Meu nome é Valéria, mas todos me chamam de Val, como é o comum com nós "Valérias". Estou chegando perto dos cinquenta, casada com Nilson há mais de vinte anos, com quem tenho um casal de filhos. Considero-me uma mulher atraente, mas nada exuberante. Sei valorizar meus predicados e esconder minhas falhas, compensando as marcas do tempo com elegância e truques que toda mulher de minha idade sabe como fazer uso.
Minha vida teve altos e baixos, mas posso dizer que foi uma trajetória tranquila num casamento tradicional de construção de minha família. Bom, ao menos até uma certa tarde, um dia de semana como outro qualquer quando me reuni com minhas duas melhores amigas para um happy-hour inocente, como tantos outros que tivemos antes naquele mesmo barzinho. Cheguei quase junto com Mirela, nós duas já encontrando Carina nos aguardando enquanto tomava um chope e se refrescava do calor daquele dia.
Mirela é a mais nova entre as três maduras, casada com Sílvio há vinte e dois anos, e com um filho adolescente. Costumamos brincar que ela é uma impostora, pois, apesar de também quarentona, aparenta ter bem menos idade. Mantém ainda um jeito de mocinha com um corpo bem durinho, moldado graças a longas caminhadas e um bom tanto de horas semanais de exercícios com seu personal-trainer.
Já Carina tem outro estilo, fazendo mais o tipo mulherão, alta e cheia de classe. Goza de boa vida, graças ao excepcional divórcio litigioso no qual foi mais do que favorecida na partilha, a despeito de todos os protestos e recursos do ex-marido adúltero. Filhos crescidos, sozinha e rica, ela tratou de se reconstruir para gozar a vida, não sendo poucas as aventuras amorosas que confidenciava conosco e nos causavam tanto excitação como uma certa invejinha boa.
Depois de acomodadas e servidas, seguimos com as conversas bobas de sempre, nos atualizando e fofocando geral antes de acabarmos fatalmente levando o assunto para o campo dos relacionamentos e do sexo. Sendo esse ultimamente a minha principal queixa compartilhada com as meninas:
- Mas e aí, Val? As coisas melhoraram em casa? - Mirela me perguntou, em clara alusão a minhas reclamações e desabafos anteriores.
- Ai, nem me fala. Continuo na mesma, sabe? Toda perdida e sem saber bem o que fazer. Já apelei para tudo que é santo, mas nada de encontrar uma saída.
- Nossa, Val. Não fala assim. Para tudo tem um jeito. Tem que buscar ajuda, mudar o foco, sei lá... - foi o comentário de Carina, que eu sabia estar certíssimo mesmo não me ajudando muita coisa.
A verdade é que eu não estava vivendo um período bom em minha vida, principalmente quanto à intimidade e no relacionamento com Nilson. Para ser bem sincera, eu me via no meio de uma espécie de "tempestade perfeita", como costumam dizer quando a combinação de um monte de coisas parece convergir para tornar tudo ainda muito pior.
Meu casamento superara as famosas crises dos 7 anos e outras tantas ao longo do tempo, graças a nossa união e sem maiores conflitos que não os corriqueiros de quem vive um longo tempo juntos. Contudo, já se ia quase um ano que nossa relação sofria tanto por ele quanto por mim também.
Eu não falava abertamente para minhas duas amigas, preferindo atenuar dizendo que meu marido estava num período de transição na idade, os sessenta e tantos anos começando a pesar, além de questões indefinidas na empresa que o pressionavam bastante. Mas eu omitia que boa parte disso levara Nilson a ter problemas de ereção, não sendo poucas as frustrações com ele brochando ou perdendo a potência na "hora H" comigo na cama.
Ele se esforçava, era carinhoso, mas se via obrigado a compensar as limitações com muita imaginação, já que o saudoso "bilau" não funcionava mais como antes. Eu assistira o processo de como ele foi aos poucos perdendo a confiança no seu desempenho, a virilidade em baixa e, para piorar, disparando rápido demais. Andava confuso e buscando recuperar o desejo de qualquer maneira.
