#Alemanha, 1937
Os tempos áureos da República de Weimar se foram, com a crise de 1929 derrubando parte significativa do liberalismo social e da efervescência cultural da vida noturna nas grandes cidades alemãs. Permissividade, cabarés e espetáculos eróticos de toda ordem ainda aconteciam, mas agora escondidos ante o olhar crítico e repressivo do nazismo com sua ideologia autoritária e ultraconservadora. Essa moralidade, contudo, era apenas uma fachada, atrás da qual se escondiam comportamentos muitas vezes doentios e associados a uma sanha fanática, oportunista e vingativa, que imperava nessa época da história do país.
#Ingrid
Quando chego à frente do edifício do Ministério da Propaganda fico admirada e entusiasmada pela suntuosidade da fachada. Parece que foi ontem que nosso país saiu da penúria imposta pelos canalhas franceses e britânicos, quando capitulamos na Primeira Grande Guerra. Agora, inúmeras bandeiras tricolores tremulam com nossa suástica, com o mundo temendo nosso poder. A Alemanha é pujante novamente, e tudo graças ao nosso amado líder e visionário, que nos vem conduzindo para um destino de glória e fortuna.
Sinto-me até excitada e reconfortada ao pensar nisso tudo, em como nossa vida melhorou da água para o vinho nesses últimos anos. Estamos nos livrando da escória bolchevique-judaica que contaminava e envenenava nossa sociedade, tomando de volta o que sempre foi nosso merecido direito. Tudo isso servindo de inspiração para estar vindo aqui hoje.
Meu nome é Ingrid, tenho 31 anos e sou casada com Johann. Temos três lindos filhos, sendo minha família a razão maior de minha existência. Sei que sou ambiciosa, e não o escondo de ninguém. Sempre quis o melhor, aspirando pela vida que vejo ao assistir amigos membros do governo participando de festas e jantares, frequentando teatros e concertos, e desfilando muito charme e poder pelas ruas da cidade. Felizmente, os comportamentos liberais e abomináveis da década passada desapareceram de nossa sociedade, e a moralidade, o respeito e o recato voltaram a ser a norma vigente.
Foi de conversas com minha amiga Erika, numa convivência íntima que já se estendia há anos, que percebi que havia uma grande chance ao nosso alcance para melhorarmos de vida, ainda mais que somos cidadãos respeitáveis e alinhados com a político do estado. Ela é a feliz e bem-sucedida esposa de um alto membro do Partido Nacional-Socialista, e que ascendera rápido de uma vida simples e modesta, como a nossa, para uma com muita riqueza e opulência. E, acima de tudo, aquela em que me espelhava como objetivo para minha vida.
Quando comparava nossas trajetórias, eu sabia que patinávamos apenas devido à teimosia do meu Johann, um idealista e pacifista, que resistia em aceitar algumas práticas pouco ortodoxas do nosso governo. Por mais que, assim como eu, ele também concordasse que uma limpeza étnica era essencial para o nosso país, era difícil convencê-lo de que o único caminho viável que tínhamos para isso era com o uso da força.
Foi com isso em mente que planejei a conversa de hoje com Rudolf, o poderoso marido de Erika. Tenho certeza que posso persuadi-lo a nos abrir algumas as portas para termos também esses merecidos privilégios de quem apoia e trabalha pelo regime, e assim também ascender junto à elite do país. Ele tem poder e acesso a muitas e diferentes esferas do governo, bem como uma forte influência tanto na Gestapo como na SS. Tudo o que eu quero é que ele possa alocar Johann em um cargo de confiança. E de preferência um bem remunerado e com o benefício da recolocação em uma das muitas ricas residências que vêm sendo justificadamente confiscadas dos judeus.
É lembrando do enorme e luxuoso apartamento em que ele e Erika habitam no centro de Munique, que adentro o imenso salão do departamento onde Rudolf trabalha, depois de recebida e encaminhada por sua assistente. Assim que ela sai e fecha as enormes portas de mogno, ele levanta o olhar dos documentos que lia e vem me receber educadamente defronte de sua mesa de trabalho.
- Como vai, Ingrid? - pergunta-me trajando o intimidante uniforme marrom das "Tropas de Assalto", tendo nele diversas insígnias restritas a altíssimos postos do governo e a braçadeira com a suástica levada no braço esquerdo.
