Um dia longo e tedioso. Cheguei em casa mais cansada do que o normal e após um banho demorado comecei a preparar o jantar. Preparei o arroz, preparei o feijão, preparei os legumes e as verduras, cortei a carne... Todos os preparativos para um bom jantar sem pressa alguma. De repente fiquei desligada do mundo por algum tempo. Quando voltei a mim tudo já estava pronto. A comida somente esperando para ser servida e os utensílios que usei já lavados e postos em seus devidos lugares; e eu estava tão perdida em mim mesma que mal percebi. Provei um pouco da comida e tinha um gosto bom. Agora só faltava esperar meu marido chegar. Não demorou muito. Ouvi o som do portão da garagem abrindo e o carro sendo estacionado. Eu estava sentada junto à mesa. Meu marido veio até mim e me deu um beijo no rosto. Depois foi até o fogão e deu uma olhada na comida, e ele provou um pouco e disse que tinha um gosto bom. Eu continuei sentada junto à mesa quando ele saiu da cozinha e subiu as escadas. Ouvi o som de seus passos ficarem cada vez mais distantes; e talvez adormeci e me despertei um pouco assustada quando senti a mão do meu marido sobre meu ombro e quando ouvi ele chamar por mim.
— Hoje estou mais cansada que o normal, Giacomo. — falei.
— Eu também estou muito cansado. Acho que vou me deitar mais cedo hoje. — ele falou.
Ele sentou diante da mesa e servi seu prato. Comemos em silêncio.
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Meu marido dormia há algum tempo. Ele se deitou mais cedo como havia dito e dormia profundamente ao meu lado, mas eu mesma estava bem acordada. Estava inquieta por alguma razão que eu não conhecia e o cansaço que eu sentia mais cedo havia simplesmente sumido. Meus olhos estavam vidrados no teto enquanto eu escutava o ronco do meu marido ao meu lado e tentava em vão pegar no sono. Muito inquieta eu estava e mentia para mim mesma ao dizer que não sabia porque estava inquieta. Levantei da cama e fui a passo leves até nosso guarda-roupas. Vasculhei silenciosamente em uma das minhas gavetas e achei o objeto da minha inquietação: o dildo novo que eu havia comprado. Sim, era aquele dildo que estava me deixando inquieta há algumas noites. Por quê? Porque eu havia encontrado uma razão para usá-lo.
Depois da notícia repentina, da notícia de que minha irmã estava traindo seu marido, eu me peguei pensando nisso. Eu tinha comprado aquele dildo simples, viajado para outra cidade somente para comprar aquele dildo e para sentir a sensação, nem que fosse só em minha mente, de como seria a infidelidade. Sim, eu me masturbaria com aquele dildo em específico me imaginando sendo tomada por outro homem além do meu marido; mas isso não estava acontecendo. Comprei o dildo com a ideia, mas sem a pôr em prática. Apenas o comprei e o guardei bem, e o esqueci. O esqueci até alguns dias atrás quando um certo homem me deu motivos para usá-lo.