- Luau? - Perguntou a Nanda, curiosa.
- É, cara. Eu vou ficar poucos dias aqui, então quero aproveitar muiiiiiiiito. Sexo, eu faço quando quiser, basta eu estalar os dedos. - Disse a Iara, mas vendo já uma cara invocada da Nanda, se explicou: - Não com o Mark… Aliás, com o Mark será também e é melhor você se tocar que vida liberal é isso: trepar, gozar e voltar para casa. Ele agora está na minha lista e você também, sua gostosa.
Iara terminou de dizer isso dando um tapa na bunda da Nanda que não aguentou mais e deu uma gostosa risada:
- Mas… Iara, olha pra gente, estamos com vestidos longos e de salto.
- E daí!? Vamos ser as mulheres mais chiques do luau. Vamos deixar muito marmanjo babando, isso eu te garanto.
- Sei não… Eu não estou muito certa disso.
- Vá à merda, Nanda! Ah! Acho que eu não fui muito clara: vou ao luau com o Mark, isso já estava certo entre a gente. Você pode vir ou ficar, a escolha é sua. Estou convidando, mas se ficar fazendo cu doce, desconvido fácil.
A Nanda me olhou em dúvida e eu disse:
- Se estiver preocupada com as roupas, lavou tá novo.
- Esse é o meu mineirinho, pãozinho de queijo mais delícia das Minas Gerais… - Iara brincou e, não se aguentando, ainda me deu um caprichado selinho.
- Ôu! - Nanda resmungou.
- Vem aqui também, sua delícia! - Iara foi para cima dela e mesmo a Nanda tentando evitar, deu-lhe um outro caprichado selinho: - Isso é só para você saber quem manda aqui, safada.
- Caralho, mor, tira essa encrenca de cima de mim. - Pediu a Nanda ainda tentando se desvencilhar da Iara.
- Tirar!? Queridinha… Se tudo correr como eu estou imaginando que irá nesses meus dias aqui, vou transformar você numa “hotwife” de verdade e o Mark que se foda depois para dar conta.
- Ôu, quem diz agora sou eu! Corta essa, Iara. - Falei, sorrindo.
- Mark, cê só tem a ganhar. Garanto que vai adorar.
- Deixa eu explicar um negócio para você, anjinha…
- Anjinha!? - Nanda me interrompeu e continuou: - Que porra de intimidade é essa? Anjinha, anjinha… Gostei disso não!
- Então, vou explicar primeiro para você. - Falei, encarando a minha onça branca: - A Iara era a minha anjinha muito antes de você surgir e vai continuar sendo. Conforme-se! E o apelido tem a ver com os cabelos ondulados ela tem.
- Toin-oin-oins! - Disse Iara
Olhamos eu e a Nanda sem entender e ela explicou:
- Não são ondulados, são bem cacheados mesmo. Cabelo de negona, de preta mesmo. Respeita minha cor, Mark. - Disse e gargalhou gostoso.
- Certo. É… Como eu ia dizendo antes de ser interrompido pela Nanda, anjinha, eu não curto esse negócio de “hotwife” e marido corno submisso. Comigo isso não rola. Se a sua ideia é essa, melhor abortar já para a gente não se desentender.
- Nem eu não quero isso! - Nanda completou.
- O mineirada complicada do caralho, meu! “Deix’eu” explicar pros manés: “hotwife” é toda mulher madura, empoderada e liberada para curtir… Você é isso, não é, Nanda?
- Sou… Acho que sou.
- Toda “hotwife” precisa do seu corninho que é nada mais que o marido que aceita essa mulher como ela é: empoderada e liberada. Você não aceita ela desse jeito, Mark?
- Sim.
- Então, caralho!? “Hotwife” e corninho. - Ela confirmou apontando para a Nanda e depois para mim: - Tá tudo no esquema, moçada.
- Não sou manso, nem passivo, nem submisso. Além disso, eu também curto as minhas saídas.
- Certo! Então, além de um corno cúmplice, você é um corno comedor, ativo, safado, cheio de energia e ideias. É isso?
- Isso!
- Nossa, gente… Deu até água na boca agora. - Iara então encarou a Nanda e falou: - Dá bobeira, dá!? Deixa esse na rua para você ver se eu não pego e levo para a minha casa. Tô precisando e muito de um homem assim.
A Nanda deu um sorriso amarelo e a Iara gargalhou da cara dela, voltando a abraçá-la:
- Então, cês são mais complicados do que eu imaginava… Temos aqui uma caso clássico de corno e corna, misturado com “hotwife” e “hothusband”... - Parou pensativa e perguntou: - Nem sei se isso existe… “Hothusband”... Ficou esquisito, não ficou? Mas, bem, enfim… Vocês são dois safados que curtem safadezas e se liberam para curtir safadezas com outros. Chamem do que quiser, mas é isso.
- Você andou bebendo, né, Iara? - Nanda resmungou.
- Ah… Bastante! E misturou a bebida com uns comprimidinhos que eu já tomo… Nossa! Eu tô que tô, Nanda. - Confirmou Iara, gargalhando novamente.
- Gente, é o seguinte, estamos perdendo tempo. Vamos ou não vamos para o luau? - Perguntei.
- Por mim, a gente vai. Aliás, você já tinha aceitado o meu convite. Não aceito que volte atrás. Nós vamos! - Decretou a Iara.
- Tá, vamos. - Concordou a Nanda: - Mas estou de salto alto, meia calça, meu vestido vai arrastar na areia.
- Eu também tô, mulher do céu! Vamos lá, Nanda, para de frescura. A gente tira os sapatos, as meias, enrola o vestido, mas vamos beber muito e aproveitar ainda mais! - Insistiu a Iara já a puxando pela mão, deixando-me para trás, mas voltou e avisou: - E você, meu gostoso, vai beber, mas não muito. Ainda terá que dar conta da gente hoje! Entendeu? Né não, Nanda!?
- Ok. Desisto. Vamos lá, mor.
- Isso! - Iara me pegou pela mão também e foi nos arrastando.
Na primeira passada na praia, a Iara afundou, atolando o pé na areia. Começou a rir de si mesma e tirou os sapatos, recuperando o primeiro. Depois começou a puxar sua meia calça perna abaixo e após tirá-lo, a colocou dentro de um dos sapatos. Por fim, pegou a barra do seu vestido e a puxou até a cintura, amarrando as pontas da imensa fenda, transformando-o assim num vestido à altura do joelho. Olhou então para a Nanda e piscou um olho, sorrindo:
- Tô pronta. Viu!? É fácil. Funciona.
A Nanda riu do arrojo da mulata e fez o mesmo, seguindo todos os passos. No final, a própria Iara a ajudou a amarrar as pontas da fenda do vestido na sua cintura. Nanda me encarou, rindo da situação, mas concordou:
- Não é que dá certo mesmo!
Por fim, eu tirei os meus sapatos, as meias e enrolei a barra da calça. Iara me olhava desconfiada e não se furtou em reclamar:
- Tá muito… Hãããã… Maurício. Gostei não! Desabotoa a camisa, tira e amarra na cintura.
- Mas que por…
- É melhor do que você ficar com cara de um pastor, né, Mark! - Ela me interrompeu.
Fiz o que ela pediu e olhei para a Nanda que sorriu e brincou:
- Pelo menos não seremos só nós duas a passar vergonha.
- Vergonha o caralho! Tô nem aí pros outros. Hoje, eu só quero ser feliz com vocês, meus amores. Vamos formar um trisal do barulho. Ô se vamô… - Retrucou a Iara.
Seguimos andando de mãos dadas, agora comigo no centro, seguindo um som de balada e logo chegamos ao luau que fervia de pessoas de todas as idades, cores, formas e gêneros. A Nanda disse que iria fazer algo e foi até uma mesa onde eram servidas bebidas, voltando pouco depois com uma sacola:
- Ponham as coisas de vocês aqui. Vou deixar com o rapaz do resort e depois a gente pega. Vai custar um agradinho por fora, mor.
- Nossa, que safada! Já vai fazer um boquete no boyzinho. Tô passada com você, Nanda: faz o tipo “sou mulher séria, mãe e esposa”, mas no fundo é uma puta! - Disse a Iara, gargalhando.
- Dinheiro, Iara! Estou falando de dinheiro, mulher. Caralho, você só pensa em sexo? - Retrucou a Nanda, encarando-a com invocação.
- E não estamos aqui para isso, queridinha?
Assim que a Iara e eu colocamos nossas coisas na sacola, junto das da Nanda, minha onça deu um nó cego e a levou até o rapaz, conversando mais alguma coisa e retornando. Fomos até uma mesa de bebidas e a Iara já se dispôs a meter o pé na jaca, pedindo uma caipirinha:
- Nada disso! Vocês vão tomar um suco de frutas qualquer, doce e sem álcool, senão daqui a pouco vou ter que carregar as duas para o quarto.
- Qual é, paizinho, libera aí? - Brincou a Iara.
- A gente não vai beber mais? - Perguntou a Nanda.
- Vamos, mas daqui a pouco. No ritmo que vocês estão, é PT na certa e vai sobrar pra mim. Vamos curtir, mas de boa, de leve, entenderam?
- Oxi! - Resmungou Iara, se virando para a mesa: - Dá um suco de cupuaçu aí pra mim, moço. Bota um tequinho de vodka…
- Iara! - Retruquei, sorrindo.
- Oxi! Sem vodka… Sem vodka, moço. Painho não deixa…
- Para mim, um de laranja, básico, sem gelo e sem açúcar.
[...]
Após também obrigarmos o Mark a tomar um suco, escolhido a dedo pela Iara, que ele odiou, decidimos entrar de vez no luau. Encontramos um canto em meio a galera e passamos a dançar, brincando com ele, às vezes até fazendo um sanduíche com ele, até que ele perguntou:
- Por que figo!? Que bosta de suco horrível, Iara!
Ela gargalhou e disse:
- Relaxa, amor. Daqui a pouco, você vai me agradecer.
- Estou quase vomitando, isso sim!
- Por que figo? A pergunta é boa, Iara. - Também quis saber.
- É afrodisíaco, Nanda. Dá um “up” no menininho do menino, entendeu?
- Ah vá… Sério!?
- Sabia que tinha coisa… - Mark resmungou.
Ela riu novamente e disse que iria buscar algumas bebidas para a gente, entrando no meio da galera e sumindo antes que pudéssemos dizer algo. Nós dançávamos, mas o Mark me olhava meio desconfiado, curioso certamente e eu decidi explicar:
- Não consegui. É isso que você quer saber? - Ele deu de ombros e eu continuei: - Sem você, eu não quero mais. Simplesmente, eu… sei lá… broxei. O Rick até tentou me envolver, me acender, mas eu não senti o menor tesão e é a coisa mais estranha, mor, porque eu queria, mas não conseguia. Nem eu entendi…
- Você queria o que, transar com ele?
- É. Eu queria transar com ele, aproveitar, gozar e voltar para te mostrar que eu sou sua, inteirinha, corpo, alma e coração, mas… Nem molhada eu fiquei. Gente, credo, que coisa horrível!
Ele me puxou para um beijo daqueles que deixaria qualquer mulher de perna bamba e um arrepio gostoso me percorreu a espinha, de cima a baixo, terminando num comichão delicioso dentro da minha xereca. Quando nossos lábios se separaram, ele aproximou sua boca do meu ouvido e perguntou:
- E esse beijo? Acendeu o motorzinho?
- Ah… Não sei se acendeu, mas a lubrificação já começou a funcionar.
Voltamos a nos beijar. Suas mãos já percorriam o meu corpo e a minha bunda era seguidamente bolinada, apertada do jeito que eu gosto. Seguiu beijando-me o pescoço e uma voz estridente surgiu:
- Eeeeepa! Tira a mão do bofe, biscate! Eu também quero.
Olhamos e a Iara sorria feliz da vida, parecendo uma criança, com uma jarra de alguma bebida nas mãos de onde brotavam alguns canudos:
- O que é isso, Iara? - Perguntei, curiosa.
- É o capeta, Nanda! Tem de tudo o que a gente precisa: álcoois, frutas e açúcar, “visse”, painho?
- Mas… Mas… Uma jarra!? - Insisti.
- Oxi! Estamos em três. Trouxe pra todo mundo. - E se virou para o Mark, brincando: - Procê tamém, meu amor. Sei que você não gosta de bebida muito doce, mas hoje você precisa, para não broxar.
- Você roubou essa jarra de algum garçom, não foi? - O Mark perguntou e ela sorriu de uma forma malandra.
- Não roubei! Só peguei emprestada. Daqui a pouco, eu vou lá e devolvo, a jarra, vazia…
Passamos a beber, interagindo, brincando, dançando, eu e ele, eu e ela, ela e ele, nós três juntos. Estava uma delícia e eu cada vez mais tarada. Num certo momento, o Mark disse que precisava usar o banheiro e nos deixou a sós com a jarra que já beirava a metade. Foi ele sair de perto que um grupinho de carinhas com idades variadas, mas todos certamente mais novos que nós duas, se aproximou. Se apresentaram e perguntaram se podiam ficar por ali, dançando com a gente:
- Oxi! A praia é pública, moço. Se quiser ficar, fique. Agora, dançar com a gente… Isso já é mais complicado.
- Complicado por quê, coisa linda? Aliás, por que não me diz o seu nome? - Perguntou Igor, o mais alto e forte deles, provavelmente o líder da matilha.
- Sou a Iara e ela é a Nanda.
- Prazer. - Ele disse e lhe deu um beijo na bochecha que escorregou para a boca dela.
- Oxi! Devagar com o andor aí, moço. - Iara resmungou, mas sem tirar um sorriso malicioso do rosto.
- Prazer, Nanda. - Ele disse e veio na minha direção.
Contrariando todas as possibilidades imagináveis, estiquei minha mão em sua direção. Ele não se fez de rogado e a pegou, beijando-a, e seguiu beijando o meu antebraço, braço, ombro, pescoço, até alcançar o meu rosto e por fim o canto da minha boca, praticamente me dando um selinho:
- Óóóó! - Resmunguei e ele sorriu.
- Desculpa, mas não resisti.
Iara me olhava curiosa, mas sorridente. Os amigos deles se sucederam em nos beijar os rostos, mas foram mais respeitosos. Daí por diante dois deles, o Igor e Tiago, um loirinho bombado e com cara de marrento, passaram a conversar com mais ênfase, claramente nos paquerando, fingindo que dançavam enquanto eu e a Iara tentávamos nos concentrar nos passinhos das músicas.
Faço um parêntese aqui: a Iara dança demais! A mulher sabia tudo o que é passo de todas as músicas que estavam tocando, desde aché, passando por funk, rock progressivo, internacional... Ela simplesmente sabia todos os passos e quando parecia não saber toda a coreografia, bastava prestar alguma atenção em alguém dançando que logo ela dominava melhor que o professor a técnica. Simplesmente impressionante. A cintura dela, aliás, parecia ter vida própria. Claro que eu senti uma certa inveja e claro que fiquei preocupada, afinal, uma cintura daquela deveria dar um baile em cima de um homem.
Estranhamente, eu não me sentia à vontade com o assédio. Sei lá… Eu achava que já havia errado demais na minha relação com o Mark e não queria novamente me expor a uma situação que poderia novamente acabar em um dissabor. Cochichei no ouvido da Iara e disse que iria atrás do meu marido, mas ela me segurou. Então, cochichei novamente, explicando que não queria causar um mal estar com o Mark. Ela me pegou pelos braços e pediu licença aos rapazes:
- Já voltamos, queridos, “guenta” aí!
- Mas vão aonde?
- Papo de mulheres. Não sai daqui.
Ela me arrastou para um canto, não muito longe para não nos perdemos do Mark caso ele retornasse, mas o suficiente para conversarmos a sós:
- Fala, Nanda, o que tá pegando?
Expliquei os meus temores rapidamente para ela que me ouviu atentamente, alternando, vez ou outra, uma chupada no canudo que sugava a nossa jarra de drink. Ao final, ela falou:
- Bobeira sua! Pelo que eu entendi, o Mark não tem problema algum em você brincar com outros. O problema dele é só com o Rick.
- Eu sei, mas… sei lá… não quero arriscar.
- Então, ok. Não arrisque e deixe de viver suas aventuras com ele.
- Já pensei nisso…
- E acha que vai satisfazer o Mark se agir assim? - Ela me interrompeu e ela própria respondeu: - Pois eu digo que não vai. O Mark é liberal e deliciosamente safado. Dê a segurança que ele espera e ele te dará o céu, cheio, repleto de deliciosas possibilidades com o grande Tiago ali.
- Ihhh… Não rola! Não gostei dele. Sou chegada em marrento não.
- Ah! Sério!? Esses são os melhores, sua boba! Adoram dar uns tapas e quando são bons de transa… Ah, delícia…
- Pode ficar, com os dois, tô nem aí.
- Então, pega o Igor, ué, ele tá na sua também. Eu fico com o marrento.
