Além de nós dois – Parte 1: Por Spartacus SP.

Um conto erótico de Por Spartacus SP.
Categoria: Heterossexual
Contém 1565 palavras
Data: 28/09/2024 22:20:02
Última revisão: 28/09/2024 22:22:27

"Uma outra história para vocês acompanharem! Este primeiro episódio é apenas para conhecer um pouco dos personagens. A história será desenvolvida aos poucos. Não costumo escrever histórias com muitos capítulos, mas talvez, no caso desta, seja diferente. Ainda estou decidindo isso."

A cidade do Rio de Janeiro pulsava em um ritmo frenético, refletindo a vida de Marina e Gustavo, um casal que vivia intensamente entre as sombras e as luzes da cidade maravilhosa. Marina sempre foi atraída pela energia avassaladora de Gustavo, um homem que sabia como viver cada momento como se fosse o último. Com um sorriso encantador e uma atitude despreocupada, ele era o tipo de homem que levava todos a crer que a vida era uma grande festa. No entanto, por trás da fachada de um cara apaixonado, havia um lado sombrio, alimentado pela bipolaridade e pelo gosto pela vida perigosa.

Marina e Gustavo compartilharam momentos memoráveis e insanos. Eles não eram apenas um simples casal; eram cúmplices em uma busca incessante por prazer e adrenalina. As escapadas sexuais não se limitavam a quartos de motel ou à cama de casa. Eles encontraram prazer em parques lotados, praias desertas, e até em pontos turísticos icônicos do Brasil e do exterior. Era uma vida louca, regada a bebidas, drogas e, claro, muito sexo. Para eles, cada esquina da cidade era uma nova oportunidade para uma nova aventura.

Entretanto, essa intensidade tinha seu preço. A personalidade de Gustavo era como uma bomba relógio, sempre prestes a explodir. Ora ele era o homem mais carinhoso do mundo, ora se transformava em uma tempestade de raiva. Marina aprendeu a lidar com essa montanha-russa emocional, mas chegou um momento em que a energia vibrante que antes a encantava começou a se transformar em algo tóxico.

Sara, a melhor amiga de Marina, sempre foi uma voz de razão. Ela observava de longe, percebendo os efeitos devastadores que o relacionamento estava causando em Marina. "Você precisa abrir os olhos, amiga", dizia Sara, sentadas em uma mesa de bar enquanto observavam o pôr do sol no Arpoador. "Gustavo pode ser incrível, mas ele está te levando para o fundo do poço."

Marina se sentia dividida. Amava Gustavo com uma intensidade que a consumia, mas também se sentia esgotada. A relação era como uma dança arriscada, e ela não sabia quanto mais poderia suportar. “Ele nunca me agrediu fisicamente”, pensava Marina, mas as palavras de Sara ecoavam em sua mente. “Mas psicologicamente, eu estou destruída.”

Gustavo tinha seus momentos de desespero. Ele desaparecia por dias, mergulhando em um abismo de autodestruição. Marina, preocupada, fazia boletins de ocorrência quando ele não aparecia. Era uma situação angustiante. E quando menos se esperava, Gustavo aparecia em casa como se nada tivesse acontecido, sem se preocupar com os danos que deixava para trás.

A vida de Gustavo como empresário estava se deteriorando, e ele parecia indiferente às consequências. Seus negócios começaram a ir de mal a pior, e Marina viu sua vida se desmoronar. As noites de festa, drogas e sexo desenfreado estavam cobrando seu preço, mas ele parecia alheio ao colapso que se aproximava.

Com o tempo, Marina começou a perceber que precisava de mudança. Gustavo tentava convencê-la de que iria melhorar. “Eu vou mudar, Marina. Por você”, ele prometia, mas suas palavras eram apenas promessas vazias, ditas em momentos de desespero.

Foi em uma noite de chuva que tudo mudou. Marina estava em casa, absorta em seus pensamentos. As gotas de chuva tamborilavam no vidro, e a cidade parecia refletir seu estado emocional. De repente, seu celular tocou. Era a polícia, informando que Gustavo havia sofrido um acidente de moto. Ele havia batido em um carro ao tentar ultrapassar na contramão. A notícia a atingiu como um soco no estômago.

Marina se viu em um turbilhão de emoções. Havia amor, dor, alívio e culpa, tudo misturado em um só sentimento. Quando chegou ao hospital, encontrou-se diante de uma realidade inegável: Gustavo estava morto. O que antes era uma vida cheia de intensidade agora se transformava em uma sombra.

O luto tomou conta dela, e a cidade que antes brilhava com cores vibrantes agora parecia cinza. Marina sentou-se sozinha em sua cama, cercada pelas lembranças. As noites de prazer e a adrenalina pareciam distantes, e ela se perguntava se realmente havia amado alguém ou se apenas se deixara levar pela paixão cega.

Sara estava ao seu lado, oferecendo apoio e conforto. “Você vai conseguir, amiga. Agora é sua hora de recomeçar”, dizia ela, segurando a mão de Marina enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Com o tempo, Marina começou a se reconstruir. Era uma jornada lenta, mas ela estava determinada. Em suas caminhadas solitárias pela praia, começava a perceber a beleza do mundo ao seu redor. O sol nascendo no horizonte, as risadas de crianças brincando na areia, tudo isso começou a preenchê-la com uma nova esperança.

