Ele conseguiu escapar, mas saímos correndo atrás dele e ficamos correndo feito crianças, pela casa. Pegamos ele e pulamos com roupa e tudo na piscina. No começo ele não gostou, mas acabou se divertindo.
Nós gostávamos de ver ele envergonhado e o Gabriel começou a fazer um streep, tirando tudo e ficou peladinho, com aquele pinto cor de rosa mais duro que cabo de vassoura, retinho e apontando pra cima.
- Flávio, olha como eu sou gostoso!
- Não, você é horrível!
Estava perto dele e joguei água nele.
- Não fale do meu namorado. Ele é lindo e tem o pau mais gostoso de todos.
- Éca!
- E ele é todo lisinho! Nem sua namorada é lisinha assim. Olha que delícia de namorado que eu tenho...
Fui até ele e abracei e também tirei minha roupa e ficamos olhando para a cara do Flávio, que virou a cara para o outro lado.
- Flávio olha aqui. Não vai dizer que está com vergonha, pois você me vê pelado desde sempre e já viu o Gabriel pelado várias vezes também.
- Eu já vi e não gostei. Nem sei como ainda sou amigos de vocês.
- Porque você nos ama .
- Não pelados.
Ele também tirou a roupa, mas ficando de cueca.
O Flávio era menos branco que eu e bem menos que o Gabriel, que era cor de rosa.
O Flávio também tinha pelos em cima do pau e um pouquinho nas canelas. Tipo eu, menos nas canelas, que eu não tinha.
E nem se comparando com o Gabriel que era mais liso até que meu irmão de oito anos, se é que isso é possível.
O pau dele era bonito. Maior que o meu e mais grosso só um pouquinho. E também era reto que nem o meu e o do Gabriel.
Ele estava de cuequinha; entrou em casa e foi para meu quarto e fomos atrás.
No quarto, ele mesmo pegou as toalhas e entregou uma para cada um de nós.
Nos secamos e ficamos por ali, peladinhos mesmo.
Falei que ele poderia pegar uma roupa minha à sua escolha, já que o Gabriel já estava escolhendo para ele, que resolve tomar banho e foi para o banheiro e fiquei conversando com o Flávio.
- Você está bem, Flávio?
- Por que pergunta?
- O Gabriel te falou sobre a ex dele?
- Falou sim.
- Quando foi que ele falou?
- Na segunda após a aula.
- Então era na sua casa que ele tinha ido.
- Por quê?
- Fui na casa dele e a mãe dele falou que ele tinha saído e não sabia para onde ele tinha ido.
- Quando ele falou, quase bati nele.
- E por que não bateu?
- Porque ele começou a chorar. E falou que estava com medo de te perder e também achei ele sincero e mandei ele contar pra você.
- Então acha que fiz bem em perdoar ele?
- Eu não sei. Essa pergunta e difícil para mim.
- Por quê?
- Eu gosto ver você feliz, principalmente com ele, mas tenho medo de acontecer de novo.
- Não vai acontecer, Flávio. E muito obrigado, eu nem sei como agradecer!
- Por quê? Eu não fiz nada...
- Fez e muito.
- O que eu fiz?
- Essa tarde, como você sabe, seria muito triste... e você aparece para nos alegrar e para me apoiar.
- Apoio você sempre terá. E está me chamando de palhaço?
- Não; de um grande amigo, que se preocupa comigo... e sei que você vai estar sempre ao meu lado.
- Eu vou sempre estar ao seu lado. E para com essa conversa que está me fazendo chorar.
Nos abraçamos. O Gabriel entra no quarto.
- Quem está chorando? E larga dele que ele é meu.
- Ninguém, Gabriel. Veste logo a roupa, que o único que gosta de ver você pelado, sou eu.
O Flávio também foi tomar banho e eu fiquei namorando o Gabriel e mais uma vez ele nos pega beijando.
- Vocês não podem ficar um segundo sozinhos sem ficarem se beijando?
- Flávio, você é um estraga prazer. Ou aparece na hora errada, ou gosta de ver nós nos beijando...
Ele se vestiu e sentou junto conosco.
E ficamos conversando.
Olhamos para o relógio e vimos que passava das cinco e eles tinham que ir para casa. Fui levar eles até o portão e o Gabriel falou:
- Você vai sair assim?
- Assim como?
- Peladinho.
Foi aí que percebi que estava sem nada, então peguei uma toalha que estava na varanda e levei eles até o portão e despedi do Gabriel com um longo abraço e um longo beijo.
