A republica dos Machos (28)

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 785 palavras
Data: 14/08/2024 19:46:45

XXVIII

Acordar na cama do Betão com seu cheiro tão próximo de mim. Foi uma situação no mínimo inusitada.

Ele dormiu em cima de um edredom no chão, o rosto sereno, os braços largados, as pernas também largadonas tomando todo o espaço no chão e entrando por baixo das camas.

Eu estava com uma perna caída dormente. Meus dedos tocavam o chão gelado e por isso acordei. Eu levantei antes de ele abrir os olhos.

"Talvez a experiência de ontem tenha feito o trabalho por mim e ele tenha visto que não sou a pessoa indicada para ajudá-lo", pensei, e não senti alivio ao formular isso, "eu gostei...".

Mas assim que pisei os pés na rua, recebi uma mensagem do Betão dizendo "vamos fazer de novo?", e durante o restante do dia, tudo que fiz, tudo que lembro de ter feito mesmo, foi esperar.

A segunda sessão aconteceu na noite seguinte.

Betão mais uma vez me ajudou a escapar de Juarez que vivia me cercando querendo mamadas e fodidas que eu não estava afim de ceder.

- Você quer aquela música de novo? - inqueri.

Ele deitou em cima de um tapetinho no chão apoiando a cabeça em um travesseiro, enquanto eu passava óleo em suas costas e deslizava com minhas mãos por seus músculos das costas.

- Pode ser a mesma?

Eu acionei o play em "Che gelida manina", e emendei em uma pergunta boba mas que veio a minha mente.

- Em quem foi seu primeiro beijo?

"Isso é tão adolescente Yuri..." me censurei enquanto ele ronronava e respondia:

- Nossa não faço ideia, você sabe o seu?

Ele respondia entre arfadas e arquejos com os olhos fechados relaxando sob minhas mãos. Era gostoso tê-lo assim mole como por efeito direto de meus dedos em sua pele untuosa. Alegre, respondi:

- É claro que sei, - sorri - acho que pertenço a uma classe de gays em extinção. Lembro do primeiro menino que me apaixonei. Lembro do primeiro beijo entre homens que eu vi.

Betão fazia uma caras e bocas de desagrado mas não dizia nada enquanto eu falava isso.

- Aposto que meu irmão não lembra de porra nenhuma.

Ele reclamou porque passei o punho fechado em cima de um nodo próximo a linha da sua coluna.

- Ele mesmo contou a vocês que era gay? - emendei no assunto.

- É mais ou menos isso... - Eu tou molão... - ele disse sorrindo aliviado.

- Ah que bom, - falei rindo - meus pulsos estão doloridos isso sim. Você é duro.

Ele não conseguiu conter uma gargalhada franca. Eu saí de cima das suas costas movendo os pulsos em movimentos circulares em frente ao meu rosto.

- Eu já saquei que isso tudo é uma enrolação Yuri, - ele disse de repente - mas você sabe fazer uma massagem e me deve isso já que mentiu.

- Eu estava tentando ajudar.

Ele segurou meus pulsos e massageou com os polegares dele. Suas mãos quentes e calosas criaram arrepios por meus braços.

- Eu sei, eu sei, e é bom poder falar sobre isso com alguém...

- Você é tão cheio de amigos, por que não fala com eles oras?

- Tá de brincadeira? Os caras só querem saber quantas xotas tu fodeu.

- Eita Betão, tu é muito dramático.

- Não sou não cara, - ele sorriu - não vai se ofender mas por você ser gay, é mais fácil para mim falar sobre esse assunto.

- Por que estamos falando baixinho?

Ele sorriu.

- Eu também queria saber - disse baixinho.

- Você já tentou procurar um médico de verdade?

- Não preciso de médio... - ele parou. - Pronto, já chega de massagem por hoje.

Eu estava mesmo ressonando e com os olhos cansados de sono, até meio vesgo, Betão olhava para mim com um sorriso meio frouxo nos lábios.

- Que foi? - perguntei.

- Sua cara de sono. Vai dormir vai.

Eu sacodi a cabeça achando um desafio dizer que eu estava com sono, "não estou com sono porra nenhuma".

- Vamos ao que interessa, - falei sério - e as mulheres cara, tá saindo com alguém?

Ele se empertigou juntando as sobrancelhas e enchendo o peito, passou a mão na nuca.

- Você me pegou, - ele disse - acho que estou gostando de uma pessoa.

- Isso é muito bom! - eu disse sincero. - Mostra que você ainda pode não é?

- Meio que acho que sim...

A música havia terminado. Betão deitou-se sobre o punho e ao cotovelo no chão, ele usava cueca e short folgado o que não permitia ver seu volume. Na real, eu nem pensava muito nisso enquanto estávamos conversando, o tempo passava depressa.

Betão levantou-se para tomar banho e eu deitei na cama pensando feliz que eu estava formando um laço de amizade com meu parceiro de quarto. Várias vezes acontecia de rirmos de alguma coisa, e eu nem sabia do que estávamos rindo mesmo.

Como idiotas.

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Comentários

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25:03

Azinho, dois capítulos só falando dessas massagem em Betão, já deu não é?! Está na hora de Yuri mostrar a que veio e curar Betão dessa rola murcha. Vá por mim. Risos...

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...como apaixonados? Hehehe

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Um puto pode se apaixonar, ou deixa de ser puto se isso acontecer? Valeu pela leitura!

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Hahahah olha...vou deixar uns leitores mineiros opinarem. Mas um deles uma vez disse que, uma vez puta, até a cinza é puta 🤣

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Olha o amor pintando aí...

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Estou com a mão coçando para escrever isso mas... obrigado pela leitura!

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Será que o betão tá se apaixonando pelo Yuri?

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Ou tá com tesão em outro cara e nunca sentiu isso por um cara antes? Valeu pela leitura Bielzinho!

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