Segredo Democrático

Um conto erótico de Nayeon
Categoria: Gay
Contém 3332 palavras
Data: 10/09/2024 16:38:22

O relógio na parede marcava quase nove da manhã quando Renato entrou apressado em seu gabinete. A rotina de um deputado federal raramente lhe concedia momentos de folga, mas ele estava acostumado àquela vida. Aos 29 anos, já tinha aprendido a lidar com a correria do Congresso, os debates intermináveis e as constantes negociações políticas. O que ele não esperava, naquele dia, era a figura de Breno, esperando-o em pé ao lado de sua mesa.

-Bom dia, deputado. Meu nome é Breno, vou ser seu novo segurança a partir de hoje. A voz de Breno era firme, sem ser autoritária, e sua postura reta e profissional sugeria que ele levava seu trabalho a sério. Renato o avaliou por um momento. Era jovem, talvez um pouco mais novo do que ele, mas parecia completamente no controle da situação.

-Prazer, Breno. Renato. Ele estendeu a mão, e Breno o cumprimentou com um aperto firme.

-Já fui informado sobre sua agenda de hoje, senhor. Se precisar de algo, estou à disposição.

Renato sorriu, surpreso pela prontidão e profissionalismo do rapaz. -Espero que não tenha muitas surpresas para você hoje. É só mais um dia típico aqui no inferno.

Breno riu, de maneira contida, como se entendesse exatamente o que Renato quis dizer. Aquela pequena troca de palavras quebrou a tensão inicial. Renato já havia trabalhado com outros seguranças, mas havia algo em Breno que o deixava à vontade, como se, de alguma forma, a presença dele trouxesse uma tranquilidade inesperada para a rotina caótica.

Poucos minutos depois, Tiago, assessor de Renato, entrou no gabinete com uma pilha de papéis. -Renato, preciso que você assine isso antes da sessão de hoje.

Renato olhou para Tiago, que se aproximou com um sorriso. -Ah, aliás, você já conheceu Breno, né? Eu o contratei. Ele veio com uma excelente recomendação.

Renato se inclinou para trás em sua cadeira, cruzando os braços. -Recomendação de quem?

-Um amigo em comum no Ministério da Justiça. Explicou Tiago, ajustando os óculos. -Ele trabalhou em algumas missões delicadas e soube que precisávamos de alguém de confiança para sua segurança. Breno foi a primeira escolha.

Renato assentiu, impressionado. -Parece que você fez um bom trabalho, Tiago. Até agora, estou satisfeito.

Breno, ouvindo a conversa, manteve a postura discreta, mas se aproximou um pouco mais, como se para indicar que estava à disposição. -Agradeço pela confiança, deputado. Vou fazer o possível para garantir que tudo corra bem.

Tiago riu e deu um tapinha nas costas de Breno. -Fique tranquilo, Renato. Ele é o cara.

O resto do dia seguiu de maneira intensa, como de costume. Breno acompanhava Renato nas reuniões e no plenário, atento e discreto. Tiago, por sua vez, continuava cuidando dos detalhes políticos, sempre movendo as peças nos bastidores.

Nos dias seguintes, a rotina começou a se consolidar. Breno já se mostrava cada vez mais presente, e Renato começava a perceber como a presença dele era natural. Ele não interferia no trabalho de Renato, mas estava sempre por perto, seja nos momentos tensos de um debate ou nas saídas rápidas para reuniões em outros prédios do Congresso.

Certa tarde, Tiago, Breno e Renato estavam em um intervalo entre sessões. Tiago, tomando seu café apressadamente, começou a falar sobre a agenda da semana.

-Renato, preciso te lembrar sobre a viagem a São Paulo. Você tem uma série de encontros políticos importantes no evento de lá. Vai ser uma maratona.

Renato suspirou. -São Paulo de novo? Toda vez que vamos lá, parece que estou correndo contra o tempo.

Tiago riu. -Bem, é o preço do sucesso, meu amigo. Pelo menos desta vez, você vai estar bem protegido. Ele olhou para Breno, que estava em pé, atento.

-Essa viagem será mais tranquila do que você imagina, deputado. Breno disse com seu tom calmo e seguro.

Renato sorriu, já confiando um pouco mais no jovem segurança. -Bom saber que alguém está otimista.

Tiago se levantou, olhando para o relógio. -Tenho que resolver algumas coisas antes de irmos. Breno, aproveite e revise o itinerário da viagem. Não queremos surpresas.