- E o Mark?
- É só uns beijos, Nanda! Quando o Mark chegar a gente despacha eles e curte o nosso pãozinho de queijo.
Nem precisamos voltar para a roda e os dois vieram ao nosso encontro. Discretamente, a Iara se posicionou ao lado do Tiago e passou a conversar com ele. O Igor entendeu o gesto e passou a me dar atenção. Não deram dois minutos e a safada já estava trocando beijos com o Tiago. O Igor os olhou, sorriu e me encarou. Eu não sabia o que dizer e dei de ombros. Ele veio para cima de mim e então eu, ainda sem saber o que falar, disse:
- Só… Só um beijo, tá?
Ele não precisava de mais nada para fazer o que já pretendia. Pegou-me num abraço firme e colou a sua boca na minha. Confesso, o danado beijava bem e eu me perdi no tempo ali, entregando meus lábios àquele recém conhecido. De repente, senti algo me cutucar no ventre e vi que o beijo não estava agradando apenas a mim e isso me despertou. Descolei os meus lábios dos dele e o encarei, sorrindo:
- Só um beijo, lembra?
- Impossível resistir a uma boca como a sua. Foi só eu que senti uma química ou você também sentiu?
- Igor, é melhor a gente ir devagar…
- Desculpa se eu exagerei, mas é que… você é tão… nossa… deslumbrante… - Dizia entrecortado entre beijos e elogios, me arrepiando toda.
Só então me lembrei da Iara e olhei de lado para não vê-la, ali estava apenas o Tiago que olhava à sua direita. Segui olhando na mesma direção em que ele olhava apenas para ver o Mark onde antes estávamos, me olhando e conversando com a Iara. Um calafrio percorreu a minha espinha. Olhei para o Igor que já se aproximava novamente e abaixei o meu rosto. Ele tentou levantá-lo com sua mão em meu queixo, mas eu não podia:
- Desculpa, não vai dar. Eu preciso ir.
- Mas ir para onde? Por quê?
- Melhor me soltar, Igor. Eu sou casada. - Disse e lhe mostrei a minha aliança na mão esquerda: - E o meu marido já está voltando…
- Quer ir para outro lugar? Saímos agora se você quiser.
- Oi!?
- É. Curti demais você e… Cara, eu tô tarado! Sinceramente, eu queria continuar. Tenho certeza de que você também me curtiu. Vem. A gente vai e volta rapidinho. Meu carro está estacionado aqui perto, coisa de minutos.
- Cê tá louco, Igor!? Não dá. Vai foder com o meu casamento desse jeito.
Olhei novamente de relance e vi que a Iara estava abraçada ao Mark, conversando algo ao pé do ouvido e ele sorria, aparentemente não olhando para onde eu estava. Talvez ela já tivesse contornado a situação, mas eu não me sentia segura. Na verdade, eu queria o meu marido. Se nem mesmo o Rick foi suficiente para me segurar, não seria o Igor ali, por isso dei um selinho na sua boca e disse:
- Desculpa. Acabei de ver o meu marido chegando e vou até lá. Mais tarde… assim… quem sabe… bom… a gente se vê.
Ele me soltou, mas antes que eu pudesse dar um passo, ele segurou a minha mão e perguntou:
- Não entendi… Tá pensando em dar um “perdido” nele?
Respirei fundo enquanto tentava analisar a melhor resposta, mas decidi ser sincera:
- Não, Igor, eu não preciso fazer isso. Nós somos liberais, mas antes de eu ficar com alguém, preciso conversar com ele, no mínimo, avisá-lo. Só que agora eu queria curtir um pouco com ele também. Entendeu? Daí, mais tarde, quem sabe, né…
[...]
Foi estranho ouvir a Nanda falar que não teve tesão, principalmente no Rick, talvez a única, certamente a maior paixonite mal resolvida que ela teve na vida, mas, confesso, eu adorei ouvir aquilo e a agarrei, dando um beijo dos mais caprichados possíveis. Senti que ela se entregou com vontade ao momento, curtindo e correspondendo tanto quanto eu e isso era ótimo:
- Eeeeepa! Tira a mão do bofe, biscate! Eu também quero.
Olhamos de lado e vimos a Iara sorrindo feito uma criança que ganha um doce. O doce dela, entretanto, era uma imensa jarra cheia de um drink chamado capeta, cheio de canudos na parte superior. Passamos a beber com ela de forma coletiva, afinal, era uma baita jarra e cheia. Enquanto isso, ficamos conversando, dançando, brincando e naturalmente as duas se insinuaram a todo o momento para mim.
Algum tempo depois, a natureza deu seu sinal e precisei usar o banheiro que, obviamente, não havia por perto. Tive que ir até um quiosque do resort, cujos banheiros estavam sendo utilizados pelos presentes. Infelizmente havia fila, pois os banheiros estavam sendo utilizados por homens e mulheres, indistintamente, e a fila das mulheres acabou prejudicando o andar da carruagem dos homens.
Quando retornei ao local onde havia deixado as minhas duas mulheres, elas haviam sumido. Pensei até que estivesse no local errado, mas eu não estava tão bêbado assim e localização espacial é algo em que sempre me dei bem, até na minha juventude, quando bebia além da conta, eu conseguia achar o caminho de casa. Pensei que pudessem ter ido também ao banheiro e tivéssemos nos desencontrado no caminho, mas que nada, ao ir buscar um drink para mim, vi as duas cercadas por um grupinho de uns quatro ou cinco carinhas. Fiquei de longe bebericando e observando o que rolava.
Logo, vi a Iara arrastando a Nanda para um cantinho próximo, onde conversaram alguma coisa, mas rapidamente dois dos carinhas foram atrás delas. Foram mais alguns minutos de conversa e a Iara já estava se atracando aos beijos com um deles. Mais alguns minutos e era a Nanda quem beijava:
- Filhas da puta! Eu não posso dar mole mesmo… - Deixei escapar baixinho dos meus lábios.
Decidi aguardar um pouco para ver se seria apenas uma diversão rápida ou se a coisa iria realmente engrenar. Fosse rápido, voltaríamos a curtir; caso contrário, eu faria o mesmo, afinal, posso não ser um deus grego, mas sou tenho sangue tupi e como bom brasileiro, não desisto nunca. Passei a analisar o entorno com um pouco mais de cuidado e, salvo umas quatro ou cinco belas mulheres que já estavam sendo bem assediadas, ninguém mais me despertou o interesse:
- Sozinho, gato? - Ouvi uma voz e já reconheci de imediato.
- Agora estou. Fui abandonado por duas biscates que juraram amor para mim.
Ela deu uma sonora gargalhada e me abraçou rapidamente:
- Credo! Quanto drama, amor. A gente não estava fazendo nada demais.
- Eu vi, aliás, estou vendo ainda. - Disse e indiquei a direção da Nanda que seguia aos beijos com um moreno alto e forte.
- Ah! Aquilo? Nada demais… Só uns beijinhos. Quer também? - Ela disse e já se insinuou para o meu lado.
- Sei não se quero, vai que você pegou sapinho do surfistinha mal encarado ali. Inclusive, ele está olhando para você. Olha lá.
Ela o encarou e ainda mandou um “tchauzinho” antes de voltar a me encarar:
- Eles só chegaram na gente e acabamos ficando rapidinho com eles, amor. Nada demais.
- Sei…
- Ciúmes!? Ai, que delícia! Nem me lembro a última vez que alguém teve ciúmes de mim. Tô quase gozando sem me tocar.
- Você não presta, Iara!
- Talvez, mas me divirto de montão e sei que cê adora. Vai, confessa!
Dei uma risada de sua cara e fui abraçado. Voltei a olhar a Nanda enquanto ela me dizia mais alguma coisa que não prestei atenção e tive a impressão dela ter me visto também. A Iara então chamou a minha atenção:
- Você não vai ficar de bode por ela ter dado uns beijos, né, Mark?
- Não… Acho que não. Não, não vou! Não é isso, é que… sei lá… aconteceu tanta coisa na nossa vida, Iara, que… estou meio perdido. Acho que é isso.
- Posso falar um negócio? Vocês se amam e isso é o que importa! Problemas acontecem, Mark, ainda mais para quem é liberal. Ela errou, aliás, ela não errou! Ela não procurou se apaixonar, só aconteceu, mas acho que ela aprendeu a lição e agora está tentando se reconectar de verdade com você, mas para ela conseguir, ela precisa de sua colaboração.
- Mais!?
- Oxi! Que mais o que, Mark? Casamento é uma troca contínua, amor, vocês têm que se ajudar sempre, em qualquer situação.
Concordei com um aceno de cabeça. Ela tomou mais uma talagada da jarra e voltou a emendar:
- Vem, meu gostoso, relaxa, vai!
- E o seu mal encarado ali, não vai dar piti?
- Há! Ciuminho gostoso… - Ela resmungou, já me segurando pelo pescoço: - Acha mesmo que vou trocar você por um mané qualquer que eu acabei de conhecer numa festa? Me poupe, né, Mark! Só dei uns beijinhos para engraxar e me aquecer para hoje. Uhull!
Passamos a dançar meio desajeitadamente, afinal, estávamos dançando abraçados a uma jarra e acabei me distraindo um pouco, mas bem pouco mesmo, pois logo senti outro par de mãos me tocarem as costas, escorregando rapidamente para o meu peito e uma outra voz que eu conhecia melhor do que a qualquer outra falou ao pé do meu ouvido:
- Que saudade desse bumbum gostoso…
Balancei negativamente a minha cabeça, sorrindo naturalmente para a provação e para a deliciosa situação de ser novamente ensanduichado por duas belíssimas mulheres. Iara me encarava de frente e a Nanda me mordiscava o pescoço enquanto ronronava palavras para me deixar excitado. Obviamente funcionou, pois o meu pau ficou duro, teso como uma pedra em segundos, chegando a estufar a frente da minha calça:
- Oxi! Acho que vi um passarinho… - Iara brincou, dando uma olhada para baixo e após dar uma leve apertada nele, continuou: - Eu vi, eu vi, eu vi mesmo um passarinho e tá ficando grandãããão…
Eu e a Nanda começamos a rir porque a Iara disse isso tudo com uma voz infantil, mas toda séria, compenetrada. Ela nos encarou sorridente e logo soltou uma das suas deliciosas gargalhadas, chamando atenção de todos os que estavam próximos, inclusive, dos carinhas que estavam azarando elas, tanto que logo eles se aproximaram e o Tiago puxou assunto:
- Como é que é? - Perguntou a Iara.
- Não! É que… O Igor falou que ela é liberal. Daí vimos vocês se pegando com ele e viemos saber como funciona esse negócio.
- Cê contou para ele, Nanda? - Iara ficou curiosa.
- Só disse a verdade...
- Então, como é que funciona? A gente chega e pede para ele deixar vocês ficarem com a gente?
- O que é isso, maluco!? Eu não sou um objeto, não sou de ninguém. Quem decide com quem e quando, sou eu. Só eu, entendeu?
- Já eu prefiro fazer tudo de acordo com o meu mozão. - Disse a Nanda: - Assim não fica mal entendido algum, entende?
- Cara, que história maluca… - Resmungou o Igor: - Então, cê tá de boa com o que rolou ali…
- Eu vi tudo, cara! - Falei: - Fui ao banheiro e elas quiseram se divertir um pouco. Faz parte.
- Então, eu posso convidar a Nanda para dançar mais um pouco e não teria problema?
- Da minha parte? Nenhum! Mas quem decide é ela.
Nesse momento, vi a Nanda balançar negativamente a cabeça e deitá-la no meu ombro, antes de dizer:
- Já te expliquei, Igor, vou curtir um pouco o meu marido. Mais tarde… talvez… quem sabe… a gente possa se entender melhor, ok? Já a Iara eu não sei…
- Oxi! Vou ficar com vocês também. Tá delicinha demais ficar nesse esfrega com o meu pãozinho de queijo.
Os dois se entreolharam por um momento sem saber como reagir, mas foram espertos e perguntaram se poderiam ficar por ali, dançando juntos, conversando. Eu saquei o que eles queriam, certamente esperavam uma brecha para pegarem as duas novamente e eu deixaria a cargo delas. A Iara, mais descompromissada, engatou uma conversa mais descontraída com eles e notei que eles a enchiam de perguntas, curiosos com a situação. A Nanda deu a volta e ficou de frente para mim, olhando nos olhos sem dizer nada:
- O que foi? - Perguntei.
- Ficou chateado comigo?
- Por você ter trocado uns beijos?
- É.
- Deixa disso. Tem problema nenhum.
- Ele chegou a ficar taradinho enquanto a gente se beijava, sabia? Senti até umas cutucadas… - Cochichou no meu ouvido.
- E você? Ficou taradinha?
- Há… É gostoso, né! Saber, assim, que eu deixo alguém excitado tão rápido é muito bom.
- E vai querer continuar?
- Você quer?
- Minha pergunta foi se “você” quer continuar?
Ela afastou um pouco o seu rosto para me olhar nos olhos e mordeu os lábios, mas logo sorriu graciosamente e me deu um beijo na boca. Depois disse:
- Hoje, eu quero só você. Talvez num outro dia, quem sabe, né? Por mim, a gente já podia até subir e brincar no quarto. Só temos que resolver o que a Iara vai querer…
Olhamos de lado e a Iara já estava se atracando aos beijos com o Tiago novamente. A Nanda até sorriu e me disse que parecia bastante claro quem ela queria e que seria melhor subirmos sozinhos. Como seguimos olhando um tempinho a Iara sem reclamar e sem interrompê-la também, o Igor pediu se poderia dar mais um beijo na Nanda. Eu a olhei e respondi o óbvio:
- Se ela quiser…
A Nanda me encarou e fez um movimento de cabeça negando, mas sem muita convicção, tanto que o Igor pegou em sua mão e a puxou gentilmente, insistindo que seria só um beijo. Ela me olhou novamente, querendo uma confirmação e fiz o que seria necessário naquele momento:
- Ela não quer, cara. Fica para uma próxima.
Um lindo sorriso surgiu em seus lábios e ela ficou me encarando como se pedisse para subirmos logo. Antes, eu precisava resolver a questão “Iara”:
- Psiu, Iara… Anjinha… Ô, safada! - Falei.
A Iara desgrudou do loirinho marrento e nos encarou, sorrindo maliciosamente:
- Oxi, painho. Que foi? Ficou bravo comigo não, né?
- Nós estamos subindo. Você vem ou vai ficar? - Falei.
- Ah… Mas… Mas… Já!?
- O que a gente quer fazer, não dá para fazer aqui com esse tanto de gente, Iara. - Disse a Nanda e piscou um olho.
- Oxi! Ti, eu tenho que ir.
- Ah… “Qualé”, cara? Fica aí mais um pouco. A gente tá entendendo mó legal. - Pediu o Tiago: - Deixa a Nanda se divertir um pouco com o Igor também, meu.
Olhei para a Nanda, que continuava querendo subir, depois para a Iara, que não sabia o que queria e, por fim, para eles que sabiam o que queriam:
- Moçada, vou subir com a Nanda, é uma decisão nossa. A Iara decide o que vai fazer.
- Ooooxi… - Iara resmungou e como se estivesse sendo obrigada, brincou: - Neguinha ouve, neguinha obedece painho.
Dei a mão para a Nanda e nos aproximei da Iara. Então, peguei em seu queixo e a encarei no fundo dos olhos para dizer:
- Só por essa ousadia, irá chorar na minha chibata.
- Uuuuui… - Ela resmungou, sorrindo e se virou para o Tiago: - Tchau, Ti. Amanhã, a gente tenta combinar algo.
- Poxa, Iara. Ô, meu, fica aí.
- Valeu, moçada. Estamos subindo… - Disse e já dei as costas.
- Nem um beijinho de despedida, Nanda? - Perguntou o Igor, vendo que a Iara dava um último no amigo.
Olhei para ela e fiz um movimento de cabeça concordando. Ela foi até ele e se deixou envolver por seus braços, enquanto lhe dava um caprichado beijo na boca. Terminou dando alguns selinhos e depois cochichou algo em seu ouvido, colhendo um sorriso de volta. Por fim, perguntou se eu não tinha uma caneta para dar o seu telefone, mas vendo o Tiago escrevendo o dele na palma da mão da Iara, pediu emprestada e fez o mesmo com a Nanda. Deram um último beijo e subimos os três para o meu quarto. Já passava das 2:00 da madrugada, mas nem passava pela nossa cabeça dormir…
[...]
- Que é isso, Nanda? Liberal!? Como assim? Ele é cor-corno… manso… um corno manso?
- Respeita o meu marido, Igor! A gente, eu e ele, nós curtimos umas brincadeiras por fora, entendeu? Mas é no maior respeito e sempre com honestidade, tanto eu fico com outros, como ele fica com outras. E tá tudo bem ser assim, não tá?
