Logo depois de deixar Karol no condomínio, eu dirigi sem rumo, com a mente nublada e o corpo inquieto. Tentei me convencer de que era forte, de que poderia superar aquilo, mas, no fundo, tudo o que eu sentia era a realidade esmagadora: a pessoa em quem eu confiava, com quem me via construindo uma vida, estava enganando de forma tão dissimulada que me deixava sem chão.
Minhas mãos estavam suadas, escorregando no volante, enquanto a raiva e a decepção pulsavam dentro de mim como um tambor surdo. Meu coração batia rápido, como se tentasse me acompanhar na velocidade em que minha mente corria. O ar parecia pesado, cada respiração mais difícil que a anterior. Minha visão começava a se turvar com a fúria que se acumulava, então decidi fazer o que sempre fiz nessas horas: liguei a música.
Girei o botão do volume até o máximo, deixando que o som brutal do thrash metal invadisse o carro, cada batida da bateria reverberando pelo meu corpo. O vocal agressivo e os riffs rápidos eram como um reflexo do caos dentro de mim. Cada palavra gutural parecia expressar a raiva que eu não conseguia colocar em palavras. Mas, ao invés de aliviar a tensão, a música fazia o contrário: ela amplificava meu estado. Meus pés no acelerador tremiam de leve, enquanto meus punhos apertavam o volante com mais força do que eu percebia.
As letras gritadas ecoavam dentro de mim, como se estivessem narrando minha própria traição. Eu queria esquecer, queria silenciar a dor, mas a cada grito das guitarras e cada batida agressiva, minha mente voltava ao mesmo lugar: Karol. O sorriso dela, tão calmo e confortável, agora parecia uma máscara de mentira. Como ela poderia fingir tão bem? Como alguém que me olhou nos olhos e prometeu estar ao meu lado poderia me enganar de forma tão dissimulada?
Eu sentia meu peito apertar com cada nota. O som estava tão alto que as vibrações das caixas de som sacudiam os vidros do carro, mas, ainda assim, não era suficiente para calar a tempestade dentro de mim. Minha mandíbula doía de tão cerrada, e minha garganta queimava com o grito que eu queria soltar, mas que ficava preso lá dentro, sufocando. A música e a raiva se misturavam, criando uma espécie de transe, me prendendo em um ciclo de pensamentos destrutivos, enquanto o carro avançava pelas ruas esburacadas e infernais de são Paulo.
Eu podia sentir cada músculo do meu corpo tenso, pronto para explodir a qualquer momento. A música estava no controle agora. Cada batida acelerada do thrash metal parecia sincronizar com os pulsos de raiva que percorriam meu corpo. A fúria e o som se tornavam um só, ecoando no meu peito como uma explosão prestes a acontecer. Eu queria correr, gritar, destruir algo — qualquer coisa que pudesse substituir a dor que crescia dentro de mim.
Peguei o celular com uma urgência que nem eu sabia explicar. Era como se precisasse fazer algo, qualquer coisa, para evitar a dor que pulsava no fundo do peito desde a nossa conversa. A lembrança das palavras de Karol — a forma como ela tentava se impor e m manipular daquele jeito — latejava na minha mente, deixando um gosto amargo na boca. Pensei em abrir as mensagens que ela tinha mandado logo depois, na esperança de encontrar algo que fizesse sentido, algo que amenizasse o vazio que ela deixou. Mas a ideia de encarar aquelas palavras de novo me paralisou.
Eu não conseguia lidar com isso. Não agora.
Meus dedos tremiam ao fechar o aplicativo, como se o simples ato de evitar as mensagens exigisse mais força do que eu tinha. Respirei fundo, tentando acalmar a tempestade dentro de mim, mas só senti o peito apertar mais. O vazio era sufocante. A solidão parecia invadir cada parte de mim, como se tudo ao redor estivesse se fechando. Eu precisava de alguém, de uma voz, uma presença que me arrancasse dessa escuridão que se formava.
Fui para a lista de contatos, rolando a tela repetidamente. Nada. Ninguém parecia certo. Cada pessoa era uma lembrança distante de algo que eu já não conseguia alcançar. A sensação de ter sido traído crescia, como se eu estivesse afundando cada vez mais, preso em um ciclo de pensamentos que não me deixavam escapar.
