Segundo conto da dose dupla de hoje!
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Passei aquela semana inteira pensando no retorno do Dani. Quando chegou sexta à noite, um dia antes do “grande dia” com o gaúcho, fiquei caminhando de um lado pro outro pelo apartamento, suando de nervoso. Mas o pior de tudo foi ter que esconder meu nervosismo da Letícia, quando saímos para jantar um pouco depois:
-Eduardo, o que tá acontecendo? Você tá tão agitado hoje…
-Nada não, Lê! Só umas coisas chatas do trabalho…
-Hmmm, sei…- ela nem escondeu o desinteresse- mas mudando de assunto, te falei que no fim de semana que vem eu vou viajar com as meninas pra Angra?
-Acho que sim!- na real eu não tinha a menor ideia se a Letícia tinha dito algo sobre essa viagem- quando é que vocês vão?
-Vai ser rápido, vamos na próxima quinta e voltamos domingo.
-Ah, bacana! Curte bastante então!- e brincando com o guardanapo na mesa, olhando pra baixo, completei- lembra quando a gente foi pra Angra, Lê? Nossa, faz quanto tempo mesmo?
-Quase dois anos, Dudi- ela respondeu certeira- eu lembro bem daquela viagem. Parece que faz tanto tempo…
Pela primeira vez em muito tempo, a Letícia parecia substituir a indiferença com que ela vinha me tratando por um certo carinho. Estava mais do que óbvio pra nós que aquele casal apaixonado que viajou para Angra dois anos antes já não existia mais. Apesar de ainda estar puto com ela por conta do caso com o Will, também não podia ser hipócrita- afinal, eu também tinha aprontado bastante naqueles últimos meses. Fiquei bolado em ver o rumo que nossa relação tinha tomado:
-Sim Lê, parece…
Nos olhamos em silêncio. Será que aquele seria um bom momento para colocar tudo em panos limpos, terminar de vez a nossa história? Se eu quisesse ficar de vez com o Dani, cedo ou tarde teria que dar aquele passo. Cheguei até a abrir a boca para começar a tocar nesse assunto, mas não tive coragem de continuar. Até que a Letícia perguntou se podíamos pedir a conta. O que parecia ser o momento perfeito, se foi.
-Bora lá pra casa, Lê?- perguntei enquanto ela chamava o Uber.
-Ai Dudi, desculpa, mas hoje não vai dar. Vou ter que acordar cedo amanhã pra viajar pra casa dos meus pais. Depois que eu voltar a gente se vê, ok?- ela me retornou distraída- um beijo, amanhã quando eu chegar em Taubaté eu te ligo!
-Tá Lê, beleza- respondi antes de dar um selinho nela- se cuida!
E em um pulo ela entrou no carro para ir embora. Estava óbvio que a Letícia estava louca pra escapar do nosso jantar. Mas o pior de tudo é que isso nem me incomodava. Pelo contrário, tudo o que sentia era alívio de saber que ela não queria mais nada comigo. Que doido, eu me lembro que eu realmente curtia transar com a Lê no começo do namoro! Mas bom, alguém novo tinha aparecido na jogada desde então…
Cheguei em casa e abri uma breja, ainda estava reflexivo depois do jantar com a Letícia. Mas então pensei que no dia seguinte de manhã veria de novo o Dani. Só de imaginar ele com a roupa do fut, correndo pelo gramado com aquele jeito charmoso, já foi o suficiente para mudar meu ânimo! “Ah, vai ser amanhã!”, pensei colocando o despertador pro dia seguinte. Estava nervoso, mas confiante de que as coisas entre a gente iriam se acertar!
No dia seguinte, tomei o café apressado assim que acordei, logo já indo vestir a roupa do fut. Mas quando estava quase com o pé na porta, me lembrei daquela proposta safada do Fred. Fiquei pensando em como o gaúcho ia se amarrar quando descobrisse a minha safadeza. Chegar no ouvido dele no meio do jogo e contar que por baixo do meu calção, eu estava usando calcinha. Ah, isso iria deixar ele louco, no grau para me arrombar depois!