- Cara, que joia! Curti demais. Então… Ué! Então, por que a gente não continua aqui? Afinal, parece que ele já está se ajeitando lá com a… Iara, né? - Ele deu uma rápida olhada por sobre o seu próprio ombro e ainda resmungou: - O Tiago é que parece não ter gostado muito…
- É, Iara… Mas eu também quero ele. Depois a gente se vê, ok? - Disse e lhe dei um rápido selinho, saindo em seguida na direção do Mark.
- Ô… Ô, Nanda!? Peraí, cara…
Não esperei, aliás, cheguei rapidamente onde o mozão e a Iara estavam, só para vê-los trocando um beijaço. Comecei então a acariciar suas costas com minhas mãos, deixando que depois seguissem para o seu peito. Encostei, por fim, a minha boca em seu ouvido e sussurrei:
- Que saudade desse bumbum gostoso…
Ele começou a rir e balançar negativamente a cabeça. Segui dando-lhe beijos e falando palavras sussurradas em seu ouvido para excitá-lo cada vez mais. Foram minutos e logo a Iara deu um pulinho e começou a rir. Quando fui prestar atenção no que acontecia, ela alisava o pau do Mark e dizia alguma coisa sobre passarinho ou pintinho, não me entendi direito… De qualquer forma, estava uma delícia e seguimos brincando com ele um tempo ainda, até que os rapazes se aproximaram e puxaram conversa conosco. Foi nesse momento que nós, os três, demos praticamente uma aula para eles sobre o que significava ser liberal. A teoria foi muito legal de se explicar, porque eles faziam caras e bocas conforme íamos falando, mas foi na hora da prática, quando Iara e eu trocamos alguns beijos com eles, que ficaram realmente deslumbrados. Acho que teria sido uma festinha bem animada se tivéssemos convidados os dois para o nosso quarto, mas naquele momento, eu só queria o Mark. Ok, a Iara viria a tiracolo e olha que tentamos instigá-la a ficar com o tal Tiago, mas não teve jeito: ela queria porque queria o Mark!
Subimos para o nosso quarto no resort, após pegarmos a sacola com as nossas coisas. O tal favorzinho custou cinquentinha ao Mark, mas só depois de um beijo mais que oferecido pela Iara, senão teria sido cenzão.
Iara me pegou pela mão e seguimos andando pelas areias, depois pelo gramado, enfim, até a recepção do resort. Devia ser até bonito de se ver de onde o Mark estava: eu e ela seguíamos de mãos dadas à sua frente, que vinha logo atrás com a sacola na mão. Vez ou outra parávamos e íamos até ele, enchendo-o de beijos, abraços, passadas de mão e os seguramos pelo braço, caminhando juntos. Só que logo a surtada da Iara disparava saltitando à nossa frene só para voltar e me arrastar novamente com ela. O Mark somente ria da situação, imaginando como eu deveria estar me sentindo, afinal, havia acabado de conhecer uma que parecia ser mais louca que eu. Talvez a maior concorrente desde a Denise… Talvez uma concorrente ainda maior que a Denise…
Quase chegando à recepção, ouvimos o Mark perguntar:
- Certo! Vamos para o meu quar…
- Vou para o quarto de vocês! - Iara o interrompeu de sopetão: - Quero nem saber…
- E aí, Nanda? O que você me diz?
- Leva ela, né! Fazer o quê?
- Corta essa, biscate! Eu sei que você já me ama também… - Ela falou, já me segurando a cabeça e dando um baita selinho, para depois me abraçar.
Olhei inconformada para o Mark que ria sem parar da minha cara. Seguimos para o nosso quarto. Assim que ele abriu a porta, eu entrei, naturalmente seguida pela Iara que já foi pedindo para ir ao banheiro e entrando sem esperar resposta. Sem fechar a porta, de lá gritou:
- Vou colocar a hidro para encher. Acho que vou dormir por aqui mesmo.
- Mark, essa mulher não tem limite não?
- Quem tem limite é município, queridinha. Eu sou in-ter-na-ci-o-nal! - Ela gritou, dando uma gargalhada na sequência.
- Respondida a sua pergunta, Nanda. - Retrucou o Mark, também sorrindo da minha cara.
Logo ouvimos o som da ducha e já imaginei ser a mulata se preparando para algo mais. O Mark me olhou, sorriu maliciosamente e me convidou a segui-lo numa duchada também:
- Com ela?
- Comigo! - Disse já me abraçando e olhando nos olhos, mas complementando: - E com ela também. Não vou jogar ela pela janela, né?
- Devia! Achei ela meio folgada. - Cochichei baixinho, olhando para ver se ela não aparecia pela porta.
- Não! Ela é espontânea, talvez um tanto atirada. Vem! Vamos aproveitar, curtir juntos. Não foi você mesma que disse que era para ser assim desde sempre, eu e você, com quem quer que fosse. Então?...
Dei de ombros e sorri. Soltei o zíper e deixei o meu vestido descer pelo meu corpo, ficando apenas com uma lingerie preta que usava por baixo e que causou uma deliciosa olhada do Mark de baixo até em cima, parando em meus olhos, seguido de uma:
- Linda! Simplesmente você está linda, maravilhosa. Pena que não se tenha produzido assim para mim…
- Aí é que você se engana. Eu não imaginava que tudo caminharia para eu sair com o Rick hoje, aliás, ontem. Eu imaginava que a gente jantaria, conversaria, se conheceria melhor e voltaríamos eu e você para o nosso quarto. Isso aqui tudo, queridinho… - Falei e me mostrei com um movimento de mão: - Foi preparado especialmente para você.
- Ô, delícia… Já nem sei se quero ducha… - Falou já me abraçando e voltando a beijar.
E que beijo! Que delícia de beijo, intenso, forte, encorpado, decidido… Senti todo o desejo dele naquele momento, mesmo porque o seu pau já empinava dentro da calça e agora eram pouquíssimos os panos que nos separavam. Não sei se demoramos tanto assim, mas eu havia me entregado por completo até que:
- Psiu… Psiiiiiiiu! Ô cês dois! Geeeente!
Olhamos em direção da porta do banheiro e só a cabeça da Iara estava para fora, com um imenso sorriso estampado no rosto. Seus cabelos já estavam soltos, molhados:
- Estou precisando de alguém para esfregar as minhas costas… - Disse ela com uma malícia no olhar.
- A Nanda já tá indo, Iara, só um segundo…
Olhei incrédula e inconformada com a sugestão dele. O Mark segurava uma gargalhada nesse momento, mordendo os lábios enquanto me olhava, mas sem que a Iara pudesse ver, pois ele estava de costas para ela:
- Ui, delícia! Já tô aguardando… - Ela disse e voltou para dentro, cantarolando um “ziriguindum” qualquer.
- Mark, não vou! - Cochichei.
- Vaaaai… Ô se vai! - Ele cochichou.
- Não! Mark, para! Não faz isso… - Eu pedia enquanto ele ia me empurrando até eu ficar de frente para a porta do banheiro.
Nesse momento eu gelei. A filha da puta é realmente uma mulata de parar o trânsito. Uma mulata marrom, mas bronzeada como estava, ficava com a pele negra, bem escura e com linda marcas de biquíni. Tinha seios de médio para grandes, mas duros, empinados, siliconados, além de uma cintura fina e uma bunda imensa, de parar o trânsito. Ela estava embaixo da ducha, com os olhos fechados e não via que eu a encarava boquiaberta, aliás, eu e o Mark que, apesar de tentar me empurrar para cima dela, não teve como deixar de encará-la também, quase babando. O corno do meu marido, para me sacanear, ainda teve a pecha de assobiar para a Iara e quando ela abriu os olhos e olhou na direção da porta, estava apenas eu ali, pois ele ficou de lado apenas rindo da minha cara:
- Vem aqui comigo, sua gostosa. Vamos combinar direitinho o que vamos fazer com o gostoso do seu marido daqui a pouco. Vem… - Pediu.
- Ah, Iara, eu… não sou lésbica… nem bi… - Resmunguei sem ter outra reação, mas também sem tirar os olhos da sua púbis lisinha, lisinha de onde um clítoris médio já denunciava uma certa excitação.
- Também não sou, boba, mas a gente se diverte com o que tem, né? - Disse e gargalhou outra vez.
- Mooooor… - Resmunguei sem saber o que fazer.
- Deixa que eu vou, Nanda! - O Mark e, apenas de cueca, já foi entrando no banheiro: - Eu faço o sacrifício.
- UHULL! - Gritou a Iara.
- Shiiiiiu, sua louca! Tem gente dormindo no quarto ao lado, caralho! - Ele falou, rindo.
- Ah tá… - Ela concordou, sorrindo e insistiu, mas agora bem baixinho: - Uhull…
Eu fiquei literalmente sem reação e com medo da concorrência. Hoje, eu sei que estava apavorada, porque ela era um mulherão. O Mark parou no meio do banheiro, praticamente no meio da distância entre eu e ela, colocou as mãos no cós da cueca e a empurrou para baixo, com a bunda virada para a parede. Depois se levantou e o seu pau denunciava que estava bem excitado mesmo, quase totalmente ereto, e eu sabia que, dessa vez, não era apenas pela minha causa:
- Vem, Nanda. Vem brincar com a gente. - Ele falou, esticando a sua mão na minha direção.
Me senti pequena na frente da Iara e entrei no quarto, indo me sentar na cama. De onde eu estava ouvi que conversaram alguma coisa, mas só compreendi um enfático “fica!” do Mark. Logo, ele veio na minha direção e sem dizer nada me deitou na cama e se deitou em cima de mim. Agora, olhos nos olhos, com as nossos respirações se coordenando, falou:
- Vem comigo, Nanda! Como sempre deveria ter sido, eu e você, com qualquer outro, mas eu… e… você… sempre!
- Jura?
Um beijo dado por ele solucionou qualquer dúvida minha naquele momento e se não fosse suficiente, suas novas palavras seriam:
- Sim, juro. Hoje, a Iara; amanhã, o Rick.
Eu o encarei surpresa e ele repetiu:
- Sim, foi isso mesmo que você ouviu. Se tudo correr bem, amanhã você irá matar essa sua vontade e eu estarei junto com você.
Acariciei o seu rosto com uma vontade imensa de chorar por entender o tamanho do sacrifício que ele estava fazendo, mas decidi que não iria atrapalhar aquele nosso momento. Então o abracei apertado, respirando coladinha em seu peito e depois o encarei novamente:
- Vamos ali dar uma surra naquela safada? Hoje, ela vai ver o que um casal como a gente faz quando trabalha juntos. - Falei.
Ele me deu um sorriso e se levantou, esticando sua mão e me puxando para fora da cama. Fomos até ao banheiro, mas antes de entrarmos, ele me segurou e prensou no batente da porta, pouco depois senti o meu sutiã sendo desabotoado e tirado de mim. Num respiro, olhei para o lado e vi a Iara nos olhando ainda embaixo da ducha, sorrindo de uma forma maliciosa. O Mark seguiu me beijando o pescoço e passou a descer: lambendo, beijando e sugando os meus seios; depois, descendo e lambendo o meu umbigo, o que me causa cócegas horríveis ou deliciosas, sei lá; depois, pousando a sua boca sobre a minha púbis, ainda “protegida” pelo fino tecido rendado de uma minúscula calcinha. Ele passou a beijar, lamber e chupar por sobre o tecido, causando diversos arrepios. Rapidamente, ele baixou a calcinha, puxando-a até o meu pé, mas não cessou o contato, aliás, agora, pele com pele, intensificou os movimentos me apertando contra o batente enquanto eu tentava me equilibrar na ponta dos pés e segurando somente em sua cabeça.
Comecei a gemer… Primeiro, baixinho, bem pouquinho, mas logo fui aumentando, porque o contato de sua boca e língua estava uma delícia. Mas quando ele introduziu dois dedos e fez uma “pinça” dentre de mim, não consegui me segurar e gozei forte, tremendo, suando e enfim escorregando pelo batente até o chão do banheiro. Ele me olhou como eu adorava tanto, satisfeito e feliz por me ver extenuada após um forte orgasmo e me beijou a boca, dizendo:
- Eu acho… que vi… uma gatinha pretinha… - Olhou de soslaio para a Iara.
- MIIIAAAAAAAUUUUU! - A Iara gritou, gargalhando na sequência.
Depois de um novo beijo, ele me olhou com ternura e disse:
- Vou ali, mas já estou te esperando. Eu quero você comigo de uma forma como nem mesmo eu imaginava que queria. Vem ficar comigo e com ela, vem!?
Ele se levantou e foi para cima da Iara que já o encarava pronta para o abate. O Mark pode não ser o maior, nem o mais forte, nem mesmo o mais dotado, mas ele tem pegada e se tem uma coisa que ele sabe é chegar numa mulher e fazê-la se entregar já no primeiro contato. Com a Iara não foi diferente… Assim que ele se aproximou dela, a puxou pela cintura e grudou o seu corpo no dela. Ela o encarou sorrindo enquanto ele aproximou a sua boca da dela, mas a desviou no último segundo, passando a beijá-la no pescoço e subindo até a sua orelha quando, ou a beijou, ou lhe disse algo que a fez suspirar e se contorcer de imediato. Daí por diante, ela era dele, sem retorno, sem devolução. O primeiro beijo aconteceu, muito intenso, forte, babado, molhado, e claro que eu senti ciúme, mas foi rápido, porque ele já me olhou, aliás, eles, só que o meu Mark já me esticou sua mão e me chamou com um movimento de dedo:
- Vem, Nanda! Sozinha, eu não vou dar conta dele hoje. - Resmungou a Iara, sem tirar os olhos dele.
O Mark a encarou, desafiado e a prensou na parede do box, apertando o mamilo do seio esquerdo para que eu visse que ele dominava a situação e disse:
- É melhor você dar seu jeito, ou vou te comer até dormindo, até arregaçar bem gostoso esse seu rabão gostoso.
- Ui! Ai, ai, caralho… - Iara respondeu novamente e gritou: - NANDAAA! VEEEEM!
Levantei-me e fui até eles, entrando por trás do Mark e já mordendo o seu ombro. Foi rápido, mas já senti a sua mão alisando a minha cintura, bunda e procurando a minha buceta. Ele e a Iara se beijavam sem trégua agora, um parecendo querer engolir o outro enquanto a água caía.
Peguei um sabonete e fiz uma rápida higiene íntima em mim mesma, e decidi me abaixar para fazer o mesmo com o Mark. Comecei pela sua bunda, enfiando a mão na racha até o seu buraco, quando fui interrompida por uma mão e um “Epa! Aí não!”. Gargalhei gostoso dele, mas me dei por satisfeita ali. Fui então me enfiando entre eles que instintivamente foram me abrindo espaço. Ensaboei o pau do Mark, seu saco, suas pernas e assim que o enxaguei, enfiei o pau dele na minha boca, dando-lhe uma deliciosa e forte chupada. A louca da Iara, encaixou-me ainda não sei como em suas pernas e me prensou no pau do meu marido. Resultado da primeira jogada: engasguei! Engasguei, mas me recuperei rapidamente.
Voltei a minha posição secundária e decidi me certificar se a safada também já havia se higienizado, mas para não ser indiscreta e perguntar, decidi eu mesma ensaboá-la. Assim que passei a mão ensaboada pela buceta dela, ouvi ela gemer alto, sem nada conseguir falar por estar com a boca grudada no Mark. Passei a esfregar o seu clítoris rapidamente, de cima para baixo, usando os meus dedos indicador e “pai de todos” como uma espécie de pinça. Ela gemia, soluçava, dava pequenos pinotes e só não escapava porque o Mark a mantinha prensada na parede. Num momento de pura luxúria, decidi dar um passo que nunca havia imaginado antes, mas segura de que o Mark nunca me julgaria, aproximei minha boca da buceta da Iara e passei a parte macia de cima da minha língua debaixo para cima em seu clítoris, passando a lambê-lo enquanto meus dedos ainda seguiam segurando aquela carninha nervosa. Resultado da segunda jogada: ela gozou soluçando, na minha mão e na minha língua! Eu nunca havia visto uma mulher chorar quando goza, mas a Iara fez isso.
Assim que o Mark percebeu o “estrago” que eu havia feito, deu certo espaço e a amparou enquanto ela escorregava até o chão do box, ficando praticamente cara a cara comigo. Ela continuava soluçando, tentando controlar sua respiração de olhos fechados. Olhei para cima e o Mark mantinha um semblante dominador, forte, imponente e, como eu havia imaginado, não me julgou. Ao contrário, ele me encarou surpreso, sorriu e piscou um olho, feliz por ter me visto dar um novo e inédito passo em nossa jornada. Assim que meus olhos se desviaram dos dele, notei que o seu pau seguia apontado para cima, instigando a um contato maior, e foi o que eu fiz. Posicionei-me de joelho e abocanhei aquela sua deliciosa parte, agora consciente e no meu tempo, passando a sugá-lo forte, enquanto acariciava sua bunda e o seu saco:
- Nossa!... Que gozada… Eu tô mole… - Resmungou a Iara, já respirando mais lentamente.
