Todos estavam em silêncio, meu irmão veio me abraçar, e disse para me acalmar e tentou me perguntar como eu estava.
- Agora não, por favor, só respondam o que eu perguntei – falei em voz alta agora.
- Foi meu pai – disse ela baixinho
- PORRA! E vocês não fizeram nada? Só deixaram ela apanhar? Falei furioso
- Freitas, não sabíamos que chegaria a esse ponto, ele soube da traição, Taís foi para nossa casa por causa da imprensa, para fugir deles. – Falava Thiago
Nessa hora me passou pela cabeça, ela levou o Alceu?
- Meu filho estava junto? Ele viu tudo – Disse assustado
- Não, ela levou ele, mas ficou comigo no quarto – Taísa me acalmava
Eu estava furioso, aquele filho da puta espancou a Taís com o meu filho lá.
- CARALHO! Como vocês não interromperam? – falava andando de um lado para o outro com os olhos cheios de lágrimas, mas eram de raiva.
- Eles estavam discutindo, ele chamava ela de puta traidora e que não merecia entrar na casa dele, muita gritaria, nós não vimos quando as agressões começaram, nós crescemos com ele batendo na gente, mas não esperava que chegasse naquele ponto. – Disse Thiago chorando com as mãos no rosto.
- Ele saiu batendo o portão e eu fui até o quarto, e Taís estava desacordada no chão, tinha muito sangue e trouxemos ele pro hospital, ela estava quase morta e pedimos para te ligar. – respondeu Taísa um pouco assustada.
- E sua mãe? Dona Telma ? – perguntei
preocupado
- Ela não estava em casa, agora ela deve estar com ele.
- Cadê meu filho ?
- Está com José e Lidiane, não sabíamos onde estava e deixei com eles – Disse meu irmão.
Sai dali correndo e fui até a casa de José e Lidiane, já cheguei perguntando pelo Alceu, que ao me ver veio correndo pro meu colo, abracei ele forte e pela primeira vez eu sentia paz e chorei pensando na possibilidade dele não ter mais a mãe.
- Papai, cadê a mamãe? Ela machucou ? – Disse ele olhando para mim
- Ela caiu e ralou os joelhos, vai ter que se tratar e depois volta pra casa, tá bom? – Disse com a voz embargada e a certeza de que ele viu a mãe naquele estado.
Brincamos um pouco e pedi para meus amigos cuidarem dele para que eu pudesse resolver algumas coisas. Eles aceitaram e eu fui até a antiga casa da Taís.
- Cadê esse velho filho da puta – Entrei chutando o portão e abrindo a porta antes que ele ou alguém pudesse fechar.
Segurei aquele velho pela camisa e fui empurrando contra a parede.
- Gosta de bater em mulher né seu covarde, porque não é machão agora? Vamos me bate – falava em fúria empurrando ele contra a parede, até que ele
disse algo que me fez perder o controle.
- Ela é minha filha e eu bato nela quando eu quiser.
Desferir um soco no estômago dele que fez ele inclinar com as mãos na barriga.
- Eu te falei naquele dia, ela não é mais sua família, e mesmo que fosse, você não tem esse direito seu covarde – falei levantando ele de novo
- Com meu filho aqui? – Dei outro soco na boca do estômago que ele caiu com falta de ar.
Esperei ele recuperar o ar, torci então o braço dele nas costas com a cara no chão, ele gritava de dor, eu ameacei.
- Eu vou te matar, mas vai ser lentamente, quero que sinta dor, e se você sair daqui vivo hoje, nunca mais se aproximei da Taís ou do meu filho, ouviu seu filho da puta? - Ele sentia tanta dor que não conseguiu responder.
O braço estalou, quebrei o braço e desloquei o ombro ele se contorcia de dor, eu pisei no pescoço dele no chão, eu ia mata-lo, tinha perdido a cabeça, até que dona Telma chega acompanhada da polícia.
Me tiraram de cima dele e o levaram para o hospital e eu para a delegacia, dei meu depoimento ao delegado, todos me parabenizavam por aquilo e ele me disse que ninguém ia prestar queixa, a dona Telma tinha chamado a polícia para o marido e não pra mim, no fim das contas isso salvou a vida dele e a minha, uma morte acabaria com a minha carreira.
Soube que o delegado ameaçou ele para não prestar queixa contra mim.
Voltei até o apartamento e peguei roupas e fui ate José e Lidiane, eles não me deixaram sair naquele dia, e eu fiquei com meu filho.
No jantar eu tomei coragem para perguntar
- Vocês sabiam? Que ela me traia? Eu ouvi a conversa da Lidiane com a Taís – disse meio triste, era uma amizade que eu presava.
- Não, você entendeu errado, ela queria que eu te convencesse a parar porque está grávida – disse Lidiane
- Grávida? Como assim? – na mesma hora pensei se o filho era meu, mas não disse nada.
- Ela iria fazer uma surpresa para anunciar a gravidez e nós estávamos ajudando em tudo – disse José meio triste
Então um temor enorme passou por mim, os médicos não me falaram nada da gravidez, eles sabiam? A criança morreu? Fiquei nervoso e tonto.
José me trouxe água para me acalmar.
- Eu vou matar o Yago – falei pensando alto.
- Não faça isso meu amigo, vai estragar sua vida e do seu filho – disse José me alertando.
Naquele momento me dei conta de que eu estava tão distante da Taís que não percebi várias coisas, mais o que ela me escondia? Agora eu estava preparado para ouvir a versão dela, mas antes eu precisava achar o Yago e o Rafael.
Pedi pra José me levar na nossa antiga casa, não tinha condições de dirigir, e peguei roupas para Taís que estava internada e segui para o hospital, para a minha surpresa dei de cara com Rafael.
