Hoje, a vontade de descrever cada detalhe da noite passada me consome. Foi uma experiência transcendental, inesquecível. Embora meus relatos anteriores possam parecer modestos em comparação a outros contos mais elaborados, este espaço serve como meu refúgio, onde registro as emoções cruas que me inundam após cada encontro.
Ah, Julio... Que homem! Ontem, após cinco meses de encontros esporádicos, me vi novamente rendido à sua força.
Aquele apartamento, que antes acreditei visitar apenas uma vez, tornou-se palco de minha rendição. Sou a fêmea deste homem, que a cada encontro me molda com sua atitude dominante. Nossa dinâmica, tão bem estabelecida, me faz sentir completo.
Ele é poderoso, confiante, deliciosamente depravado.
Na noite de 2 de março, vivemos momentos intensos, interrompidos até mesmo pela campainha e pelo porteiro, que duas vezes ousaram perturbar nosso êxtase. Confesso que, apesar do susto inicial, uma parte de mim se deliciou com a possibilidade de sermos descobertos, de ter nossa intimidade violada.
Afinal, já havia compartilhado com ele minhas fantasias mais ousadas, e por um instante, imaginei que ele tivesse orquestrado tudo para realizar um ménage ou nos expor a um voyeur.
Mas ele me assegurou, com um sorriso possessivo, que sou apenas dele.
E ontem, essa certeza se solidificou. Quero ser a fêmea de Júlio, e mais nada.
Entre os inúmeros momentos de prazer, houve um em particular que me marcou profundamente.
Estava de bruços, pernas abertas e empinado, sentindo o peso delicioso de seu corpo me possuir em estocadas lentas e profundas. Naquele instante, um pensamento me invadiu:
"Nasci para isso, para me entregar a ele".
Julio me dominava, me devorava, sussurrando palavras que incendiavam meu desejo.
Ele me conduzia com maestria, despertando em mim uma excitação animalesca. E então, ele pronunciou as palavras que tanto ansiava ouvir:
"_ Você nasceu para ser passivo!"
A sensação foi avassaladora. Completamente entregue, me senti transportado para um universo paralelo, onde tudo era perfeito e permitido.
Ouvir aquelas palavras foi como receber a aprovação do cosmos, a confirmação de que estava no lugar certo, fazendo a coisa certa.
A culpa que sempre me acompanhou, tão presente em meus relatos anteriores, se dissipou como fumaça.
Para finalizar este relato, compartilho o e-mail que acabei de enviar ao meu homem, expressando a intensidade do que vivi ontem.
Espero que ele o leia e me convoque de volta para seus braços o mais rápido possível.
"Você me deixou atordoado, foi a melhor transa da minha vida!!
Você é foda, você é fodástico. Sério, não tenho palavras para descrever o quanto me deixa louco de tesão...
Agradeço pela sua pegada, você sabe me conduzir, me transformar em sua fêmea submissa.
Quando disse que eu nasci para ser passivo, me senti completo.
Ainda mais sendo passivo de um macho alfa como você... Seu toque, sua voz, as palavras que me ordena a dizer para provar que sou sua... uuuui que tesão...
Tô querendo mais.... Sério, não aguento esperar"
Compartilho minha história na esperança de encontrar outros que, como eu, se perderam e se reencontraram nos braços de um homem que os domina e os completa.
Em relação ao Júlio, infelizmente mudou-se da minha cidade e desde então não sei mais o que é um macho sobre mim, pois ao tentar encontrar alguém só encontro promessas vazias e fico apenas no desejo...
...e lembrança de um passado com poucas experiências deliciosas.
Mas a esperança ainda arde em mim.
A cada conto que escrevo, a cada palavra que descreve o prazer e a entrega, sinto um desejo crescente por alguém que leia e compreenda, alguém que me faça reviver aquelas sensações, que me inspire a criar novas histórias e me leve a experimentar prazeres ainda desconhecidos.
Alguém já sentiu algo assim? Essa entrega total, essa certeza de ter encontrado o encaixe perfeito?