Estava parado ali, no posto de gasolina, há tempo demais. Sem saber para onde ir, sem saber o que fazer. O silêncio ao meu redor só aumentava a sensação de que eu estava sozinho, de que não havia saída. Minha cabeça girava, tentando achar uma solução, qualquer solução, quando um nome finalmente surgiu. Talvez, só talvez, essa pessoa pudesse me ajudar. Talvez ela pudesse me trazer um pouco de alívio, uma pausa para a dor que parecia não ter fim.
Esta pessoa era Paola, uma amiga de longa data. Conhecemo-nos desde que éramos crianças, vizinhos inseparáveis desde os oito ou nove anos. Ao longo do tempo, nossas vidas se entrelaçaram de formas inesperadas. No início do colégio, começamos a sair e, em pouco tempo, nossa amizade se transformou em algo mais — uma amizade colorida que, de alguma forma, sobreviveu ao tempo até eu cometer a loucura de me envolver com a Nissei safadinha.
Paola era uma garota "normal", mas isso não a tornava menos especial. Morena, alta, atlética; ela sempre teve um espírito vibrante. Tentou ser jogadora de vôlei, mas seu joelho parecia descordar de seus planos, repetidas contusões a fizeram desistir causando um misto de frustação e decepção. Esta frustação se refletiu também em sua vida pessoal, e ela se meteu em diversos relacionamentos mal sucedidos.
Escolhi Paola não apenas pela história que compartilhamos, mas também porque estava solteira naquele momento. Sabia que precisava sentir novamente a sensação de seduzir e ser desejado. Era preciso manter a autoestima e a confiança, isso é o que todos que estiverem na mesma situação precisam fazer. Conseguir manter o controle emocional era obrigatório em qualquer tipo de situação, especialmente depois do que aconteceu com Karol.
Eu era completamente contra traições e, naquele momento, sabia que o noivado de Paola tinha chegado ao fim após uma descoberta escandalosa envolvendo seu então noivo. Essa minha velha amiga, portanto, tinha todos os requisitos que necessitava naquele momento.
O que eu precisava era de alguém ao meu lado, alguém que pudesse me distrair, fazer-me rir, lembrar que eu era mais do que a dor que sentia. Se eu pudesse encontrar um pouco de conforto na companhia de Paola, talvez isso me ajudasse a reconquistar a confiança que estava tão abalada. Com o coração acelerado e a mente cheia de pensamentos conflitantes, peguei o celular e fui para a lista de contatos.
Apertei o botão para ligar e, à medida que o tom de discagem ecoava, uma onda de nervosismo e esperança se misturou dentro de mim. Paola poderia ser a chave para me ajudar a sair desse buraco emocional. Respirei fundo enquanto aguardava que ela atendesse, tentando manter o controle, lembrando a mim mesmo que eu era mais forte do que a dor que me cercava.
Quando a convidei para visitar seu apartamento naquele domingo, para minha surpresa, Paola aceitou sem grandes resistências. Ao ouvir a confirmação, uma onda de alívio me invadiu. Era como se um pequeno raio de esperança tivesse penetrado a escuridão que me cercava. Eu precisava de companhia, alguém que me distraísse, que me fizesse esquecer, mesmo que temporariamente, a tempestade emocional que se abatia sobre mim.
Voltei para o meu apartamento, e ao entrar, o silêncio me envolveu como um manto pesado. Mas foi no carro, no caminho de volta, que senti a solidão realmente me alcançar. O barulho dos pneus no asfalto e o vazio ao meu lado criaram o cenário perfeito para as emoções tentarem tomar o controle. Durante a conversa com Karol, eu havia me mantido firme, mas agora, sozinho no carro, a razão começou a vacilar.
No carro, senti o peso das dúvidas se acumulando. O medo parecia ganhar força, me puxando em direções que eu sabia que não eram as certas. Ainda assim, o medo solidão pode ser tão persuasiva quando estamos vulneráveis. Quase cedi.
Foi apenas ao iniciar aquele banho gelado que minha mente começou a clarear novamente. A água fria escorrendo pelo meu corpo ajudava a apagar, pouco a pouco, o fogo dessas emoções que antes pareciam incontroláveis. Aos poucos, a razão, que tinha me escapado no caminho de volta, começou a reassumir o controle. Era como se o frio estivesse limpando minha mente, trazendo de volta a perspectiva que eu sabia que tinha.