Voltei para o quarto e escolhi a dedo um fiozinho bem safado: vermelho, da cor do Inter, time do gaúcho, e de rendinha. Meu rabão pareceu engolir a calcinha assim que coloquei ela no meu corpo. Depois botei a cueca e o calção por cima, mas antes de ir embora, resolvi dar um alô para quem tinha tido a ideia:
“Ei Fred, beleza? Indo pro fut aqui. Adivinha com que roupa?”
Imaginei que ele fosse demorar pra responder minha mensagem. Quem tem tempo para ficar grudado no celular quando está de lua de mel na Itália? Mas o Fred foi ligeiro:
“Ah, eu SABIA! Me manda uma fotinha, vai! O Dani já vai ter tudo pra ele mesmo. Eu mereço, pô!”
Decidi caprichar pro loirão: apoiei os braços na bancada da cozinha e empinei o rabo pro alto, deixando um timer no celular pra tirar a foto. Puxei o calção um pouquinho pra baixo, revelando só metade da bunda. Embaixo da minha camisa do time (Du- número 2),o fiozinho vermelho contrastava com o resto do uniforme branco:
“CARALHO mano, que isso! Essa raba me deixa louco! Toma uma pra você também, Dudinha”
A foto não podia ser mais sexy: aquele puta gostoso do Fred só de sunga, todo bronzeado, com os músculos definidos brilhando na luz do sul. De óculos escuros e sorriso safado, parecia um ator de cinema. E com o contorno daquela rolona marcando no tecido da sunga branca, dava até pra ver até o formato da cabecinha.
“Porra, não sabia que o porte de arma era liberado na Itália”, brinquei.
“Viu só como tu me deixa, safada? Mas vai lá pro teu macho agora. Que inveja daquele gaúcho, pqp”
E depois dessa conversa, fui ainda mais animado para rever o Dani. Quando cheguei no campo que a gente costumava jogar, ouvi alguns barulhos vindos do vestiário. “Será que ele já chegou?”. Acelerei o passo para ver quem era que estava lá, torcendo pra ser o gaúcho. Imagina só, se ainda desse tempo para uma rapidinha no vestiário antes do jogo começar!
Mas não, não era o Dani quem já tinha chegado. Assim que passei pela porta no vestiário, dei de cara com o Will. Aquela era a primeira vez que a gente se encontrava desde a noite do casamento do Fred:
-Opa, fala aí, Du!- ele já estava com o uniforme do time, guardando algumas coisas na mochila- chegou cedo hoje, rapaz!
-É, pois é- respondi seco. Que cara de pau, ele se fazendo de amigo depois de me fazer de corno!
-Já sei até o porquê…- o Will abriu um sorriso malvado no rosto- deve tá com um fogo danado nessa xota pra levar esculacho do teu gaúcho, né? Mano, tu é tão fêmea que daqui a pouco teu pau é capaz de nem mais funcionar…
Filho da puta! Ele com certeza sabia que eu já tinha descoberto o caso dele com a Letícia, e tava adorando me humilhar assim. Um ódio descomunal tomou conta de mim. Porra, como é que tinha chegado tão baixo a ponto de um outro cara me tratar assim, sem respeito algum?
-Ei, que isso, mano?- o velho Eduardo bom de briga voltou pra cena, erguendo o queixo e indo na direção dele- quem você pensa que tu é pra falar essas coisas, hein?
Vish, tá nervosa!- ele me respondeu sem mudar a expressão- coitada, a falta de rola deve tá mexendo com a cabeça!
-Will, sério- fiquei quase colado nele- ou você para para, ou…
-Ou o que, Du?- ele chegou junto- tu acha que depois de tudo ainda me engana com essa pose? Eu já tô careca de te ver de calcinha e sutiã, moleque!
