, vou estar bem longe.
- Você que pensa.
- Não entendi.
- Não é pra entender.
Saímos e fomos encontrar as garotas. No caminho encontro a Roberta abraçada com o ex dela. Digo oi e dou um sorriso que é correspondido.
A namorada do Flávio estava impaciente com ele e perguntou por que demoramos.
O Gabriel olhou para o Flávio e falou:
- Quer que eu responda?
Ele respondeu rápido:
- Conversa de meninos.
Rimos dele e ele ficou sem graça. E a namorada ficou sem entender nada.
Depois do almoço ele mais uma vez não apareceu, então fui até a sua casa, apertei a campainha e ele abriu o portão. Fechou, nos agarramos e beijamos; entramos e fomos para a cozinha e ele estava lavando a louça do almoço. Pediu para eu secar a louça e eu disse:
- Eu cobro caro.
- Eu pago o que for preciso.
Enquanto ele lavava as louças, comecei a reparar em seu corpo quase nu.
Ele estava apenas de shortinho. Minúsculo mesmo e transparente. Estava enterrado no rego e as dobrinhas da bunda estavam na reta do pano, quase aparecendo, mas não à mostra.
As coxas completamente lisas, sem nem penugem. A barriga lisinha, nem caminho da felicidade ele tinha.
- O que você está olhando?
- Apenas admirando seu corpo. Eu vou toda semana na academia e não tenho um corpo como o seu.
- Na outra cidade eu também frequentava academia, mas era só pra ficar legal, nada de ficar forte e com músculos; mas depois que mudei, eu desanimei.
Aproximei dele e abracei por trás. Beijei seu pescoço; quase que ele deixa o prato cair.
- Robinson, para com isso!
- Estou cobrando.
- Então termina de secar.
Terminei de secar e ele guardou no armário. Cheguei perto dele, prensei ele contra a pia e o coloquei sentado.
- A pia está molhada.
Não liguei e disse:
- Hora do pagamento.
- E o que seria?
- Muitos beijos.
Ficamos nos beijando e de repente ele joga um copo de água em mim.
- Por que você me molhou?
- Para acalmar o seu brinquedinho aí.
Peguei o copo da mão dele, enchi e joguei no seu colo.
- O seu também está bem animadinho.
Na verdade, estava era que nem uma tora de madeira, empinadinho pra cima naquele short que quase deva pra ver, de tão fininho o pano.
Ele tento jogar mais água em mim e eu saí correndo pelo quintal. Fizemos guerra de água e no final estávamos completamente molhados. Ainda bem que aquele dia eu ia para a academia e tinha uma roupa que eu uso lá.
Fomos para o quarto dele trocar de roupa. Tirei minha roupa. Ele ficou olhando e pedi uma toalha emprestada que demorou para ele responder. Ele me deu a tolha, sequei, vesti e ele ainda estava com o short molhado.
- Não vai trocar de roupa? Está com vergonha de eu ver você pelado?
Ele pegou outra toalha e se despiu, tirando o shortinho e ficou peladinho, se secando.
Aí quem ficou paralisado fui eu.
Fiquei olhando aquele corpo lisinho até ele se vestir. Nada de pelos no saco e em volta do pau.
Nada!
Tudo rosado...
Falou para eu deixar a roupa molhada que depois ele devolvia.
Fui para a academia depois de muitos beijos e abraços e não conseguia tirar aquela imagem da minha mente: aquele pinto branquinho e sem pelos.
Pela manhã, estava louco para beijar e abraçar o Gabriel, mas não poderia dar a mesma desculpa para irmos para o meu quarto e pela cara dele, ele sentia o mesmo; até que meu pai trazia em sua mão o dinheiro para eu pagar as aulas de inglês e a academia e eu falei para ele:
- Pai, fui dispensado das aulas de inglês, pois o que tinha que aprender eu já sei, e as aulas na academia estão muito chatas, sempre as mesmas coisas. – e devolvi o dinheiro para ele. O Gabriel ficou feliz com a notícia.
- Pode ficar com ele; e dá vinte para o seu irmão postiço.
- Para o Gabriel?
- Você tem outro?