Olhei na direção dela e sem tirar o pau do meu marido da boca, sorri. Ela sorriu de volta, mas eu tinha pressa e a peguei pelos cabelos e a trouxe até onde eu estava, e ela não refugou. Entretanto, surpreendendo-me, ela se ajoelhou aos pés do Mark e lambê-lo, subindo pela perna, joelho, coxa, até chegar na sua virilha, quando deu um beijo e sugou, fazendo com que ele resmungar e desse um passo para trás. Ela não ficou muito ali, vindo negociar uma divisão comigo daquele suculento membro que estava me servindo um banquete. Passamos a alternar o boquete, ora eu, ora ela, ora eu no pênis e ela no saco, ora ao contrário, enfim, nossas línguas e bocas duelavam pelo domínio daquela espada. Eu procurava o olhar do meu marido e não sei ela, mas eu o via ali mais conectado do que nunca comigo e fiquei muito feliz.
Num certo momento, senti que o Mark pegou a minha cabeça e abri os meus olhos que eu havia fechado só para curtir aquele momento. Vi então que ele também fazia o mesmo com a Iara que sorria enquanto ele a mantinha próxima de mim. Olhei para ele e um piscar sugestivo me mostrou o que ele queria… Meus lábios e os da Iara se encontraram então num beijo safado, forte, cada uma tentando buscar mais a língua da outra. Nossos seios se amassavam e os mamilos roçavam uns nos outros. Tive uma inveja branca e decidi que também turbinaria os meus, tudo para dar mais prazer ao meu marido.
Não sei quanto tempo aquele beijo durou, mas só foi interrompido pelo pau do Mark que entrou pela lateral das nossas bocas e começou a desafiar o bailar de nossas línguas. Entendi novamente o que ele queria e mesmo desajeitadamente, sorri para a Iara que também já devia ter entendido tudo naquele momento. O Mark então segurou forte em nossos cabelos, mantendo nossas bocas grudadas e passou a enfiar e tirar o seu pau por entre elas, enquanto seguíamos lambendo e chupando o que nos era possível. Após uma chupada mais forte que eu caprichei, ouvi um alto gemido dele, permeado pela palavra “Caralho!”. Resultado da terceira jogada: ele gozou, urrando e dividindo o seu leite entre a minha boca e a dela. O que conseguimos beber, bebemos; o que não foi possível, escorreu pelo canto de nossas bocas sobre nossos queixos e seios. O Mark logo sentou no chão do box, extenuado pela gozada caprichada, enquanto eu e ela seguimos nos beijando e lambendo até sorver a última gota daquela farta gozada, mas ainda não suficiente para saciar duas lobas no cio.
A Iara ainda seguiu me beijando mais um pouco, mas agora eu queria o meu marido e fui me recolher no seu peito. Ele estava inerte, calado, dormente, meio frio até e pensei que tivéssemos matado o meu marido. Chacoalhei ele com vontade, nervosa e a Iara já veio se aproximando preocupada, mas o safado abriu os olhos e sorriu:
- Caralho… Calma! Estou vivo e se tivesse morrido, teria sido uma morte épica. - Disse.
- Vá à merda, mor! Eu toda preocupada e o bonito fingindo de morte.
- Fingindo nada! Vocês quase me mataram mesmo.
- Não acabou ainda, hein!? - Resmungou a Iara se aconchegando em seu outro lado: - Ainda quero você dentro de mim.
[...]
Quando eu gozei, pensei que estivesse infartando. Tudo começou a girar, minhas vistas ficaram escuras, as pernas bambearam e depois de um ou dois passos para trás, encostei na parede fria do box e escorreguei até o chão, extenuado. O ar me faltava, a pulsação estava totalmente descompassada, mas eu estava feliz demais. Talvez eu tenha apagado de verdade, pois fui acordado aos tapas pela Nanda, quase gritando comigo. Assim que ela viu que eu estava “bem”, a Iara deixou bem claro que a farra ainda não terminaria por ela, mas a Nanda parecia decidida em não dar vazão a mais nenhuma estripulia naquele momento:
- Mor, a gente não ia sair cedo amanhã para passear de lancha?
- Aham… - Respondi, ainda suspirando.
- Ahhh! E eu? - Resmungou agora a Iara: - O que eu vou fazer até vocês voltarem?
- Sei lá! Vai surfar com o Tiaguinho marrento… - Brinquei, sorrindo de olhos fechados.
- Mas que… ciuminho besta, hein? Deixa disso, amor. Sabe quando eu trocaria uma brincadeira gostosa como essa nossa de hoje por um Tiago? Nunquinha! Nem se fossem dez. Putz… Gozei gostoso demais. E ó… - Iara gargalhou novamente e falou com a Nanda: - Ainda bem que você não gosta de mulher, né, ôôô… safada! Imagina se gostasse, então?
A Nanda começou a rir e quando a olhei, ela estava meio ruborizada, talvez envergonhada pelo que fez. Comecei a sorrir porque eu havia adorado a sua iniciativa e a puxei para mim, dando-lhe um beijo na testa e outro na boca:
- Gente, vamos descansar um pouco? Ainda temos uns bons dias por aqui. A gente pode… sei lá… bolar alguma coisa depois. O que acham? - Disse a Nanda.
Levantamo-nos e nos enxugamos uns aos outros. Levei vantagem, pois era quatro as mãos preocupadas em me acarinhar. Por fim, saímos do quarto e a Iara já foi recolhendo o seu vestido, mas eu olhei para a Nanda que entendeu de imediato o que deveria fazer:
- Relaxa, Iara. A cama é grande, você dorme com a gente hoje.
- É!? - Ela perguntou, já sorrindo maliciosamente: - Depois não reclama se eu ficar mal acostumada, hein?
Fomos para a cama e, naturalmente, fui “obrigado” a ficar no meio das duas. Apagamos as luzes, mas a lua insistia em iluminar o ambiente e principalmente as peles nuas das duas beldades que estavam aninhadas comigo. O contraste era evidente, uma branca e uma negra, mas a beleza era ímpar. Peguei-me analisando detalhadamente a curva de cada uma delas enquanto elas ainda insistiam em alisar o meu peito, pescoço, barriga e… bem… ninguém é de ferro.
Meu pau subiu a jato e a primeira a descobri-lo foi a Iara que deslizou sua mão como quem não quer nada, mas uma risadinha depois:
- Acho que vi um passarinho…
A Nanda levantou sua cabeça só para vê-la acariciando o meu pau numa punhetinha suave e lenta, mas depois me encarou, sorrindo:
- Que morrer o quê, né, safado!?
- Morre nada, Nanda! Isso aqui aguenta que é uma beleza. - Retrucou a Iara.
Vi que a Nanda se movimentava para descer em direção ao meu pau, mas eu a segurei pelo cabelo e a trouxe de volta para mim. Ela me encarou com uma expressão invocada, mas eu sabia o que queria:
- Deixa a Iara se divertir um pouco. Você é minha… a minha morena…
Sua invocação foi substituída por uma surpresa boa, acompanhada de um leve abrir de olhos que quiseram ficar marejados. Eu não queria tristeza ou lágrimas… talvez lágrima de uma gozada forte, sim! Passei a beijar sua boca enquanto a Iara já havia chegado a um outro destino, mais ao sul e já iniciava um boquete dos mais babados. Acho que a Nanda entendeu o que eu queria e passou a acariciar a minha face, caprichando apenas no beijo que trocávamos, e que beijo, sim-ples-men-te inesquecível! O momento só não foi melhor porque fomos interrompidos:
- Cês tem camisinha? Senão vai no pelo mesmo…
- Cê sabe cortar um clima, hein, Iara… - Resmungou a Nanda e sem tirar os olhos de mim, perguntou: - E aí, camisinha?
- É o certo, né? - Resmunguei.
- Em minha defesa… - Começou a Iara: - Sou enfermeira intensivista e o meu hospital me obriga a fazer exames rotineiros para atestar a minha boa saúde. Estou zeradinha, amor. Tá! Não estou zeradinha… sou até meio rodadinha… mas não tenho problema nenhum. Se vocês confiarem em mim, podemos brincar sem.
Nós a encaramos em dúvida por um momento e a Nanda perguntou:
- E anticoncepcional?
- Então… Tive que parar por indicação da minha ginecologista, mas… poxa, Nanda!... é só usar pílula do dia seguinte.
- Ahhhh não! Aí não! Camisinha nela, mor. - Pediu a Nanda, desconfiada como toda boa mineira.
- Então… Camisinha, uai! - Concordei e pedi licença a ambas, me levantando da cama.
Enquanto fui até a mala pegar um pacote que sempre carrego para eventualidades, as duas começaram uma breve discussão. De um lado, a Iara se fazia de ofendida por Nanda desconfiar dela, do outro a minha mulher explicava que não queria correr risco algum com ninguém, nem mesmo com ela que havia acabado de conhecer. Meu pau sentiu a tensão e deu uma bambeada, porque o tom entre as duas subiu duas oitavas em segundos. Num momento, a Iara caprichou e mandou um sonoro “Vai se foder, sua filha…”, mas não conseguiu terminar porque a Nanda a calou com um inesperado beijo na boca. A Iara num momento não sabia o que fazer com os braços, mas logo os envolveu na Nanda e que cena magnífica, que mistura de cores… Van Gogh ficaria orgulhoso das naturezas vivas que eu havia reunido naquela pintura. Quando os lábios se desgrudaram, a Nanda se adiantou:
- Não briga comigo! Eu acabei de te conhecer e… Quer saber de uma coisa? Eu gostei mesmo de te conhecer, sua biscate. - Depois ainda acariciou o rosto dela, olhando nos olhos e completou: - Por enquanto, com camisinha; no futuro, quem sabe…
A Iara sorriu e desviou o olhar para me encarar, dizendo:
- Agora eu entendi porque você não consegue largar dessa piranha! Até eu tô gostando dela…
Aproximei-me e devido ao susto anterior, o meu “passarinho” já não cantava tão alto. A Iara o olhou e fez um bico, simulando estar triste. Depois, me encarou, sorriu e falou algo revelador:
- Foda-se! Vou me divertir com ela.
- Oi!? - Foi a única coisa que a Nanda conseguiu dizer antes da Iara jogá-la deitada sobre a cama e subir em cima dela: - Iara!? O Mark…
- Deixa ele pra lá... Noite das meninas! - Falou antes de beijá-la novamente na boca.
Após alguns bons minutos em que a Iara não aliviou o beijo, dominando a Nanda, meu passarinho já queria cantar bonito novamente, mas preferi ficar assistindo ao que acontecia a metros de mim. A Iara passou a beijar e chupar o pescoço da Nanda e a única coisa que ela conseguiu fazer foi falar:
- Chupão não… Sem marcas…
A Iara deve ter tomado aquilo como um sinal verde e desceu, buscando os seus seios e na primeira chupada forte, a Nanda requebrou sobre a cama. Não que a chupada estivesse sendo de outro mundo, mas é que, junto dessa, uma mãozinha esperta de uma certa mulata, já penetrava ávida a bucetinha da minha mulher. Os gemidos da Nanda se intensificaram e a Iara desceu ainda mais, metendo a cara na buceta da minha onça. A intensidade do momento fez com que a Iara cometesse um erro, ficando de quatro e com a bunda para cima, enquanto sugava a buceta da Nanda sem trégua. Sou um admirador confesso de uma boa bucetinha, adora lamber, chupar e me lambuzar nos líquidos e perfumes tão únicos de cada mulher, mas sou um tarado por um cuzinho e dela é lindo, e estava ali, piscando para mim. Não tive dúvida e enfiei a língua o quanto pude:
- Ai! - Gritou surpresa, emendando um: - CARALHOOOOOOOOUUUUUIIII! Porra! Chupa o meu cu, seu gostoso, safado…
Como se eu precisasse de permissão… Segui lambendo, beijando e chupando o anelzinho dela que piscava cada vez mais rápido. Aquela bunda carnuda, bem mais que a da Nanda, me deixou louco e passei a me esfregar nela toda, com o rosto, boca, beijando, mordendo, lambendo, até que ela não aguentou mais:
- Fode de uma vez, Mark! Pelo amor de Deus, cara, mete!
Essa ordem eu aceitei… Coloquei rapidamente uma camisinha e enfiei de uma vez só, sem carinho, bondade, cuidado, ou qualquer alívio. O meu pau entrou todo até o fim na sua buceta e ela ainda gritou:
- Aiiii, PORRA! Eu pensei no cu! Filho da pu-puuuu-TAA! Ai! Não para! Tá muito bom…
Não aliviei mesmo. Se ela queria dar, eu iria comer, mas do meu jeito e passei a bombar com força, intensidade e profundidade, sem cessar. Ela gemia e xingava cada vez mais e notei que não estava mais conseguindo se concentrar direito no que fazia na buceta da Nanda. Seus gemidos se intensificaram e ela já não chupava mais nada, nem falar conseguia:
- Sua puta safada, não queria chupar? Agora vai chupar! - Falou a Nanda e a segurou pelos cabelos, esfregando em sua buceta: - Me faz gozar ou vou pegar o meu marido de volta. Chupa, Iara!
De onde eu estava, não conseguia ver direito, mas pela cara que a Nanda fez, mordendo os lábios e revirando os olhos em alguns momentos, acredito que a Iara deve ter voltado a fazer alguma coisa. Voltei a me concentrar na minha batalha pessoal e decidi ir além, enfiando um dedo, depois dois no cu da Iara. Ela levantou a cabeça, como se buscasse ar e suspirou forte:
- Ahhhhhhhh…
Praticamente no mesmo instante, comecei a sentir o seu cu se contrair e abrir em meus dedos, o mesmo acontecendo com sua vagina em volta do meu pau. Então, ela começou a gemer baixinho e a arcar sua coluna, tentando jogar os quadris para a frente, como se quisesse escapar de mim. Eu a segurei e pouco depois ela desabou sobre a Nanda. Eu apenas a sentia contraindo e relaxando a musculatura da buceta e do cu, enquanto gemia. Ela estava entregue e assim ficou enquanto eu tive gás para fodê-la. Num momento em que eu parei um pouco para recobrar as energias, notei que sua musculatura relaxou de vez e num ato de covardia das mais gostosas, tirei de sua buceta e enfiei no cu:
- AAAAAIII! Mark… PORRAAAAA! - Gritou.
Dei-lhe um tapa dos mais caprichados e ela gritou mais alto:
- FODE ESSE CU, SEU GOSTOSOOOO!
Marretei por bons segundos aquele rabo e senti que ela voltou a contrair e relaxar a musculatura enquanto desfiava um rosário de palavrões aos quatro ventos. Eu suava bicas quando ela me surpreendeu novamente após o que me pareceu outro orgasmo:
- MORDE A MINHA BUNDA!
- O quê? - Perguntei, baixinho, assustado mesmo.
- Morde a minha bunda. Eu quero!
Olhei para a Nanda que ria da minha cara nesse momento e em seguida deu de ombros como se disse “Se ela quer, uai: morde!”. Tirei o meu pau do seu cu e lhe dei um tapa em cheio na nádega esquerda, vendo ela tremer inteira e insistir:
- Morde… morde… morde…
Mordi. Com receio e meio sem jeito, mas mordi. Levei um esporro dos bons:
- Filho da puta do caralho! Morde, merda de homem frouxo, mete… o… dente! Eu quero ficar marcada por uma semana. MORDE! - Gritou, por fim.
Olhei para a Nanda e ela deu de ombros novamente, fazendo um biquinho meio assustado. Respirei fundo e meti o dente com gosto na sua nádega esquerda:
- AAAAAAAAAAAIII! ASSIIIIIIIIIIM… - Gritou novamente, tremendo outra vez.
Quando a soltei, por fim, ela se esticou sobre a cama, choramingando, tremendo e balbuciando palavras que eu não conseguia entender, mas tudo isso com um sorriso no rosto. Olhei para a Nanda que me olhava e também a ela com uma expressão séria, de quem não havia entendido nada do que havia acontecido e eu não culpo: eu também não entendi direito. Eu olhava para a bunda dela, vermelha de tapas e agora com uma marca bem visível dos meus dentes. A Nanda se aproximou também e depois de analisar tudo:
- Cê exagerou, mor. Olha a marcona que ficou!
- E-za-ze-rou nada! - Resmungou a Iara, mole sobre a cama: - Ai… Delíííííciahhhh…
O telefone do meu quarto tocou, fazendo com que eu e a Nanda nos encarássemos. Atendi e era um recepcionista do resort, todo sem jeito, avisando que receberam reclamações de barulhos impróprios para aquela hora da madrugada:
- Barulhos? - Perguntei, tentando disfarçar um sorriso.