Eu fazia que não via e até o perdoava, mas percebia como olhava para todo rabo de saia, das novinhas às maduras, querendo recuperar e reascender de alguma forma sua libido. Procuramos tratamento e orientações, mas a condição cardíaca dele não permitia que fizesse uso dos "comprimidinhos azuis", e assim tínhamos que nos conformar e apelar para alternativas na cama.
A coisa, contudo, também não era muito melhor do meu lado. Eu chegara na atemorizante fase da menopausa, com meus hormônios se descontrolando por completo. Calores fora de hora, irritação por nada, sono e cansaço durante o dia, misturados com outras tantas sensações estranhas. Uma confusão danada, em alguns momentos rejeitando sexo e em outros com uma vontade incontrolável de dar e ser bem comida, mas tendo que me conformar com a condição do Nilson e vendo essas raras oportunidades se frustrando.
Sofríamos como casal, com Nilson querendo se sentir vivo novamente, e eu ao mesmo tempo não conseguindo o ajudar a se encontrar, brigando comigo mesma e, nos últimos tempos, chegando até a evitá-lo com toda sorte de desculpas. Tentava me controlar, mas inconscientemente eu descontava as angústias no meu marido por ele também não mais corresponder aos meus desejos deturpados e descabidos que volta e meia rondavam minha mente confusa.
- Mas você pelo menos iniciou o tratamento hormonal, não é? Você disse que ia ver com seu ginecologista faz um tempo... - escutei de Carina, cobrando-me o que eu havia lhes dito anteriormente.
- Sim, faz algumas semanas. E volta e meia já me vêm umas vontades, vocês sabem, né? Rsrsrs - e era verdade, pois a reposição hormonal estava passando a fazer algum efeito em mim.
- Ah, então só precisa de um empurrãozinho para a casinha ficar em ordem de novo. Palavra de quem já passou por isso, amiga. Pode acreditar! - Carina testemunhava sua própria experiência, diferente da minha por ter ocorrido depois de sua separação.
Foi nesse momento que Mirela se virou para Carina sugerindo algo para me ajudar com esse incentivo:
- Tive uma ideia! E se ela fizesse umas sessões com a Silvana, Cá?
- Nossa, não tinha pensado nisso. Com certeza só vai ajudar! - eu as vi concordando em meio a troca de olhares.
- Quem é Silvana? De quem ou do que vocês estão falando?
- Você já pensou em fazer uma massagem sensorial? Dessas que mexem com pontos de energia, chacras e coisas assim?
- Não. Na verdade, eu nunca acreditei muito nisso, nessas coisas orientais e místicas...
- Ah, isso porque você nunca fez com alguém que entende do assunto. É uma arte milenar, e tem muitos estudos sérios publicados sobre isso - Mirela seguiu explicando um pouco melhor do que eu apenas ouvira "falar de orelha", mas nunca parando para pensar melhor sobre o assunto.
- E você nem precisa acreditar nessa parte espiritual. O importante é estar de mente aberta para conseguir relaxar e aproveitar.
- Vocês já fizeram alguma vez?
- Sim, e é por isso que estamos te falando. A Silvana é especialista no assunto, uma massagista séria, competente e um amor de pessoa, você vai ver - respondeu Mirela, entusiasmada e tentando me convencer, apesar de eu ainda estar meio cética.
- Será? Eu sou tão travada para essas coisas. Fico sem jeito só de pensar em ficar despida e ser tocada por alguém que não conheço.
- Para de ser assim, Val. Não tem nada a ver. É um tratamento para o corpo e para a alma. Você vai sair super relaxada das sessões, e logo essa angústia toda vai embora - Carina, se juntando à amiga, tentava também me convencer a me desbloquear para aquela possível nova experiência.
- Posso mandar uma mensagem para ela e ver se tem horário vago? - sempre prática, Mirela não queria perder tempo ou sequer me deixar pensar melhor sobre aquilo.
- O que? Agora?
- Sim, ué! Conhecendo você, tenho certeza que vai ficar nos enrolando e não vai ligar para ela. Olha aqui, ela respondeu que tem horário amanhã às 17h00. Posso confirmar?
