Aí, eu não vou negar que eu queria, a Amanda é uma gata, se bem que pelo tamanho do galalau é uma gatona, e eu podia fazer isso? Meu corpo dizia que sim, mas minha mente disse: “Vai pra onde Marimar?”. Se ela ia se arrepender, tinha certeza e isso que me fez parar, Arrumei a mulher, ela já tava toda errada, a cara tava procurando um buraco.
Beatriz:- Não é que não queira, pelo amor de Deus, longe de mim, mas prometi que nunca mais ia agir por impulso!
Amanda:- Quero voltar! ( Ela ajeitou a roupa e falou isso bufando).
Beatriz:- Claro! Pode subir na Jasmine ela vai te levar! Na verdade nos levar, né!
Amanda:- É muito longe até sua casa?
Beatriz:- Um pouco, mas dá pra ir a pé, é pedaço grande mais da! Jasmine as vezes dá os tiro, que chega lá em 10 minutos!
Ela já estava em cima da Jasmine.
Amanda:- Então pode ir, vamos Jasmine!
Beatriz:- Ei, perai! Tenho um monte de coisa pra fazer, não faça isso Amanda, Jasmine não seja traíra! Eu tô machucada, só vou chegar amanhã...
E ela se foi me deixando pra trás, respirei fundo e fui andando, não tive escolha, só que ia por outro caminho, e ia aprontar uma boa com ela. O caminho era mais longo e por dentro da fazenda, porém já podia liberar a porteira e cuidar do gado da Marília. Essa hora já estavam pastando. Falei com meu irmão, combinei com ele tudo direitinho, na podia falar com Marília, não sabia como tinha sido a conversa é outra ela não sabe mentir pra ninguém, se Amanda apertasse ela ia contar, pedi eu irmão pra avisar mamãe que ia demorar mas era uma coisa com as Cavalcante, ela sabia que quando travamos para aprontar era com a filha do Sr. André e agora eram duas.
Adoro o Sr. André, sempre foi muito brincalhão e adorava fazer as coisas comigo e meu irmão, nos ensinou tudo em montaria e vaquejada, as filhas também eram ótimas montando, só que achei que Amanda com os anos na capital havia esquecido. Me enganei.
Cheguei numa casa perto dos estábulos, lá encontrei alguns trabalhadores e direcionei cada um, pedi pra dizer que nem me viram.
- Ta aprontando né?
Beatriz:- Olhe seu bocão, agora tu conta pra Marília ou a irmã dela que eu te lasco!
Caímos na gargalhada, William via Marília como uma mãe, ajudou muito ele é a família quando vieram do sertão com fome, aí sempre quando dava ele estragava os planos.
Sai de lá, peguei a moto do senhor André com William na garupa e fui até a fazenda vizinha onde ficava minha empresa com meu irmão e cunhada. William me deixou e seguiu caminho, geralmente faço esse trajeto na Jasmine mas aquela traíra me deixou. Mas ela também ia ter o dela.
(Marilia)
Ouvir aquilo tudo não era novidade, Maria foi sincera comigo, não podia deixar de ficar mais apaixonada, mas ia respeitar, era o mínimo a ser feito. Eu tinha certeza dos meus sentimentos mas não podia ter certeza dos dela. Saímos do quarto, chegamos na cozinha as meninas já haviam saído, sentamos e almoçamos em silêncio.
Marilia:- Tá vendo por que tenho que da um tempinho daqui!
Maria:- Mas...
Marilia:- Fazem mais de meia horas que estamos aqui e o silêncio reina, você é uma Maritaca, num cala a boca, nem por um estante. Tá vendo como tenho razão? Eu não vou desaparecer, vou ficar mais afastada para dar um tempo pra você e para mim!
Ela baixou a cabeça e confirmou com a cabeça.
Maria:- Tá bom, as vezes temos que aceitar que os jovens também acertam!
Marilia:- Aí a velha guarda perdeu!
Caímos na risada. Est com Maria era sempre muito bom, conversávamos sobre tudo, ela sempre estava do meu lado, quando me entendi como lesbica ela foi a que esteve ao meu lado, conversou comigo e quando fui contar para meu pai ela estava lá segurando minha mão, só que não tínhamos aquele carinho de mãe e filha sabe éramos amigas mesmo, tínhamos uma relação como eu e os gêmeos.
Estávamos na varanda esperando as meninas chegarem, chega Amanda montada em Jasmine.
Maria:- Olha ela, na sei como Beatriz deixou você vim na Jasmine, é um ciúme dessa égua!
Amanda:- Na verdade vim galopando e deixei ela pra trás!
Marilia:- Em que cavalo ela tá?
Amanda:- Tá a pé!
Maria e Marilia:- Como é?
Amanda:- Ela disse que era perto, eu montei na Jasmine e vim pra cá!
Maria:- Não é que seja longe, o problema é que ela levou uma cabeçada do bode e da com a coxa machucada! Ela vai levar meio dia pra chegar, principalmente quando passar o efeito do remédio, meu Deus, hoje é dia da boiada do Sr. Aprigio passar entre o haras e a fazenda!
Marilia:- A desgovernada?
Maria:- Essa mesma!
Marilia:- Volt no mesmo pé que você veio, vá buscar ela, eu vou pegar o Tim Tim, já te alcanço!
[Narrador]
Amanda ficou preocupada não sabia que ela estava assim, na verdade não acreditou. Beatriz gritou e falou que não estava machucada, mas seu ego estava ferido, foi rejeitada e isso não podia acontecer, afinal a Amanda Cavalcante era uma das mulheres mais cobiçadas por onde passava, e ser rejeitada por uma mulher era inadmissível.
As irmãs vieram no mesmo trajeto que elas fizeram, quando iam chegando a boiada estava passando, eram várias cabeças de boi, correndo, uma pessoa no caminho seria pisoteada com certeza.
Amanda:- Aí meu Deus, Beatriz!