- Estou bem, Rudolf. E Erika, minha amiga? - tento descontrair nossa conversa, mesmo não tendo intimidade alguma com ele, e eu sendo apenas uma das muitas amigas que ele via em sua casa convivendo com a esposa.
- Certamente você deve saber mais dela do que eu - ele me joga um balde de água fria antes de ir direto ao ponto, me lançando um olhar inquisidor - O que você veio fazer aqui, Ingrid?
Sigo para a cadeira que ele me indica, vendo-o se sentar sobre a própria mesa e bem à minha frente, enquanto tira um cigarro de sua cigarreira, que recuso quando me é oferecido. Vou tateando com cuidado o delicado assunto, apenas agora sentindo um nervosismo por não haver me preparado apropriadamente. Erika já havia me alertado que o não completo alinhamento de Johann ao partido não era um bom sinal. Que não bastava não ser opositor, com todos no governo exigindo e esperando apoio incondicional e dedicação total à causa maior da nação.
Mesmo assim, eu supervalorizo as capacidades de Johann como escritor e jornalista, ao mesmo tempo em que também apelo para nossa origem comum, e em como acreditamos e confiamos cegamente em Hitler e em nosso governo. Rudolf escuta a tudo impassível e pouco intervindo, logo percebendo aonde quero chegar na busca por uma boa ajuda e um certo favorecimento. Em determinado momento, ele se levanta e me rodeia enquanto falo, me escutando parado atrás de mim.
Sinto a presença incômoda dele às minhas costas, mas continuo falando sem ousar lhe dirigir o olhar. Imagino que, de onde está, consegue facilmente olhar dentro do decote entreaberto de minha blusa. Pois mesmo ela tendo um corte decente, como o de todos os meus vestidos, nunca consigo evitar me exibir assim devido ao tamanho mais avantajado de meus seios.
Estremeço nervosa quando ele pousa ambas as mãos sobre meus ombros, massageando-me ali e certamente se deleitando com a visão que tem. É estranho, mas me pego traída por mim mesma, inconscientemente inspirando fundo e projetando ainda mais meus peitos à frente, ao mesmo tempo em que sinto meus mamilos endurecerem.
- Você sabe que o que está me pedindo vai transformar definitivamente suas vidas para muito melhor, não é, Ingrid?
- Sim, Rudolf! E seremos eternamente agradecidos em poder trabalhar pelo Führer e pela gloria da Alemanha - respondi animada, discursando orgulhosa ante a real possibilidade de concretizar meus sonhos.
- Sim, imagino isso... Mas tudo na vida tem um preço, minha querida... - e uma se suas mãos escorrega para dentro de minha blusa, indo sentir e apalpar certeira, e por dentro do meu sutiã, o bico endurecido do meu peito - Você está disposta a pagá-lo?
Surpresa com a atitude dele, eu reajo me levantando rápido da cadeira e meio ofendida; minha honra de esposa fiel se manifestando em minha defesa, procurando me afastar de seu alcance. Mas, mesmo assim, é uma ação fraca e apenas simbólica, pois logo ele está novamente grudado atrás de mim, falando baixo e calmamente ao pé do meu ouvido:
- Pense bem, querida Ingrid. Seu marido não se mostrou ainda um patriota de fato. E, você sabe muito bem que a vida pode se tornar insuportável para quem não está do nosso lado...
Rudolf pronuncia essa ameaça camuflada ao mesmo tempo em que passa a mão no meu traseiro, esfregando-a os contornos a as reentrâncias de minha bunda por sobre minha saia. Tento pensar inutilmente em alguma saída da armadilha em que me meti, mas sei que ele está com todas as cartas na mão, e que caí indefesa em sua teia.
Sem esperar uma resposta, ele lentamente começa a erguer minha saia, me fazendo sentir a brisa primaveril entrando pela janela entreaberta e passando entre minhas pernas. Aquilo causa-me uma sensação gostosa, mesmo na ansiedade de não saber ao certo como agir, enquanto ele vai se deliciando vendo aparecer minhas coxas brancas e minhas nádegas pouco cobertas pelas calcinhas discretas que uso.
