O Chantagista - Parte 9

Da série O Chantagista
Um conto erótico de Fabio N.M
Categoria: Heterossexual
Contém 2286 palavras
Data: 10/08/2024 01:06:56

Um ano antes…

Alberto entrou no apartamento de forma silenciosa, fechando a porta atrás de si. Bernardo, sentado no sofá, revisava atentamente os documentos espalhados na mesa de centro em seu apartamento. Ele ergueu o olhar ao perceber a presença do pai e sorriu, embora houvesse uma tensão subjacente em seu semblante.

— Pai — Bernardo cumprimentou, fazendo um gesto para que Alberto se sentasse.

Alberto se aproximou e colocou a mão no ombro do filho.

— Está quase tudo pronto. Você está preparado?

Bernardo respirou fundo e olhou para os papéis sobre a mesa. Havia fotos de Augusto, Karina e Victor, bem como fichas detalhadas com informações sobre cada um deles.

— Sim, estou preparado. Revi tudo várias vezes para garantir que não cometeremos erros.

— Bom — Alberto assentiu, satisfeito — Augusto e Victor merecem pagar pelo que fizeram. Eles destruíram nossas vidas, e agora, chegou a hora de destruí-los.

Bernardo pegou uma das fotos de Karina e a observou por um momento. Ela uma mulher linda de longos cabelos loiros escuros e olhos castanhos vivos, boca delicada e corpo esbelto. Seria uma satisfação se conseguisse seduzi-la e fazê-la trair o marido. Seria o sinal verde para o início de sua tortura psicológica fazendo-a sucumbir em uma sequência de traições. O promotor de justiça, Victor, era um homem zeloso e obrigá-lo a se envolver com Karina seria necessária muita habilidade de manipulação para levá-los a terem uma relação íntima que em situações normais jamais aconteceria.

— Eu sei o que preciso fazer. Quero que você tenha sua vingança.

Alberto sentou-se ao lado do filho, seus olhos duros suavizando-se por um breve momento.

— Eu sabia que podia contar com você, Bernardo. Você é forte, e juntos, vamos conseguir.

Bernardo folheou algumas das fichas de perfil, destacando informações importantes. Alberto observava com orgulho o filho que havia se tornado seu aliado.

Bernardo pegou um documento específico que continha um cronograma detalhado dos passos que deveriam seguir.

— Primeiro, nos aproximamos de Karina. Depois, começamos a arrastá-la para nossa teia, ao mesmo tempo em que pressionamos Victor ameaçando sua família. Precisamos ser pacientes e cuidadosos.

Alberto sorriu, um sorriso frio e calculista, se levantou e olhou para a janela, onde as luzes da cidade brilhavam ao longe.

— Estamos perto, meu filho. Muito perto. E quando tudo isso acabar, nossa vingança estará completa.

Bernardo se levantou e foi até a janela, ficando ao lado do pai.

— Eu farei com que você se orgulhe, pai.

Alberto colocou a mão no ombro de Bernardo novamente, apertando-o com firmeza.

— Eu já estou orgulhoso de você, Bernardo. Você é a chave para nossa vitória.

O olhar determinado de Bernardo encontrou o do pai, e naquele momento, um pacto silencioso foi selado. Eles estavam prontos para seguir adiante com o plano, cada um desempenhando seu papel na complexa teia de vingança que haviam tecido. E com cada passo dado, a destruição daqueles que os haviam prejudicado se tornava mais iminente.

******

Atualmente…

Alberto deslizava seu pau ainda em riste para fora da boceta esfolada de Karina de onde ainda escorria o líquido viscoso esbranquiçado que ele havia jorrado dentro dela com toda a satisfação.

Humilhada e acuada, Karina cobria os seios e o meio de suas pernas como se tentasse salvar o pouco da dignidade que lhe restava. Recuperaria suas roupas se Alberto não estivesse em posse delas.

— Agora que você sabe quem eu sou… — dizia enquanto enxugava o pau com a calcinha de Karina que tirara da gaveta, a mesma que havia sido deixada sob o letreiro do hotel — … Você será minha puta. Não há mais razão para esconder seus casos extraconjugais. Imagina a cara do doutor Augusto ao saber que sua querida esposa é uma depravada que foi capaz de se deitar com o promotor de justiça, além claro, de seu aluno da faculdade e o dono da empresa de segurança eletrônica.

As palavras de Alberto eram como punhaladas, cada uma mais dolorosa que a anterior. Karina sentiu-se enojada e suja, a culpa e a vergonha consumindo-a por dentro. Ela pensou em Augusto, em sua filha, e no caos que sua vida havia se tornado por causa das chantagens e manipulações de Alberto.

— Você, minha querida, facilitou tudo — continuava ele — Cada passo que você deu, cada decisão que tomou, só me aproximou do meu objetivo.

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Karina. Ela sentiu-se impotente, uma marionete nas mãos de um homem vingativo. Cada ação que havia tomado, cada decisão desesperada para proteger sua família, parecia agora um erro monumental.