- Hã... amanhã? Já assim?
- Isso... Estou confirmando e dizendo que você é uma grande amiga, para ela cuidar direitinho de você.
- Escreve ai para ela te dar o tratamento VIP - completou Carina, conferindo as mensagens que Mirela trocava no WhatsApp com Silvana.
- Mas não é caro, gente? Quanto vai sair isso?
- Deixa essa por minha conta, faço questão! Se você gostar, e aposto que vai, aí você vira cliente dela como nós.
- Isso mesmo. Mas promete que você vai de mente aberta, ok, Val? - Mirela me advertiu, sabendo muito bem como eu sempre fui mais reservada para essas coisas todas.
E assim eu saí daquele barzinho com uma massagem terapêutica marcada para o dia seguinte, e com todas as instruções e dicas que Carina e Mirela fizeram questão de me passar para eu chegar lá e não ser pega de surpresa. Peguei o endereço certinho com elas, e pouco antes do horário, em me vi defronte de uma charmosa casa num bairro residencial perto de onde morávamos.
Fui recebida pela própria Silvana, uma morena alta e esguia, de corpo malhado e linda, vestindo um shorts legging de lycra e um top justíssimo, marcando um par de peitos que pareciam bolas de tênis, de tão redondos e duros. Completava o seu visual com longos cabelos castanhos, olhar expressivo e um sorriso expansivo e radiante. Notei de imediato como ela estava no auge da forma física, o que me deixou um tanto acanhada, pensando em como eu estava distante daquela beleza toda.
- Valéria, não é? Amiga da Carina e da Mirela? - simpática, foi a primeira coisa que me disse ao abrir a porta e me convidar a entrar.
- Isso mesmo! Prazer em te conhecer. Imagino que você seja a famosa Silvana, né? - falei meio brincando, sorrindo e quebrando o gelo ao nos cumprimentarmos com dois beijinhos nas faces.
Conversamos um tanto na recepção, e que era originalmente a sala de estar de sua casa. Ela queria saber um pouco mais de mim enquanto ia me mostrando as instalações e me explicando como tudo funcionava, ao mesmo tempo em que me conduzia para o local reservado onde faria o atendimento.
Enquanto caminhávamos, eu notei de imediato como tudo ali fora preparado para criar um ambiente acolhedor e totalmente ligado à cultura oriental. Vi os cuidadosos detalhes da decoração, com muitos motivos ligados ao oriente, e toda uma preocupação com a iluminação e a música ambiente, pensando em claramente buscar nos transportar para aquele mundo e criar uma conexão relaxante e desligada do cotidiano.
Chegamos ao local reservado e lindamente decorado, com Silvana fechando a porta mesmo nós estando sozinhas. Ela me indicou uma cadeira junto de uma pequena mesinha, sentando-se do outro lado e puxando uma ficha onde fez questão de registrar o meu histórico, fazendo-me uma série de perguntas sobre diferentes aspectos de minha vida. Não apenas os físicos, mas também questões mais pessoais, chegando mesmo a tocar em assuntos mais íntimos.
Estranhamente, e talvez pela forma tão carinhosa e intimista como Silvana me recebia, eu não me senti travada como imaginara que ficaria. E, assim fui me abrindo com ela mais até do que fazia com minhas amigas, contando abertamente dos meus problemas particulares e também da crise que vivíamos na cama e da situação particular do Nilson.
- Hum, então acho que deve ter muita energia represada dentro de você, Val. Posso te chamar de Val, né? - ela me perguntou, eu sorrindo e concordando como sempre.
- Imagino que sim, Silvana. Eu vivo constantemente numa gangorra de emoções, com altos e baixos ao longo do dia. Tem horas em que estou angustiada, em outros me sinto como uma... como uma fêmea no cio, e quase enlouqueço com isso, sabe? Para mais tarde perder novamente o desejo e não querer saber de nada.
- Isso me parece um claro sinal de desequilíbrio nos chacras, e vamos investigar e trabalhar isso juntas a partir de hoje. Se precisar vamos esticar o horário, viu? Pois reservei o tempo necessário para você sair daqui uma nova mulher, como a Cá e a Mirela me pediram. Vamos então?