Breno assentiu. -Já estou de olho nisso. Tudo vai correr conforme o planejado.

Renato observou os dois interagirem. Tiago era seu braço direito há anos, sempre prático e eficiente, enquanto Breno, em pouco tempo, já mostrava uma lealdade e competência que surpreendiam Renato. Ele sentia que, com os dois ao seu lado, poderia enfrentar qualquer tempestade política.

Naquela noite, de volta em casa, Renato contou a Stephany, sua esposa, sobre a viagem para São Paulo.

-Mais uma viagem? Stephany perguntou, um leve tom de frustração em sua voz. -Rian vai sentir sua falta.

-Eu sei. Renato disse, abraçando-a enquanto Rian, seu filho, corria pela sala. -Mas é importante. E não se preocupe, eu vou voltar antes que ele perceba.

Ela suspirou, aceitando a inevitabilidade do trabalho dele. -Você sempre volta.

Renato sorriu, tentando afastar o peso que aquela frase carregava. Ele sabia que estava sempre em movimento, mas fazia o possível para equilibrar tudo. E agora, com Breno e Tiago ao seu lado, ele sentia que, pelo menos na parte política, estava em boas mãos.

O sono naquela noite veio rápido, com a mente já focada na viagem e no que estaria por vir.

--

Na manhã da viagem, o clima em Brasília estava especialmente nublado. O voo para São Paulo estava marcado para às 11 horas, e, como sempre, Tiago havia organizado tudo com precisão. Breno chegou à casa de Renato cedo, para acompanhá-lo ao aeroporto. Quando Renato saiu, já apressado, Breno estava ao lado do carro oficial, esperando com a calma de sempre.

-Tudo pronto? Perguntou Renato, jogando a mochila no banco de trás enquanto Breno abria a porta para ele.

-Sim, senhor. Só temos que pegar Tiago no caminho.

A viagem até o aeroporto foi tranquila. Renato, sentado no banco de trás, já estava revisando alguns documentos da reunião. Breno, silencioso no banco da frente, mantinha os olhos atentos no trânsito, enquanto o motorista fazia o trajeto sem grandes dificuldades.

Quando chegaram ao aeroporto, Tiago já os aguardava no saguão. Ele parecia animado, sempre cheio de energia antes de grandes eventos políticos.

-Pronto para mais uma maratona, Renato? Perguntou Tiago com um sorriso. -Vai ser um evento grande. Você tem uma série de reuniões com líderes do partido, além de alguns encontros com empresários.

-Mal posso esperar. Disse Renato, num tom meio sarcástico, embora soubesse da importância de tudo aquilo.

Os três embarcaram juntos, e Breno seguiu vigilante ao lado de Renato durante o voo. Enquanto o avião cortava os céus em direção a São Paulo, Renato aproveitou para revisar o que o aguardava no evento. As reuniões com empresários poderiam definir alguns apoios cruciais, enquanto as conversas com os líderes do partido poderiam moldar seu futuro político.

Já em São Paulo, o evento era realizado em um grande hotel de luxo no centro da cidade. Desde o momento em que Renato pisou no saguão do hotel, ficou claro que a presença dele era notada por todos. Políticos de todos os estados, empresários influentes, jornalistas – todos estavam ali, atentos a cada movimento.

Breno estava sempre ao lado de Renato, discreto, mas firme em sua função. Ele acompanhava Renato de sala em sala, certificando-se de que o deputado estivesse seguro e confortável, enquanto Tiago coordenava as reuniões e falava com as autoridades e empresários.

Em uma das pausas entre reuniões, Tiago, Renato e Breno encontraram um breve momento para respirar.

-Como está indo até agora? Perguntou Tiago, enquanto tomava um gole de água.

-Bem melhor do que eu esperava, na verdade. Respondeu Renato. -Mas ainda temos alguns encontros importantes pela frente.

-Tudo sob controle, deputado. Disse Breno, lançando um olhar rápido ao redor do salão para garantir que estavam em um espaço seguro.

Renato sorriu. -Com você por perto, Breno, eu acredito nisso.

Tiago riu, percebendo a conexão que começava a se formar entre os dois. -Está vendo, Renato? Eu disse que ele era o cara certo.

