Mesmo inclinado a não ir, me arrumo e vou para a tal festa, as meninas vão com Bia e o namorado babaca dela e os caras vão com a gente, Raylan faz questão de ir na carroceria, só para não ficar perto do Guilherme — a curiosidade dentro de mim do porque eles estarem assim só cresce — e assim fomos para a festa.
A praça está lotada, no palco uma banda de forró que não conheço se apresenta com músicas do forró das antigas, Ciço me abraça e beija minha nuca assim que desço do carro, ele está todo animado, esse meu namorado é doido por uma festa, chega a ser engraçado o tanto que somos diferente e ainda sim estamos namorado.
Ciço me beija no pescoço mais uma vez antes de sair para comprar algo para gente beber, e os caras o acompanham, fico perto do carro mesmo, não estou nem um pouco afim de me meter no meio desta multidão, já foi uma sorte termos achado uma vaga perto da praça. Não passa muito tempo até que vejo as garotas chegando, Caio e Bia ficam mais afastados e para mim é até melhor assim, não quero causar mais problemas para ela me metendo nessa relação abusiva deles.
— Cadê o Gui? — Tati me pergunta.
— Foi comprar bebida, acho que eles já já estão aí — digo, mas ela não fica para esperar e vai atrás dos caras com a Mari e com a Ka.
Ótimo, agora estou sozinho com o casal, fico na minha, não estou querendo nem puxar assunto, pego meu celular e aproveito para dar um sinal de vida em casa, minha mãe está de plantão então só vai ver minha mensagem mais tarde, aproveito para avisar ao meu pai também só por via das dúvidas, enquanto estou no celular percebo que Bia e Caio já começaram outra briga, porém estão discutindo sem levantar o tom de voz, posso apostar que ele não quer deixá-la dançar.
— Cadê o Ciço — César chega me dando um susto.
— Ai garoto, boa noite né — digo mau humorado, porque nem queria estar aqui — foi comprar bebida.
— Você quer alguma coisa? — Ele parece meio alterado pela bebida, mas isso não explica essa sua pergunta.
— Ciço vai trazer para mim — respondo.
— Por que você está com ele, vocês não tem nada haver — César diz levantando um pouco o tom de voz por causa do som do show.
— Como é? — Respondo com outra pergunta — César eu sei que você sente algo muito forte pelo Ciço, acredite se eu soubesse antes teria evitado, mas agora não posso fazer isso, eu amo ele também — César parece muito confuso e agora eu estou confuso também.
— Do que você está falando? — Mas antes que possa responder Ciço e os outros voltam, César então olha para ele e depois para mim e só sai de perto da gente.
— O que ele queria? — Ciço pergunta, enquanto me entrega meu refrigerante.
— Não faço ideia, esse seu amigo é uma esfinge para mim — digo e Ciço rir da minha resposta.
— Ele é legal, uma hora ele para de implicar com a gente.
— Assim espero Ciço, porque minha paciência já acabou.
Ciço fica comigo, ele não está bebendo e agradeço por isso, estamos os dois no refrigerante, ele até comprou milho para gente, André começou a se pegar com Ka do mais absoluto nada, Guilherme e Tati estão do outro lado da rua tendo uma D.R., Mari está segurando vela da Bia e do babaca — sim é assim que vou me referir a ele — Mário está ficando com uma mulher mais perto do palco e o Raylan sumiu, só espero que ele não esteja bebendo feito um louco de novo.
A banda de forró termina seu show e é substituída por um cantor de piseiro — só piora — esses caras nem parecem ter um repertório próprio, todos cantam as mesmas músicas, é até difícil dizer de quem é a música que eles estão cantando, fora que se eu tiver que ouvir “Só fé” mais uma vez vou surtar, pode apostar que vou.
— Você é meu casca de bala — Ciço fala no meu ouvido.
— Nem começa Ciço, nem começa — digo rindo dele, porque não consigo ter mau humor com ele dançando do jeito dele a música “Casca de bala”.