Ele não perdeu a oportunidade de apertar minha bunda.
Despedi do Flávio com um abraço e um obrigado e ele apenas sorriu.
Depois os dois foram embora juntos e eu fui tomar um banho.
No restante, voltamos ao normal. Depois das aulas, à tarde, ficávamos em casa namorando e quando o Flávio aparecia, ficávamos na piscina. O Gabriel sempre pelado, me deixando louco com aquelas coxas lisas, a bunda e tudo em volta do pau completamente sem pelos e tudo cor de rosa.
Na semana seguinte era a semana de provas, então reuníamos para estudar, pois estudávamos em dois colégios e quase todo dia tínhamos prova nos dois e também para namorarmos.
Na sexta à noite, o Flávio chamou-nos para irmos ao barzinho. Estávamos no quarto e ficamos conversando e perguntei o que ele ia fazer no fim de semana, além de namorar.
Nós não tínhamos nada para fazer e chamei eles, inclusive a namorada dele, que ficou de pensar, para irem para minha casa aproveitar a piscina e que meu pais, com certeza, assariam uma carne na churrasqueira.
Ficamos bebendo até por volta das onze e fomos para casa; só que desta vez eu praticamente não bebi nada, não estava afim de sermão.
O Flávio levou a namorada dele em casa e eu e o Gabriel fomos para nossas casas e com uma longa despedida eu falei que esperava ele, que sonharia com ele e ele disse o mesmo.
Logo pela manhã, acordo com o Gabriel no meu quarto e acho estranho pois ele sempre me acorda em cima de mim.
Ele estava sentado aos meus pés me olhando; levantei e disse:
- Bom dia, Gabriel! Não está esquecendo nada?
Ele veio e deu um beijo e ficou sério.
- O que foi Gabriel? Aconteceu alguma coisa?
- Eu não sei você vai gostar o que vou dizer, mas eu não tenho culpa.
- O que aconteceu?
Ele me olhou e depois abaixou a cabeça e disse:
- Minha ex está em casa. Ela chegou com minha irmã e vai passar o fim de semana aqui.
Ele ficou esperando minha reação, mas eu tranquilizei ele, que estava tudo bem, que eu confiava nele e abracei ele e fiquei fazendo carinho.
- Então nossa piscina não vai dar?
- Não. Quando eu ia saindo, meu pai quase não deixou eu vir aqui. Tive que explicar para ele que tinha marcado de vir aqui nadar e que iria falar com você que eu não poderia vir.
- Tudo bem.
- Ah... meus pais convidaram você para almoçar lá em casa.
- Posso levar um acompanhante?
- Acompanhante?
- Posso?
- Claro que não. E posso saber quem seria o seu acompanhante?
- Quem mais... o Flávio! Esqueceu que ele também vem aqui?
- Ele pode. Vou avisar meus pais.
- Assim conheço minha concorrente.
- Para com isso! Você não tem concorrente, eu sou seu.
Ele não demorou muito; me beijou e foi embora. Falou para seus pais que não demoraria.
Por volta das nove, o Flávio chega sem sua namorada e ele fala que ela foi ao shopping com as amigas.
Eu falo para ele que a piscina foi cancelada e que íamos almoçar na casa do Gabriel.
Ele quis saber o porquê e falei e iríamos conhecer a ex dele.
- Você parece que não está preocupado.
- Eu não conheço a ex. Vamos ver no que vai dar.
Era umas dez da manhã, então me arrumei e emprestei uma roupa para o Flávio e fomos para a casa do Gabriel.
Estávamos saindo quando minha mãe pergunta aonde estávamos indo arrumados.
Falei que íamos almoçar na casa do Gabriel.
Assim que chegamos, o Gabriel nos olhou de cima em baixou e perguntou aonde nós íamos.
- Vamos namorar.
- Eu não – disse o Flávio.
- Então; cadê sua ex?
- Está no quarto conversando com minha mãe e irmã.
- Então vai demorar.
- Não vai nos oferecer um refri?
- Claro.
- Tem cerveja? – o Flávio pergunta.
- Desde quando você bebe?
- Desde quando conheci você.
- Então sou má influência?
- Para mim sempre foi. – Flávio disse.
- Não para mim. Você é uma ótima influência.
- Vamos parar com essa rasgação de seda.
Estávamos conversando e de repente a ex dele aparece com a irmã dele.