Levantamos e Silvana me indicou um biombo que ficava num canto da grande sala, onde eu deveria me despir, orientando-me a ficar apenas de calcinha?
- Mas é... só de calcinha mesmo?
- Isso, Val. É melhor, pois as alças do sutiã atrapalham nas massagens. Fica tranquila, estamos seguras, apenas eu e você aqui. Não precisa ter vergonha, tá? Estou acostumada a tratar todas as mulheres assim.
Acabei aceitando, indo tirar a minha roupa. Avisada por minhas amigas, eu viera preparada para a massagem, com um vestido leve e tendo escolhido uma lingerie comum e decente. Assim, fui me despindo, abaixando o zíper do vestido e o sentindo escorregar pelo meu corpo até cair ao chão. Aquela experiência nova era estranha para mim, com o fato de ficar quase nua diante de uma mulher desconhecida parecendo estar também me excitando de alguma forma.
Parei por um instante, ainda reticente em tirar o sutiã. Porém, decidida a dar uma chance àquilo como prometera para minhas amigas, respirei fundo e soltei o fecho da peça na frente, vendo meus seios muito brancos e de tamanho médio, penderem ao serem libertados. O tempo me fora bondoso, e eu ainda tinha os mamilos empinados, mesmo com o peso macio dos seios os puxando para baixo.
Sentindo o frescor do ar-condicionado ligado, notei como aquilo também contribuía para eriçar meus bicos, deixando-os durinhos para meu embaraço. E, apenas com a calcinha tanguinha que vestia, eu tratei de me enrolar na pequena toalha que Silvana deixara por ali, antes de sair de trás do biombo e ir me juntar a ela.
Assim que o fiz, eu a encontrei ajoelhada ao chão defronte do futon de massagem, vestindo uma espécie de quimono azul de seda. Ela me sorriu e me chamou para se juntar a ela, me explicando como deveria me deitar para iniciarmos os procedimentos.
Como primeiro ela faria uma massagem relaxante em minhas costas, ela pediu que eu ficasse de bruços, e gentilmente soltou a toalha que me cobria enquanto me ajudava a deitar no futon; deixando-me com as costas nuas e os peitos pressionados contra o chão. Ela dobrou a toalha e a colocou sobre o meu bumbum, cobrindo exatamente onde estava a minha calcinha. Estava tudo pronto, e eu procurei realmente relaxar, escutando as suaves músicas e mantras que tocavam de fundo no acolhedor ambiente à meia-luz.
Silvana iniciou a massagem logo depois que preparou as mãos com óleos e essências, movendo-se ao meu redor para primeiro tratar das minhas mãos e meus braços. Logo notei o dom daquela mulher, pois ela conseguia pressionar e massagear de forma certeira diversos pontos em mim que me provocavam de imediato algum tipo de sensação. Ora eram arrepios, ora uma pressão que vinha de dentro, relaxando e dissolvendo resistências que meu corpo criara como defesa a tudo que eu vinha sentido. Ao mesmo tempo em que calmamente ela tratava de mim, ela também ia diagnosticando e me explicando isso e outras tantas coisas do que fazia com suas técnicas de relaxamento.
Pouco depois, seguindo seu roteiro, Silvana passou a massagear minhas costas, para isso tendo que montar sobre minhas pernas em busca de uma posição adequada. Mais uma vez me veio então a estranheza, ao tê-la assim e sentindo como se sentava sobre minhas coxas, com sua bundinha por vezes se apoiando em mim para poder fazer os movimentos. Foi instintivo, mas na hora eu cheguei a contrair minhas coxas e meu bumbum, em resposta à nova onda de excitação que percorreu meu corpo.
A parte final do relaxamento veio logo após, com ela se dedicando a subir os toques e pressões a partir das solas dos meus pés, algo que incrivelmente me causou reações em diferentes partes de mim; como se cada ponto do pé correspondesse realmente a um órgão do meu corpo, no que ela me explicou ser um dos princípios da "reflexologia". Contudo, a coisa não terminara ali, e aos poucos ela foi avançando por minhas pernas e coxas, sempre em movimentos com os dedos afagando, apertando e soltando, subindo perigosamente e não dando mostras de que iria parar.