- Sim. Gemidos, gritos… parece que tapas também…
- Ah! Gritos… Eu peço desculpas, mas a minha esposa tem insônia e às vezes, ela tem episódios de terror noturno, acordando e gritando do nada, mas eu… eu vou cuidar para que ela não grite mais, ok?
- Por favor, senhor… é só o que pedimos.
- Claro! Fique tranquilo.
A Nanda ria, tentando não transformar aquilo numa gargalhada escandalosa e a Iara… bem, a Iara havia apagado com um sorriso no rosto. O meu pau seguia teso e eu olhei para minha esposa:
- E aí? Vamos?
- Pensei que não fosse me convidar…
Tirei a camisinha e pulei em cima dela, penetrando a sua buceta num típico papai e mamãe:
- Que buceta molhadinha! Pelo jeito, a Iara caprichou…
- Aham… Mas eu queria estar no lugar dela.
- É safada? Quer mesmo?
- Mas pega leve, tá?
Coloquei-a de quatro e marretei sua buceta igualzinho havia feito com a Iara. Eu conhecia todos os pontos fortes e fracos da Nanda, então me concentrei em fazer do jeito que ela gosta e logo ela começou a gozar, contraindo a musculatura de sua vagina ao redor do meu pau. A Nanda, há tempos, descobriu os benefícios do pompoarismo e por esse motivo, conseguia contrair bastante a musculatura quando queria e a sensação era deliciosa, principalmente quando atingia o orgasmo, pois ela literalmente parecia querer prender o meu pau dentro dela. Introduzi dois dedos em seu cu, mas já fui repreendido:
- Não! Hoje não… Tá tão gostoso… uiii…
- Você não queria igualzinho?
- Ah, mor, por favor…
Segui fodendo a sua buceta, mas eu também os meus limites e já os havia ultrapassado. Então, a avisei que iria gozar e é claro, ela pediu que fosse dentro, bem no fundinho:
- Se gozar por fora, eu lambo! - Disse a Iara, nos surpreendendo.
Senti uma contração de imediato na vagina da Nanda, acompanhado de um xingamento, também da Nanda.:
- PORRA, IARA! Vai dar susto na tua mãe, sua biscate!
A Iara riu e me encarou:
- Lambuza ela que eu quero lamber…
- Vou gozar dentro para você chupar. - Falei, sorrindo maliciosamente.
- Delícia! - Ela disse, riu e se sentou, batendo palminhas.
Um minuto depois de algumas bombadas insanas, gozei, inundando a buceta da Nanda. Não me custava agradar à torcida, então dei duas jatadas já no fim do lado de fora também. A Nanda simplesmente se deixou escorregar sobre a cama, ficando com a bunda para cima e a Iara já foi metendo a cara dentro dela, lambendo, sugando, beijando, fazendo a minha onça branca rugir baixinho.
Eu me sentei no chão, assistindo tudo a metros das duas, controlando a minha respiração, enfim. Vi quando a Iara sorriu sozinha, sem qualquer motivo aparente e foi se deitar lado a lado com a Nanda, cochichando algo em seu ouvido:
- O QUÊ!? - Nanda gritou e complementou, baixinho após: - Cê só pode tá louca, Iara?
- Ué! Por quê? Ele não merece?
- Merece até mais, mas… isso!?
- Topa vai? Vai ser legal!
Elas ficaram em silêncio mais alguns segundos e a Iara voltou a cochichar alguma coisa no ouvido dela. Pouco depois, a Nanda voltou a ficar de quatro, com a bunda virada na minha direção e a Iara me encarou:
- Vocês estão de brincadeira… Eu acabei de gozar! Meu pau não levanta tão cedo. - Falei, imaginando que a Nanda queria me dar o cu.
- Não, seu idiota! Morde a bunda dela. - Disse a Iara, mostrando onde ela queria que fosse feito.
- Como é que é?
- Isso aí! Suas duas mulheres querem a marca dos seus dentes na pele. Vem cá, macho gostoso, mostra quem é que manda.
Comecei a rir e a Nanda já emendou:
- Se não andar logo, eu vou desistir! Já tô quase…
A Iara me encarou, cobrando agilidade e me levantei, alcançando e alisando a bunda da Nanda:
- Tem certeza? - Perguntei para ela.
- Vai logo! - A própria Iara respondeu.
Da mesma forma que antes, meti o dente na bunda da Nanda que gritou como uma louca. Ali eu descobri de onde veio toda a potência vocal da Mary, pois ela verbalizou uma verdadeira ode às palavras de baixo calão. Quando achei ter terminado de esculpir a minha obra prima em sua bunda, a soltei. Ela de imediato levou a mão em cima da mordida, enquanto chorava de dor. Foram minutos de dor para ela, agonia para mim e gozo para a Iara. Só tempos depois, ela se levantou e foi até o espelho ver o “estrago”, e ela me encarou com fúria que só passou depois da Iara ir até junto dela e mostrar como as marquinhas ficaram iguais e “bonitas”.
Tomamos uma ducha rápida e nos deitamos. Eu num canto, a Iara no meio e a Nanda do outro lado, invocada comigo por eu ter feito o que elas haviam combinado. Sua invocação não durou dois minutos e ela se levantou, mandando a Iara para um canto, eu para o meio e ela no outro lado. Deitou-se no meu peito e começou a rir, sendo seguida pela Iara e por mim. A madrugada fora espetacular, mas o dia ainda reservava fortes emoções…
[...]
Não fosse o despertador programado no celular do Mark, nós não teríamos acordado. Eu não sei como o Mark faz, mas ele consegue despertar rapidamente, se levanta, usa o banheiro e fica pronto para um dia. Já eu estava um trapo, cansada, dolorida e com a bunda arroxeada. Exatamente isso: no local da mordida, havia uma mancha meio arroxeada com os desenhos dos seus dentes todos ali. A Iara estava do mesmo jeito, mas como a pele dela é escura, quase não aparecia. Já a minha “tattoo” era gritante, quase reluzente. A Iara me pegou olhando no espelho e começou a rir. Eu a encarei com cara de poucos amigos:
- Filha da puta! Cê fez de caso pensado, não foi?
- Eu!? O que isso, Nanda? Imagina… - Saiu rindo em direção ao banheiro.
O Mark se sentou na beirada da cama e ficou olhando a minha bunda marcada, mas logo me puxou para o seu colo e começou a rir. Eu estava invocada, mas a risada dele era tão gostosa e envolvente que acabei de deixando levar. Logo, estávamos aos beijos, ele sentado na beirada da cama e eu de frente para ele, sentada em seu colo. Seu pau ficou duro e aproveitei para encaixá-lo dentro de mim. A Iara saiu e se surpreendeu conosco:
- Ah… Eu também quero!
- Sai fora, I-Iara. É só uma… ai… uma… rapi-di… ah… ai! Rapidinha… ah! Aiiiiiii!
Como estávamos com pressa, eu estava à toda, galopando no meu marido, tanto que gozei rápido e ele praticamente minutos depois. Fomos nos limpar porque o dia seria intenso e quando voltamos, ele vestiu uma sunga, bermuda, camiseta e chinelos, enquanto eu coloquei um biquíni, uma saída de praia e um chinelo também. A Iara ficou nos aguardando já com o seu vestido e nada mais. Seguimos com ela até o seu quarto e lá ela também colocou um biquíni bicolor, verde e amarelo cintilante, que me surpreendeu, pois era minúsculo, quase infantil. Ao ver que eu a encarava surpresa, ela sorriu e pegou outro na sua mala, com estampa de oncinha, mas tão pequeno quanto:
- Toma, Nanda, usa esse. Eu vim para causar e você vai causar comigo.
Eu olhei aquele paninho minúsculo em minhas mãos e o Mark começou a rir. A Iara ficou sem entender, mas eu entendia bem o que aquelas risadas significavam:
- Coloca logo, Nanda. - Ele pediu, ainda rindo: - Pela primeira vez, hoje, eu vou conseguir arrancar a pele da onça.
- Há-há-há… - Zombei, sorrindo para ele, mas logo olhei para o biquininho de novo: - Não dá, mor. Esse trem não tapa nem os bicos dos meus peitos.
- Melhor ainda, mulher! Vai ficar aquela beirinha da mamica para fora que deixa a macharada doida!
- Ai, Iara… mamica!?
- Vai logo, Nanda, veste isso aí. Vamos ver como fica.
Fui ao banheiro e rapidamente me troquei. O que eu havia falado não estava errado: a beirada das aréolas dos meus seios ficaram aparecendo um pouco no centro. Por mais que eu ajeitasse, não consegui escondê-las. Esse era o problema número um. O número dois é que a frente da calcinha mal tapava a minha xereca, além de não ter forro, o que significaria ficar ainda mais exposta caso eu entrasse na água. A parte de trás era composta praticamente por um fio idêntico aos das laterais, então ficou enterrada na minha bunda. Saí daquele jeito do banheiro já balançando negativamente a minha cabeça, mas não é que o Mark curtiu!? Ele ficou boquiaberto, babando e de olhos arregalados. Logo um sorriso malicioso surgiu em seu rosto. Coloquei as minhas mãos na cintura, esperando um veredito:
- Gostei! - Iara falou: - Ficou gostosa e safada demais.
- E aí, mor?
- Caralho, hein!?... Ainda bem que a gente deu umazinha agora há pouco, senão…
Ri da cara de tarado que ele fazia nesse momento e insisti:
- Tá! Entendi… Mas, e aí? Vou ou não vou?
- Vai, claro! Tá igualzinha a mim, não tá, Mark? - Disse a Iara, vindo enroscar o seu braço no meu, para depois nos virar de costas para o Mark: - Olha só… quase gêmeas.
- Eu vou tirar isso... Tô quase pelada. - Falei ao não ter resposta alguma do meu marido.
- Não! Pode ficar. Você está… Nu! Gostosa demais. - Ele falou e assobiou no final.
Mesmo ainda insegura, decidi aceitar. Coloquei a minha saída de praia e a Iara um simples e decotado shortinho que mal tampava metade da sua bunda. Fomos para o restaurante tomar o nosso café da manhã. Nos servimos no bufê e já à mesa, o Mark ligou para a empresa do passeio, para saber se conseguiria incluir a Iara. Já havíamos decidido: se conseguisse, iríamos os três; senão, ficaríamos os três.
Como eu já imaginava, não havia vaga, pois o nosso passeio contaria com um outro casal. Entretanto, quando o Mark já avisava que iria cancelá-lo, milagrosamente surgiu um outro piloto que poderia nos levar. Naturalmente, o valor para nós seria duplicado, porque não pagaríamos mais metade das despesas, mas a despesa integral, pois, como um trisal, ocuparíamos todos os lugares do lancha. Mark não se incomodou e reservou o passeio, combinando a saída para dali uma hora. Tomamos o nosso café, voltamos aos nossos quartos para pegarmos mais algumas tralhas (protetor, bronzeador, toalha, canga, etc., etc.) e voltamos a nos encontrar num banco à frente da recepção do resort.
Estávamos os três conversando animadamente enquanto aguardávamos o nosso motorista, quando o Betão, o instrutor de “Stand Up Paddle”, passou à nossa frente e veio nos cumprimentar com um baita sorriso no rosto. Foi impossível eu não notar a forma com a Iara o encarou. Certamente, ele também notou:
- Fala aí, mineiro. Como é que tá, pai?
- Firme e forte, Betão, e você?
- Oxi! Bão demais da conta… sô! - Falou sorrindo, todo brincalhão: - Esta é sua esposa, me lembro bem da cara de preocupação dela no dia, mas e esta linda moça, quem é?
- Boa pergunta… - O Mark resmungou e a encarou em silêncio.
- É! Boa pergunta… - Falei também a encarando.
A Iara nos encarou surpresa, fez um biquinho de desdém e virou a bunda onde quase não dava mais para enxergar a mordida do Mark e falou:
- A marca de dente responde! - Deu uma alisada no local e um tapinha de leve, complementando: - Sou a outra esposa dele. Prazer… Iara.
- Oxi, oxi, oxi! Que história é essa, pai!? Outra esposa! Você tem duas? - Insistiu o Betão.
Vendo a cara de surpresa dele quem não aguentou e riu alto fui eu, e ainda complementei:
- Duas não, três! A outra, a Denise, teve que ficar com o caçula da família lá em São Paulo, não pode vir.
- Três!? Ah vá! Tão de zoeira comigo, só pode…
Iara virou a bunda novamente para ele e me chamou a fazer o mesmo. Já tinha virado quase uma putaria, então entrei na brincadeira e virei a bunda:
- Dá uma olhada, Betão. Aqui e aqui… - Disse indicando os lugares das mordidas: - É o dente desse safado! Ele passou aqui marcando a gente para ninguém mais se meter.
Betão olhava para as nossas bundas e para o Mark, ainda não acreditando. Então, o Mark, sendo o Mark, levantou-se e foi olhar suas “obras de arte” em nossa pele. A minha era claramente visível dentro de uma mancha mais arroxeada, a da Iara praticamente não aparecia, apenas alguns pontos mais escuros dos seus dentes ainda estavam fixados. Ele então alisou a bunda da Iara, dando-lhe um tapinha e fez o mesmo comigo, antes de dar uma sonora risada e dizer:
- Cara, foi uma noite e tanto! Acho que eu vou cancelar o passeio e voltar para o quarto. O que me dizem, meninas?
Olhei para a Iara e ela para mim, e respondi:
- Não! Quero passear…
- Também!
O Betão era o resultado da surpresa e ainda olhava boquiaberto para as nossas bundas, mas notando que o Mark o encarava, acabou soltando:
- Oxi… Homi… Dá nem para te oferecer ajuda porque pelo jeito você deu conta direitinho do recado, mas não custa nada tentar, né? Então, aí, se eventualmente tu precisar de ajuda, só dar uma ligadinha pro neguinho aqui, falô? - Disse e lhe entregou um cartão de visita.
- Falô! - Mark respondeu pegando o papelzinho.
Nesse momento, um buggy estacionou próximo da gente e nós duas nos recompusemos, sentando no banco, como duas mulheres comportadas. O motorista, um mulato com cara de malandro, saltou e veio na nossa direção já perguntando:
- Mark?
O Mark não precisou abrir a boca, pois a Iara já foi falando:
- Isso! E esposas…
- Espo… Esposas!? - Retrucou o motorista, também surpreso.
- Isso! As duas, nós, eu e ela. Por quê? Algum problema? - Insistiu a Iara.
- Oxiiiii… Problema nenhum não, moça. - Falou e fez uma reverência, indicando a direção do seu buggy, mas não conseguiu segurar sua língua quando o Mark passou ao seu lado: - Passeio vai ser da hora, hein, pai?
O Betão veio conosco até junto do buggy, onde nos despedimos dele. Eu já estava sentada e a Iara entrando, quando ele começou a cantarolar uma música antiga, muito conhecida na voz da Ivete Sangalo, mas com algumas alterações:
“Ô leva eu,
Leva, leva.
Leva também o meu amor,
Leva, leva.
Vamos juntos nessa corrida,
Betão aqui é paz e amor.”
Eu e o Mark o encaramos e a Iara ainda perguntou para o Mark se ele também não podia ir. O interesse dela era visível. Ele me consultou rapidamente e eu apenas dei de ombros. Mark, então, perguntou se ele não gostaria de nos acompanhar, mas, surpreendendo a todos, principalmente à Iara, o Betão disse que não podia, pois precisava trabalhar. Ela então bufou:
- Mas… Mas… Então, por que se ofereceu, mané!? Oxi! Mas que merda de homem que tem por aqui, hein? Sem ofensa, moço. - Disse ao motorista que agora a olhava, meio encabulado: - Por isso que não troco o meu mineirinho pãozinho de queijo aqui: ele é pau… Ouviu? Pau pra toda obra!
- Vixi! - Resmungou o Mark, disfarçando um sorrisinho.
- Oxiii! Calma, moça! Não vai faltar oportunidade. Inclusive, hoje mesmo terá uma festa temática mais à noite na piscina do resort e a gente, nós, os quatro, podíamos nos encontrar lá. O que acham?
- Vou festar sim, mas com o meu marido, que eu ganho mais… - Ela resmungou novamente e se sentou de vez, dando uma bundada forçada no banco de trás do buggy, claramente invocada.
O Mark, sarrista, deu uma gargalhada e ainda bateu a palma da mão esquerda aberta na mão direita fechada, indicando que o Betão tinha se fodido. Depois, entrou no buggy, sentando do lado do motorista, e o Geraldinho deu partida e nos levou até uma espécie de cais. Ali entramos numa lancha, mas antes o Mark foi verificar se o contratado estava sendo cumprido e aparentemente estava, pois havia bebidas (cervejas, água e batidas), alguns snacks e carnes para um churrasco:
- Churrasco em alto mar? - Perguntei meio confusa.
- Uai! A gente para em alguma praia bonita e faz um churrasquinho. Qual o problema? Além do mais, só tem peixe, peixe, peixe e… - Mark dizia olhando a encomenda: - Ah! E peixe. Cadê o camarão?