Ela era linda, parecia aquelas modelos que saem em revistas de moda.
Fique olhando para ela e recebo uma cotovelada.
- Eu estou aqui.
- O que posso fazer se ela é linda... por que não bate no Flávio? Ele está babando por ela.
- Ele não é meu namorado.
Ela se aproxima e ele nos apresenta:
- Cláudia, esses são meus melhores amigos: Robinson e Flávio.
- Então vou conhecer o famoso Robinson.
- Eu, famoso?
- Ele não para de falar sobre você.
- Espero que ele não tenha falado mal.
- Ele fala muito bem de você.
- Obrigado!
Ela abraçou o Gabriel e levou ele para longe de nós.
- Perdeu - disse o Flávio.
- Perdeu o quê?
- Ele. Uma mulher dessa não é pra jogar fora.
- Você é meu amigo ou inimigo?
- Realista.
- Você está com ciúme dele?
- Por que estaria?
- Porque ela é linda; um mulherão.
- E daí? Confio nele.
- Eu não confiaria.
- O que quer dizer com isso?
- Nada. Vamos beber e parar de falar besteira.
Sentamos e ficamos conversando.
De longe víamos o Gabriel sendo abraçado por ela.
Ele não tocava nela.
E ela simplesmente grudou nele e não largou mais.
Na hora do almoço, os dois sentam um do lado outro e eu e o Flávio sentamos meio que afastados deles, quase do outro lado da mesa.
Ela fica falando coisa no ouvido dele e ele tentando fugir dela.
Ela começou a falar do tempo que eles namoravam, o que faziam juntos e o que gostavam de fazer; e que era muito feliz naquela época e que até hoje não sabe o porquê deles terem largado... e a única coisa que não gostava dele, era o jeito de se vestir.
Ele ficou vermelho de vergonha.
Achei que ele ia explodir.
Ela perguntou o que tínhamos feito para ele mudar e o Flávio, vendo meu constrangimento, foi mais rápido e disse que não conhecia essa fase dele, pois desde que o conheceu, sempre foi desse jeito.
Ele estava constrangido com a situação em sua própria casa, fora os pais dele que ficavam elogiando ela e que eles formavam um belo casal e que seus filhos seriam lindos e que iriam fazer de tudo para eles voltarem a namorar.
E ficaram falando disso durante todo o almoço.
O Flávio olhava para mim com um olhar de pena...
Eu estava rezando para acabar aquele almoço; não estava aguentando mais ver e ouvir tudo aquilo.
O Gabriel, que sempre foi um cara alto astral e falante, estava irritado e falava pouco, só o necessário, respostas curtas.
Finalmente aquele almoço terminou e ela largou dele por um instante e foi para a cozinha com a mãe e irmã dele.
Ele veio até nós e o Flávio foi logo falando para ele:
- Nossa... com essa daí, até eu viraria gay. Que menina chata!
Rimos do comentário dele.
- Hoje paguei todos os meus pecados.
O Gabriel foi buscar refri para nós e perguntei para ele o que faria à noite.
Ele disse que o meu primo chegaria mais tarde e com certeza sairiam os quatro.
Depois dessa queria mais que depressa ir para casa.
Falei para ele e pediu para eu não o deixar sozinho.
Ele parou e pensou e disse que era melhor mesmo, pois daqui a pouco ela voltaria e não o largaria mais.
Não demorou muito e ela voltou. Conversamos um pouco e nos despedimos dela e dos pais dele e fomos embora.
E antes falei, com pouca esperança, que ele aparecesse lá em casa.
Chegamos em casa e fomos para meu quarto. Deitei na cama e o Flávio sentou ao meu lado e perguntou:
- Está bem?
- Estou morrendo de medo!
- Do quê?
- Do que você falou do Gabriel.
- Falei de brincadeira. E depois de conhecê-la, tenho certeza que não há mínima chance deles voltarem.
- Eu não teria tanta certeza, pois ela tem o apoio de toda a família dele e não sei se ele vai aguentar tanta pressão.
- Uma coisa você pode ter certeza: ele te ama e muito; isso que importa.
- Mas os pais dele vão fazer muita pressão; vão querer saber o porquê do não namoro e ele não vai contar sobre nós. Nem eu contaria. Por isso que estou com medo; você viu como ela é insistente.
- Por este lado, você tem certa razão, mas não fica pensando coisa que ainda não aconteceu. E se acontecer, com certeza o Gabriel vai ser sincero com você.