E nisso, ele rapidamente agarrou na minha bunda por trás, me puxando para mais perto. Apesar de estar tentando manter minha banca, meu instinto falou mais alto. Soltei um gemido baixinho, contra a minha vontade:
-Tá vendo? Em cinco segundos você já tá se revelando…- ele sussurrou no meu ouvido, acariciando minha bunda- eu sei que você tá chateada com a história da Letícia. Mas viu Dudinha, por mais que ela seja uma delícia, você é tão mais tesuda. Mais fêmea, mais safada…
-Não Will, chega!- estava puto, espumando de raiva daquele babaca. Mas por algum motivo não conseguia me desvencilhar dos braços dele..
-É sim, você sabe disso…no fundo você adora servir um macho escroto. Olha só como você me deixa…
O Will deu então aquela pegada com força na mala, exibindo os mais de 20cm durinhos no calção. Caralho, eu sempre ficava de queixo caído de ver como aquela rola era gigantesca. Por mais que eu estivesse cercado de roludos, a pica do Will conseguia ser a campeã. O tamanho daquilo surreal!
“Não Eduardo, para com isso!”, me ocorreu logo em seguida. Não podia ser tão vagabunda a ponto de ficar na mão de um cara que me humilhasse assim! Mas na hora, por mais que seja difícil admitir, fiquei paralisado, admirado com a energia de dominação que o Will exercia de forma tão natural sobre mim.
Ele então foi puxando o meu calção pra baixo. “Puta que pariu, a calcinha!”. Foi aí que meu deu um estalo e me afastei:
-SAI PRA LÁ, porra!- gritei tão alto que minha voz até ecoou pelo vestiário- não quero nada com você!
Mas o estrago já tava feito. O Will tinha visto meu segredinho:
-AHHH NÃO! ESSA NÃO!- ele batia no joelho de tanto rir- você veio mesmo de fiozinho vermelho pro fut, Eduardo? Ah para, isso é demais até pra você!
-Eu faço o que quiser meu irmão, e tu não nem nada com isso!- respondi desafiante, apesar da insegurança, subindo o calção.
-Mas tá certo, gata! O que é bonito tem que ser mostrado! Além disso, já tá todo mundo sacando qual é a tua…- e chegando mais perto, ele continuou, como se tivesse contando um segredo- aliás, sabia que a Lelê já me contou que tu tem sido um frouxo na cama ultimamente? Até ela já percebeu que tu é um viadinho safado..
Ah, aquilo já era demais! Fui com o punho cerrado na direção do Will, pronto para dar um soco. Iria atingir em cheio a cara dele, se alguém não tivesse chegado por trás. Era o Tom, que tinha acabado de chegar, me impedindo de estourar a cara daquele arrombado!
-OPA, OPA! Que tá acontecendo aqui- o Tom disse me segurando- bora esfriar a cabeça, pessoal!
-Filho da puta, tu vai se ver comigo, Will!- falei ainda varado de raiva, tentando me soltar dos braços do meu amigo.
-Para com isso, Du! Olha lá, a galera já tá chegando! Bora jogar bola, que é pra isso que a gente veio, porra!
Chegaram então outros três caras do time no vestiário. Como não queria lavar roupa suja na frente de todo mundo, resolvi segurar a onda, conseguindo me acalmar aos poucos. Mas se o amante da Letícia achava que eu iria engolir aquele desaforo, tava muito enganado! Antes de sair do vestiário, cheguei perto dele e disse::
-Tu tá fodido hoje no campo, vacilão.
O Will só ergueu as sobrancelhas e riu, devolvendo no mesmo tom:
-Bebê, a única que vai sair daqui fodida hoje é você!- e então ele deu uma outra bela apertada na mala, por cima do calção de fut- pode ir preparando a buceta pro pai!
De cara fechada, saí do vestiário. Um lado meu queria acabar com aquele imbecil do Will ali mesmo. Mas confesso que um outro lado, o mais puto, estava excitado com aquela tensão toda. Porra, como é que eu podia ter me tornado tão devasso? Era duro de admitir, mas é verdade: quando o Will falou com aquele jeito babaca para eu ir “preparando a buceta pro pai”, pegando com gosto naquele volumão, senti meu cuzinho piscar.
