Beatriz:- Festa? Fecha a porta ai! (Assim que a porta fechou... ) – A Mari quer pegar nossa vó!
Bernardo:- Tá chupando bila? Endoidou? (Expressão pra perguntar se tá louca) (Bila é o mesmo que bola de gudi em alguns lugares).
Marilia:- Não! Parece que só quero me divertir e não é assim. Eu quero casar!
Beatriz:- Pronto chegou loló!
Bernardo:- Eu vou casar, num vó ter paz quando ela vim dormir aqui!
Marília:- Eu gosto dela desde meus vinte anos eu acho!
Beatriz:- Mari, são 35 anos de diferença!
Marília:- 33!
Bernardo:- Ela nossa avó e mãe, num se faz isso com mãe de amigo!
Marília:- Eu sempre respeitei ela e vocês, gente eu tenho trinta e três anos, amo ela em silêncio a treze anos.
Beatriz:- Olha, eu estava rindo mas na boa, é sério?
Bernardo:- Claro que é serio! Olha pra ela!
Ela nos olha de um jeito que chega a dar dó! De repente batem na porta.
- Meninos, temos visitas não é hora de fofoca! Já pra sala!
O olhar da Marília mudou, só de ouvir a voz da minha mãe.
Beatriz:- Tá mãe, já vamos! Bernardo do céu, ela gosta mesmo da veia!
Bernardo:- Boa sorte!
Marília:- Boa sorte em que?
Beatriz:- Ela só te vê como filha, você a ajuda, sempre tá por perto, mas te vê como filha, se nossa mãe fosse viva, teria mais ou menos sua idade!
Marília:- Eu não sou filha dela! É por isso que vim falar com vocês! Não quero mas esconder, meu pai e eu conversamos, até ele acreditou, pediu pra conversar com vocês!
Bernardo:- Aí numa tarde falando do meu casamento, você quer meter essa? Minha mãe é uma mulher de respeito, se você a magoar, nunca mais olhe na minha cara!
Beatriz:- Oi? Perai! Como você vai chegar na minha mãe? Qual suas intenções?
Marília:- Vou conversar e contar a verdade, as intenções são as melhores, não garanto que não haverá sofrimento, se ela quiser ficar comigo, somos pessoas diferentes e poderá existir brigas e chateações, porém faz parte de um relacionamento!
Beatriz:- Bernardo do céu! Por isso ela ficava com as menina e não passava disso! Ela já queria traçar nossa mãe!
Marilia:- Não é assim!
Maria:- Beatriz e Bernardo Campos Bezerra!
Mais que depressa, eu e meu irmão pulamos na porta e saímos em direção a sala, passando pela minha mãe. Marília ficou sentada ainda se recompondo. Ela olhou para minha mãe, respirou fundo e levantou.
Marilia:- Já estou indo!
Maria:- Agora!
Marilia:- Tá bom!
(Marília)
Cansei de sair com mulheres para esquecer a Dona Mocinha, foi numa festa do parque de vaquejada, tínhamos combinado de curtir aquela noite, era minha primeira festa sem meu pai, ela aceitou ir comigo pois meu pai só confiava se alguém da família dela fosse, o Bernardo já morria de amores pela Gisela, aí só ia se ela fosse, então teríamos a noite das mulheres, eu e Beatriz, mas Maria mesmo com a menor vontade de ir, decidiu ir com a gente, ela dizia que deixaria nós duas sozinhas, tava mesmo precisando sair um pouco então iria aproveitar. No horário combinado cheguei em frente a casa delas e buzinei, primeira sair foi Beatriz tava tão linda, mas quando Dona mocinha saiu meu Deus!!!! A mulher mais linda que já vi, o mundo estava em câmera lenta, Maria estava tão perfeita que não sabia nem o que fazer, uma maquiagem suave, os olhos pareciam duas esmeraldas. Desde então não queria está com mais ninguém, não tive relacionamento, ficava com algumas mulheres, mas nunca passava de beijinhos. A única que queria me entregar era Maria. Estava disposta a contar tudo e ver qual seria a reação.
Maria:- Mari meu anjo, você tá bem? Desligou? Ficou parada olhando pro nada!
Ela sentou ao meu lado e passou a mão em meus cabelos. O cheiro dela invadiu minhas narinas. Fechei os olhos e respirei bem fundo.
Marília:- Tô bem!
Maria:- Menina, tu tá tremendo e branca! Acho que sua pressão baixou! Deita, vou pegar sal para...
Marilia:- Não, não... eu tô bem, fica só um pouco aqui!
Fiquei um tempinho ali, e ela fazendo carinho no meu cabelo. Um tempo depois voltamos para a sala, ela foi até a cozinha e me trouxe água. Beatriz sentou ao meu lado e sussurrou e meu ouvido.
Beatriz:- Vou te ajudar com ela, se fizer ela sofrer eu te mato e Bernardo me ajuda!
Marília:- Maria! Mais tarde queria falar com você, da certo?
Maria:- Vamos!
Marília:- Não, mais tarde!
Maria:- Agora!
Bernardo:- Mãe, eu e a Gisela vamos indo,
Maria:- Tá bom, Gisela tem só mais algumas pra fechar, mas eu, você e Amanda vamos conversando!
Amanda:- Marília, vamos também, já estou com fome!
Maria:- Vocês vão almoçar aqui, Beatriz, leva a Amanda, na cozinha, vai ajeitando a comida pra menina, vamos no meu quarto!
Amanda pensou em falar algo, mas antes de qualquer coisa Beatriz puxou ela pela mão.
Marilia:- Num pode ser mais tarde?
Maria:- O que vai me contar mais tarde é diferente do que vai me contar agora?
Marília:- Não, é a mesma coisa!
Maria:- Então cuida!
Entramos no quarto, ela fechou a porta, sentou e me pediu pra sentar ao seu lado. Respirei fundo.
Marília:- Olha...