Ficamos conversando até na hora de jantar.
Ele não quis jantar; falou que precisava ir para casa tomar banho e se arrumar, para mais tarde ir namorar.
E até falou para eu ir junto com ele, mas eu não estava afim de segurar vela e atrapalhar o namoro deles com meu ciúme.
Fique assistindo TV com o Bruninho, meu irmão.
Não passava nada interessante e fui dormir cedo, por volta das dez.
Assim que deitei, dormi. E fui acordado de madrugada com alguém em cima de mim.
- Gabriel o que está fazendo aqui essa hora? E como você entrou?
- Seu pai abriu a porta e está uma fera por eu ter acordado ele.
- O que você quer a essa hora?
- Dormir. Meu quarto está ocupado e não estou afim de dormir no sofá.
- Você avisou seus pais? E sua namorada sabe que está aqui?
- Ex. Ex, entendeu? Você que é meu namorado.
- O que falou com meu pai?
- Perguntei se poderia dormir aqui.
- E o que ele falou?
- Que podia, senão não estaria aqui. E quanto aos meus pais, deixei um bilhete avisando, pois se fosse pedir, eles não deixariam.
- Você bebeu?
- Tive que beber uma cerveja para aguentar minha ex.
- Pelo visto bebeu e muito. Nem foi uma cerveja só.
Empurrei ele para o lado e meu pai apareceu na porta e ficou olhando para nós.
- O que ele tem para beber e tanto assim?
- Não sei ainda.
Meu pai saiu e foi dormir.
Fui pegar o colchonete no meu armário e coloquei no chão para ele dormir; mas era tarde, ele tinha dormido na minha cama.
Tirei os sapatos dele e cobri. Fui dormir no colchonete, ao lado dele.
Acordei e ele ainda estava dormindo. Meu pai apareceu e perguntou como ele estava. Eu disse:
- Dormindo.
Ele saiu e antes falou que os pais dele tinham ligado para saber se ele estava aqui. E que assim que acordasse, fosse para casa.
Arrumei o quarto e aproveitei e tirei a roupa dele e deixei ele só de cuequinha. Fui tomar café da manhã com meus pais e meu irmão .
Sentei e o telefone tocou. Meu pai foi atender, voltou e falou:
- Era a mãe do Gabriel mandando ele voltar para casa. Se ele não voltar em meia hora, ela vem buscá-lo.
Meu pai falou para eu ir acordá-lo.
Entrei no quarto e ele estava dormindo de bruços. Deitei sobre ele e comecei a fazer carinho no seu pescoço e pedindo para ele acordar.
Ele me olhou e me beijou.
- Bom dia, Robinson! – e olhou para o relógio. Era oito horas.
- Ainda é muito cedo... será que você pode deixar eu dormir mais um pouco?
- Bem que gostaria, mas sua mãe ligou e mandou você voltar para casa e se em meia hora você não chegar, ela vem te buscar.
Ele me olhou descrente.
- Você está de brincadeira.
- Eu não; meu pai que disse. Se não acredita, vai preguntar para ele.
Ele me empurrou para o lado e se levantou e percebeu que estava só de cueca.
- Por que estou só de cueca?
- Você chegou e praticamente desmaiou na minha cama, então hoje de manhã tirei sua roupa.
- Só isso? E o que mais você fez?
- Do jeito que estava foi só. Queria fazer outra coisa, mas não foi possível. Você praticamente desmaiou na minha cama; tive que dormir no chão.
- Por que não dormiu comigo?
- Porque você é muito espaçoso e ocupou a cama toda.
- Vou tomar um banho.
Ele tirou a cueca e foi para o banheiro... peladinho... e falei :
- Não demora muito, viu. Não vai querer ver sua mãe aqui.
Depois de um tempo ele voltou enrolado na toalha e foi para meu armário pegar uma roupa emprestada.
- Tem uma roupa sua na gaveta; lavada e passada.
Ele não ligou e pegou uma das minhas.
- Você ouviu o que eu disse?
- Ouvi, mas gosto das suas... e de sentir o seu cheiro.
- Mas até minha cueca?
- Adoro suas cuequinhas entrando no rego.
Ele pegou a roupa e se aproximou de mim e deu um soco no meu braço.
- Por que você me bateu?
- Por ontem.
- O que foi que eu fiz?
- Ficou olhando para a Cláudia. E na hora te dei uma cotovelada e ela viu e achou que eu estava com ciúme dela; justo agora que ela estava desistindo.