— Você é um monstro — ela disse, sua voz carregada de ódio e tristeza.

Alberto sorriu, satisfeito com a dor que havia infligido.

— E foi tudo graças a você. Lembre-se disso — com um toque no teclado, a tela do computador sobre a escrivaninha se acendeu revelando todas as fotos e vídeos comprometedores. Desde o beijo no barzinho até a filmagem em seu quarto com Bernardo.

Karina fechou os olhos, tentando controlar a avalanche de emoções que ameaçava engoli-la. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de sair daquela situação, de proteger sua família e salvar sua própria sanidade. Mas, naquele momento, a escuridão parecia insuperável, e a esperança, uma lembrança distante.

Bernardo empurrou a porta com força, fazendo um barulho que ecoou pelo escritório. Ambos, Karina e Alberto, se viraram para ele, surpresos.

— Bernardo, — disse Alberto em uma mistura de surpresa e irritação em sua voz — o que você está fazendo aqui?

Bernardo olhou para seu pai, a raiva fervia dentro dele.

— Isso precisa parar. Você está indo longe demais.

Karina olhou para Bernardo, seus olhos cheios de confusão e um lampejo de esperança. Alberto franziu a testa.

— Você sabia o que estava em jogo desde o começo, Bernardo. Não é hora de ter dúvidas.

Bernardo deu um passo à frente, colocando-se entre Karina e Alberto.

— Eu sei o que está em jogo. Mas isso... Karina não merece isso.

— Você está me desafiando. Se apaixonou pela vagabunda? — indagou ele dando um passo à frente estreitando seus olhos na direção do filho.

Bernardo engoliu em seco, sentindo o peso da decisão que estava tomando.

— Eu não posso deixar você fazer isso.

— Você está cometendo um grande erro, filho — disse, com sua voz carregada de ameaça — Você sabe o que acontece com quem me trai.

— Eu sei. Mas estou disposto a correr esse risco.

Alberto deu um passo atrás com seus olhos ainda fixos em Bernardo.

— Você vai se arrepender disso — olhando para os dois, seu rosto uma máscara de raiva contida — Isso ainda não acabou — ele disse antes de se vestir e sair do escritório, deixando Karina e Bernardo sozinhos.

Bernardo se aproximou de Karina, suas mãos trêmulas enquanto estendia a mão para tocar seu ombro. Ela deu um passo atrás, seu olhar ainda fixo no chão, evitando encontrar os olhos dele.

— Karina, eu... sinto muito — ele disse, sua voz carregada de culpa — Eu nunca quis que isso acontecesse. Eu nunca quis que você se machucasse.

Karina levantou a cabeça lentamente, seus olhos cheios de dor e desconfiança.

— Você sabia o que estava fazendo desde o começo, Bernardo. Você sabia e mesmo assim fez parte disso.

Bernardo balançou a cabeça, seu coração pesado com a culpa.

— Eu sei. Eu sei que fui fraco. Mas, por favor, acredite em mim, eu nunca quis que você se machucasse assim. Eu estava tentando proteger você.

Ela riu amargamente, cruzando os braços sobre o peito.

— Proteger? Como isso é proteção? Você estava me usando, assim como seu pai.

— Não! — Bernardo disse com veemência, dando um passo à frente — Não é isso. Eu comecei com a intenção de seguir os planos do meu pai, mas eu… eu me apaixonei por você, Karina. Eu me importo de verdade com você. E é por isso que estou aqui agora, tentando impedir que ele continue com isso.

Karina o olhou com sua expressão ainda de repugnância.

— Apaixonado? Como posso acreditar em você agora? Como posso saber que isso não é só mais uma parte do plano do seu pai?

Bernardo sentiu um aperto no peito, sabendo que suas palavras provavelmente soavam vazias depois de tudo o que ela havia passado.

— Eu entendo por que você não pode confiar em mim agora, mas, por favor, me dê uma chance para provar que estou do seu lado. Eu quero te ajudar, Karina. Quero consertar isso.

Ela olhou para ele por um longo momento, lutando contra as emoções que dançavam em seus olhos. Parte dela queria acreditar em Bernardo, queria aceitar a possibilidade de que ele pudesse realmente estar arrependido. Mas a dor da traição era profunda, e as feridas ainda estavam abertas.

— Eu não sei, Bernardo — ela disse finalmente, sua voz frágil — Eu não sei se posso te perdoar.

Karina recolheu suas roupas e saiu da sala após se vestir sob os olhares suplicantes de Bernardo. Ela entendia o que ele tinha acabado de fazer, mas não podia ignorar o fato de todo o seu tormento nos últimos meses ter sido graças a ele.

Sozinho na sala, o rapaz deixou-se cair na cadeira do escritório enquanto as fotos e vídeos eram exibidos na tela como uma lembrança do que ele fez a Karina. Seria inútil tentar apagar aquele HD, conhecendo o pai que tem, certamente ele teria pensado nesse risco e se antecipado, fazendo upload de tudo na nuvem em diferentes drives. A ameaça sobre Karina ainda pairava sobre suas vidas, mas agora chegava a um ponto de inflexão. Ele sabia exatamente o que precisava fazer.