Lembrei-me mais uma vez do velho conselho: nunca tomar decisões de cabeça quente. Esse conselho não serve apenas para evitar impulsos desastrosos, mas também para nos proteger nos momentos de vulnerabilidade, quando estamos cegos ao que realmente importa. Nessas situações, é fácil confundir carência com necessidade, medo com amor. No carro, por pouco minha mente não caiu nessa armadilha. Mas agora, sob a água gelada, tudo parecia mais claro.
Para muitos, o medo de ficar sozinho e a ideia de que talvez nunca mais encontrem alguém podem ser inimigos traiçoeiros. Eles nos fazem acreditar que aceitar menos do que merecemos é o melhor — ou pior, o único — caminho. Porém, em momentos como esse, sinto que minha experiência de vida me deu uma vantagem. Sei que preciso voltar ao jogo, mas não como alguém acuado ou derrotado. Não. Volto com a certeza de que, de alguma forma, vencerei sem hesitação.
Vesti-me com simplicidade: uma calça jeans e uma camiseta. Sentia minha confiança restaurada. A visita a Paola não seria apenas para afogar a angústia ou espantar os sentimentos negativos que vinham me assombrando. Não. Esta era minha oportunidade de retornar ao campo de jogo, mas desta vez com uma estratégia clara. Não jogaria mais na defensiva, reagindo aos lances da vida. Agora, entraria em campo com uma estratégia ofensiva, calculada e pragmática. Eu estava pronto para vencer — ou, pelo menos, para não aceitar nada menos do que mereço.
Ao entrar no apartamento de Paola, fiquei paralisado por alguns segundos, tentando assimilar a visão à minha frente. A moreninha magra de antes tinha se transformado em um verdadeiro espetáculo. Parecia que ela passou os últimos anos esculpindo suas coxas e, principalmente, o que agora era um glúteo de respeito. E, claro, os peitos novos estavam ali, completando o pacote de forma quase... desleal.
Com um sorriso malicioso no rosto, ela fechou a porta do apartamento, esbarrando “acidentalmente” aquele bumum torneado em mim. Caminhou até o centro da sala, jogando um olhar por cima do ombro que parecia um convite ou um desafio.
— Maurinho... Nunca viu uma mulher, não? Vai ficar aí parado, babando, até quando? — O tom dela era puro sarcasmo, como se estivesse se divertindo com a minha expressão.
— É que... você mudou. Dois anos e você é outra mulher. — Respondi, ainda tentando juntar as peças.
Ela apenas sorriu, como quem já esperava por isso, e veio na minha direção, sem mais delongas. Me beijou com uma intensidade que me pegou de surpresa, me empurrando contra a porta. O beijo era faminto, e eu aproveitei para, com um toque mais curioso do que habilidoso, mapear cada centímetro daquele corpo que parecia ter sido esculpido com precisão.
Ela afastou o rosto por um momento, me encarando com um olhar tão intenso que quase me desmontou.
— Terminei meu noivado há duas semanas. — disse, quase sem fôlego. — E já não estou aguentando mais. Eu preciso de você. Depois a gente conversa, e quem sabe eu te dou aquela dose de apoio emocional que você parece precisar. — A última parte saiu com uma pitada de ironia.
Sem esperar resposta, ela pegou minha mão e começou a me puxar em direção ao corredor, com uma urgência palpável.
— Agora, eu só quero você todo... dentro de mim — murmurou, me puxando para o quarto.
Paola estava usando um vestido leve, de tons rosados que se misturavam, quase como um gradiente suave sobre sua pele. O cabelo solto caía naturalmente sobre os ombros, e ela tinha uma maquiagem leve, apenas o suficiente para destacar sua beleza. Assim que entramos no quarto, decidi tomar as rédeas da situação, como sempre faço.
Sem perder tempo, pressionei-a contra a parede, meus lábios encontrando seu pescoço enquanto minhas mãos deslizavam pelas suas coxas, apertando com firmeza. Subi o vestido lentamente, e para minha surpresa — e deleite — percebi que ela estava sem calcinha.
— Já sem calcinha, safada? Tá querendo rola, né? — murmurei, o tom carregado de provocação.
— Sim, Mauro... Mas não qualquer uma. Eu quero a sua... Sinto falta de você dentro de mim... — ela respondeu, sem rodeios, com uma voz que misturava desejo e urgência.
Ao ouvir isso, agarrei seus cabelos com uma das mãos, puxando levemente, enquanto com a outra comecei a apertar sua garganta, sem pressa, sentindo sua submissão.
— Você sabe do que eu gosto, não sabe?