- O que eu tenho com isso? O Flávio também olhou.
- Vocês foram os culpados dela achar que eu estava com ciúme dela. Agora ela não para de falar nisso.
- Ela deve gostar muito de você.
- Ele gosta; mas eu gosto de você.
Ele me abraçou e ficamos nos beijando e bateram na porta, avisando que a mãe dele ligou outra vez.
Ele se vestiu e foi para sua casa. Fui vê-lo somente no outro dia pela manhã.
Logo pela manhã notei que ele estava irritado e de pouca conversa.
Ele entrou, cumprimentou meus pais e ficou me olhando. E depois de um tempo pergunta:
- Robinson, você achou minha carteira? Estava na minha roupa de sábado.
- Não, então deve estar no quarto.
- Podemos ir procurá-la?
Fomos para o meu quarto e assim que entramos, ele me agarra e me prende contra a parede.
- Hoje não estou para brincadeira, então devolve logo.
- Mas eu não achei.
Ele começa a me apalpar, procurando sua carteira e depois enfia sua mão dentro da minha bermuda e não encontra.
- Acredita em mim agora?
- Me desculpe. É que ontem não foi um bom dia; meus pais falaram um monte ontem.
- Sobre o quê?
- Depois te conto.
- Ela já foi embora?
- Foi... meu pai levou ela e minha irmã na rodoviária.
- Você me perdoa?
- Perdoar por quê?
- Pela minha estupidez com você.
- Depende.
- Depende do quê?
- Do que você vai me dar.
- O que você quer?
- Que esqueça por um minuto seus problemas e me abraça, porque estou morrendo de saudade dos seus beijos e abraços.
- Só isso? Então dou com muito prazer.
E nos abraçamos e beijamos, até que minha mãe bate na porta.
Saímos e ela com a carteira dele na mão.
- É essa?
- Sim; onde estava?
- No bolso da sua calça que eu levei para lavar.
- Obrigado! – e deu um beijo no rosto dela.
Estávamos de saída e meu pai nos manda esperar e se aproxima e dá um tapa na bunda do Gabriel.
- Essa e para você ter me acordado de madrugada.
Aí ele abre a carteira e dá para ele vinte Reais.
- Se cada palmada eu ganhar vinte, pode bater mais.
E meu pai riu dele.
Fomos para colégio conversando e ele contando o que a mãe dele falou para ele... Que não gostou de ele ter ido dormir em minha casa, de ter enchido e ter deixado a ex dele sozinha e assim que ele vê o Flávio, ele me dá outro soco no braço.
- Tinha me esquecido dessa.
- O que foi que eu fiz dessa vez?
- Ficou olhando a Cláudia, minha ex.
- E por essa você me bateu?
- É que ela contou para minha mãe e ela ficou falando que eu ainda gostava dela e ficou me enchendo o saco o dia inteiro.
Assim que nos aproximamos do Flávio, eu parei e fique olhando para ele.
- O que foi?
- Você me bateu duas vezes pelo mesmo motivo. Estou esperando você bater no Flávio, pois ele também tem culpa.
- Culpa do quê? Do que vocês estão falando?
- Que você ficou olhando a ex dele e ele me deu um soco no braço e ela viu que estávamos olhando para ela e achou que ele estava com ciúme dela; e ainda por cima contou para os pais dele.
- Primeiro que ela é bonita mesmo. Olho e pronto. Não estou nem aí para vocês dois. E você apanhou porque mereceu.
- Nossa... outro irritadinho! Hoje vou ficar bem longe de vocês dois.
Os dois riram.
Eles ficaram me olhando e depois olharam um para o outro e deram uma risada e vieram para cima de mim
Saí correndo em direção ao colégio e eles vieram atrás, mandando eu esperar.
Cruzei com a Roberta e com o namorado dela e disse um oi. Ela me viu correndo e perguntou o porquê disso.
- Tem dois tarados atrás de mim!
Ela olhou para trás e viu o Flávio e o Gabriel correndo e mandou eles pararem.
- Parados os dois!
- O que querem com ele?
- Queremos apenas abraçar ele.
- Se for só isso, estou nessa.
Os três me olharam e correram atrás de mim e acabaram me alcançando e pularam em cima de mim e caímos todos.
- Roberta, pensei que você estivesse do meu lado!
- Sempre estou.
- Então por que ajuda esses dois aí?
- Não gosta de abraços?
- De restos, não!
- Restos?