O piloto da lancha, Ivanir, indicou um pacote e ele confirmou, sorrindo. Partimos rumo às praias do lado sul. Mark e o piloteiro, um moreno de porte parecido com o do Mark, não lindo, mas bem jeitosinho, iam conversando coisas banais, curiosidades locais, enquanto eu e a Iara, decidimos tomar sol na proa da lancha. Tiramos o excesso, ficando só de biquínis, uma besuntando a outra de óleo bronzeador e nos deitamos, curtindo o passeio em silêncio. Num dado momento, ela falou:
- Desculpa. Não quero estragar o passeio de ninguém. Só fiquei bolada com o manezão lá atrás… Porra! Cara mais xarope! Se não podia vir, por que se ofereceu?
- Acho que ele só quis brincar.
- Brincadeira besta! Se não tem nada de bom para falar que fique de boca fechada! Agora ficou eu aqui, excitada. O Mark vai ter que se virar nos trinta, senão jogo ele da lancha…
Dei risada do seu comentário, mas logo voltamos a ficar caladas. Depois de um tempo, ela me chamou a atenção:
- Você está calada… Não pode ter sido só o que eu fiz, né? Aconteceu alguma coisa para deixar você assim? Foi por ontem? Não gostou? Eu exagerei, não foi?
- Não, Iara, não foi por ontem, nem pelo que você… que nós fizemos ontem. Nada mesmo. É coisa minha…
- Quer conversar? Eu li em algum lugar que falar em voz alta às vezes ajuda a gente a entender melhor o que está acontecendo.
Olhei para onde os dois estavam e vi que ainda conversavam, mas agora pareciam dividir sua atenção entre o percurso e a gente. De qualquer forma, ali não era o melhor lugar ou momento para conversarmos:
- Talvez mais tarde. Agora é meio complicado…
Ela se achegou mais a mim e me abraçou o pescoço, fazendo-me ficar colada nela e me deu um beijo na bochecha. Então, disse:
- Se achar que sou digna da sua confiança, conversaremos quando estiver pronta. Acho que sou a melhor pessoa do mundo hoje para trocar ideia com você, mesmo porque é só o que está faltando depois de ontem…
- Não entendi. Como assim?
- Oxi! Ontem a gente já trocou carinho, beijo, tapa, fluidos corporais, etc., etc… Então só nos resta trocar ideia. Eu acho… - Disse e deu uma risada.
- Cê não presta! - Falei também rindo.
Ela olhou de soslaio para o Mark e deve ter notado que ele também nos olhava de uma forma estranha, só que ela é mais sem freio na língua que eu e não se aguentou:
- O que foi!? Nunca viu duas mulheres trocando carinho?
Só que ela parecia ainda não conhecer o Mark tão bem quanto eu, tanto que ele retrucou de “bate pronto”:?
- Já, inclusive sem roupas, ontem por sinal... Só não pensei que fossem fazer isso aqui e agora.
- “Comé” que é, mané!?
- Olha para baixo, Iara. - Falou e riu.
Eu acabei olhando antes dela e vi que um de seus seios já desafiava as finas linhas do seu biquíni, saindo para fora. Ela também notou e o encarou, mas ali era briga de gigantes, pois ela, ao invés de arrumá-lo, simplesmente soltou o laço e o tirou. O piloteiro não sabia de olhava, disfarçava, ficava de costa e olhou para o Mark que não se fez de rogado:
- Pode olhar, cara. Olhar não tira pedaço…
- Então… Tudo bem. - Disse e encarou a Iara sem filtro algum, inclusive, abaixando um pouco seu óculos de sol para poder vê-la melhor.
Iara, ao invés de ficar encabulada, fingiu arrumar o seu cabelo só para balançar os peitos na frente dos dois. Digo que “fingiu”, porque depois os soltou sem prendê-lo e me encarou:
- Tira também, Nanda! Vamos tirar as marcas de cima.
- Quem? Eu!?
- Tem outra Nanda aqui? - Ela perguntou, olhando para o Mark, mas ela própria respondeu: - Acho que não. Tira, vai!
Ela seguia insistindo sem parar. Olhei de canto de olho para o piloteiro que agora me olhava curioso também e olhei para o Mark que deu de ombros. Liguei o foda-se e tirei, mas não fiz como ela, me exibindo: simplesmente tirei e voltei a me deitar. Seguimos uns bons minutos ainda até pararmos em frente a uma primeira praia, praticamente deserta. O piloteiro começou a falar de curiosidades, das formações rochosas, das belezas do lugar (isso sem disfarçar que nos encarava) e decidimos dar uma descida ali, para fazermos algumas “fotos”, mas antes pedi que o Mark passasse novamente óleo bronzeador em mim. Foi pouco para a Iara me zoar, gargalhando:
- Adianta não, branquela! Essa corzinha aqui, marron bombom, ainda mais caramelizada no óleo, que eu sei que deixa o Mark louco, você nunca irá ter.
- Sai pra lá, encardida… - Retruquei, zombando e olhando para o Mark que também sorria, e ainda perguntei: - Sério isso, mor? Prefere ela a mim?
O Mark olhou para a Iara e fez um movimento com o indicador, pedindo que ela desse uma voltinha. Ele só faltava babar e me encarou, dizendo:
- Ó só… Não dá para comparar. Eu só acho que cada uma tem o seu atrativo e… afinal, eu sou um caipira raiz: gosto tanto de cocaca branca quanto de cocada queimada. Acho que dá até para comer as duas juntas que fica ainda mais saboroso. Só acho…
- Dá, né? As duas, né!? Ah, filho da puta, safado! - Disse e me joguei no seu colo, lambuzando-o com o óleo bronzeador, mas enchendo-o de beijos.
- Oxi! Também quero. - Disse a Iara e veio me empurrar para disputar a boca do Mark.
Passamos a beijá-lo num sistema de rodízio para surpresa e desespero do piloteiro que começou a falar:
- Oxi! Que mundo injusto, mundo cruel… Uns com tantos e outros com tão pouco… Oxi! Que mundo injusto, mundo cruel…
Fora o fato de que ele ajeitou ou alisou o pau que começava a estufar sua bermuda… um volume bastante sugestivo, diga-se de passagem…, ninguém fez caso do comentário, mas ninguém, digo eu ou a Iara, também não se dispôs a aliviá-lo. Simplesmente, acho que nenhuma das duas estavam dispostas a deixar o meu mozão de canto e ele aproveitou para se esbaldar com as suas “esposas”.
Entramos então os três na água, onde ficamos brincando, namorando, conversando, interagindo, as duas sem dar trégua para o Mark. Não posso negar, o meu marido estava que era só sorrisos com a atenção que eu e a Iara estávamos lhe dispensando, e a sua alegria me fazia um bem danado. De repente, um ambulante, vendedor de sorvete, que surgiu sei lá de onde para atender sei lá quem, pois a praia continuava praticamente vazia, fazendo a sua propaganda, chamou a atenção da Iara:
- Eu vou lá!
- É só sorvete, Iara. - Mark falou.
- Não, amor… É de tapioca. Isso não é sorvete, é quase um patrimônio cultural do nordeste. Eu vou lá. Cês não querem, não?
Recusamos e ela saiu rebolando e balançando os peitos nus em direção ao jovem ambulante. Até que enfim eu tinha o meu marido só para mim:
- Ela vai ficar todos os dias com a gente?
- Uai! Por que a pergunta? Não gostou dela?
- É… Até que gostei, mas é que eu… Sei lá! Pensei que a gente fosse ficar só nós dois, eu e você.
- Sério!? Mas e o Rick? Por que o trouxe então? - Ele retrucou, encarando-me com um sorriso desafiador nos lábios.
- Eu não iria ficar todos os dias com ele. Talvez um ou outro, e com você junto, mas não ia deixar de curtir só com você.
- Sei…
Essa discussão, eu já havia perdido. Olhei em direção à praia e a Iara agora estava sentada na areia com um baita pote de sorvete no colo. Ao seu lado, o Ivanir conversava sem parar, mas ela parecia apenas responder vez ou outra, sem querer lhe dar tanta atenção. Olhei novamente para o Mark e falei:
- Ó… Ontem você disse que ontem seria a Iara e hoje seria o Rick…
- Sim, eu me lembro…
- Só queria te dizer que não precisa disso, mor. Eu sei que você não curte a ideia de fazermos algo com ele e eu não quero estragar a nossa lua de mel.
- E por que estragaria?
- Porque você não vai ficar confortável e eu não vou ficar confortável se você não estiver confortável, entende?
- Entendi. Está parecendo propaganda de carro: conforto é tudo… - Disse, zombando.
- Para, boba. - Falei, dando-lhe um tapinha no peito e continuei: - Mas e ela? O que a gente faz?
- Ela vai ficar mais dois dias apenas, Nanda. Depois irá visitar alguns parentes na Bahia antes de voltar para São Paulo.
- Ah…
- Eu só acho que…
- Não, nem precisa falar. Está tudo bem! Ela vai ficar com a gente, no nosso quarto. Eu quero. - Eu o interrompi com um beijo, antes de falar, deixando-o surpreso, mas logo com um sorriso no rosto.
- Sei não se eu aguento, hein?
- Quem sabe, a gente não chama o Betão para fazer uma festinha?
Ele me encarou, fazendo uma expressão de surpresa e levantou as sobrancelhas. Insisti:
- Eu ia curtir muito uma brincadeirinha mais selvagem! De verdade…
- Depois da furada que ele deu lá hoje no resort, eu… sei não, hein?
Deixei por conta dele e trocamos mais uns beijos. Saímos pouco depois. De mãos dadas, fomos em direção à ela que já se levantou e veio na nossa direção, oferecendo sorvete e reclamando baixinho:
- Pô, gente, que homem grudento esse tal de Agenor, Escanor, sei lá!... Ele não me deu um segundo de sossego! Queria saber como que a gente fazia, se todo mundo dormia junto, separado, revezando… Oxi! Chato pra cacete! Quase que eu o mandei à merda…
Fui até ela e peguei uma colherada do sorvete para experimentar (Realmente, é uma delícia, recomendo a todos!). Não resisti e peguei outra, e mais uma, e a Iara só me olhando, enquanto o potinho ia esvaziando. Notei que estava ficando invocada e peguei uma colherada caprichada, intencionalmente sujando a minha boca por fora e a encarando ainda com o sorvete dentro:
- Uh-hu-hu-hummmm? - Resmunguei e aproximei a minha boca da dela.
Ela entendeu o recado e me beijou, resgatando parte do sorvete que eu havia colocado. Depois, nos separamos e ela ainda me lambeu a boca por fora:
- Hummmm!... Sorvete com gosto de biscate... Adoooooro! - Ela falou, fazendo todos rirem.
Seguimos o nosso passeio e paramos em mais duas praias, praticamente repetindo o que havíamos feito na primeira, mas sem sorvete. O piloteiro então nos levou para almoçar num restaurante da orla de uma praia que dizia ser especial. O lugar não impressionou, parecia ser uma espécie de rancho, bem rústico mesmo, com mesas e cadeiras de madeira, nada que chamasse a atenção, mas foi só a comida chegar à nossa mesa que a minha opinião mudou rapidinho. Era simplesmente a comida mais gostosa que eu já comi na minha vida, simples, mas deliciosa. Um lombo de peixe assado, acompanhado de salada, arroz, pirão e purê de batatas. Para beber, pedimos apenas sucos de fruta.
Assim que terminamos, demos um tempo num deck e fizemos um passeio pelos arredores, numa feirinha de artesanato local. Não comprei nada, mas a Iara voltou carregando uma carranca de tamanho médio:
- Que carranca o quê, mulher! É uma nega maluca. Olha só, igualzinha a mim! - Disse colocando o artesanato ao lado do seu rosto.
Depois, seguiu andando à nossa frente, saltitando de alegria na direção da lancha. Quase chegando na linha d´água, começou a cantarolar uma música e a rebolar no ritmo:
“Nega maluca, nega maluca,
Doida, doida, doida.
Nega maluca, nega maluca,
Doida, doida, doida.
Eu quero ver você mexer, quero ver você sambar,
Segure aqui, segure ali, só não pare de quebrar.
Eu quero ver você mexer, quero ver você sambar,
Segure aqui, segure ali, só não pare de quebrar.
Nega maluca, nega maluca,
Doida, doida, doida.
Nega maluca, nega maluca,
Doida, doida, doida.”
Eu seguia de mãos dadas com o Mark e agora já ria bem tranquilamente das maluquices da Iara:
- Por que você a trouxe? - Perguntei num certo momento.
Ele me encarou e sorriu, mas nada respondeu. Eu insisti:
- Por que não responde, mor? Juro que não vou me zangar.
Já estávamos próximos da Iara e ele então falou:
- Iara, por que eu te trouxe para o resort?
- Oxi! Prá nhanhá, painho… Lerê, lerê… Lerê, lerê, lerê! - Falou com voz infantil e rebolando, mas notando que eu não ria naquele momento, mudou e falou: - Não interessa o porquê de eu estar aqui, mas sim porque vocês estão aqui! Não terceirize a sua responsabilidade pelo que acontece no seu casamento, Nanda. Você é que está casada com ele. Eu só repito uma coisa: dá mole e deixa ele na rua para você ver o que eu faço! Brinca comigo, sua branquela, brinca!
- Entra na fila, Iara. A Denise já falou que pega ele se eu der bobeira.
- Nem sei quem é essa aí, mas eu sou mais eu. Eu… me… garanto, queridinha! - Disse e deu dois tapas no peito: - Entre eu e vocês duas juntas, ninguém me tira o Mark! Eu te garanto que se o Mark me der uma chance, você já era.
- Gente! Vamos aliviar a tensão? Eu pensei que você fosse dar uma resposta leve, Iara, não uma patada. - Resmungou o Mark.
- Oxi! E tô errada? Falei algo errado? Falei não! Eu só falei o que ela precisava ouvir.
Tive que engolir a perereca cabeluda com pelo e tudo, e sem reclamar para não criar um climão ali. Entramos na lancha e seguimos viagem. O Mark conversava novamente com o piloteiro e nós duas vínhamos novamente caladas e seminuas na proa, cada uma olhando para um lado da embarcação. Só que eu sabia que ela tinha total razão no que havia falado e uma coisa que não sei ser é injusta. Fui até ela e passei a minha mão sobre a dela. Quando ela me olhou, eu a abracei e beijei a sua face:
- Desculpa e obrigada pela pancada.
Ela sorriu e me olhou nos olhos antes de me abraçar forte novamente para dizer no meu ouvido:
- Também gosto de você, sua piranha burra, mas é melhor você cuidar do Mark. Eu posso ter brincado, mas toda brincadeira tem o seu fundinho de verdade, entendeu?
- Safada oferecida! - Falei, encarando-a invocada, mas só de zoação.
- Branquela ingrata! Tem um puta homem desse e ficar dando sorte pro azar com o riquinho mimado, aliás, mimado e falso, hein? Um puta falsiane! Abre o olho com aquele lá.
- Ah, não é, Iara. Ele é só um cara apaixonado pela mamãe aqui.
- É o teu cu, sua burra! Aquele lá não vale o ar que respira. Vai por mim: ele é furada!
De repente, senti uma mão me acariciando a nuca e quando me virei, vi que o Mark nos olhava, sorridente. Segurei em sua mão e comecei a puxá-lo, e logo a Iara fez o mesmo:
- Para aí, caramba! Devagar aí, ô…
Logo o Mark estava sentado no meio da proa, ao meu lado, enquanto a Iara permanecia deitada com a bunda pra cima num banco à esquerda. No trajeto até a próxima parada, nós o enchemos de beijos, carícias, toques e:
- Cês vão me desculpar, mas eu estou com um fogo louco. - Falei e já fui me ajoelhando no piso apertado da lancha.
Iara e o Mark me encararam, mas eu sabia bem o que queria e caí de boca no pau do meu marido após tirá-lo para fora da bermuda. Após duas balançadas, ouvi a Iara dizer:
- Presta atenção aí, moço! Porra, cara, quer arrancar o pau do meu marido no dente dessa louca aqui?
- Desculpa aí. É que… porra, gente… difícil concentrar.
- Pois está sendo pago pra isso. Dirige esse troço direito aí, cara! - Ela retrucou e passou a beijar o Mark.
Resultado: em minutos fiz o meu marido gozar e consegui pegar quase todo o seu leite na minha boca. Quando o pau dele parou de pulsar, levantei a minha cabeça e olhei para ele sorrindo, com aquele escorridinho de leite de canto de boca. Depois, olhei para a Iara e pisquei um olho, fazendo um sonoro “hummmm!”. Ela entendeu o recado e veio me dar um beijo na boca, de língua, pegando para ela parte do leite que eu havia bebido. Após isso, nos acalmamos um pouco, aliás, quase nada, durou somente até chegarmos na próxima praia, porque lá pegamos o Mark novamente, dentro do mar, mas sem sexo, apenas namorando, beijando e o deixando bem tesudo novamente.