— Sim... sim... por favor... — ela gemeu, ansiosa.
— Quer que eu te coma como uma qualquer, como uma vadiazinha? — provoquei, minha voz mais baixa e controlada, brincando com o poder que eu exercia naquele momento.
— Quero!! Por favor!! Só você sabe me comer desse jeito...
— Pede... Implora... Pede o meu pau — continuei, a tensão entre nós subindo.
— Por favor... por favor, faço qualquer coisa... Me fode como você sempre fez... Me faz sua putinha...
Sem mais palavras, voltei a segurar suas coxas, agora com mais firmeza. Levantei-a do chão, e suas pernas instintivamente se fecharam ao redor do meu quadril enquanto eu a carregava até a cama. Coloquei-a sentada na beira, me ajoelhei entre suas pernas, e comecei a beijar o interior de suas coxas, devagar, sem pressa.
Os gemidos de Paola começaram a preencher o quarto. Depois de alguns segundos sugando e mordendo suas coxas com delicadeza, subi mais um pouco e dei um beijo rápido em sua buceta, já completamente molhada. O cheiro dela me invadiu de novo, como uma lembrança familiar e excitante, algo que me trazia uma felicidade quase infantil, como alguém que reencontra um prazer esquecido.
Continuei a brincar com o desejo, cheirando e beijando cada parte daquela gruta molhada, saboreando a expectativa. Subi um pouco mais, agora dando leves mordidas em seu púbis, sempre controlando o ritmo.
— Caralho, Mauro... Por favor, não faz isso comigo... — ela disse, com a voz entre o desespero e o prazer.
— Ué... Quer que eu pare? — perguntei, soltando uma risada irônica.
— Não! Por favor, me faz gozar, eu preciso... — implorou, sua voz embargada pela excitação.
— Calma... Tá muito apressadinha. Temos o domingo todo pra isso — respondi, o sorriso malicioso nunca saindo do meu rosto.
Voltei a beijar seu púbis, mordiscando com leveza, enquanto minhas mãos apertavam suas coxas com mais intensidade. Paola, tomada pelo desejo, segurou suas pernas abertas, mantendo-as na posição exata onde eu as havia deixado.
Sem mais esperar, decidi dar a ela o que tanto queria. Comecei a deslizar a língua pela extensão de sua buceta, alternando entre movimentos suaves e firmes, explorando cada centímetro dos seus lábios e, de vez em quando, indo até o seu cuzinho, só para provocar. Ela começou a tremer, seus gemidos ficando mais altos, e logo estava choramingando, implorando mais uma vez.
Percebi que os tremores em seu corpo só aumentavam. Paola já não conseguia segurar suas pernas abertas sozinha. Sabia que ela estava perto do limite, mas decidi intensificar sua tortura deliciosa, direcionando minha língua para o seu ponto mais sensível.
Ela começou a gritar e se contorcer, quase à beira de um colapso.
— Não para... Por favor, Mauro, não para... Você tá me matando... — ela implorava, sua voz tomada pelo prazer.
Mantive o ritmo, tranquilo, sem pressa, aproveitando cada segundo. Quando percebi que ela estava prestes a explodir, fiz algo um tanto cruel, admito, mas que sabia que só aumentaria o turbilhão de sensações nela. Simplesmente parei o que estava fazendo, levantei e me sentei ao lado dela na cama, puxando-a pelos cabelos para que se sentasse ao meu lado.
Paola, ofegante, com lágrimas de frustração escorrendo pelos olhos, me olhou, enquanto eu, firme, perguntei:
— Minha putinha quer gozar sem nem tirar minha roupa? — soltei uma risada debochada.
Com desespero, ela começou a abrir minha calça, suas mãos tremendo de urgência.
— Calma... Ajoelha e faz direito. Não tem por que ter pressa... — ordenei.
Ela fez exatamente o que pedi, se ajoelhando aos meus pés, tirando minha calça e minha cueca com cuidado. Quando meu pau finalmente saltou para fora, ela o pegou com carinho, beijando a cabeça com devoção, esfregando-o no rosto, me olhando com aquele sorriso safado, antes de começar um boquete intenso, cheio de vontade.
Parecia que Paola não provava algo assim há anos. Sem que eu dissesse nada, ela começou a engolir meu pau com uma determinação impressionante, enfiando-o até o fundo da garganta e, em seguida, quase o tirando por completo da boca, repetindo o movimento. A cada nova investida, ela ia mais fundo, usando a língua e os lábios para intensificar a sensação, sugando com precisão e desejo.