Não sei o que rolou entre o Guilherme e a Tati, depois de passar a primeira hora da festa isolados no canto ela está com as amigas chorando e ele sumiu, não rolou briga até porque vi que eles só conversaram, tem alguma coisa rolando e não faço ideia do que é, estou doido para saber, mas não quero colocar o Ciço para ir atrás disso para mim porque não quero ficar no mesmo lugar que o babaca sem ele por perto.
— Amor, o que você tem? — Ciço pergunta.
— Guilherme e Tati brigaram? — Pergunto.
— Não, sei.
— Ela está chorando depois deles conversarem por um tempão, você não viu? — Pergunto incrédulo que Ciço ficou alheio a todos esses acontecimentos.
— Só tenho olhos pro meu namorado.
— Você é fofo, mas tem que ser mais atento Ciço — é só ouvir sua gargalhada gostosa para perder minha pose de crítica e beijá-lo.
Tá vou falar apenas uma vez então preste atenção, depois vou negar até a morte, ouvir piseiro enquanto beijo meu namorado não é tão ruim assim, ainda mais quando seu namorado e um gostoso que nem o meu, fico vermelho quando percebo que estou de pau duro, Ciço me escora contra o carro e me beija com paixão, sem dar a mínima para o fato de estarmos em público, porém estou tão excitado que não tenho tempo para ficar com vergonha.
— Você é delicioso — diz com sua boca colada na minha.
— Vou ficar maluco com você.
Estamos tão envolvidos no nosso mundo que só percebo a confusão que se formou próximos a gente quando ouço o grito da Bia, tudo está acontecendo tão rápido que tenho dificuldade para entender o que está rolando, os caras estão brigando com outros caras, Caio, André e Mário estão no meio, mas ai do nado vejo Raylan e Guilherme na briga também — que porra está acontecendo.
Ciço avança na direção da confusão também até penso em segura-lo, mas não acho que vou poder fazer algo para ajudar, entretanto não quero ver o Ciço no meio disso então tento pelo menos tirá-lo dessa briga sem sentido puxando ele de volta para o carro, ainda sim Ciço avança para ajudar os amigos, quando penso que não pode piorar escutou um estouro forte e seco, meu coração gela, sou criado em favela, reconheço um tiro quando ouço um.
Puxo Ciço com uma força que nem sabia que tinha de volta para o carro, escuto outro tiro e pronto o caos está formado, tem gente correndo para todos os lados, estão muito nervoso, porém consigo pegar a chave do carro com o Ciço, entramos no carro e saímos de lá o mais rápido possível, olha se eu não sabia dirigir aprendi agora, estou tão elétrico que só depois de sair do meio daquele caos é que me dou conta de que Raylan e Guilherme também estão dentro do carro com a gente, Raylan está sangrando com um corte no supercílio, Guilherme está com o lábio cortado, Ciço graças a deus está inteiro.
Os três estão falando algo dentro do carro, mas não consigo escutar nada, é como se todos estivessem distantes, meu corpo age no automático, só quando vejo que estamos longe da praça é que volto a raciocinar.
— Gente calma, precisamos ir para UPA, amor coloca o endereço no celular por favor — Ciço me escuta e faz o que peço.
Nossa sorte é que a UPA não fica tão longe, só quando paro o carro é que vejo que Guilherme tirou a camisa para por na testa no Raylan, acho que o corte foi maior do que imaginei, infelizmente só consigo acompanhar eles até a porta, tem um cara na porta falando que só pode entrar quem for precisar de atendimento, com Guilherme também se feriu na briga ele entra com Raylan, já Ciço e eu ficamos do lado de fora esperando.
Meu namorado percebeu meu nervosismo e me puxa para uma abraço, ele está me tranquilizando, voltamos para o carro, só aí me lembro de pegar o celular e tentar falar com o pessoal para saber se estão todos bem, mando mensagem no grupo informando que estamos na UPA e que está tudo certo, quem responde primeiro é o André, ele está na delegacia.
— O que aconteceu?
