As reprodutoras 5

Da série As vaquinhas
Um conto erótico de Kaik
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 1121 palavras
Data: 08/09/2024 14:25:14

V

Barnabé apresentou Kaik ao médico da fazenda, o doutor Everton com as luvas brancas e segurando uma das vaquinhas sobre as coxas. Aplicava uma injeção no bumbum gorducho da vaquinha que reclamava mugindo. Ele acarinhava o local onde havia aplicado a vacina. Mas a vaquinha mugia de dor. O médico ergueu a cabeça para a chegada deles, e cumprimentou Kaik, disse em seguida para Barnabé:

-Esta vaca está febril…

-Melhor então colocar pra dentro.

-É o que eu acho também seu Barnabé - o médico disse - daqui há um ano, ela vai estar pronta para dar cria.

-É mesmo? - disse Barnebé abrindo a perna esquerda da vaca. - É das de Pretinha, a mãe dessa…

Barnabé disse virando-se para o novo domador.

- Pretinha nasceu na fazenda também, a mãe era uma reprodutora de ordem, veio de fora, foi uma das primeiras, e a filha e neta são da mesma cepa.

Kaik olhou em volta e viu mesmo uma das vaquinhas de tetas distendidas parecendo ter entre quarenta a trinta e tantos anos rondando por ali. O médico apontou para Pretinha e colocou a filhote no chão.

-Elas são mães protetoras - disse Everton - mas nunca avançam. Eu posso fazer o que for com essa vaquinha que saiu dela, e tudo que ela vai fazer é ficar ali esperando.

A cria correu para junto da mãe que a lambeu no rosto. As duas vaquinhas saíram devagar pelo campo. O médico ficou em pé, era magro, olhos azuis, e o cabelo cor de ouro.

- O senhor cuida de todas? - perguntou Kaik. - São muitas.

- Sim, - e suspirou - na verdade daqui a pouco vou precisar de mais ajuda. Elas raramente ficam doentes. Mas quando ficam é em massa. Barnabé já deve ter lhe dito que as naturais têm imunidade alta. Verdadeiras cavalas. Então são raros os períodos de doença entre elas. Mas as mais novas ainda estão criando imunidade. Então a atenção com elas precisa ser mais severa.

Eles gargalharam e Kaik sentiu que havia um amigo no médico que o olhava com sinceridade.

- Elas comem mato? - Kaik perguntou mas com ironia pois Barnabé explicara que além de compostos vitamínicos. Além das vacinas. Elas tinham uma alimentação a base de fibras e muito líquido.

- Elas comem o que você der para elas comerem - disse Everton - são bobas de tão mansas, é espantoso até, porque afinal…

Kaik entendia o que o médico queria dizer. Mesmo deixando a frase morrer sem o final, ele advinhara. Afinal… eram mulheres biológicas mas não tinham aquela dimensão. Elas eram estimuladas desde que nasciam ali, a não falarem e a andarem daquela forma como animais mesmo. As que falavam, segundo Barnabé, levavam choques, as que tentavam ficar em pé, levavam surras, e as que ousavam se rebelar recebiam punições maiores.

- Eu estava brincando doutor - Kaik disse - Barnabé explicou tudo direitinho. Mas me diga uma coisa, cá entre nós, o senhor já comeu alguma?

Kaik perguntou de forma displicente e o médico respondeu distraidamente:

- Claro, é uma das vantagens do trabalho - e sorriu - elas são mansas para tudo meu caro, as difíceis são as mestiças.

Kaik coçou a nuca porque estivera com Felisberto minutos antes, um negro alto de ombros largos e olhar de cachorro bravo. Ele estava junto ao domador de um trio de grávidas mestiças. Teobaldo, um gordo de boca porca que inseria uma sonda na vagina de uma das prenhas. Ela tivera a língua cortada por tentar falar mais de uma vez quando chegara do exterior para a fazenda. O próprio Teobaldo explicou que tomou a decisão com muito dó porque não havia outro jeito de fazer a vaquinha ficar calada e mugir como devia. Por isso, as mestiças tinham que ficar afastadas das naturais. Havia o receio de que as mestiças contaminassem as naturais que vinham sendo adestradas a décadas e com sucesso.

Barnabé explicara, porém, que embora fossem bem tratadas e cuidadas, as naturais, tinham uma fertilidade oscilante. Os seus períodos de “cio”, eram curtos, e algumas vaquinhas nem entravam no cio, tinham que ser estimuladas o que era um problema devido ao número delas, e a necessidade da fazenda por vender essas crias. Os pedidos eram cada vez maiores.

Mas as mestiças quando férteis eram verdadeiros mananciais de filhotes. Elas pariam um filhote atrás do outro. Emendando os períodos. Emprenhavam ainda no resguardo, e dali há alguns meses o filhote estava do lado de fora, pronto para ser vendido. Embora muitos deles ainda permanecesse ali para o desmame.

O tratamento para as mestiças era mais violento, porém, elas rebelavam-se, escoiceavam os domadores, nos períodos de estresse, era preciso um cuidado maior e mais vigilância par domá-las.

- Compreende-se, não é? - disse Everton, enquanto pegava outra filhote para vacinar. A pobrezinha esperneou choramingando. Ele acariciou sua cabeça e o lugar onde havia picado com a agulha e depois a soltou no pasto. A mãe dessa também estava de olho neles. - Essas mestiças veem de uma vida comum. Muitas vezes são escravas sexuais, não são como essas que nasceram aqui, e só conhecem essa realidade.

Eles interromperam a conversa para o retorno de Barnabé que havia se afastado para atender ao chamado no rádio. Everton segurou a mão de Kaik, cumprimentando-o mais uma vez, e desejando-lhe sorte. Everton voltou a segurar uma das filhotes, uma maiorzinha que as anteriores, a colocou no ombro e se afastou com ela. A mãe da vaquinha vinha logo atrás deles. Barnabé mal prestava atenção ao médico.

- Vamos que a vaquinha nova chegou.

Eles cruzaram a fazenda passando pelos celeiros onde as vacas dormiam a noite. Barnabé andava em um passo decidido. Era um homem sem muito traquejo linguístico mas prático em suas resoluções. Kaik reconheceu o amigo Aécio de longe e sorriu ao segurar sua mão.

- Há quanto tempo!

Aécio o puxou para um meio abraço. A nova vaquinha estava dentro de uma gaiola prateada em cima de um caminhonete. Barnebé subiu na carroceria e avaliou a vaquinha. Ele fez um gesto para Kaik que se aproximou. A menina dentro da gaiola olhava para eles com medo e pavor. Seus olhos serenaram apenas quando viu Aécio em sua frente. Ela até relaxou a musculatura do corpo ao ver o capanga. Aécio abriu a carroceria.

- Ela é bem mansa Barnabé, - avisou - não deu trabalho não.

- Melhor assim, - disse o velho - vamos gracinha, venha. Não, não Aécio, daqui nós assumimos, pode deixar. O chefe quer falar com você ligue lá de cima.

Aécio segurou a aba da frente do chapéu e subiu os degraus da escada para a casa grande lá em cima. A vaquinha quis correr trás dele mas a mão firme e Barnabé a puxou pela guia fazendo-a grunhir.

*

História de ficção.

Não envolve personagens menores de idade em situação de sexo.

Completamente fantasiosa.

Fetiche.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive for102 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários