XXIV
- A noite foi boa hein? - Duval estava em pé na minha frente contra a claridade da manhã que entrava pela porta da sala.
- Caralho! - gritei. - Dormi aqui?
Eu estava em cima do tapete no chão com a cabeça em cima de uma almofada toda esfolada e o corpo nu.
- Pelo visto sim, - ele respondeu - tá descendo a escadinha hein Yuri?
- Vai se foder.
Era uma brincadeira entre a gente. Por causa de uma frase daquela novela Por Amor, quando a personagem Helena diz para a personagem Flavia "você está descendo rápido demais a escadinha da vulgaridade Flavia".
Não sei qual de nós utilizou ela pela primeira vez para alfinetar ao outro sei que acabou pegando. Eu sempre usava contra Duval e agora estava se invertendo e ele utilizando contra mim.
- Melhor levantar e correr para seu quarto - ele aconselhou - se os caras descobrem que você e o Juarez estavam fodendo no sofá, é uma guerra para anos.
- Ué - eu disse me espreguiçando. - Juarez disse que todo mundo já trepou nesse sofá.
- O que não muda o fato hipócrita que seja, de que ninguém nessa casa vai admitir isso em voz alta. Negam até a morte por isso foder aí é mais gostoso.
Ele sorriu safado passando os dedos na barba e olhando para mim, minhas bochechas arderam na mesma hora.
- Eu nego também - ficando em pé com a almofada cobrindo minha nudez.
Duval pegou meu short do chão e o lançou para mim.
- É mas com você é diferente, né Yuri?
- Diferente por que?
- Eles estão te fodendo, - ele provocou - você é o lanche atual da casa.
- Nem todos, seu ridículo.
Eu respondi rápido e não pensei de novo no que disse até ver o sorriso vitorioso do Duval.
- Eu e Betão ainda cabemos na lista é?
Ele ergueu a sobrancelha direita.
- Esqueceu que perdi a virgindade com você seu idiota? - falei com as bochechas vermelhas. - Pra mim não tem mais graça...
Eu apontei para o pinto dele escondido pelo tecido da calça jeans. Mentindo descaradamente para atingi-lo.
- Comigo mesmo não - Duval ergueu as mãos - quem quebrou esse cabaço foi o Miltão do terceiro b.
- O quê? De novo essa história?
Eu enchi igual um balão, vermelho de raiva. Juarez acordou sorrindo empurrando as dobras dos indicadores contra os olhos.
- Que fim de carreira, - ele disse - acordei veado.
Eu dei as costas para fugir de ambos e ainda escutei o Juarez confessando ao Duval que imaginou a cena e ficou duro pensando em mim nessa situação.
Eu cheguei ao quarto com um sorrisão de cadela satisfeita. Alcancei minha toalha e antes de passar de volta para alcançar o banheiro, vi em cima da minha cama umas folhas de ofício com um grampo prendendo-as em cima.
- Fabrício - pensei - ele conseguiu! Grande garoto!
Eu precisava entregar um trabalho de história da comunicação no Brasil mas estava sem as referências e as regras da ABNT, ou seja, todo mal formatado mas Fabrício quebrou um galho. Eu guardei o trabalho na mochila e parti para o banheiro.
Quando retornei ao quarto Betão estava deitado com uma revista aberta em cima da coxa cruzada, não dava para ver do que se tratava. Meu celular estava tocando embaixo do travesseiro "mãe", eu atendi.
- Que marmota é essa Yuri?
- Do que a senhora está falando?
- O vídeo Yuri! Uma porra de um vídeo que me mostraram e eu quase infartei!
- É montagem mãe - falei cínico.
Observei o Betão abaixando a revista e olhando para mim esticando os lábios sorrindo.
- Apaga isso Yuri!
- Mas minha senhora...
- Não quero saber apaga!!
A mulher gritava mais que a dona Herminia de "Minha mãe é uma peça", depois de meia hora de sermões e monólogos, comigo respondendo a tudo com "huhum, sei, é mãe, humhum, verdade mãe", ela enfim desligou.
Betão voltou a erguer a revista e eu senti vergonha de me vestir na frente dele então peguei minha cueca, short e camisa para sair em direção ao banheiro. A porta do quarto do Fabrício estava entreaberta, fui agradecer pelo trabalho.
Vesti o short no caminho.
Bati na porta e empurrei um pouco. Ele estava puxando o próprio peso na barra que ficava fixa como uma haste perto da parede ao lado de um monte de livros empilhados.
- Licença Fabrício, - falei - vim agradecer pelo trabalho, valeu mesmo cara. Quebrou um galhão...
Ele saltou das barras e respirando pesado com as mãos na cintura disse:
- Entra aí...
Eu amava ouvir aquele tom displicente safado. Fabrício unia as mãos sobre os lábios e olhava diretamente para mim. Ele tossiu um pouco. O peito brilhava com os tracinhos dos seis gomos.
- Dá uma olhada nisso... - ele falou baixo.
Sem olhar para mim enquanto eu caminhava em direção a cama de solteiro onde uma sacola preta estava meio aberta.
Eu puxei a alça de uma cueca e percebi que se tratava de uma jockstrap. Segurei as alças da parte de trás e deixei o saco cair.
A parte da frente onde ficava o pênis e o saco era como uma bolsinha de tecido e as alças lembravam a barra de uma cueca box normal.
- Comprou para mim?
Ele mordeu os lábios fez que sim com a cabeça:
- Cara, quero te comer de frente - ele disse - mas é meio merda dizer isso... não quero ter contato com teu pênis saca... Isso soa bem filha da puta. Eu sei.
Eu seguia a onda dos meninos em acreditarem mesmo que a notícia da doença de Betão fosse forte o suficiente para afastar as mulheres da casa e principalmente afastá-las deles.
Fabrício aumentava um ponto nessa história toda, ele não tinha namorada, nem ficante, pegava uma mãe solteira que morava numa rua mais a cima, tudo isso para evitar sair de casa e poder estudar mais.
A mulher estava temerosa de se envolver com ele novamente por causa do burburinho sobre a doença de Betão.
- Tá legal - eu disse - vira aí um pouco...
Ele ficou de costas e eu abaixei o short para enfiar as pernas pelas tiras da cueca apertada. A parte onde encaixei meu pênis era elástica e confortável mesmo assim senti um pouco apertado nas laterais.
Eu soltei as alças no corpo e quando Fabrício virou de frente para mim foi retirando o short junto e a piroca solta entre as pernas.
- Tá pronto? - ele perguntou.
- Acho que sim... - falei para baixo.
Fabrício bateu as mãos esfregando:
- Beleza!
"Então tá", pensei, "pela empolgação do pescador, vem peixada".
Ele veio em minha direção, segurou meu pescoço empurrando em direção a cama, tombei de costas contra o colchão. Fabrício arreganhou minhas pernas tencionando os bíceps, caiu de boa no meu mamilo esquerdo.
- Ai.. doeu - reclamei dos seus dentes.
Eu via o pau dele inchando apenas com sua boca mamando o meu mamilo como se fosse uma teta feminina, doía e arrepiava todo meu corpo o contato dos lábios quentes, da barba cerrada. Eu relaxei completamente, fiquei molinho.
Fabrício puxou meu cu para cima e eu encolhi todo sob a cama com um das mãos em cima da cabeça dele. Fabrício linguou o meu rego e começou a fazer um cunete revezando com o indicador.
Eu estava doido para ter contato com o pau dele mas Fabrício tirou uma camisinha não sei de onde e forçou o pau contra meu cu várias vezes, eu transpirava como cuscuz sofrendo para fazer aquela taca entrar.
O barulho do plástico da camisinha na minha pele era enervante e meu pau dentro do saquinho da cueca incomodava. A dor era maior que o prazer e embora Fabrício estivesse mandando ver contra meu cuzinho, eu sofria aguentando como dava.
- Devagar... devagar... - eu pedia empurrando seu peitoral.
Mas ele nem atenção dava e deitou em cima de mim com as pernas arreganhadas como se eu fosse uma mulher. Eu segurava a sua cintura enquanto ele apertava firme as dobras dos meus joelhos.
Fabrício arfou quente no meu pescoço, deitado sobre mim. Eu senti o pau dele inchando dentro de mim e o barulho da porra vazando para dentro da camisinha quente. Ele meteu ainda enquanto gozava.
Fabrício puxou o pau com o corpo para o meu lado e respirou fundo. Eu suspirava sentindo calafrios pelo corpo. Era como sair de um afogamento.
Fabrício não fingiu preocupação com o fato de ter praticamente estuprado meu rabo "estou assado como se tivesse corrido uma maratona sem cueca". Era bem feito, havia trepado a noite, e logo pela manhã.
Ele dormiu do meu lado ainda com o pau dentro da camisinha cheia de porra.
Eu não quis ficar e saí direto para o banheiro e de lá de volta para o meu quarto. Fiquei rolando na cama e decidi não ir para a faculdade porque estava meio detonado. Tomei um relaxante muscular e dropei num sono travado.
No meio da madrugada acordei com soluços de choro bem perto de mim.
A surra de rola do Fabrício tinha me nocauteado mesmo uma dor no pé da barriga "deve ter sido por causa da posição".
Doeu quando levantei para acender a luz.
Betão chorava com as mãos em conchas apoiando a cabeça, sentado e pelado, na própria cama. Ele ergueu a cabeça para mim dando-se conta da luz em sua cara e os olhos pareceram dominar todo o rosto.
Linhas vermelhas como pernas de barata saíam das íris dele.
- Desliga isso caralho, - vociferou.
Mas seu tom inspirava compaixão embora quisesse inspirar medo.