O evento continuou por mais algumas horas, até que a noite caiu sobre São Paulo. Renato estava cansado, mas sentia que o dia tinha sido produtivo. Na volta para o hotel, Breno e Tiago o acompanharam no carro, o silêncio entre eles confortável, como se todos soubessem que tinham feito um bom trabalho.

Ao chegarem ao hotel, Renato foi direto para seu quarto, exausto. Breno se despediu educadamente, garantindo que tudo estava seguro antes de se retirar para seu próprio quarto. Tiago fez o mesmo, deixando Renato finalmente sozinho.

Sentado na cama, Renato refletiu sobre o dia. A presença de Breno, sempre calma e firme, começava a ser algo que ele apreciava mais do que esperava. Não era apenas a competência do rapaz, mas a tranquilidade que sua presença trazia, algo que Renato não havia sentido com outros seguranças antes.

Ele se deitou, deixando o cansaço tomar conta. O dia seguinte seria ainda mais cheio, mas, pela primeira vez em muito tempo, Renato sentia que não estava sozinho naquela batalha. Tiago era sua mente prática, Breno era sua segurança – e, juntos, eles formavam uma equipe sólida.

--

O segundo dia de encontros políticos em São Paulo começou cedo. Renato acordou com o despertador tocando às seis da manhã, o corpo ainda cansado da intensa agenda do dia anterior. Ele se arrastou para o banheiro, lavou o rosto com água fria e, enquanto se preparava, refletia sobre a maratona que tinha pela frente. Estava acostumado àquele ritmo, mas, ultimamente, começava a sentir o peso acumulado do trabalho incessante.

Breno estava esperando por ele no saguão do hotel, como sempre, pontual e atento. O segurança o cumprimentou com um simples aceno de cabeça, seus olhos sempre escaneando o ambiente, enquanto Tiago se aproximava com o cronograma do dia.

-Bom dia, Renato! Temos um café da manhã com alguns empresários logo mais. Em seguida, tem o painel com os líderes do partido e, à tarde, aquela reunião com o grupo de jovens deputados. Tiago informou, como de costume, sem deixar espaço para surpresas.

-Perfeito. Disse Renato, ajustando o paletó. Ele havia aprendido a confiar cegamente na organização de Tiago. -E, claro, que comece a maratona.

Após algumas horas de compromissos matutinos, Renato finalmente teve um momento de descanso durante o almoço, organizado em uma grande área do hotel, destinada exclusivamente para os convidados do evento. Enquanto ele conversava com alguns conhecidos, tentando relaxar e saborear a refeição, seus olhos captaram uma figura familiar se aproximando. Nicolas, um jovem deputado do sul, estava vindo em sua direção com um sorriso que, para Renato, sempre parecia um pouco forçado.

-Renato! Quanto tempo, hein? Como estão as coisas? Perguntou Nicolas, com a típica energia jovial que, para muitos, era um charme, mas que Renato considerava um tanto irritante.

-Ah, Nicolas, estou na correria de sempre. E você? Renato respondeu, mantendo o sorriso polido, mas com uma certa distância emocional. Ele sabia que tinha que manter as aparências, mesmo que não fosse o maior fã de Nicolas.

-Ah, você sabe como é... Estamos vivendo o sonho, certo? Dois caras jovens, no topo da política do país. Nicolas disse, sentando-se ao lado de Renato e pegando uma taça de vinho que passava por eles. -Mas, às vezes, tenho que admitir... sinto falta de quando as coisas eram mais simples. Quando podíamos nos divertir sem tanta responsabilidade.

Renato levantou uma sobrancelha, curioso com o tom de Nicolas. Ele sempre mantinha uma postura tão jovial e confiante, mas ali havia algo diferente, uma insinuação de cansaço ou, talvez, insatisfação. Ele deu um gole no seu próprio vinho antes de responder.

-Sim, as coisas mudaram rápido. Acho que todos nós sentimos falta de alguns momentos mais despreocupados. Mas faz parte do pacote, não é? Agora temos uma responsabilidade enorme.

Nicolas riu, mas havia uma sombra em seu sorriso. -Responsabilidade enorme, sim... Mas às vezes, você não sente que estamos perdendo algo? Nossa juventude... As grandes aventuras que deveríamos estar vivendo agora, e em vez disso estamos aqui, negociando com empresários e discutindo projetos de lei?