“Foco, Eduardo! Foco!”. Fui me aquecer um pouco na beira do gramado, tentando me esquecer daquela briga. “Porra, se pelo menos o Dani tivesse aqui!”. Só de ver aquele sorrisão do gaúcho, ouvir alguma piada idiota dele, já me sentiria mais tranquilo. Mas onde é que ele tinha se metido, que não chegava nunca? Será que justo naquele dia, em que a gente tinha combinado de ter uma conversa tão importante, ele iria me dar o bolo?
“Cadê você?”, mandei mensagem. Já tava quase dando 10h, horário em que a gente costumava começar o jogo. Depois da galera enrolar um pouco, jogando conversa fora, eu e o Tom ficamos de escolher os times. Em geral eu sempre escolhia o Will, já que a gente era próximo e curtia jogar junto, mas dessa vez fiz questão de deixar ele de lado. Apesar da maior parte da galera não saber o que tava rolando, já tava na cara que o tempo estava fechado entre a gente:
-Porra Du, sério mesmo que vai ser assim mesmo, é?- o Will veio tirar satisfação.
-Vai. Agora vai pro teu lado, que não tô pra papo hoje.
-Fechou então, Du. Bom jogo, irmão- e apontando pra mim- só cuidado pro tua roupinha não aparecer, hein?
Putz, com aquela história toda entre mim e o Will, tinha até esquecido que tinha ido jogar de calcinha! Mano, que ideia de girico tinha sido aquela! Mas bom, pelo menos eu tava com cueca por cima, então era só ter cuidado no corpo-a-corpo para não dar bandeira. Perdido nesses pensamentos, ouvi uma voz familiar:
-Fala gurizada! Desculpa a demora, meu carro quebrou no caminho! Onde é que eu entro?
“Porra, até que enfim!”. Me viro pra trás e vejo o Dani, com o uniforme todo branco, caminhando na minha direção. Ele estava ainda mais gato, mais gostoso do que eu lembrava! O gaúcho veio caminhando pelo campo cumprimentando a galera, até finalmente chegar em mim, que tava já posicionado na zaga:
-Seu Eduardo!- o sorriso dele estampado no rosto- porra Du, que bom te ver, guri!
-Digo o mesmo, Dani- respondi encabulado, tentando não demonstrar minha alegria em ver ele de novo.
-Foi mal pelo atraso, foi uma novela chegar até aqui! Mas tá de pé nosso papo hoje, né?
-Claro!
-Boa Du, deixa eu correr lá pra frente então! E viu- ele olhou pros cantos para ver se tinha alguém olhando, me dizendo baixinho logo depois- saudade!
-Saudade, gaúcho- tive mais uma vez aquele sorriso maravilhoso como resposta.
Enquanto via o Dani correndo pra posição dele, senti uma alegria inabalável tomar conta de mim. Aquela felicidade típica de reencontro, ainda mais intensa por ter certeza que as coisas entre a gente iriam se resolver!
Bora lá pessoal, que a gente não tem o dia todo!- o Will gritou irritado do outro lado.
Afastei um pouco as pernas, na espera do pontapé inicial. “Tudo normal”, pensei. Mais uma pelada de sábado como tantas outras. Só com a exceção da adrenalina causada pelo confronto com o Will. E claro, pela expectativa da conversa que teria com o Dani logo depois.
Ah, e também pelo fato de quando afastei as pernas, senti o fiozinho da calcinha atolar ainda mais na minha bunda! Minha vontade era de “fazer um resgaste”, mas ali não tinha jeito. Teria que me conformar em jogar aquela partida com o tecido da calcinha roçando lá trás!