E meu pressentimento se confirmou quando ela me pediu para afastar um pouco as pernas, para assim poder também me massagear a parte interna das coxas, chegando na virilha e num momento em que eu começava a sentir algo brotando de dentro de mim. Os dedos dela se mexiam ao redor das carnes de minhas coxas, e, por dentro, foram chegando até a junção com meu bumbum, já com a toalha movida acima para dar acesso total aos toques dela.
Ali ela se deteve um bom tempo, repetindo, indo e voltando com os dedos, roçando bem junto do tecido da calcinha que entrara toda na minha bundinha de madame. De onde ela me via, eu tinha certeza de que tinha plena visão de minhas intimidades, mal escondidas que ficaram pelos movimentos fortes dela mexendo e remexendo naquilo todo, provavelmente com meus pelinhos e talvez até os lábios da minha boceta já se esgueirando pelos lados da calcinha. E eu pude até sentir como as mãos dela sutilmente tocaram bem na minha fendinha em vários momentos, por fora os óleos em seus dedos, por dentro eu ficando completamente molhada.
- Prontinho, Val. Essa primeira parte foi só para você relaxar. Gostou? Podemos continuar? - ela interrompeu o que fazia, me deixando meio desamparada, a vista quase turva sem saber o que responder ainda impactada pelo que sentia.
- Ah... nossa, sim. Poxa, já valeu o dia. Estou nas nuvens.
- Ih, mas nem chegamos na parte boa. Agora se vira que vamos cuidar desse desalinhamento doido dos seus chacras.
Ela então me explicou um pouco sobre esses pontos energéticos que temos em nossos corpos, que comandam nosso organismo e como eles estão sintonizados com a natureza. Explicou também que ela aplicava uma sequência de técnicas para percorrer os chacras em ordem inversa, do mais suave ao mais intenso. Dessa forma ela sentiria comigo como eu reagia aos poucos, já que a massagem envolvia uma troca de energias entre nós duas, com ela canalizando e trocando comigo bons fluídos de relaxamento e prazer.
Mais confiante no que estava por vir, eu me virei seguindo as orientações dela, naquele momento me sentindo mais desinibida e nem ligando tanto para o fato de estar com os peitos de fora. Deitada de costas, vi quando ela dobrou minha toalha e a colocou de lado, não fazendo mais questão de me cobrir e deixando-me apenas de calcinha na frente dela.
Silvana então se colocou ajoelhada atrás de minha cabeça, e, depois de me dizer para fechar os olhos, iniciou uma massagem com a ponta dos dedos, as unhas dela também ajudando nos toques entre meus cabelos. Ela trabalhava meu primeiro chacra - Sahaswara, como me explicou - causando-me arrepios deliciosos e, mesmo de olhos fechados, me fazendo ver padrões e imagens se formando e dissipando numa dança que acontecia apenas em minha mente.
Após alguns minutos assim, veio a transição para o próximo ponto, quando os dedos dela desceram para minha testa, me apresentando o segundo chacra - Ajna, o chamado terceiro olho, o da nossa alma. Nesse momento lembrei-me das enxaquecas que volta e meia me pegavam de jeito, aquela pressão gostosa da mão dela me trazendo uma calma quase transcendental que eu muito queria poder sentir.
Ainda estava curtindo esse prazer, quando notei Silvana se esticando para poder alcançar a região logo abaixo do meu queixo; esse ponto sensível sendo mais acariciado do que massageado, em uma outra técnica que ela sussurrou para mim que era para o Vishuddha, o terceiro chacra. Nessa hora, arrisquei abrir os olhos levemente, e tive a visão do rosto dela bem próximo do meu, a boca de lábios carnudos, acompanhada de um sorriso meio cúmplice e algo enigmático.