Foi em uma dessas caminhadas que conheceu Bernardo. Ele era diferente de Gustavo. Bernardo era calmo, gentil, e trazia consigo uma sensação de paz que Marina nunca tinha experimentado antes. Enquanto conversavam, ela se viu rindo novamente, algo que não fazia há muito tempo. Bernardo tinha um jeito especial de escutar, como se cada palavra de Marina fosse preciosa. Foi uma loucura da porra, mas depois do bate papo, marina e Bernardo trocaram contatos.

À medida que o tempo passava, Marina e Bernardo se aproximaram. Ele a ajudou a entender que era possível amar de maneira saudável. Não havia promessas de uma vida cheia de adrenalina, mas sim uma expectativa de tranquilidade e carinho. Bernardo não a pressionava a abrir seu coração; ele a apoiava, respeitando seu tempo.

Em uma noite estrelada, enquanto caminhavam pela orla, Marina compartilhou suas memórias sobre Gustavo. “Havia momentos de pura euforia, mas também muita dor”, disse ela, olhando para o mar. Bernardo a ouviu atentamente, sem julgamentos, entendendo que cada palavra que ela dizia era parte de sua jornada.

“Eu entendo”, respondeu Bernardo, “mas você não precisa carregar isso sozinha. Estou aqui para te apoiar, você sempre poderá contar comigo.” A sinceridade em sua voz a tocou profundamente.

Marina percebeu que havia finalmente encontrado alguém que a aceitava como ela era, com todas as suas cicatrizes e inseguranças. Bernardo não tentava mudar seu passado, mas estava disposto a construir um futuro ao seu lado. Com ele, a vida começou a parecer menos pesada.

Após alguns meses, Marina começou a abrir seu coração novamente. Ela estava aprendendo a amar sem medo, a se permitir sentir e a aproveitar os pequenos momentos. A relação com Bernardo se tornou uma fonte de alegria, um novo capítulo em sua vida.

Entretanto, o passado ainda a assombrava. Em um dia ensolarado, enquanto caminhavam pelo Parque Lage, Marina avistou um grupo de motociclistas. A lembrança de Gustavo invadiu sua mente, e ela parou, sentindo o coração acelerar. Bernardo notou sua expressão e segurou sua mão. “Está tudo bem, Marina. Lembre-se de que você é mais forte do que pensa.”

Ela sorriu, sentindo-se grata por ter alguém que a compreendia. “Eu só preciso de um momento”, disse ela, fechando os olhos e respirando fundo. Era hora de deixar o passado onde pertencia e seguir em frente.

Marina aprendeu a honrar as memórias de Gustavo sem permitir que elas a dominassem. Ela entendia que seu amor por ele fez parte de quem era, mas não definia seu futuro. Com Bernardo ao seu lado, ela estava pronta para viver plenamente, experimentando novas aventuras, mas desta vez com consciência e amor.

A vida no Rio de Janeiro continuava a pulsar, e Marina estava determinada a dançar ao ritmo dela. Entre a loucura e a liberdade, ela finalmente encontrou seu lugar, construindo um novo capítulo repleto de amor, amizade e a promessa de dias melhores.

A vida de Marina agora havia mudado, melhorado. No entanto, sempre havia a porra do "mas". O ser humano parece nunca estar satisfeito, como se vivesse em um ciclo interminável de desejos não atendidos. Mesmo com Bernardo ao seu lado, cada dia era uma nova oportunidade, mas, em seu íntimo, Marina se perguntava se essa insatisfação era inerente à natureza humana.

Era como se estivéssemos todos em um barco à deriva, navegando em um mar de possibilidades, mas sempre olhando para a costa, acreditando que a grama é mais verde do outro lado. Essa inquietude começou a se manifestar em pequenos mistérios cotidianos. Ela percebeu que, mesmo em momentos felizes, havia uma sombra que a seguia. A vida com Bernardo era boa, mas Marina se questionava se estava realmente buscando algo mais.

Essa sensação de insatisfação a fez refletir sobre o que realmente queria. Às vezes, mesmo em momentos de alegria, ela sentia como se estivesse fugindo de algo, questionando se a busca pela intensidade não era apenas um mecanismo de defesa contra a monotonia da vida. Com o tempo, Marina percebeu que a verdadeira liberdade vinha de aceitar a incerteza, mas essa ideia a intrigava.

Ela começou a investigar suas emoções e os mistérios que cercavam sua felicidade. Cada interação com Bernardo parecia um teste, um quebra-cabeça que não se encaixava completamente. Marina decidiu documentar suas frustrações e anseios para desvendar o mistério de sua insatisfação.

À medida que o tempo passava, Marina notou padrões em seus pensamentos. A insatisfação aparecia nas horas mais inesperadas, como um espírito inquieto, sussurrando sempre que ela achava que tinha encontrado a felicidade: “E se houver algo mais?”

Continua...

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Foto de perfil de Spartacus SP.Spartacus SP.Contos: 7Seguidores: 25Seguindo: 1Mensagem Não gosto de muito mi-mi-mi. Escrevo sobre o que gosto, da forma como eu bem entender. Você, leitor ou leitora, tem o direito de opinar e de não gostar do que escrevo. O que não admito é desrespeito ou preconceito sobre o que eu escrever. Respeitem os autores. Comentários que eu achar ofensivos serão excluídos e o leitor bloqueado.

Comentários

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Olha que interessante...

acredito que venham muitas surpresas e aparentemente muitos dramas e erotismo...

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Interessante essa história,até pelo " sobrenatural" oculto na vida de Marina . Parabéns,esta história promete!

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