- Calma Freitas, deixa eu falar antes de querer me matar – disse ele esticando as mãos para me afastar.
- O que você tem para me falar? – Disse indo ao quarto da Taís que estava entubada.
Deixei as roupas de cama e pessoais sem olhar pra ela, não tinha coragem de vê-la naquela situação.
Sentamos e ele começou me pedindo perdão, que devia ter me contado assim que soube.
- O bilhete? Foi eu, liguei para um amigo que estava no evento e ele fez chegar até você, eu também estava sendo traído, mas não tive coragem de te dizer e armei para você descobrir – Disse ele com os olhos cheios de lágrimas.
- Quanto tempo eles estavam nos traindo?
- Não sei, isso só ela e ele podem dizer, eu descobri naquela semana porque ele não quis viajar com vocês. Brigamos feio então ele me contou que estava com ela e ela te largaria, achei muita sacanagem deles e fiz com que você descobrisse.
- E onde ele tá agora? Você sabe?
- Ele deve estar nas docas, sempre se esconde por lá, mas não tenho certeza
Rafael me abraçou e chorou, soube um tempo depois que ele saiu da cidade, não sei para onde foi, nunca mais tive notícias dele.
Encontro o médico no corredor e questionei sobre a gravidez
.
- Os familiares pediram para não contar que ela perdeu a criança – Disse o médico
Uma dor atravessou meu peito, minhas vistas começaram a escurecer e eu tive que juntar forças para questionar aquela decisão.
- Eu sou o marido dela, pai da criança, eu devia saber disso – disse furioso
- Certamente, eu não sei porque chegaram a esse ponto, queria poder ajudar mais.
- Você pode, preciso do laudo cadáverico da criança.
- Isso não tem problema nenhum – disse fazendo gesto com as mãos para acompanha-lo.
Pegou os papéis que atestavam as contusões e a morte da criança por ação contundente.
Corri até a delegacia e apresentei o documento, Tony agora teria que responder por homicídio triplamente qualificado.
Depois de anos de julgamentos Tony foi a júri popular, o caso chocou toda a população, então era carta marcada a condenação, mais 30 anos de prisão.
Eu procurei nas Docas, mas não achei Yago, os dias passaram e Taís se recuperava, eu estava no quarto quando ela foi retirada do coma induzido, ela abriu os olhos meio assustada e sentindo dor, me viu e eu me segurava para não chorar, ela balbuciou algo que entendi bem, mesmo não saindo som.
- Me perdoa...
Segurei a mão dela e fiz carinho na sua testa, e não respondi o que ela me pediu.
Fui até a casa de Taísa e meu irmão que estavam com Alceu, Taís não queria que ele a visse ainda, estava muito inchada e machucada.
Confrontei os dois sobre a surra e a traição, ficaram sem saída e meu irmão disse que sabia, mas que Taís devia me contar.
- Não é como você tá pensando Freitas – disse Taísa tomando a palavra
- E como eu tô pesando ? – falei ate rude
- Senta aí – disse ela apontando para o sofá
- Nós sabíamos sim, e tem alguma coisa mal contada nessa história, Taís iria terminar contigo, você lembra da história na cozinha? – Acenei positivamente com a cabeça
- Era culpa de ter te traído, eu aconselhei a ela para te contar, que talvez você entenderia, mas essa última traição não tá batendo – disse ela olhando pras mãos
- Algo não se encaixa, Taís estava grávida e não encontrava mais com ele, ela decidiu terminar para não te fazer sofrer, eu conheço minha irmã, ela não se deitaria com ele de novo, não estava mais se deitando – disse ela sem entender.
- Mas se deitou e fui um belo corno, o último a saber – disse ironicamente.
- Vocês precisam conversar, deixa ela se explicar.
Eu já havia decidido conversar com ela, só estava esperando ela voltar para casa, depois daquele dia eu nunca mais consegui ter uma relação boa com eles, algo se quebrou nessa confiança.
Tais voltou para casa e eu passei a visitar a casa para ajudar com os cuidados a ela, mas não tocamos no assunto da traição, era uma relação distante, eu queria esperar ela se recuperar.
Mandei mensagem para a Yasmin, ela aceitou me ver naquela noite, conversamos sobre tudo o que acontecia, adorava o papo dela, em certo momento ela me fez pensar muito.
- Freitas, você não precisa voltar para a Taís para perdoar ela, é a mãe do seu filho, até porque eu não ia gostar de te ver voltar – disse ela com um sorriso.
Nesse momento beijei ela com vontade, ela sentou no meu colo enquanto me beijava e me deixou maluco. Apertava aquela bunda enorme enquanto meu pau estourava mas calças, porque Yasmin se esfregava pra frente e pra trás.
- Você não vai me comer, não enquanto eu sentir que você pode voltar pra tua ex – disse ela saindo de cima de mim.
- Poxa, vai me deixar assim - mostrei meu pau duro nas calças
Ela tirou ele pra fora com um sorriso, cuspiu na cabeça e me fez gozar com uma punheta. Aquela mulher estava me deixando maluco.
Até que recebi uma ligação, era Rodrigo, ele encontrou Yago, estava foragido da polícia por ter gravado ilegalmente e distribuídos os vídeos da Taís.
Yago estava escondido no interior e trabalhando como camelô, sai às pressas atrás dele, o encontrei no meio daquele feira, ao me ver ele correu e fui atrás dele. Chegamos em uma rua sem saída ele puxou a faca, que ele usava para trabalhar.
- Eu te mato Freitas, juro que te mato
Continua ...
Os nomes e locais presentes neste conto são fictícios, mas os detalhes descritos são reais.
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