[...]
Aquelas duas estavam impossíveis. A cada parada, elas me agarravam e praticamente me estupravam na frente de quem estivesse lá. A Iara então parecia não ver um homem há anos, pois era a mais sedenta, quase insaciável. O coitado do Ivanir não sabia mais o que fazer, numa das paradas, enquanto elas voltavam de uma ida ao banheiro, me confidenciou:
- Oxi, doutô. O senhor vai me desculpar, mas… Cacete! Que mulherada bonita da porra, é essa!?
- E não é?
- Oxi, oxi, oxi… Cês gostam assim de… é… ah, não sei bem como falar…
- Menage, gang bang, swing… - Falei, tentando ajudá-lo.
- Sei não direito o que é isso aí… Eu tava pensando assim em… sei lá… dividir… chamar outro…
- Ah, entendi. Às vezes… - Concordei, sorrindo e tomei um gole da minha cerveja: - Às vezes, quando elas estão mais taradas, a gente chama mais um sim…
- OXI, minha Nossa Senhora, Meu Padim Padi Ciço!...
- Por que a pergunta?
- Não, nada! É que… se cês tiverem a fim e o doutô precisar de uma ajuda… eu tô aí, viu?
- E você se garante de verdade, Ivanir?
- Ô, doutô… Posso não ser o mais bonito, estudado ou rico, mas foder é uma coisa que eu faço bem…
- Bom, não vou te prometer nada, mas se elas falarem alguma coisa, eu te dou um toque.
- Me faz esse favor, doutô! Sô até capaz de fazer um outro passeio para vocês amanhã, só cobrando o combustível da lancha.
- Não entra nessa, Ivanir. A gente curte se divertir. Se rolar, será pela diversão, nunca por dinheiro ou favores, entendeu?
- Sim, senhor…
Essa praia já tinha um certo movimento e por isso, elas tiveram que descer comportadamente vestidas com a parte de cima do biquíni, mas acabamos ficando pouco tempo, pois avisei que havia pedido ao piloteiro começar o nosso churrasquinho em alto mar, tanto que ele havia montado uma espécie de churrasqueira na lateral da lancha, de onde já saía alguma fumaça. Voltamos para lá e a Iara já foi tirando a parte de cima do seu biquíni. Decidi dar um pouco mais de felicidade para o pobre piloteiro:
- Por que já não tira tudo, Iara? Assim você tenta matar até a marquinha de baixo… - Falei, encarando-a maliciosamente.
- Oooooooxi! Brinca comigo não, amor…
- A Nanda tira, não tira, Nanda? - Perguntei já com a mão no lacinho da sua calcinha.
Ela me encarou meio invocada, mas ao mesmo tempo já sorriu maliciosamente, apenas dizendo:
- O que você está aprontando, doutor Mark?
- Ara! Nada, sô! Só queria ver minhas meninas mais… assim… ao natural…
Como elas me encaravam sem reação, mas notei que ambas olharam de soslaio para o Ivanir, decidi ser “cortês”:
- Ivanir, desculpa, amigo! Fiz uma proposta para as minhas “esposas”... - Frisei e encarei a Nanda que mordia o lábio, fingindo estar invocada e completei: - Mas não sei se você estaria de acordo. Talvez seja ofensivo para você, não é?...
- Oxi, doutô! Cês podem ficar à vontade. Eu nem vou olhar. Eu… Eu… tenho que cuidar do churrasco, né, não?
Olhei para as duas e a Nanda que estava mais próxima de mim, sorriu novamente e foi na direção da Iara. Ali ela pegou a mulata pela cintura, colando os seios nus dela nos seus, ainda vestidos, e a encarou com um olhar matador, o típico “Olhar 43” que deixaria até o Paulo Ricardo tímido. Então, avançou e a beijou na boca, segurando disfarçadamente os lacinhos da calcinha dela e os puxando, desnudando-a por completo. Depois, puxou o paninho para baixo e veio me entregar:
- Pronto, mor! A safada já tá pelada.
- “Comé” que é!? - Perguntou a Iara, fingindo estar invocada: - E você?
- Eu nada, uai! Eu sou uma mulher direita; puta aqui, é você. - Disse a Nanda, virando-se de costas para a Iara, mas sorrindo e se divertindo com a situação.
- Biscate falsa do caralho! - Disse a Iara.
Aliás, disse e veio na direção na Nanda, segurando e puxando todos os laços que prendiam o seu biquíni ao corpo. A Nanda não resistiu e só sorria, mas no final, começou a fingir:
- Ah, mor, tá vendo só!? Eu falei para não trazer essa barraqueira. Já tá rodando a baiana e deixando a sua mulher pelada. Cê não vai fazer nada, não, mor?
- Eu!? Ah tá… Eu vou comer.
- UEBAAAA! - Gritou a Iara, segurando o biquíni da Nanda: - Tô aqui, hein? Esquece de mim, não!
- Cê não presta… - Resmungou a Nanda.
- Também te amo, piranha! - Retrucou Iara, dando uma de suas gargalhadas.
- Eu vou comer chur-ras-co! Guardem esse fogo aí.
- Ahhhhh… - Resmungaram as duas, quase ao mesmo tempo.
- Ah digo eu! Ahhhh… - Zombei da forma como disseram e continuei: - Melhor vocês irem lá pra frente porque já tem até um movimento ali na praia de olho na bunda de vocês.
Elas olharam para trás e viram que eu dizia a verdade, pois um grupinho de uns não mais que dez rapazes, deve ter notado a nudez das duas e já se empinhocava para tentar uma melhor visão das duas desnudas beldades à minha frente:
- Ah, caralho! - Resmungou a Nanda indo se esconder na proa da lancha.
A Iara, ao invés disso, olhou na direção da galera, deu dois tapinhas na bunda e fez um não com o indicador. Depois deu outros dois tapinhas na bunda, esfregou o indicador e o “pai de todos”, e os enfiou na minha boca, sorrindo para eles e seguindo para onde a Nanda estava. Eu olhei para a galera e dei de ombros. Houve uma risadaria naquele momento, alguns comemorando, outros reclamando, outros gesticulando e o grupelho começou a se dispersar. O Ivanir deu uma discreta olhada na direção delas e não se aguentou:
- E aí? Vai rolar?
- Não sei, cara. Vamos dar tempo ao tempo, mas se não rolar nada, você já teve um belo vislumbre para as suas lembranças do verão.
- Oxi, doutô, brinca com isso não! Ói só como é que eu tô. - Disse e mostrou o volume na sua bermuda que no mínimo provava ter um membro bem grosso.
- Relaxa! E deixa a coisa fluir. Se forçar é pior porque elas não vão querer e eu não vou deixar. - Falei num tom mais decidido para ele entender que eu não as obrigaria a nada.
Fui até elas, levando batidinhas e ficamos papeando. Logo, o Ivanir veio nos trazer um prato com algumas carnes. Seu estado de excitação parecia ser permanente, porque do jeito que eu o deixei, ele veio fazer a entrega. Quando ele retornou para a churrasqueira, a Nanda encarou a Iara e depois me falou:
- Parece que alguém ficou animadinho, hein?
- Há! Vocês nem imaginam… - Falei.
- Ah… Vocês já andaram conversando, né, safadinho?
Contei o que havíamos conversado, mas, como eu já imaginava, as duas não quaisquer umas e não se impressionaram, nem se deixaram contagiar pela animação exclusiva dele, tanto que, quando ele veio nos trazer um novo prato, a Iara o convidou para se sentar e comer um pouco, o que achei muito legal da parte dela, mas depois lhe jogou um balde de água fria, negando qualquer chance:
- Mas, moça… Ói só! - Ele insistia mostrando o volume dentro da bermuda, como se isso fosse um argumento suficiente.
- Vai me desculpar, seu… Ivanir, né? - Ele confirmou: - Então… A gente gosta de se divertir, como o Mark te explicou, às vezes até com outros, mas hoje não é esse dia. Hoje, a gente quer ficar só com ele, entendeu? Pelo menos, eu quero ficar só com ele, e você, Nanda?
- Também! Desculpa, moço. - Nanda concordou.
Ele ainda seguiu tentando convencê-la, passando a elogiá-la, mas de nada adiantou. Ele então voltou para a churrasqueira e seguimos curtindo o momento a três, mas sem tantas insinuações, afinal, seria uma grandessíssima sacanagem com ele. Quando terminamos de comer, ele nos levou ao que seria a última parada, uma aglomerado de piscinas naturais, onde se podia nadar e interagir com os peixinhos. Após isso, retornamos ao resort e assim que atracamos no cais, a Iara notou que ele ainda seguia em posição de sentido:
- Eu vou… é… vou ali… conversar com o moço, tá?
Nós dois a encaramos meio sem jeito e a vimos cochichar algo com ele. Logo, eles se dirigiram para a proa da lancha e lá ficaram por uns cinco, não mais que dez minutos, até que o ouvimos gemer alto. Ela voltou logo depois, secando a mão com um paninho e nos encarou:
- Vamos?
A gente a olhava sem entender direito o que, ou o porquê, mas ela própria se adiantou:
- Só fui dar uma “mãozinha” para ele. - Disse e fez um movimento com o punho fechado para cima e para baixo.
- Você não presta, Iara. - Nanda resmungou, sorrindo e balançando negativamente a cabeça.
- O que? Você faria o mesmo se visse a situação do coitado, Nanda… - Ela retrucou, já a seguindo.
- Faria nada, sua safada!
- Fariiiiia sim! Só não tem coragem de assumir com medinho de ofender o “Markzinho”. Vê acorda, sua burra: o Mark é um safado, ele adora esse tipo de coisa. Olha como os olhinhos dele estão brilhando agora. Olha! - Iara retrucou.
A Nanda parou e me encarou. Eu estava me divertindo com toda a situação e certamente minha expressão deveria ser boa, no mínimo de concordância com o ocorrido. Por isso, a Nanda, balançou negativamente sua cabeça outra vez e ainda reclamou:
- Não acredito que você gostaria que eu tivesse ido lá e aliviado o cara!?
O tom dela mostrava um certo incômodo com o que havia acontecido e a interpretação que ela havia dado a minha expressão, não me agradou. Decidi me explicar:
- Presta atenção… Eu quero que você se realize, que se satisfaça, que faça o que te der na telha, mas desde que isso te faça… sentir… prazer! - Falei pausadamente, dando ênfase: - Se a Iara fez o que fez porque a agradou, ótimo! Parabéns! Fico feliz sim.
- Viu!? - Iara, disse, toda sorridente.
- MAS… - Falei, encarando a Iara com semblante sério: - Se você só fez aquilo para aliviar o cara, por pena dele, você errou, e feio, Iara. O cara podia estar tarado, excitado, mas isso não é motivo para você fazer algo que não te agrade. Se você fez porque te excita, ótimo! Mas por pena não, né? Pelo amor de Deus…
- Oxi! - Ela me encarou séria com a invertida e tentou se explicar: - É claro que eu… eu… quis fazer aquilo. Ele queria, eu quis, eu… Oxi! Eu quis ajudar o moço, oras! Eu quis… acho…
- Então, ótimo: se ela quis, estamos resolvidos, ok? Não vou limitar nenhuma de vocês duas. Se querem fazer, vão lá e façam, se divirtam, e ponto. - Conclui.
Ficou uma situação levemente estranha entre a gente, mas que não durou sequer dez passadas, pois logo a Nanda foi abraçar a Iara e eu fiz o mesmo. Entramos na recepção rindo, brincando e assim, fomos para o nosso quarto após passarmos no da Iara para que pegasse algumas coisas. Em nosso quarto, tomamos um delicioso banho de hidro à três com muitas carícias, carinhos, cuidados mesmo, praticamente sem qualquer terceira intenção no início, mas confesso, tomar banho, esfregar e ser esfregado por duas gatas não podia terminar em outra, meu pau endureceu e acabei sendo expulso da hidromassagem por isso:
- Mas… Caramba! Vocês não queriam que eu me excitasse? - Perguntei, perdido.
- Sai daqui, seu tarado! A gente só quer tomar banho.
Peguei a minha toalha e fui me enxugar no quarto, sem entender o que havia acontecido, mas nem tive tempo de me sentar na beirada da cama e a Iara surgiu na porta, segurando um chinelo de borracha:
- Já pra dentro, Mark. Passa!
- Cê tá louca, né? Só pode!
- Passa ou vai tomar na bunda e não vai gostar! - Insistiu, já levantando o chinelo.
Fui até ela e entrei com a bunda virada para a parede, o que não evitou que eu tomasse uma chinelada na coxa:
- Isso é para você entender quando a gente quer que você saia e quando a gente quer que você fique.
- “Jesuis”! Achei uma mais louca que você, Nanda! - Resmunguei, enquanto entrava na hidro novamente.
- Sou mesmo! Agora dá um canto aí para mim.
Ficamos ali nos curtindo por um bom tempo e depois decidimos sair para curtir um jantar à três num dos restaurantes locais. Cada uma delas se vestiu rapidamente, apenas com um vestido rodado midi, sendo que a Nanda usava um vermelho com motivos florais com um discreto decote e nada mais além de suas rasteirinhas, enquanto que a Iara usava um amarelo, também de motivos florais e um decote transpassado não tão pequeno, mas relativamente discreto e, nos pés, também uma rasteirinha. Ambas foram com cabelos soltos e apenas batom nos lábios, vermelho para a Nanda e uma espécie de marrom brilhante para a Iara. Eu fui novamente com bermuda, camiseta e chinelo, o básico que funciona.
Saímos os três de braços dados e assim cruzamos os corredores e a recepção, sempre sob o olhar atento e curioso de vários e de julgamento de uns poucos. Fomos até o restaurante, mas notamos que estava praticamente vazio. Perguntamos o porquê já que o resort estava com um bom movimento e o garçom nos falou da mesma festa temática que seria realizada na piscina do resort. Havíamos esquecido completamente dela e por isso, ninguém havia se preparado para pegar uma piscina noturna. Ainda assim decidimos abortar o jantar e ir até lá, comeríamos o que encontrássemos e se animássemos, voltaríamos aos nossos quartos para colocar as nossas roupas de banho.
A piscina estava toda enfeitada com motivos de peixes, conchas, toda a vida marinha. Estranhamos e fui até um garçom perguntar qual seria o tema da festa. Ele me encarou com um certo desdém, mas respondeu olhando para um peixinho:
- Fundo do mar, senhor!
- Piranha, a gente já tem… - Resmungou a Nanda com a mão à frente da boca, rindo.
- E uma burra também… - Resmungou a Iara, chamando a atenção da Nanda: - Piranha é peixe de água doce, não do mar, idiota!
As duas se encararam, fingindo estarem invocadas e caíram numa gostosa gargalhada. Se deram as mãos e foram olhar uma mesa próxima. Fui pegar um pratinho com alguns petiscos para a gente e quando retornei, elas bebiam algum drink numa mesa lateral, batendo altos papos com o barman. Assim que a Nanda notou que eu me aproximava, enfiou um drink na minha boca, só dizendo: “Experimenta!”. Experimentei, mas não o reconheci. Realmente não era algo de que eu me lembrasse e fiz uma cara de interrogação:
- Sério que não se lembra? - Ela perguntou e neguei com a cabeça: - É o “Suor de Virgem”, mor… Lembra… Aquela vez na praia… com o Caio… a primeira vez que a gente “nheco-nheco” com outro, lembra?
- Ahhhh… Lembro não! Certamente, eu devo ter tomado cerveja. Não sou chegado em drinks, você sabe disso.
- Eu sei, seu grosso, só tô comentando a coincidência.
A Iara que nos ouvia, se intrometeu:
- Ah, delícia… Lembranças da primeira vez… Se lembrou é porque marcou!
Olhei para a Nanda que de imediato a encarou e disse:
- Foi bom e foi ruim. Depois eu te conto.
- Ahhhhh, não! Vai contar agora. Vamos sentar em algum lugar.
Sentamo-nos num gramado próximo e as duas começaram a papear, e a Nanda contou tudo da sua primeira vez com o Caio. Quando terminou, a Iara tinha um sorriso amarelo no rosto, mas não a recriminou, não diretamente:
- É! Primeira vez, é complicado... Errou, mas acertou, mas errou… O importante é que deu tudo certo no final.
- Mas podia ter dado merda! Nem falo do meu casamento apenas, mas e se ele me passa alguma doença?
- É! Deu tudo certo, gente. Você está bem, o Mark está bem, eu estou bem, todo mundo está bem, então… Fodam-se as más lembranças. Vamos só nos focar no que é bom, ok? - Disse a Iara dando um abraço em nossos pescoços: - Mas me conta, o rapaz era pauzudo, taludão ou meia boca?
- Ah… Era… um bom tamanho.
- Maior que o do Mark?