Ela mesma aumentava o ritmo, mais firme a cada vez, como se quisesse desafiar o limite de sua própria garganta, tentando "furar" o fundo com a ponta do meu pau. O som molhado e ritmado do meu pau batendo na sua garganta era quase como o som das baterias mais rápidas de uma banda de heavy metal, ecoando pelo quarto.
Eu não tinha intenção de interromper aquele boquete perfeito, mas, inesperadamente, foi ela quem parou. Com uma carinha meiga e olhos suplicantes, ela murmurou entre gemidos:
— Por favor, Mauro... Eu realmente preciso... Depois você faz o que quiser com a minha boca, mas agora... me come, por favor.
Soltei uma risada suave, apreciando o desespero que transparecia no rosto dela. Segurei-a pelo cabelo, puxando-a com firmeza em minha direção até que ela estivesse sentada no meu colo, já posicionando sua buceta contra meu pau, pronta para encaixá-lo onde ele pertencia.
Puxei seus cabelos com mais força e mordi seu pescoço, dessa vez com um pouco mais de intensidade. Paola gemeu alto, entendendo a dinâmica do momento, sem tentar se soltar. Ela apenas ficou ali, parada, esperando ansiosamente pelo próximo passo.
— Senta no meu pau... Quero que você me dê a melhor cavalgada da sua vida. Se for boa o suficiente, quem sabe eu não te recompenso com o seu cuzinho hoje... Se não for... paciência.
Sem hesitar, ela se ajustou, ainda um pouco afobada, e começou a descer devagar sobre mim, guiando meu pau para dentro de sua buceta, que o envolveu lentamente. Ela parecia precisar de um momento para se acostumar à sensação, talvez o noivo não fosse tão... avantajado, pensei com um sorriso malicioso.
A verdade é que, naquele momento, Paola superou todas as nossas transas anteriores. Ela estava mais solta, mais confiante, movendo-se com uma maestria que eu nunca tinha visto antes. Suas investidas eram profundas, cada movimento levando ambos ao limite.
Para não me estender demais, posso dizer que não sei quantas vezes a fiz gozar, mas eu mesmo gozei três vezes. Cada vez em um lugar diferente. Quando terminamos, exaustos, caímos na cama, dormindo de conchinha como dois namoradinhos.
Por volta das 20 horas, já estávamos exaustos e com a barriga roncando. Paola, sempre tão atenta, logo sugeriu que fôssemos ao nosso restaurante japonês favorito.
Ela sempre teve o dom de me mimar, me paparicar, mostrando-se disponível e disposta. Após anos em que confesso ter me aproveitado disso, comecei a perceber que essa dinâmica não era justa.
Nunca fui um desses caras escrotos e arrogantes. Sempre fui sossegado, na minha, muitas vezes enganando todos ao meu redor com a minha “falsa timidez”. Era como se eu usasse uma máscara que me permitia observar sem ser notado.
Por saber jogar esse jogo desde muito jovem — graças a uma amiga da minha mãe, que me ensinou um bocado sobre a psicologia feminina — sempre estive um passo à frente.
A vida, com seu jeito peculiar e complexo, me fez perceber que foi exatamente aquela nissei, novinha e cheia de vida, minha namoradinha infiel, quem me fez abandonar essa vida de conquistador. A ironia é que, enquanto eu brincava com o coração dos outros, o dela foi o único que realmente me tocou.
Voltando a pensar na Karol, recuperei o foco em nosso joguinho. No espelho do quarto da Paola, com a cama desarrumada ao fundo — que com certeza ela não conhecia, já que não era nem do meu apartamento nem da casa dos pais dela — tirei uma selfie de mim apenas de cueca. Não pude resistir e, após a autorização da Paola, postei a foto no Instagram, tanto na galeria quanto nos stories. Também troquei minha foto de perfil, que mostrava eu e Karol abraçados na festa da minha formatura. Nós dois estávamos realmente incríveis naquela foto.
Senti uma pontada de raiva por Karol ter me feito abrir mão daquela foto, mas consegui me controlar. Postei as novas fotos com uma legenda bem na vibe:
“Livre e de novo na pista…”
O que muitos garotos ou adultos “lerdos” em assuntos de relacionamento não sabem é que você precisa mostrar seu valor. Manter a autoestima elevada e fazer a pessoa que está ao seu lado sentir que está sempre em risco de te perder é essencial. Em vez de ficar chorando ou se mostrando submisso, aceitando o que sempre disse ser inaceitável, é crucial demonstrar que está seguindo em frente. Você não está disponível para ela; sua vida continua, com ou sem ela ao seu lado.