Não tinha dado meio-dia, mas o calor já cozinhando a gente no gramado. Apesar de ser só uma pelada entre a galera, fui como se tivesse indo pra uma final de campeonato. Com a bola rolando, me joguei de cabeça no jogo. Achei que fosse o melhor jeito de lidar com a tensão toda que eu tava vivendo nas últimas semanas!
E não é que no começo pareceu que tava funcionando? Sem querer me gabar, mas comecei mandando bem demais naquele dia! Nossa defesa tava fechadinha. E como o Will liderava o ataque do outro time, toda hora a gente se enfrentava. Mas eu não tava pra brincadeira. Nem escondia minha alegria de ver o Will esbravejando, puto por perdido mais uma bola:
-Nossa guri, tá inspirado hoje, hein? Não tá deixando passar nada- o Dani veio me elogiar.
-Pois é, gaúcho… mas viu, só tem uma coisa sim que deixaria passar sim…- completei em voz baixa.
O olhar do Dani brilhou. A gente tinha uma regra não oficial de evitar falar de putaria quando tivesse no fut. Mas naquele dia não resisti. E ele não deixou por menos:
-Sua safada! Tô vendo que vai me dar trabalho hoje!
Aliás, naquele dia, ele era outro que tava jogando bem demais, marcando o primeiro gol da partida. Um baita golaço de bola parada, cobrança de falta bem batida, no maior estilo do Dani. Claro que fui correndo abraçar o gaúcho pra comemorar. Tive que fazer um esforço da porra para não tascar um beijão naquele macho e me jogar nos braços dele:
-Ae Dani, boa moleque!- falei contente
O gaúcho não quis nem saber. No calor do momento, para minha total surpresa, ele deu uma bela agarrada na minha bunda Super discretamente, claro, para ninguém ver. Mas eu senti meu corpo inteiro arrepiar quando ele meteu a mão no meu rabo e sussurrou no meu ouvido:
-Pra cada gol que teu macho fizer hoje, vai ser uma gozada no teu bucetão. Te prepara que hoje eu quero mandar no mínimo uns 3…
“Meu Deus, ele voltou de POA metendo o louco mesmo!”, pensei voltando pro meu campo. Quando ele falou “bucetão” então, tive que abaixar a camisa, para esconder meu pau ficando duro. A nossa conexão sexual tava incontrolável naquele jogo- a distância parecia só ter atiçado ainda mais a gente. O pós-jogo prometia!
Mas é claro que na vida, igualzinho ao futebol, a gente nunca pode cantar vitória antes da hora. O Wil, que sempre foi competitivo pra caralho, tava se mordendo de raiva por estar perdendo. Não demorou muito pra que ele, famoso na galera por ser catimbeiro como um jogador argentino, começasse a apelar. Durante um momento de bola parada, ouvi ele comentar com o Tom, alto o suficiente para que eu pudesse ouvir:
-E aí Tomzão, diz aí: já foi pra Angra?
-Nunca fui não, Will…isso aí é coisa de artista, nem tenho grana pra isso!
-Pois é, moleque…vou na semana que vem com a gata, acredita? Mas viu, acho que a gente nem vai sair do quarto…-e olhou para mim, dando uma piscadinha.
O Tom também se virou na minha direção, totalmente sem graça. Era óbvio que a “gata” que o Will tava falando era a Letícia! E pensar que aquela fingida ainda tinha dito que viajaria com umas amigas! Por pouco, mas muito pouco tempo mesmo, não fui tirar satisfação com ele no meio do gramado mesmo. Mas sabia que era bem isso o que ele queria. Decidi não fazer o jogo daquele pilantra. Respirei fundo e deixei a partida rolar, porque o mais importante pra mim, a conversa com o Dani, iria acontecer logo.
Mas o Will, claro, continuou a me provocar. Em uma cobrança de escanteio no meu lado do campo, fui marcar meu novo rival. Ele então chegou por trás, me falando no ouvido:
-Vem cá Dudinha, tu já mediu essa raba? Na moral, deve chegar fácil nos 100cm! Me fala, com essa bunda de mina tu deve até ter dificuldade de comprar roupa, né?