Em casa, meus filhos devem estar estudando para as provas, enquanto Johann trabalha compondo as matérias da coluna de política para a edição matutina do jornal. E eu, seminua e já com a saia enrolada na cintura, sendo apalpada por outro homem, que agora aperta as carnes de minha bunda e me encoxa com a respiração se alterando junto ao meu pescoço.
Predador nato e experiente, Rudolf então me empurra decidido contra a mesa, obrigando-me a me apoiar com o rosto e o tronco prensados sobre o tampão dela. Estou à sua mercê e com meu bumbum bem erguido em função dos sapatinhos de salto que tenho calçados. A seguir, sinto quando ele, sem muito carinho ou cuidado, abaixa minhas calcinhas até elas pararem enroscadas em meus joelhos, escutando dele um elogio chulo ao me ver nua e toda exposta dessa forma vergonhosa.
Sei que ainda posso resistir e me comportar como uma mulher honesta. Entretanto, eu permaneço passiva, sentindo minha intimidade profanada ao mesmo tempo em que considero minha entrega a ele como uma troca por um futuro garantido de nossa entrada na sociedade germânica. E percebo como meu sacrifício se encaminha rápido para a consumação, ao escutar os sons e notar seus movimentos abrindo e arriando as próprias calças, vindo se ajeitar atrás de mim.
Já ereto e antes de me penetrar, Rudolf ainda tem uma última "gentileza", quando, com dois dedos grossos, confere a umidade que brota incontrolada de minha boceta, enquanto abre meu caminho entre os densos pelos negros que circundam minha abertura. Estou molhada, numa incoerente combinação de sentimentos que misturam um querer e um resistir. Contudo, alheio aos meus pensamentos, ele tece seu veredito de forma crua e direta, ao sentir seus dedos saindo melados de dentro de mim:
- Puta! - diz com certa satisfação e uma dose de sadismo; e eu me convencendo ser essa a verdade.
Ele então vem decidido e inquieto, esfregando seu membro duro em mim até encaixar na entrada de minha boceta. E, com uma estocada apenas, entra até o fundo, para sempre possuindo meu corpo e minha alma. Está feito, não tem como voltar atrás. Ele passa a me dominar, penetrando-me com seu pau forte, viril e bojudo. Um exemplo perfeito do ariano estereótipo da propaganda nazista, o homem do futuro, cuja imagem por vezes já me deixara molhada na intimidade ao fantasiá-los em pecado e no lugar de meu marido.
Consigo segurar um grito, mas alguns gemidos incontidos surgem de meu íntimo. Não quero demonstrar, mas é impossível esconder o prazer que escapa com a umidade que brota em caldas de dentro de mim. Ele soca firme me comendo com propriedade, batendo seu corpo contra minha bundinha branca, enquanto a mão aperta forte minha cintura para impedir uma fuga minha que, de qualquer forma, nunca aconteceria. Querendo ou não, tenho a sensação de um homem diferente dentro de mim, um pau mais grosso me penetrando no seu ritmo próprio, e bem diferente do calmo e carinhoso que tinha sempre em minha cama.
Envergonhada, viro o rosto para o outro lado, ao também buscar uma posição melhor e mais confortável. Ao fazer isso, acabo me deparando com a visão de um porta-retrato sobre a mesa com a foto de Erika junto com os filhos. Todos sorridentes numa lembrança encantadora para o pai de família exemplar que Rudolf é. O mesmo homem que agora me fode com mais intensidade e arfando sobre meu corpo. Esse sentindo os golpes ao ser violado sem compaixão, com os choques de sua pélvis contra minhas nádegas ecoando alto pelo salão.
Ele, dominando e abusando da amiga da esposa, age dessa forma simplesmente pelo poder que tem para o fazer como e quando quiser; me invadindo, tomando posse e destruindo para sempre minha fidelidade. Já eu, por outro lado, me sinto uma verdadeira prostituta, como ele dissera acertadamente, ao perceber que eu o procurara aceitando me vender por uma vida melhor. Mesmo assim, eu sigo invejando a foto deles, notando o fundo da sala do luxuoso apartamento, e me consolando de que o que acontece aqui irá nos compensar com o acesso àquilo tudo.