Paola e eu tomamos um banho rápido e nos arrumamos para ir ao restaurante. Minha companhia vestia um conjuntinho leve: uma saia azul com detalhes amarelados e uma parte de cima em tom salmão claro. Seus cabelos estavam presos de forma delicada, e seu perfume… nunca vi alguém tão cheirosa.
A iluminação do local ajudava a criar um clima misterioso e irresistível. Ao entrarmos, me senti um pouco incomodado com o fato de muitos olharem em nossa direção, o que fazia sentido pela mulher maravilhosa que estava ao meu lado.
Os garçons também nos conheciam, a mim e à Karol, já que esse era um dos restaurantes japoneses que mais frequentávamos. Depois de quase dois anos ao lado de uma japonesinha ninfeta, mas aparentemente tímida, eles deviam estar confusos e curiosos com a presença de Paola ao meu lado. O mais importante, porém, era que uma amiga de Karol havia começado a trabalhar ali há poucos meses. Com certeza, isso faria com que minha namoradinha infiel soubesse que eu estava no nosso restaurante japonês com outra mulher, mais velha, incrivelmente charmosa e elegante.
Ainda bem que os funcionários foram totalmente profissionais, como sempre. No final, pedimos tudo que queríamos do menu do “rodízio” e ficamos de mãos dadas, conversando. Decidimos pedir saquê para ajudar a degustar aqueles sushis maravilhosos, além dos outros itens que tínhamos direito.
— Mauro, você tem certeza de que quer continuar provocando a Karol? Não acha melhor conversar com ela?
A minha reação a essa pergunta foi uma só. Fechei a cara e quase terminamos mal nosso domingo.
— Veja bem, Mauro, nós já fomos jovens e começamos na faculdade. Ela pode ter se deixado levar. Eu sei que o jeito como ela lidou e conversou com você te magoou, mas…
— Gatinha, eu não falo sobre meu noivado com você, então você não fala sobre a Karol, certo? E outra, se eu tivesse desistido dela, não teria mandado a foto e nem estaria me preocupando com ela.
— Você vai continuar jogando esse joguinho com ela, então?
— Vou, e você vai me ajudar. Aproveite para se divertir comigo enquanto me divirto com você e com ela. É minha proposta. Pode ser injusta, hipócrita, cruel... mas vou fazer isso, jogar com ela, seja com você ou com qualquer outra que queira me ajudar.
Paola me surpreendeu com uma gargalhada. — Pode me usar e abusar... sempre pode. Se ela não deu valor, eu vou dar. Mas, se você decidir deixá-la para ficar comigo, não venha brigar depois.
Com um olhar sério e um sorriso malicioso, ela pegou minha mão e, debaixo da mesa, começou a esfregar o pé no meu calcanhar.
— Eu também sei jogar... vou adorar…
Essa situação durou alguns minutos até as primeiras entradas quentes do menu começarem a ser servidas. Não respondi, apenas apertei sua mão com força e mantive meu olhar firme nos olhos dela, como se estivesse aceitando o desafio.
A tensão se manteve até os temakis chegarem, os melhores que já provei em São Paulo. Voltando ao ataque, fiz questão de tirar uma foto deles servidos em um suporte de madeira com sua cor característica. Eram três: os meus dois favoritos, que a Karol conhecia bem, e um simples de salmão.
Aproveitei os temakis, usando o suporte para criar uma cena perfeita na foto. Além deles, coloquei os dois copos de saquê, quadrados e bem conhecidos pela Karol. Pelo ângulo da foto, ainda consegui pegar a mão de Paola, com suas unhas bem feitas, esmaltes coloridos e uma pulseira prateada. Postei a foto tanto nos stories quanto na galeria, com a legenda: “O melhor temaki de Sampa, com a melhor companhia possível.”
Paola estava com o celular na mão e viu minha nova postagem. Ela soltou uma risada nervosa e falou:
— Você realmente quer enlouquecer aquela garotinha? Não tem vergonha, não? Velho, barbado, brincando desse jeito com uma garotinha que mal fez 18 anos.
A risada após o que disse denunciou o deboche, mas me perguntei: e se essa brincadeira tivesse um fundo de verdade?