Não respondi. Com a cara amarrada, só fui me posicionando o melhor que pude para marcar aquele idiota. Ele se aproximou ainda mais, a ponto de eu sentir a sua respiração no meu cangote:
-Você jogando com esse calção apertado, se bobear pode até rasgar no meio do jogo! Imagina só a cena, o zagueiro com o bundão pra fora. Mostrando pros parças que tava o tempo todo vestindo uma…
Ele molhou os lábios antes de sussurrar no meu ouvido
-Calcinha!
-Mano, cai fora- respondi firme, mas ainda sem fazer escândalo. Caralho, por que o Tom tava demorando uma vida pra bater aquele escanteio? Vi o cara conversando um tempão com o Paulinho lá na frente, não conseguia entender o que tava rolando.
-Mas fica tranquilo, tu tá de cueca, isso não vai acontecer- o Will seguiu na humilhação. Meu olhar cruzou com o do Dani, que estava um pouco afastado. Ele, que me conhecia bem, percebeu que eu estava irritado.- mas meu, uma bunda como a tua, tinha que usar calcinha o tempo todo! Joga fora de uma vez as cuecas, Dudinha!
-Mano- estava no meu limite- tô te avisando, se você não parar…
-Calma Du, não precisa ficar nervoso!- ele seguia com aquele jeitão cínico- fica de boa, eu já sei o que vai te tranquilizar…
Vindo por trás, o Will encostou mais uma vez o volume no calção dele na minha bunda. Um arrepio percorreu meu corpo quando aquela picona, que já estava meia-bomba, relou no meu rabo. Ali foi a gota d'água. Me virei pro Will e dei um empurrão tão forte que fez ele cair no gramado:
-CAI FORA, ARROMBADO- gritei, para o choque de toda a galera. Aquela era primeira vez que rolava uma briga assim no nosso grupo de amigos.
-Caralho guri, o que tá rolando?- o Dani, preocupado, veio me segurar do lado direito, enquanto a galera fazia uma roda ao meu redor e do Will.
-Meu, mas vocês dois hoje tão demais, desde o vestiário essa putaria!- o Tom comentou, tentando me acalmar.
-Putaria é o que é essa daí finge que não faz- o Will gritou, já tendo se levantado- ei gaúcho, segura tua mulher, que ela tá descontrolada!
-Tu tá doido, Will?- o Dani ficou surpreso de ver o Will falando aquilo no meio de toda a galera- bah, pra que isso, a gente é amigo! Bora tomar um ar Du, não esquenta a cabeça com esse imbecil aí não…
Apesar de ainda puto da vida, o que restava do meu autocontrole decidiu seguir o conselho do Dani e sair do campo. Claro que ainda respondendo à altura, porque o Will não parava de me xingar. Até que de repente, quando já estava quase fora do gramado, aquele babaca veio correndo na minha direção:
-Mostra pro mundo quem você é, Dudinha!
E em um piscar de olhos, ele puxou para baixo meu calção e cueca. De imediato, senti um ar fresco tocar minha bunda descoberta. Como estava de costas, todos os caras do time viram aquela cena ridícula, que por mais que tenha durado somente alguns segundos, para mim pareceu durar uma eternidade. Quando virei pra trás, os olhos de todos os meus parças estavam cravados em só uma coisa: no meu rabo, completamente exposto, saltando pra fora. Com nada além do que um fiozinho vermelho!
-CARALHO!- a voz esganiçada do Paulinho cortou o silêncio- o Du tá de calcinha!
Porra, quem mandou ter dado moral pro cabaço do Fred?
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Fala pessoal! Por conta do trabalho, estou em um momento em que não consigo escrever com a mesma frequência de sempre. Mas mesmo assim, vou tentando atualizar as duas séries na medida do possível. Pode anotar: até a semana que vem, já vai ter o próximo conto de "A Submissão de Thiago"!