- Eu sabia que você não valia nada! - ele me ofende, depois de me comer por um tempo e tirar seu pau de dentro de mim, virando-me de frente após me erguer com facilidade e me colocar sobre a mesa.
Dócil, eu abro as pernas para ele e me deixo usar novamente, sabendo que ele ainda não havia terminado. Nessa posição, ele agarra e sente meus peitos sobre a roupa, antes de abrir de forma rude minha blusa com alguns botões voando pela sala, e os colocar para fora com o sutiã forçado para baixo. Pincelando o pau mais uma vez na entrada de minha boceta, ele volta a meter com força, ao mesmo tempo em que passa a beijar e sugar meus seios, mamando e chegando até a mordê-los, puxando com os dentes a ponta de meus mamilos para causar-me dor e deixar marcas visíveis das chupadas no entorno deles.
Não é nada que justifique a maneira como ele me trata, mas imagino em como meus peitos devem o estar atiçando por serem bem maiores que os da esposa, uma loirinha esbelta e não tão bem servida nesse quesito como eu. Um orgulho besta que me passa pela mente, servindo àquele homem poderoso com algo diferente do que ela conseguia lhe dar. Por isso sinto como ele se esbalda sobre mim, me comendo, apertando e sugando meus peitos, para depois vir procurar meu rosto e me obrigar também a beijar sua boca; com sua língua invadindo a minha, num ato lambido, indecente e até um pouco asqueroso.
Relevo como posso pensando que se é para ser uma vadia, que eu o serei da melhor maneira que puder, cumprindo meu papel para alcançar meus objetivos. E assim eu o abraço com as minhas pernas, erguendo-as com gosto em torno do seu tronco. Sentindo as metidas dele ficarem mais intensas, com ele arfando como um touro ansioso mordendo meu pescoço. Dizendo-me baixarias e me xingando, o que ampliando minhas sensações de estar agora gostando de ser assim possuída por aquele homem forte e poderoso.
Rudolf ainda mete por um bom tempo em mim, antes de se erguer suando para me admirar, vendo-me nua e toda aberta enquanto deflora minha fidelidade, puxando-me com as mãos cravadas em minha bunda. Ele passa a acelerar mais as socadas na minha boceta e eu pressinto que não tardará a gozar. Da mesma forma que sinto meu orgasmo chegando, ameaçando tirar meu controle e o pouco do que sobrou da minha dignidade de mulher casada.
Nesse momento, contudo, vejo ao fundo a imensa porta sendo aberta com cuidado, com a bela e madura assistente espionando tudo o que acontece na sala de seu chefe. Nossos olhares se cruzam, e eu sinto uma mistura de perversão e desejo em sua expressão. Ela fica parada nos assistindo em silêncio por uns instantes, durante os quais se toca discretamente, apertando as mãos contra os próprios seios e claramente roçando uma perna na outra, ao me encarar sendo possuída vigorosamente por Rudolf.
Ciente do risco da intromissão indevida, ela resolve sair da sala cautelosamente, depois de ainda me dar um sorriso complacente como se fosse igualmente cúmplice daquela curra consentida, muito provavelmente não a única por ela testemunhada, e com grande chance de também ter passado por aquela provação em momentos anteriores.
Volto-me novamente para meu amante, e o percebo agora bem na iminência de gozar dentro de mim, e isso me assusta pelo risco eminente de uma gravidez fora dos planos, já que estou no ápice de meu período fértil. Quase rogo para ele tirar e gozar fora, mas antes de o verbalizar ele mesmo saca o pau ainda duríssimo, para pegar em minhas pernas e as dobrar de forma que eu fique de ladinho sobre a mesa.
Minhas ancas largas ficam mais evidenciadas nessa posição. Mas a atenção maior dele é para minha intimidade proibida, que ele investiga afastando minhas nádegas em busca do meu cuzinho. Sua felicidade é visível, quando ele o descobre pequeno e delicado, todo fechadinho por eu não ser muito adepta de práticas não convencionais no sexo, raramente o cedendo a Johann, e geralmente apenas depois de levemente embriagada.
- Não... Por aí não, por favor! - eu imploro já certa da intenção dele, após vê-lo umedecer os dedos e esfregá-los no entorno de minhas pregas.