- É que esses dois levaram um pé na bunda das namoradas e estão carentes e vêm em cima de mim.
- Namoradas? – olhou diretamente para o Gabriel. – Você largou dele? – e fez uma cara de brava.
- Eu não!
- É bom mesmo; para o seu próprio bem.
- Vocês podem sair de cima de mim?
Eles se levantaram e ficaram olhando para mim.
- Vai ficar aí?
Estiquei o braço e o Gabriel me levantou.
Despedimos da Roberta e ela falou que fazia muito tempo que não se divertia tanto.
Olhei para ela e ela disse:
- Não fica bravo comigo; sabe que te amo!
Fomos para a sala de aula e perguntei para o Flávio por que estava irritado.
Ele disse que tinha brigado com a namorada no fim de semana e que sentia muita saudade dela.
Ficamos conversando os três até o professor chegar.
Na hora do recreio o Flávio foi conversar com a namorada e eu e o Gabriel ficamos conversando e ele me contou como foi o fim de semana dele. Que o pai dele falou que se eles namorassem novamente, ele liberaria o carro no fim de semana e outras coisas...
- Quantos anos ela tem?
- Acho que é dezenove.
- Então ela é bem mais velha que você?
- Sim.
- Quanto tempo vocês namoraram?
- Sete meses.
- Você que largou dela?
- Se eu fizesse isso, seria um cara morto.
- Então por que ela te largou?
- Porque ela tinha vergonha de mim.
- Vergonha? Vergonha do quê?
- Do meu modo de vestir. Eu não ligo muito para isso e ela sempre mandando eu trocar de roupa. E quando eu trocava, ela reclamava. Quase não saíamos de casa e para não brigarmos, ficávamos conversando com meus pais, que adoravam ver nós dois juntos. E quando brigávamos, eles sempre ficavam do lado dela. Quando eles falaram que mudaríamos de cidade, dei graças a Deus, pois ficaria livre dela e meus pais parariam de me encher a paciência. Mas o que é bom dura pouco e meus pais convidaram ela para voltar outras vezes e ela vai vim neste fim de semana de novo. Mais um fim de semana longe de você.
- Mas temos a semana toda para matamos a saudade.
Deu o sinal para voltarmos para a aula e o Flávio estava contente; ele tinha feito as pazes com a namorada.
À tarde o Gabriel foi na minha casa para fazer um trabalho da escola e ficamos namorando o resto da tarde.
Por volta da cinco ele foi embora, mas nos veríamos de noite.
A semana toda foi tranquila.
O Flávio apareceu uns dias e como sempre acabamos na piscina, com o Gabriel sempre pelado. O Flávio de tanguinha e eu acabava pelado também, pois o Gabriel corria atrás de mim e me deixava que nem ele.
Na sexta à noite, fomos para o barzinho e ficamos até às onze. Depois fomos para nossas casas, sem antes eu e o Gabriel nos abraçarmos e beijamos muito.
Acordei por volta do meio dia e almocei e fiquei esperando o Gabriel aparecer. Estava com saudade dele e fui para sua casa e para minha surpresa a ex dele estava abraçada nele.
Ele tinha me falado que ela estaria na sua casa no fim de semana, mas tinha esquecido. Eles vieram me receber e nos cumprimentamos e ficamos conversamos com o Gabriel todo constrangido e calado.
Não gosto de ver ele desse jeito, então achei melhor eu ir embora, pois não gostava de ver ela abraçando ele.
Cheguei em casa e fiquei assistindo TV com meu irmão.
Era quase noite e não tinha nada que fazer, então fui tomar banho e resolvi ir ao cinema sozinho, assim parava de pensar neles.
Mas foi uma péssima ideia.
Estava chegando ao cinema e de longe vejo os dois na fila e dei meia volta e fui em direção ao carro. Naquele dia meu pai deixou eu pegar o carro e fiquei dirigindo por um bom tempo e não conseguia parar de pensar neles.
Fui para casa e meus pais estranharam eu ter voltado cedo. Dei uma desculpa de que o cinema estava cheio e fui para meu quarto; tirei a roupa e não demorou muito, acabei adormecendo.
Acordei cedo; meus pais até estranharam.
O dia estava ensolarado, então vesti uma sunguinha e fui para a piscina.
Ouvi a campainha e fiquei torcendo pra ser ele.
Minha mãe atendeu e veio me chamar.
- Você tem visita.
- Quem é?
- A Cláudia.
- Quem?
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