Renato refletiu por um momento. A juventude, de fato, estava passando mais rápido do que ele esperava. As aventuras que ele imaginara para si mesmo, antes de entrar na política, pareciam agora um sonho distante. Ele se dedicava à família, à carreira, e raramente sobrava espaço para algo além disso. No entanto, ele não podia ignorar o tom na fala de Nicolas, algo além de uma simples nostalgia.

-Faz parte da escolha que fizemos, Nicolas. Sabíamos que a política ia exigir muito de nós. Respondeu Renato, tentando manter o foco na responsabilidade que ambos tinham assumido.

-Ah, sim, claro… Nicolas murmurou, olhando em volta para se certificar de que ninguém estava prestando atenção à conversa. Ele inclinou-se um pouco mais perto de Renato, o sorriso se transformando em algo mais conspiratório. -Mas, você sabe, às vezes dá pra... encontrar tempo para certas escapadas. A gente só tem que ser esperto.

Renato o olhou de soslaio, intrigado, mas preferiu não aprofundar o assunto. Ele sempre soubera que Nicolas tinha um lado mais livre, mais aventureiro. Rumores sobre festas e comportamentos questionáveis sempre rondavam o nome dele, mas Renato nunca havia se interessado em confirmar ou negar o que ouvia. A política, por si só, já era um campo minado suficiente.

-O que você quer dizer com escapadas? Renato perguntou, disfarçando a curiosidade com um tom casual.

Nicolas riu, tomando mais um gole do vinho. -Nada demais, Renato. Apenas... momentos que a gente aproveita fora dos holofotes. É uma forma de manter a sanidade, sabe? Afinal, merecemos nos divertir um pouco, não acha?

Renato sentiu o peso da insinuação. Não era a primeira vez que ouvia algo assim de outros colegas, e sabia que muitos se entregavam a vícios e prazeres escondidos como forma de lidar com o estresse. Mas, até então, ele sempre havia mantido certa distância desse tipo de comportamento. Para ele, a política era séria demais para arriscar sua reputação em "escapadas" ilícitas.

Mesmo assim, uma pequena parte de sua mente, talvez a parte que estava começando a se cansar da pressão incessante, se viu curiosa. O que exatamente Nicolas fazia quando estava fora dos holofotes? Ele sabia que o jovem deputado tinha acesso a círculos mais exclusivos, onde algumas regras eram mais... flexíveis.

-Cada um tem sua forma de relaxar, Nicolas. Renato disse, mantendo um tom neutro. -Mas, no fim das contas, temos que lembrar o porquê estamos aqui.

Nicolas deu de ombros, como se não se importasse muito com a resposta diplomática de Renato. -Claro, claro. Mas, se um dia você quiser relaxar de verdade, me avise. Tenho alguns amigos que podem te mostrar um lado diferente da cidade.

Renato forçou um sorriso e assentiu, fingindo desinteresse. -Vou me lembrar disso, Nicolas.

Enquanto Nicolas se afastava, indo se juntar a outro grupo de jovens políticos, Renato ficou parado por um momento, pensativo. Aquela conversa o deixou um pouco desconfortável, não apenas pelas implicações óbvias, mas também pela forma como uma parte de si ficou tentada a considerar a oferta. Era uma curiosidade que ele não queria admitir, nem para si mesmo. Sua vida era focada na carreira, na família, e ele não queria colocar tudo isso em risco por conta de uma aventura momentânea.

Ele balançou a cabeça, afastando os pensamentos, e voltou sua atenção para Breno, que estava do outro lado do salão, observando atentamente. Seus olhos encontraram os de Renato por um breve momento, e o deputado sentiu uma estranha sensação de alívio ao ver a postura calma e confiável de Breno. Aquele jovem segurança, sempre atento e profissional, parecia ser o oposto completo de Nicolas – e, de certa forma, era exatamente o tipo de influência que Renato precisava ao seu lado naquele momento.

Renato respirou fundo e deixou a curiosidade de lado. Havia coisas mais importantes a serem resolvidas. Ele ainda tinha reuniões pela tarde, e o dia estava longe de acabar.

--

Os dias seguintes em São Paulo seguiram conforme o planejado, mas foram tão intensos quanto Renato havia antecipado. A rotina de reuniões, eventos e encontros políticos não dava trégua. Durante esse tempo, Renato manteve suas interações com Tiago e Breno dentro dos limites profissionais, mas ele sentia que o peso da agenda estava começando a cobrar seu preço. Cada compromisso parecia ser uma extensão da mesma discussão, e a repetição o exauria.