— Os policiais prenderam o cara que estava com a arma, só que na confusão pegaram o Mario por achar que ele estava com o cara armado.
— Mas ele não estava — digo, não estou conseguindo pensar direito com tudo isso.
— Relaxa, o Caio está resolvendo aqui e os meninos tão bem, o Raylan estava com um corte na cabeça.
— Ele passou na frente como prioridade, já está sendo atendido — Guilherme é quem responde nos dando notícia, Bia coloca um emoticom das mãos juntas.
— Vamos ficar aqui esperando o pessoal sair da UPA, se tiverem alguma novidade do Mario na delegacia por favor avisem — digo.
— Beleza — André responde.
Estou ainda sem acreditar e se um dos nossos amigos tivesse levado um tiro, e se fosse o Ciço lá dentro sendo atendido agora, nem sei o que eu faria, seguro sua mão com força e a beijou repetidas vezes, seus olhos estão brilhando enquanto me olha, fico um pouco envergonhado, porque ele nunca me olhou assim com tanta admiração.
— Obrigado Dan.
— Pelo o que? — Pergunto confuso.
— Por ter me dado uma chance, por se preocupar, por cuidar de mim — ele me observa com paixão.
— Eu te amo Ciço, não sei explicar, você chegou na minha vida e não consigo mais pensar nela sem você — confesso meu amor por ele, mais uma vez.
Ele me beija e sinto algo diferente dos outros beijos que demos, esse beijo é mais quente, mais acolhedor, Ciço segura minha nuca, sua língua se junta a minha, meu perto está em chamas, é como se uma eletricidade saísse de seu corpo e percorre o meu, Ciço ajusta o banco e me puxa para cima dele, sentou no seu colo — ainda bem que o carro é grande e que os vidros são fumê.
Em seu colo sinto sua dureza, meu membro não está muito diferente também, suas mãos apertam minha bunda, e sua boca devora a minha, minhas mãos tiram sua camisa com urgência, para que possa sentir os pelos do seu peito, estou beijando ele com minha mão em seu peito, a batida de seu coração são aceleradas assim como a minha, tiro minha camisa para sentir seu peito no meu, enquanto isso suas mãos deslizam para dentro da minha bermuda, me falta o ar quando sinto seu dedo pressionando em minha entrada.
— Eu te quero — digo com minha boca na sua.
— Estou sem camisinha aqui — ele fala como um lamento em sua voz.
— Tudo bem — digo, preciso dele agora e não vou conseguir esperar mais.
— Tem certeza? — Seus olhos estão em chamas, o desejo do Ciço por mim é palpável.
— Nunca estive tão certo de algo na minha vida como agora.
Com um pouco de dificuldade tirou minha bermuda junto com a cueca e Ciço faz o mesmo, vamos para o banco de trás para ter mais espaço e mobilidade, como não temos lubrificante também agarro seu pau com firmeza e início uma mamada com bastante saliva, seus olhos estão revirando enquanto seus dedos começam a me preparar para recebê-lo, coloco ele em minha boca até onde consigo, depois de me certificar que ele estão bem lubrificado volto a montar em cima dele — ainda não acredito que estou transando com meu namorado dentro do carro do pai dele em frente a uma UPA.
Ele faz pressão e entra, a dor é intensa pois a lubrificação que temos no momento não é das melhores, porém minha vontade de ter seu membro rígido e pulsante dentro de mim é tão grande que me faz ignorar a dor e continuar, camisinha é muito importante sei disso, jamais faria nada com ele se não confiasse cegamente nele, no entanto estou entendendo porque as pessoas gostam tanta de fazer sem, porra estou sentidno até as ondulaçoes de suas veias e ele também está tendo uma experiencia trancendental.
Parece que sua alma vai sair do corpo, encosto minha testa na dele quando o sinto por inteiro, estou com uma misto de sentimentos e sensações nesse momento, é bom para caralho, a dor sumiu completamente, tem algo tão intenso rolando, não consigo resistir, beijo sua boca com muita vontade, ao mesmo tempo em que começo a sentar nele, meus movimentos são lentos e deliciosos, é uma tortura para ambos, mesmo assim não consigo fazer diferente, sei que ele quer me foder com velocidade e quero muito isso, porém o ritimo mais calmo que adotei me permite senti-lo por inteiro, estamos nos conectando de uma forma totalmente nova.
O sexo com Ciço fica melhor a cada nova transa, aos poucos vamos aumentando o ritimo, ele esta´gemendo de tanto tesão, suas mãos me apertam com tanta força que vão deixar marca certeza, nunca quis tanto pertencer a alguém como quero nesse momento, subo e deço com vontade, gemendo bastante, sua boca se desvia na direção dos meus mamilos, puta merda, sinto meu corpo se contorcer fazendo presão em seu membro duro que está dentro de mim, assim que suas língua encosta em meu mamilo.
— Porra amor, faz isso de novo — ele pede.
Cada vez que faço pressão em seu pau sinto uma vontade imensa de gozar, mas ainda não quero que isso acabe, estou fazendo um esforço gigante para prolongar nosso momento o máximo possível e percebo que ele também, Ciço está pulsando dentro de mim e só em poder sentir isso meu corpo vai ao paraíso e volta, sei que não posso pensar em me tocar, apenas a fricção do meu pau em seu abdômen já está sendo um estímulo absurdo.
— Amor, nunca fiz sem camisinha — ele diz voltando a me beijar — você é muito mais incrível assim, posso te sentir todinho.
— Eu também te sinto — digo me agarrando nele com força, cada vez que o sinto tocar minha próstata quero chorar de tanto tesão.
— Não vou segurar mais — ele declara.
Ciço tira seu membro de dentro de mim e no momento em que se toca sinto seu prazer espirrando no meu peito, isso foi o gatilho para me fazer explodir meu prazer em seu peito também, puta merda, meu corpo inteiro está tendo espasmos, nossos gemidos se unem em um coro de luxúria e puro prazer, estou suado mesmo com o ar do carro ligado.
— Porra — é tudo que ele consegue dizer.
— Nunca pensei que transaria dentro de um carro — digo.
— No carro do papai foi a primeira vez — ele diz rindo.
— Por favor me poupe das suas transar com vagabundas antes de mim — digo deixando meu ciúme transparecer.
— Amor, não precisa ter ciúme, antes de transar com você eu era virgem praticamente, o tanto que coisa que já senti com você, nem sabia que podia sentir.
— Eu sei, é só que não gosto de lembrar que você já teve outras pessoas antes de mim — digo me permitindo ser vulnerável.
— Dan, já te falei, não tive um passado tão extenso quanto você acha.
— Desculpa — digo me sentindo envergonhado, mas ele segura meu rosto com delicadeza.
— Nunca se desculpe comigo por ser quem você é, eu amor você ter ciúmes de mim, amor tudo em você Dan — Ciço tem os olhos presos no meu, sinto verdade em cada palavra sua.
— Melhor a gente se vestir antes que alguém chegue — digo quebrando o tom sério da conversa.
— Tem razão — Ciço responde em meio a uma crise de riso.
Visto minha bermuda de novo, ele usa sua blusa para se limpar e me entrega para fazer o mesmo, deixamos o carro todo aberto na esperança de não está cheirando a sexo quando os caras chegarem, como o atendimento na UPA costuma demorar, ainda mais que o Guilherme não é prioridade, vou com Ciço atrás de algo para comer, aproveito para comprar algo para o Raylan e para o Guilherme que vão sair com muito fome provavelmente, já que ninguém jantou no meio daquela confusão, no caminho de volta para UPA André manda mensagem dizendo que está tudo certo e que já estão em casa, estou aliviado, porém sem animo de voltar pra lá essa noite.
— O que foi Dan? — Ciço está ficando muito bom em ler minhas emoções e reações.
— É que não quero dormir naquela casa hoje — digo.
— Certo — Ciço pega o celular do bolso.
— O que vai fazer? — Pergunto.
— Reserve aquele quarto para gente de novo.
— Mais e os caras?
— A gente leva eles, aquele sofá é cama e tem a rede na varanda, lembra, a menos que você queira que a gente deixe eles em casa primeiro?
— Não, a gente leva eles também, tô achando que Guilherme e o Raylan precisam conversar longe da galera em um lugar tranquilo — digo.
— Certo, vou fazer a reserva logo aqui.
Dessa vez não vou reclamar com Ciço sobre esse gasto, estou muito cansado para discutir e como já sei o valor da diária apenas faço uma nota mental com o novo valor que devo a ele quando sua fatura chegar, ficamos no carro por mais uma hora conversando e ouvindo música quando nossos amigos finalmente aparecem, como o esperado Raylan levou sete pontos no supercílio e tomou uns remédios na veia, Guilherme também foi atendido e estava numa melhor do que nosso amigo com pontos na testa.
— Olha compramos para vocês — mostro os lanches que compramos, Raylan come em silêncio, Guilherme agradece e pega o seu, mas também não fala muito, sua camisa está suja de sangue, então assim que ele entra no carro a retira.
— Galera, eu fiz uma reserva numa pousada perto da praia, não tinha mais dois quartos, mas tem um colchão de solteiro no quarto além do de casal e sofá cama.
— Cara valeu, não tava mesmo nem um pouco animado em voltar para casa hoje — Guilherme diz.
— Tranquilo, vocês vão gostar do lugar, amanhã a gente amanhece na praia, vai ser bom — Ciço diz.
— Tudo bem por ti, Raylan? — Pergunto.
— Tudo certo — é só o que ele diz.
Seguimos para a pousada, mando uma mensagem no grupo avisando que todos estamos bem e que iremos dormir na pousada hoje, ainda estou pensando no que rolou dentro do carro, foi muita loucura, o bom é que como ta calor nenhum dos dois perguntou por que Ciço está sem camisa, passamos ainda na farmácia antes, para comprar o remédio que o doutor passou para o Raylan e também os materiais para trocar o curativo dele.
Ele foi com Guilherme, quando eles descem do carro mando mensagem para o Raylan para perguntar se ele vai precisar de dinheiro para comprar as coisas, ele é orgulhoso, mas sabe que precisa e acho que depois da nossa conversa ele já se deu conta de que quero ajudá-lo, afinal somos amigos, então ele aceita sem reclamar muito dessa vez.
— Ciço, não queria ter que pedir, mas pode me emprestar uma grana — digo morrendo de vergonha.
— Emprestar não, mas posso te dar — ele diz rindo — de quanto precisa?
— Você nem vai me perguntar para que é?
— Você não entendeu ainda que eu faço qualquer coisa por você? — Agora estou ainda mais sem jeito.
— Eu não sei quando vou precisar, é que o Raylan está sem dinheiro e ele vai precisar dessas coisas — digo.
— Imaginei, faz assim, pega aqui o cartão e resolve lá, aproveita para comprar camisinha, lubrificante e sorvete — ele diz me entregando seu cartão e a senha — passa no crédito de uma vez mesmo, para ganhar milhas.
— Nossa que lista de compras mais inusitada — digo.
— Oxe, ainda estou com fome depois do amorzinho gostoso que a gente fez — estou em chamas de tanta vergonha.
Entro na farmácia, vejo Guilherme pegando umas bebidas e chocolates, deve está com fome também, aproveito que ele está distraído e vou para caixa com as coisas do Raylan e as minhas, passo tudo no crédito como Ciço me orientou, meu amigo está desconfortável ainda mais quando ele viu que o cartão que usei foi o do Ciço, mesmo assim ele não protesta.
— Eu vou te pagar tudo que estou te devendo — ele diz.
— Fica tranquilo com isso Raylan e estou passando e deixa que eu me acerto com o Ciço depois.
— Cadê suas coisas Ray eu passo junto com o meu — Guilherme fala vindo logo atrás da gente.
— Já passei — ele diz, mas noto uma confusão se formando na cabeça do Guilherme.