Restavam ainda quatro dos sete chacras vitais para serem tratados, quando Silvana foi se ajoelhar novamente do meu lado esquerdo. Nesse movimento, ao engatinhar para ali, pude antever rapidamente o contorno dos seus seios nus quando o quimono se abriu levemente, me surpreendendo ao descobrir que ela não estava usando nada por baixo. Nunca me interessei por mulheres. Contudo, aquela situação toda era inédita para mim, e, de certa forma, ao ver um pouco da sua intimidade, me senti curiosa e excitada pela primeira vez naquele sentido.
Nesse momento nossos olhares se cruzaram e ficaram fixos por um tempo que não sei ao certo precisar. Conversando numa linguagem própria, e criando uma conexão maior e intensificando a troca de energias entre nós. Sem nada explicar, Silvana foi lentamente abrindo seu quimono e o deixando cair do corpo, mostrando-se completamente nua para mim.
Eu podia ver seus seios perfeitos, siliconados de fato, mas na medida certa, com as marquinhas estreitas do bronzeado de biquíni pequeno, e cobrindo quase que apenas os bicos durinhos, de mamilos mais escuros e pequenos. Sorrindo para mim, escutei sua voz suave então anunciando:
– Agora vou cuidar de nossos corações, meu amor. Anahata, nosso quarto chacra, fica bem aqui - e apontou antes para o próprio vão entre seus peitos, antes de levar as mãos de volta para meu corpo.
Foi assim que ela se inclinou sobre mim, com suas mãos se concentrando um bom tempo sobre o colo do meu peito e circundando toda a região. Sentia minha respiração já alterada, o que piorou quando ela passou a acariciar minhas mamas, as duas apalpando e sentindo todo o volume dos meus seios; passando muitas vezes com a ponta dos dedos e as unhas por meus mamilos, duríssimos como há muito não os sentia.
A partir dali eu me vi esquecida do tempo, apenas deixando que toda aquela coisa boa tomasse conta de mim, sem bloqueios ou qualquer preconceito. Estava me deixando tocar sexualmente por uma mulher, mas e daí? Era bom, gostoso, prazeroso... E meu tesão primitivo parecia estar mesmo sendo resgatado de algum lugar perdido onde ficou trancado nesses últimos tempos, e isso era tudo com que me importava naquela hora.
Chegou a vez do quinto chacra, e minha empolgação só crescia. Manipura, o plexo solar, ponto vital logo abaixo e entre meus seios. Depois de os estimular com toques carinhosos com os nós dos dedos, Silvana se moveu ficando de quatro sobre mim, abaixando o rosto e subindo se esfregando pela minha barriga, parando no caminho para me olhar se sensualizando, medindo minhas reações de excitação explícita em minha face.
Deitada ali, eu assistia a ela com o rosto entre meus peitos, beijando e mordiscando aquela região ao mesmo tempo em que mantinha as mãos sobre meus dois seios, acariciando e beliscando carinhosamente meus mamilos. E via o horizonte da bundinha malhada dela no final de suas costas, com Silvana empinada e concentrada sobre mim, e entre minhas pernas que se abriam para recebê-la.
Aos poucos as mãos dela foram sendo substituídas pela boca, com os lábios dela se fechando e sugando meus peitos. Nessa hora não resisti mais e soltei gemidos de prazer, rebolando sem muito controle contra o corpo dela, enquanto Silvana escalava meu corpo até estarmos nos esfregando os seios, com os rostos praticamente se tocando.
– Me beija, Silvana! - veio o meu pedido sussurrado, eu me desconhecendo completamente naquela embriaguez de sentidos.
Sua boca era deliciosa, o que provei num beijo demorado e cheio de mãos, as delas me agarrando e as minhas apalpando suas costas e a puxando pela bundinha para mim. Foi meu primeiro beijo com uma mulher, e foi divinamente diferente e delicioso. Os lábios macios, o toque carinhoso, e num clima cheio de trocas e sensualidade como aquele.
– Calma que ainda não terminamos… - ela tratou de me conter um tanto da minha vontade, antes de voltar a se afastar de mim para completar - Temos agora Svadhishana, por onde penetram todas as energias cósmicas e se gera todo o desejo sexual.
E dizendo isso, ela me piscou o olho, numa clara alusão àquele ponto ser o mais sensível ao prazer que vínhamos tendo. Ela se colocou então entre minhas pernas, ajoelhada e passando a acariciar minha cintura, apertando meus quadris e espalmando as carnes das laterais de minha bundinha. Se ela tivesse um pênis, eu já estaria toda aberta para ela, apenas esperando ser penetrada, dominada e submissa como uma fêmea pronta para seu macho.
Mas ali éramos duas mulheres, numa troca de energias vitais e de fluidos etéreos que até antes daquela tarde eu desacreditava existirem. Uma harmonia perfeita se formara entre nós, com aquela forma de sexo se apresentando como uma nova fronteira que eu cruzara sem arrependimento.
Seus dedos maravilhosos foram então sentindo minha barriga, brincando com meu umbigo, antes dela espalmar a mão e passar a massagear meu ventre, o calor atingindo e acalentando meu útero. Logo ela avançava mais, e entrando por dentro da minha calcinha, sentiu meus pelinhos aparados, descobrindo fácil a testa de minha boceta e pressionando próximo e no entorno do meu grelinho.
– Acho que podemos tirar essa calcinha, né? - ela disse sorrindo e já a puxando para baixo pelo elástico, comigo a ajudando ao erguer meus quadris e minhas pernas para finalmente ficar completamente pelada.
– Linda! - foi o que ouvi dela, ao mesmo tempo em que a vi se deitando entre minhas coxas, primeiro beijando e mordiscando minhas virilhas, antes de encarar minha bocetinha toda melada.
Silvana então me chupou. E como chupou! Fui por ela revirada com os dedos e com boca, abrindo-me para ela como uma flor enquanto ela levantava o capuz do meu grelinho, e se detinha ali com carinhos em toques circulares com a língua macia. Depois disso, ela foi me penetrando em busca de pontos sensíveis e escondidos lá dentro. Os dedos em gancho, friccionando meu ponto G com uma diabólica precisão que eu nunca sonhara sentir. Fazendo-me me contorcer como uma cobra sob domínio dela, e não descansando até me arrancar um orgasmo descontrolado e gritado.
Eu ainda sentia os efeitos do primeiro gozo, quando ela ergueu uma de minhas pernas e buscou meu buraquinho de trás, anunciando o último chacra. Muladhara, nosso ponto que canaliza toda a energia da terra, localizado na base de nossa espinha dorsal. Escolhendo o caminho mais curto, Silvana queria alcançá-lo pela via direta, o dedinho molhado sendo introduzido em meu ânus para massagear gostosamente bem lá no fundo a região do meu cóccix.
Naquele momento eu já caíra de amores por ela, pelo jeito que fora me tratando, descobrindo e me causando uma sequência deliciosa de prazer e gozo. Éramos mesmo uma só, comigo completamente esquecida de minha heterossexualidade, querendo por tudo poder experimentar e comer aquela mulher maravilhosa.
– Silvana… quero você! Desse jeito também… - pedi a ela, vendo seu rostinho brilhar ao mesmo tempo em que se virou sobre mim, vindo de quatro para engatarmos um delicioso 69.
Minha falta de experiência era total, mas isso não me impediu de me entregar de corpo e alma naquela foda. Tinha uma mulher muito mais nova sobre mim, e encarava uma bundinha perfeita e uma bocetinha toda delicada e completamente raspadinha, exalando um inebriante cheiro feminino. A princípio eu a imitava, com minha língua lambendo seus lábios e o grelinho saltado da menina. Assim como também o fiz com meu dedo molhado penetrando o cuzinho apertado dela, que me recebeu piscando e me puxando para dentro.
Eu sentia o cheiro e o gosto de uma boceta pela primeira vez na vida, ao mesmo tempo em que também tinha uma mulher me chupando e até me fodendo o cuzinho, privilégio que mesmo Nilson pouquíssimas vezes tivera o prazer de arrancar de mim. Fazia sem muito jeito, mas caprichava como conseguia, seguindo o que meus instintos me diziam para fazer. E pelo jeito acabei acertando, pelo tanto que Silvana passou a verter de líquidos pela boceta, mesmo comigo descompassada ao ter mais uma onda de choques me libertando de vez o tanto de tesão que vivia represado dentro de mim nos muitos e longos últimos meses.