A Nanda me encarou encabulada e eu retribui com um olhar invocado:
- É, Nanda, responde aí. Era maior que o meu?
Ela me encarou, colocou uma mão no meu rosto e como não consegui manter o olhar sério, sorrindo, ela explicou:
- Era sim, Iara, maior, beeeeem maior. O meu corninho me estreou em grande estilo.
É estranho, mas até hoje os termos corno, corninho, chifrudo, e suas variantes, me incomodam. Pessoalmente, eu não me vejo como um corno dela porque não há traição ou algo feito às escondidas. Mesmo quando ela ficou com o Rick, foi após me pedir, tudo foi feito às claras, até mesmo a sua confissão. Então, eu achava o termo equivocado. Entretanto, eu não posso negar que, usado no momento certo, tem o seu poder de potencializar as sensações e por isso eu me policiava para poder aceitar o seu uso. Como não sou perfeito, ela deve ter entendido que a minha inércia seria por não ter gostado do uso do termo e tentou consertar:
- Desculpa, mor, não falei para ofender.
Antes que eu disse algo para tranquilizá-la, ela seguiu se justificando:
- Mas mesmo maior, Iara, não supera o do meu mozão aqui. O Mark é perfeito do tamanho que é, além de saber usá-lo como poucos.
- Isso eu concordo. - Concordou a Iara: - Esse mineirinho é foda, literalmente…
Como eu sorri e pisquei um olho, a Nanda relaxou. Seguimos conversando, bebendo e comendo os petiscos quando um DJ começou a tocar as baladas do momento. Era um funk atrás do outro e eu… odeio… funk! Isso ficou estampado em minha cara, mas a Iara pouco se importou, levantando-se e começando a rebolar à minha frente, inclusive chamando e instigando a Nanda a fazer o mesmo. Lógico que a Nanda me perguntou se podia, mas quem sou eu para negar o direito dela dançar esse ou aquele ritmo se reconheci o seu direito de transar com outros?
Ela se levantou e começou a dançar, rebolando com a Iara ao som das músicas que se sucediam. Num certo momento, vi uma mesa vagar próximo de onde estávamos e fui correndo me apossar do local. Elas vieram rebolando atrás de mim. Fui então até a mesa de petiscos reabastecer o meu prato, levando-o à mesa e depois fui até a de drinks, trazendo uma nova leva para elas e para mim. Nesse meu último retorno, notei que a Iara dançava um pouco mais lentamente para os seus padrões normais, até mais que a Nanda. Notei também que ela olhava fixamente para algum ponto à sua frente e já imaginei que o Betão poderia estar na área. Passei a olhar na direção em que ela olhava e levei um tempo, mas encontrei o alvo e não era o Betão: era o Rick, sentado sozinho numa mesa de canto da piscina.
A Nanda parecia não tê-lo visto, pois continuava dançando da mesma forma, tentando copiar os passos das moças que estavam ao redor da piscina. A Iara então voltou para a mesa, pegou o seu drink e o virou, permanecendo pensativa. Nossos olhares se cruzaram e, no mesmo instante, ela entendeu que eu já havia notado a presença do outro. Ela então pegou o drink da Nanda:
- Ôu! Esse é meu! - Resmungou a Nanda.
A Iara passou a língua por todo o copo e encarou a Nanda:
- Agora é meu!
- Cara, eu chupei até a sua buceta... Por que você acha que eu não beberia no copo em que você passou a língua? - Nanda brincou, sorrindo.
- Vou ter que mijar no copo para marcar território? - Retrucou a Iara.
- Ai, Iara, que nojo! Fica com ele, eu vou buscar outro. Cê vem comigo, mor?
Quando fiz menção de me levantar, a Iara se jogou no meu colo e a encarou:
- Nã-na-ni-na! Ele vai ficar comigo. Pode ir lá buscar outro. Vai! Sai, sai, sai! - Disse a Iara, zombeteira.
- Biscate… - Resmungou a Nanda com um sorriso mordido entre os lábios.
- Piranha… - Retrucou a Iara, também sorrindo.
Mal a Nanda sai de perto da gente em direção a mesa dos drinks e a Iara começou a tagarelar:
- Tá! Eu vi e você viu que eu vi.
- Vi.
- Ele tá sozinho.
- Está.
- O… Mark… Deixa eu te perguntar uma coisa? - Disse, mas após uma risada, ela própria se adiantou: - Vou perguntar de qualquer jeito… Por que você não convida ele para vir aqui e deixa rolar?
- Rolar… o que, exatamente?
- Rolar, rolar, ué! Rolar… assim… ele e a Nanda…
- Você quer que eu jogue a Nanda no colo dele, Iara? Mas para que?
- Então… Só acho que você fica cultivando minhoca e dor de cabeça em evitar esse encontro e ver no que pode dar. Não seria melhor você deixar essa louca dar para ele de uma vez e acabar com essa dúvida…
- Dúvida!? Que dúvida?
- Se ela vai realmente esquecer ele depois disso… ou se é caso perdido.
- Iara! Eu…
- Olha só: não estou falando isso na esperança dela despirocar de vez e vocês se separarem, entendeu? Eu só acho que vocês, principalmente você, têm que enfrentar esse fantasma de uma vez por todas. E por que não fazer isso aqui e agora? Vocês estão longe de casa, ninguém conhece vocês e eu estou aqui para te dar apoio.
Antes que eu recusasse a proposta, por mais bem fundamentada ou absurda que fosse, a Iara continuou:
- Acho que você nem precisará ir… Olha lá. - Indicou a direção da mesa de drink para onde a Nanda havia ido.
Olhei naquela direção e notei que o Rick certamente já havia visto a Nanda, pois ele se levantou e olhava fixamente para aquela direção. Pior foi notar que ela também já o havia visto, pois assim que pegou o seu drink, deu uma rápida olhada na sua direção e se virou, passando a vir até onde estávamos, a passos largos e rápidos:
- E você está errada! Eu deixei ela sair com ele ontem, mas ela não quis.
- Isso! Mas ela disse que não conseguiu sem você… e isso é um bom sinal! Então vai junto e paga para ver. Deixa ela se resolver de vez e se resolva também, cara. Ou vocês se acertam, ou eu conheço uma negona gostosa e safada que está louquinha para agarrar de vez um certo mineirinho... - Disse com a cara mais safada possível.
- Você não presta, Iara! - Falei e comecei a rir.
- Também quero rir! - Falou a Nanda que enfim chegava onde estávamos.
- Hã!? Ah, nada não! Essa safada aqui que estava me cantando pela… sei lá… centésima vez hoje?
- E canto mesmo! E já avisei essa branquela aí que se ela der mole, levo você embora!
- Mas que nega filha da puta, encardida de um figa! É só eu dar as costas que você quer botar as garrinhas no meu marido…
- Não por isso, queridinha… - Disse Iara vindo se sentar no meu colo: - Eu boto as garras nele na tua frente.
Deu-me um beijaço na boca enfiando sua língua como se quisesse me roubar a amídala que só foi interrompido pela Nanda puxando-a pelos cabelos:
- Sai, safada, esse homem é meu!
- É nosso!
- É nosso, o caralho… É muito meu! Eu só empresto um pouquinho…
- Então… - Concordou a Iara e pulou no meu colo novamente, dando-me outro beijo, mas agora rápido para encarar a Nanda: - Estou aproveitando…
- Mark, eu vou ter que ficar de vela? - Nanda perguntou, batendo um pezinho, mas sorrindo, divertindo-se.
- Sinceramente? Vocês que se resolvam. Eu vou dar um pulo no banheiro e volto logo. Comportem-se!
Eu precisava mijar mesmo, mas mais do que isso, eu precisava espairecer, pensar um pouco em tudo o que a Iara havia falado. Aqueles pensamentos que ela havia apresentado não me surpreenderam, porque fora uma conclusão a que eu já havia chegado antes, inclusive com a valorosa ajuda do doutor Galeano. A questão que me atormentava é: seria isso realmente necessário? Eu até estava disposto a permitir isso, mas não me sentia à vontade em ter que participar ou presenciar. Talvez até se houvesse mais de um ambiente e a Iara ficasse comigo, eu conseguisse me distrair, mas para que depois da própria Nanda ter me dito que isso não seria necessário? Realmente, eu não sabia o que concluir.
Usei um dos banheiros do resort e quando saí, dei de cara com o Rick, entrando. Cumprimentei-o com cordialidade e ele retribuiu, mas sua expressão não deixava dúvidas de que ele estava contrariado, talvez com a Nanda pela noite anterior. Peguei o rumo da minha mesa, mas após alguns passos, parei e decidi esperar. Não demorou muito e ele saiu, já me vendo próximo e ficando confuso, tão confuso que parou e ficou sem saber para onde ir, como se não houvesse espaço e passagem para ele seguir. Decidi partir para o tudo ou nada:
- Chega aí, Rick…
Ele se aproximou a passos lentos, medidos, confuso, mas curioso:
- Vi que você está sozinho. Se quiser se juntar a nós, em paz, sem criar expectativas, será bem-vindo.
Olhou-me surpreso e ficou calado por alguns instantes, falando após:
- Não quero incomodar…
- Incômodo algum! Só não quero que crie expectativas para não se decepcionar como deve ter acontecido ontem.
- É! Ontem foi… inesperado, Mark. Realmente eu não sei mais o que pensar.
- Bom… Estou indo para a mesa. Se quiser…
- Tá, eu… eu vou.
Seguimos diretamente para a mesa onde as duas conversavam animadamente, mas que, ao me verem chegando e acompanhado do Rick, foram se calando, calando, até estar um silêncio tumular quando enfim chegamos. A Iara, um pouco menos surpresa, foi a primeira a cumprimentar o Rick, dando-lhe um beijo no rosto. A Nanda estava confusa e alternava o seu olhar entre mim e ele. Por fim, sem saída que não causasse um climão, também foi cumprimentá-lo, mas retornou pouco depois para ficar ao meu lado. Notei que o clima estava pesado e como a nossa mesa estava necessitando de uma recarga de comes e bebes, pedi a ajuda do Rick que aceitou imediatamente:
- Acho melhor eu não ficar… Viu a cara delas?
- Dela, você quer dizer…
- É! A Nanda nunca me tratou assim. Pior é que não sei o que eu fiz de errado.
- Posso ser sincero? - Perguntei ao chegarmos ao bufê de drinks e ele anuiu com um movimento de cabeça: - Seu maior erro foi ter insistido em tomá-la de mim. Não estou querendo dizer que sou melhor que você, não é essa a questão, mas ela é casada, temos uma família, e você tentou contra isso que é o nosso maior patrimônio.
- Mas ontem, eu não fiz nada! Aliás, faz tempo que não toco nesse assunto. Eu te falei que não iria atrás e não fui: foi ela que me procurou!
- Eu sei, mas você há de concordar que houve todo um processo por trás que causou um desgaste, um incômodo muito grande e talvez tenha causado nela o efeito que vimos ontem.
Ele se calou, não concordando ou discordando, mas suas expressões demonstravam que aparentemente havia entendido o meu ponto de vista:
- Vamos fazer o seguinte: vamos deixar correr solto. Sem expectativas, sem promessas, sem cobranças, só deixar correr… Se tiver que acontecer algo, acontecerá! Eu mantenho o meu posicionamento da noite anterior: se ela quiser e você estiver a fim, deixo seguir.
Ele deu de ombros, mas eu senti que aquele Rick dominante, cativante, todo senhor de si, havia sentido a rejeição da noite anterior de uma forma como nunca havia sentido antes. Estava claro em suas expressões que ele estava confuso e mesmo chateado com tudo o que vinha acontecendo, e nesse momento eu tive uma ideia que poderia resolver de vez aquela situação, mas eu precisaria de ajuda e tinha quase certeza que não seria recusado:
- Rick, eu vou pegar os drinks para as meninas. Você não pegaria uns salgados para a gente? Pode ser sortido que elas não têm preferência alguma.
Ele concordou e foi para o bufê dos salgados. Peguei os drinks que elas vinham bebendo e duas generosas doses duplas de um bom uísque, sem gelo. Aguardei um momento, mas vi que ele estava numa fila e iria demorar um pouco, então segui para a mesa.
Antes de ali chegar, vi que as duas conversavam calorosamente, quase discutindo pela forma como gesticulavam, mas num tom ameno para não deixar público o que conversavam. Foi eu colocar as bebidas sobre a mesa que já fui cobrado:
- Certo… Explique-se, mocinho! - Disse a Nanda, senhora de um olhar invocado.
- Uai! Ele… estava sozinho e eu… pensei que seria melhor convidá-lo para ficar conosco, afinal, ontem ele jantou com a gente.
- Tá! O Rick!? Você quis convidar o Rick para ficar com a gente? - Ela retrucou com os olhos brilhando de raiva e apontou para a Iara: - E o que essazinha tem a ver com isso?
- Oxi!...
- Nada, Nanda! Eu fiz porque quis. - Retruquei igualmente e sem deixar de encará-la, enfrentei: - Só não estou entendendo o porquê de você estar assim. Pensei que estivesse bem resolvida nessa questão ou será que estou enganado?
Ela se surpreendeu com a invertida e ficou me encarando por um instante em silêncio. Depois, se aproximou, colocou as mãos no meu peito e colou sua boca na minha orelha:
- Eu já te falei… que não precisamos… seguir adiante… com isso. - Falou pausadamente e depois me olhou nos olhos: - Eu estou bem, a gente está bem e eu não quero que nada estrague isso.
- E por que estragaria?
- Porque eu sou a Nanda, Mark! Às vezes, eu não me reconheço, e tenho medo de pisar na bola com você! Só isso, só…
- Olha só… Ele estava sozinho... Eu não gostaria de estar na situação dele. Então, vamos fazer assim: vamos curtir, conversar, beber, e eu ficarei com você a todo o momento. Se surgir alguma situação que nos deixe confortável, deixamos seguir, senão mais tarde voltamos para o nosso quarto e eu te compenso pelo susto de agora. Pode ser?
Lembrei-me da Iara e a olhei, aliás, olhamos… Vimos então que elas nos observava de perto em silêncio, balançando seu drink, mas certamente curiosa com a nossa conversa:
- Tá! Mas… o que a gente faz com ela?
- Ahhhhh… - Olhei a Iara debaixo para cima e ela ainda deu uma rodopiada para se exibir ainda mais: - Eu tenho uma ou duas boas ideias do que fazer com ela…
- Mark! Eu perguntei sugerindo que fôssemos ficar sozinhos e você já quer comer a safada!?
- Uai! Tenho que aproveitar, ela vai embora, se esqueceu?
- Quem vai embora? - Perguntou o Rick que chegava nesse instante.
- A Iara. Ela vai embora amanhã. - Falei.
- Depois de amanhã… - Ela me corrigiu.
- Oba… Então, vamos ter um dia a mais para aproveitar!? - Falei e dei uma risada
- Cê vai ter a chance de chupar até o caldinho do ossinho da ponta do meu cu, meu amor. - Ela falou e deu uma de suas já conhecidas gargalhadas.
- Nu! Mas que piranha… - Nanda resmungou, mas também não conseguiu se segurar e começou a rir da piada da “amiga”.
A partir daí passamos a conversar sobre os mais variados assuntos, bebendo e comendo enquanto a festa seguia noite adentro. Ele sabia ser persuasivo como poucos e dominava a retórica de forma contundente, mas a minha experiência profissional sempre me mantinha duas ou três casas adiante na jogada. As músicas e situações se sucediam e o clima, antes pesado, ficou ameno a ponto da Nanda chegar a tirar o Rick para dançar, mas isso só depois de me perguntar discretamente se haveria algum problema. Como eu não fiz questão, ela foi dançar com ele numa pista de dança montada ao lado da piscina principal, sempre sob a minha visão e sempre trocando olhares de cumplicidade comigo. A Iara, naturalmente, aproveitou o momento para se sentar no meu colo:
- Estou gostando de ver sua atitude, meu corninho gostosinho.
- Sem piadas, Iara. Estou fazendo isso, mas com o coração miudinho.
- Eu sei. Mas sei que você sabe também que é o melhor a fazer.
- Espero que sim.
A Nanda retornava, voltávamos a conversar e beber. Eu saía para dançar com ela, a Iara com o Rick, enfim. Fizemos uma alta rotatividade de troca de parceiros na pista de dança que durou até quase à meia noite, quando a Iara, logo ela, surpreendendo a todos, nos convidou para subirmos para o nosso quarto, dizendo estar com os pés doendo:
- Olha, se vocês concordarem, eu gostaria de propor uma saideira, lá na minha suíte…
- Apartamento, cê quer dizer, né? - Nanda interrompeu o Rick.
- É… Então, o que me dizem?
Os jogadores já eram conhecidos, as táticas pareciam novas, mas a partida agora não se parecia mais com o xadrez e sim com o poker, e as cartas estavam bem divididas, não dando a certeza da vitória para ninguém. Era chegada a hora de fazermos as apostas…
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