Nicolas, com sua leveza disfarçada de cinismo, aparecia aqui e ali, sempre com um sorriso fácil e uma piada pronta, contrastando com a seriedade de Renato. Mas, apesar das conversas entre eles, Renato evitava pensar demais nas insinuações sobre "escapadas" feitas pelo colega. Ele preferia se concentrar no que havia de concreto: as responsabilidades de sua posição, sua família, e a pressão constante que a política impunha.

No último dia de reuniões, enquanto voltavam para o hotel já tarde da noite, Renato finalmente desabafou para Breno. Os dois estavam no carro, e o silêncio entre eles foi quebrado por um suspiro longo de Renato, que olhava pela janela, observando a cidade iluminada lá fora.

-Eu nunca imaginei que seria assim tão cansativo. Disse Renato, a voz baixa, como se falasse mais consigo mesmo do que com Breno.

Breno, sentado ao lado, olhou para Renato com uma expressão atenta, mas sem surpresa. Ele já havia notado o desgaste no deputado nos últimos dias.

-São muitas responsabilidades, senhor. Respondeu Breno calmamente, deixando espaço para Renato continuar se quisesse.

Renato sorriu, um sorriso cansado, quase resignado. -É, responsabilidades demais para alguém da minha idade. Às vezes penso que poderia estar fazendo outra coisa. Tendo uma vida mais simples, mais... leve. Ele parou por um momento, lembrando-se da conversa com Nicolas. -Mas, ao mesmo tempo, eu gosto do que faço. Gosto de sentir que estou fazendo algo importante. Algo que pode mudar as coisas, sabe?

Breno assentiu, mas não disse nada. Ele sabia que, naquele momento, Renato precisava mais de alguém que o escutasse do que de conselhos.

-Eu sei que não posso reclamar. Continuou Renato. -Tenho uma vida boa. Uma família que me apoia, uma carreira que muitos sonham. Mas... às vezes me sinto preso, como se estivesse perdendo a juventude, as oportunidades de viver algo diferente. Ele balançou a cabeça, como se quisesse afastar aqueles pensamentos. -É estranho, porque ao mesmo tempo em que sinto isso, também sei que esse é meu lugar. Que é aqui que eu deveria estar.

Breno, sempre calmo, olhou para o deputado e falou com sua voz firme e reconfortante. -Às vezes, o caminho que escolhemos é difícil, mas isso não significa que não seja o caminho certo. O senhor tem feito a diferença, e isso é o que importa.

Renato sorriu, um sorriso um pouco mais sincero dessa vez. Ele admirava a simplicidade com que Breno via as coisas. -Você sempre tem uma boa perspectiva, Breno. Obrigado por isso.

O segurança apenas acenou com a cabeça. Para ele, ouvir e estar presente fazia parte do trabalho, mas sabia que suas palavras, mesmo simples, às vezes tinham um impacto maior do que imaginava.

Na manhã seguinte, o avião decolou de São Paulo rumo a Brasília, e Renato observava as nuvens pela janela, refletindo sobre os últimos dias. As conversas com Nicolas, as reuniões exaustivas, e o cansaço que sentia no fundo de sua alma estavam todos ali, pesando em seus ombros. Mas também havia uma sensação de que, apesar de tudo, ele estava onde deveria estar.

Ao seu lado, Breno, sempre atento e vigilante, permanecia uma presença silenciosa, mas reconfortante. Renato sabia que os dias agitados não acabariam com aquela viagem, mas havia uma certa paz em saber que não enfrentava tudo sozinho. E, de alguma forma, aquela relação silenciosa que começava a crescer entre ele e Breno trazia um novo tipo de apoio que ele não havia previsto.

Quando o avião tocou o solo em Brasília, Renato respirou fundo, pronto para encarar o que viria a seguir. Mesmo com o cansaço e as dúvidas, ele sabia que tinha uma missão. E, agora, mais do que nunca, ele sentia que estava preparado para seguir em frente.

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Comentários

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Muito bom o conto, mas cara, cadê a continuação?

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Imagino trisal de gostosos se amamando

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Nem bem começou mas, já comecei a torcer pelo Renato e Breno, será que vai acontecer um romance ou é apenas admiração de amigos.. aguardando os próximos capítulos, se houver rs

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