Aquela finalização tornou-se, então, incontrolável para nós duas, e de forma afoita e sem combinar, mudamos de posição buscando entrecruzar nossas pernas, fazendo um X para esfregar nossas bocetas uma na outra. Eu segurava firme a mão de Silvana, para nos puxarmos e rebolarmos, meus pelinhos mais grossos atritando na xaninha toda peladinha dela, ao mesmo tempo em que sentia meus lábios totalmente abertos e beijando os igualmente melados da minha parceira. Foi assim que o gozo veio forte e chorado para nós duas, explodindo em cada uma do seu jeito:
- Caralhoooo... To gozando, porra! Sua gostosa, tesuda! - e Silvana perdia ali o controle pela primeira vez, soltando o verbo esquecida completamente da harmonia equilibrada do ambiente.
- Eu também… Aiii… Não para, meu amor… Assimmm, isso... Está vindo... - e eu me derreti toda, parecendo gozar tudo o que represara no longo tempo de privações e descompassos em meu casamento.
Terminamos a sessão suadas e enroscadas uma na outra, ofegantes sobre o futon no chão daquela sala. Foi uma troca sexual muito intensa, e completamente libertadora para mim. Contudo, também Silvana me confidenciou que foi um pouco além do que ela mesma esperava, pois não estava nos seus planos uma coisa tão forte e que acabou a puxando junto, levada pelo muito de energia que eu trazia contida dentro de mim.
A sessão chegara ao fim, com aquele tratamento de choque fazendo-me sentir novamente uma mulher capaz, fogosa e sensual. Sem apegos maiores, eu entendia claramente nossos papeis naquela terapia, com Silvana dedicada a conduzir e canalizar meu prazer, porém sem nenhum envolvimento sentimental. Havendo apenas um carinho especial por estarmos numa intimidade da qual ela também podia usufruir comigo, dividindo todo esse desejo e prazer que eu mantivera bloqueados dentro de mim.
Fomos nos recompondo e nos vestindo novamente enquanto, mais calmas, conversávamos sobre como eu me sentia e o que achei daquilo tudo. Aproveitando os últimos momentos, ela me deu dicas de como levar as coisas em casa. E que resultaram numa melhora significativa no meu relacionamento com Nilson, em particular quando passamos a levar para a cama um vibrador que compramos juntos, e que se tornou "meu amante" no esforço dele em me proporcionar mais prazer.
Antes de sair, programei com Silvana um retorno numa próxima sessão após algumas semanas. Curiosa, observei ela marcando na agenda onde o nome de Mirela aparecia alguns dias antes, com o nome acompanhado de uma estrelinha da mesma forma que fizera com o meu. Não quis perguntar, mas depois viria a entender que aquele tratamento sensorial era algo especial dentre os atendimentos que ela promovia, a maioria ficando mais nas massagens relaxantes ou mesmo limitadas a técnicas de massoterapia e reflexologia.
Dias depois eu voltei a me encontrar com Carina e Mirela, tendo que passar por um verdadeiro interrogatório com elas querendo saber de tudo, inclusive os detalhes mais íntimos de minha primeira sessão com Silvana. Elas se divertiram com partes do meu relato e minhas primeiras reações de estranheza. Mas também notei seus olhos brilhando quando contei como nossa sessão terminou, e da forma como acabamos nos comendo naquela sala.
Após algumas esperadas brincadeiras e provocações, Mirela então, depois de tomar um bom gole de chope, se virou para Carina e soltou uma indireta:
- Bom, agora que a Val conheceu a Silvana, acho que já está preparada, não é, Cá?
- Concordo plenamente... e tenho certeza que ela vai adorar!
- Espera um pouco... Do que você está falando agora?
- Hahaha! Você vai saber, Val. Mas só quando a hora certa chegar...