- Para ele eu não dou mesmo!
E ele vem para cima de mim. Saio correndo pela casa e ele vem atrás. Entro no meu quarto, ele me agarra por trás e me vira de frente.
- Estava louco para te abraçar e beijar.
- Você acha por que que eu corri para o quarto?
- Safado!
- Se não gostou, vamos embora.
- Não; vamos aproveitar.
E nos beijamos muito mesmo.
- Vai me dar os meus vinte?
- Como você é interesseiro! Vou dar, mas me larga.
Ele me largou e eu tirei duas nota de dez. Pego o resto e guardo na gaveta. Ele olha .
- Nossa... quanto você tem aí?
- Não sei; nunca contei e também não ligo para isso.
Peguei as notas dele de volta.
- Você quer? Então vem pegar. – enfiei as notas dentro da minha calça.
Pensei que ele não pegaria, mas para minha surpresa ele veio e abaixou minha calça e cueca até os pés, pegou o dinheiro e deu um tapa na minha bunda.
- Vamos embora que estamos atrasados.
Ele saiu e eu me vesti e fui atrás dele. Pegamos nossas mochilas e assim que fechei a porta da frente, fui até ele e dei um tapa na bunda dele.
- Por que você me bateu?
- Você bateu primeiro; e sua bunda é bem durinha...
Chegamos no colégio meio que atrasados e o Flávio foi logo perguntando:
- O que você andou fazendo para chegar atrasado?
- Você quer saber mesmo? Você não imagina?
- Não! Poupe-me dos detalhes.
- Foi você que perguntou.
- Não pergunto mais nada para vocês!
As aulas foram como sempre; as mesmas coisas e tocou o sinal para o recreio.
Fomos ao banheiro e esperamos ele esvaziar e o Flávio nos esperando na porta, impaciente.
- Flávio, se alguém aparecer, grita.
- Não; vocês estão fazendo aquilo de novo; pensa que eu sou o quê? Porteiro de motel?
- Flávio, apenas grita, está bem?
- Nunca mais venho junto com vocês no banheiro; anda logo!
Depois de alguns beijos, saímos.
- Como vocês demoraram! Vamos logo, que as meninas estão esperando.
Após o almoço, fiquei esperando ele, mas ele não apareceu, então fui para a casa do Flávio para nós combinarmos sobre a festa surpresa do Gabriel. Apertei a campainha e a mãe dele atendeu; nos cumprimentamos e perguntou por que eu estava sumido.
E ela disse que pensou que eu e ele estivéssemos brigados. Eu disse que agora que ele estava namorando, ele não tinha tempo para mim.
Ela riu e disse que gostava muito de mim e que era para eu aparecer mais, pois gostava muito da minha amizade com o filho dela.
Perguntei se ele estava em casa e ela disse que ele estava no quarto e que eu podia ir entrando.
Bati na porta e ele mandou eu entrar e ficou olhando para a porta.
- Está esperando alguém?
- O Gabriel.
- Eu vim sozinho.
- Não acredito que você deixou ele sozinho...
- O que temos que conversar, ele não pode saber.
- Nossa, o que seria?
- É sobre a festa de aniversário dele, esqueceu?
- Claro que não.
- Então, falei com meus pais e ele permitiram dar a festa em casa depois da aula e você convida o pessoal.
- Por que na sexta e não no sábado?
- Tem o feriado prolongado e muitos vão viajar.
- É verdade.
- O que você vai dar para ele?
- Ainda não sei.
E falei da conversa que tivemos no dia do meu aniversário; que daria para ele um dos meus presentes repetidos, por brincadeira e ele gostou da ideia e falou que iria fazer o mesmo para chateá-lo.
Ficamos combinando de como iríamos fazer para ele não desconfiar, e ele perguntou como estava nossa relação.
- Muito bem, nunca senti tão feliz, como com ele.
- Que bom; fico feliz por você. E queria te dizer que não vou deixar ninguém fazer mal para você; nem mesmo o Gabriel, pois eu gosto muito de você e farei de tudo para te proteger.
- Que bom ter um amigo como você! Amigo, meu irmão, eu também vou te proteger para o resto da minha vida.