Minha súplica é ignorada, com Rudolf concentrado mirando a cabeça do pau, ainda molhado pelo meu prazer, bem na minha entrada de trás, fincando-o com ajuda dos dedos e decidido a não retroceder em seu desejo mais valioso. Temendo o que me espera, eu fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes, travando o maxilar na espera do pau dele vencer dolorosamente a resistência do meu anel, por mais que eu tente relaxar e colaborar para o receber grosso e me abrindo por dentro.
Agarrado aos meus quadris, ele vai e volta algumas vezes, sorrindo satisfeito quando consegue enfiar até o talo, fazendo seu pau entrar por inteiro dentro de minha bunda. Sinto o ardor de sua espessura, com ele sem nenhuma pena de mim. Eu, Ingrid, agora definitivamente como a puta dele, a amiga da esposa por quem ele não tem mais nenhum respeito, com seu olhar de dono me dizendo tudo isso enquanto algumas lágrimas vertem dos meus olhos.
Enquanto Rudolf me fode pelo cuzinho, eu chego a pensar se ele também costuma fazer desse jeito com Erika. Deduzo que não, pelo jeito meigo e elegante dela, de uma mulher vaidosa que aprendeu a ser refinada depois de rica. Certamente ele reservava isso apenas para as vagabundas. Vagabundas como a em que me tornei hoje, na minha definitiva iniciação como uma "esposa de Hitler".
É dessa forma, me sodomizando, que ele termina se satisfazendo, me violando também pela bunda e levando assim tudo de mim antes de gozar jorros de porra pulsadas dentro do meu cu, me banhando na vergonha. Quando sinto o pau dele deslizando para fora, com o meu cuzinho se fechando com dificuldade, vem uma sensação de alívio e esperança, com a minha moral e os modos de boa moça vencidos por minha ganância e interesses.
Lentamente eu me viro sobre a mesa, tentando pateticamente não derrubar nada do que estava sobre ela, enquanto escorrego até sentir meus pés tocarem novamente o chão. Passo a arrumar minhas roupas, um tanto humilhada ao subir minhas calcinhas e sentir como elas logo ficam meladas, assim que abaixo a saia e um tanto de esperma de Rudolf escorre para fora do meu ânus.
Ele, por sua vez, me olha saciado, abotoando calmamente a calça, afivelando o cinto, e agindo com naturalidade antes de ir abrir um armário atrás de sua mesa para trocar a camisa que usava, enxugando o suor com uma toalha antes de se recompor. Sem ter dele o mesmo tratamento, tenho que fazer uso de um pequeno lenço para limpar meu rosto, arrumando como posso os cabelos e fechando os botões que restaram da blusa, escutando então ele me dirigindo a palavra:
- Fique tranquila, minha querida. Vou providenciar tudo o que você precisa. Diga para seu marido me procurar na quinta-feira, aqui mesmo. E, quando precisar da sua colaboração, eu a chamo novamente... me entendeu? - o sarcasmo impiedoso no seu rosto deixa claro que nossa "relação" não vai de forma alguma terminar hoje.
Não sei bem o que responder, depois de ter cedido a ele, sido usada no que parece agora ter sido apenas uma iniciação.
- Obrigada - é a resposta ridícula que encontro, mal a sussurrando com o esboço de um sorriso lhe mostrando a cooperação e submissão que passei a lhe dever.
Dispensada friamente por ele, reestabeleço o que consigo de minha decência, e saio daqui sabendo que os olhos dele me acompanham os passos, pregados nos movimentos sutis de meus quadris que eu não consigo controlar, e que carregam para sempre o ocorrido naquela sala.
Passo pela recepção evitando cruzar o olhar com sua assistente e testemunha de como aqui entrei como uma mulher correta e digna mãe de família, e agora saio como mais uma vadia, dentre as incontáveis que se submetem nos tempos de hoje em trocas de favores com os poderosos do governo.
Assim que chego à porta do ministério, vejo o enorme estandarte do outro lado da rua, com a foto de nosso líder e seu poderoso olhar magnético. Então eu paro um instante e suspiro, de alguma forma renovando minha esperança e certeza de que ele cuidará de nós todos, os filhos de sua nação. Nós, os exemplos maiores da sociedade que ele está construindo para um glorioso futuro.