Karina entrou em casa com o coração acelerado, seus pensamentos ainda estavam tumultuados por ter descoberto tudo sobre Alberto e Bernardo e como estava sendo manipulada esse tempo todo em um projeto insano de vingança. A descoberta de que Alberto era o verdadeiro chantagista e que Bernardo estava envolvido em seu plano a deixara destruída por dentro. A tensão aumentava com a certeza de que havia câmeras espalhadas pela casa, vigiando cada um de seus movimentos.

Assim que fechou a porta atrás de si, ouviu passos leves descendo as escadas. Levantou o olhar e viu uma jovem descendo, segurando a pequena mão de Alice. A menina correu para Karina, que a abraçou com força, encontrando algum consolo naquele gesto inocente.

— Mamãe! — Alice exclamou, feliz.

— Oi, meu amor. Quem é essa moça? — disse Karina acariciando os cabelos da filha e forçando um sorriso.

— Oi, sou Luana. Acabei de ser contratada como babá pelo seu marido — A jovem sorriu educadamente e estendeu a mão.

— Babá? — repetiu, tentando esconder sua surpresa e desconforto — Eu não sabia que precisávamos de uma.

Karina sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

A moça franziu o cenho com a surpresa dela.

— Ele está no escritório, esperando pela senhora.

Karina assentiu, sentindo o estômago embrulhar-se de ansiedade.

— Obrigada.

Enquanto subia as escadas, Karina não conseguia deixar de se perguntar por que Augusto teria contratado uma babá. Cada passo parecia mais pesado, o medo e o aperto no peito aumentavam a cada segundo. Quando chegou à porta do escritório, respirou fundo antes de girar a maçaneta.

Augusto estava sentado à escrivaninha, com os dedos entrelaçados sobre uma pilha de documentos. Levantou o olhar quando ela entrou, e seus olhos se encontraram. Karina fechou a porta do escritório atrás de si, seu coração batendo acelerado. Augusto tinha uma expressão fria e impenetrável causando em Karina um arrepio que percorreu sua espinha. Cada fibra de seu ser estava em alerta, antecipando algo terrível.

— Karina — Augusto começou, a voz tensa e olhar sisudo, fixo nela — Precisamos conversar.

Karina apenas assentiu, tentando controlar o tremor em suas mãos. Sentiu um nó se formar em sua garganta.

— Eu tomei uma decisão — ele começou, cruzando as mãos sobre a mesa — Você deve fazer as suas malas e sair desta casa.

O chão pareceu desaparecer sob os pés de Karina.

— O quê? — sua voz saiu quase como um sussurro, o desespero começando a tomar conta — amor, por favor, não…

Augusto ergueu uma mão, silenciando-a.

— Não adianta implorar, Karina. Eu já vi tudo o que precisava ver — disse virando a tela do computador em sua direção, mostrando uma série de fotos e vídeos incriminadores.

— Diante das evidências de sua infidelidade, não há mais nada a se discutir.

As imagens na tela eram uma tortura para Karina. Ela viu os momentos de traição com Bernardo, a noite com Victor. Cada imagem era uma faca cravada em seu coração.

— Amor, eu... eu posso explicar — ela tentou, mas sua voz falhou.

Augusto manteve-se impassível, como uma geleira.

— Nosso regime de casamento é de separação total de bens. Tudo o que possuímos será distribuído conforme a lei. Mas… isso não é o mais importante agora.

Ele respirou fundo, e a voz endurecendo ainda mais.

— Eu moverei uma ação pela guarda de Alice. Tenho todas as evidências necessárias para provar que você não é uma mãe adequada.

As palavras atingiram Karina como um golpe devastador. O coração dela parecia se despedaçar dentro do peito.

— Não, Augusto, por favor, não faça isso. Não tire a nossa filha de mim.

Augusto permaneceu implacável, os olhos frios e distantes.

— Você deveria ter pensado nisso antes de… — ele mediu as palavras — … fazer o que fez.

Ela caiu de joelhos, lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Por favor, Augusto, eu faço qualquer coisa. Não tire Alice de mim. Ela é tudo o que eu tenho.

Mas ele não cedeu.

— Está feito, Karina. Você fez suas escolhas e agora deve lidar com as consequências. Faça suas malas e vá embora.

Karina sentiu o desespero apertar sua garganta, tornando difícil respirar. As lágrimas continuavam a cair enquanto ela olhava para o homem que um dia amara, agora tão distante e inatingível.

— Augusto, por favor…

Ele levantou-se, movendo-se em direção à porta do escritório.

— Você tem até o final do dia para sair. Não quero mais ver você aqui.

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Comentários

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Nada que é feito as escondidas fica escondido muito tempo!

As pessoas fracas são sempre as mais fáceis de manipular!

Ótimo conto!

Vamos ver o que mais vai acontecer!

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O famoso carma não falha. pode até demorar, mas chega

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