— Certo, me diz depois quanto foi que eu te dou — ele insiste.
— Já falei que não quero nada de você Guigo porra — Raylan se altera e sai pisando forte de volta para o carro.
— Não leva muito a sério não Guilherme, o Raylan é meio babaca as vezes, mas é só o orgulho dele por está com ego ferido — digo.
— Tô de boas Dan e cara pode me chamar de Guigo cara, meus amigos me chamam assim — ele diz com um sorriso amigável.
— Não vejo o pessoal da sala te chamando assim.
— A galera são meus amigos da facul, eles me chamam de Gui, só que meu amigos para além da faculdade me chamam de Guigo.
— Tá certo então Guigo — digo me sentindo estranho por ter feito mais um amigo sem me esforçar muito, Guigo acabou ficando muito próximo do Ciço nessa viagem, acho que por sermos namorados, acabou que virei amigo dele por tabela também.
Outra coisa que me dei conta é que desde ontem quando socorri o Raylan bêbado em casa e eles estavam brigando que o Guigo está chamando o Raylan de Ray e ninguém o chama assim, Raylan não é muito chegado a apelidos, nunca foi para falar a verdade e em contrapartida ele mesmo acabou de chamar o Guilherme de Guigo, e pelo que o próprio me falou só os amigos de verdade o chamam assim, ou seja, está mesmo rolando alguma treta entre eles dois e estou ainda mais curioso para saber qual é, espero que depois de hoje eles possam fazer as pazes e quem sabe se resolverem de uma vez, assim vou saber o que está rolando.
O clima no carro ficou um pouco mais ameno, embora ninguém esteja conversando muito, assim que chegamos na pousada Ciço vai até o quarto e volta com o colchão de solteiro e o ventilador, tem outro ventilador na sala, como no quarto tem ar condicionado, ficou um ventilados para casa e o ar para gente no quarto, Ciço e eu vamos banhos juntos para ganhar tempo e enfim podemos nos trancar no quarto.
— Só não vão se comer no banheiro porque ainda vamos usar depois de vocês — Raylan comenta quando nos ver entrando no banheiro e Ciço começa rir.
Após nosso banho rápido pegamos nosso sorvete e nos despedimos dos nossos amigos, até ofereço, mas eles tão servidos das coisas que o Guigo comprou, Ciço ligou a TV enquanto comemos e trocamos teorias de porque Guigo e Raylan estão brincando, ou melhor do porque Raylan está brigando tanto com ele.
— Deve ser por causa da Mari — Ciço especula.
— Não sei não, parece que tem algo mais, afinal Guigo está ficando com a Tati, mas hoje ele pareceu que estava dando um fora nela.
— Eita ai complicou — Ciço ficou pensativo.
— Você acha que pode estar rolando algo entre eles dois? — Digo.
— Não sei, Raylan é muito homofobico né e Guigo sempre me pareceu hetero.
— Você também, Ciço e olha onde você está hoje — digo.
— É, seu argumento é bom, ainda sim acho pouco provável.
— Vai saber, de qualquer forma espero que eles se entendam.
— Também, já tem drama de mais nessa viagem — Ciço diz comendo mais uma colherada de sorvete.
— O que aconteceu nessa festa, até agora não entendi — digo.
— Nem eu, estava junto com você e nem tive tempo de conversar com o pessoal sobre isso — Ciço assim como eu não faz ideia.
— Pode ser que o Raylan ou o Guigo saibam, já que o Raylan até se feriu — suponho que um dos dois saiba de algo.
— É só que agora é melhor deixar que eles conversem sobre o que rolou hoje é o problema deles e amanhã durante nosso café da manhã a gente tenta descobrir o que rolou — gosto da sugestão dele então vamos fazer dessa forma.
E assim encerramos nossa noite, dormindo agarradinhos e trocando beijos e carinhos até o sono nos pegar, meu pressentimento está certo sobre essa noite ser intensa, pelo menos deu tudo certo no final e ainda de quebra transei dentro de um carro pela primeira vez.