Me leve para a praia 13

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4824 palavras
Data: 10/09/2024 17:43:35

Chegamos finalmente, são quase onze, estou morrendo de fome. Assim que paramos, Bianca já vem nos receber na porta. Ela está em uma animação só. Primeiro ela nos apresenta seu namorado Caio e depois seus avós, seu José e dona Aninha. Eles também estão numa animação só por causa da neta favorita deles que está visitando. A casa é um duplex com uma varanda ampla, bem maior do que estávamos esperando. Após descarregarmos a Hilux, vamos conhecer a casa. Bianca aproveita para nos dizer como vamos ficar acomodados.

— Gente, além do quarto dos meus avós, tem mais dois quartos. Aqui embaixo fica o quarto deles e o meu, no andar de cima tem uma suíte com cama de casal e dá para armar duas redes lá, na varanda tem como armar seis redes. O Guilherme disse que vai trazer um colchão inflável de casal também, então vai dar certo.

— Tranquilo, a gente trouxe rede — Ciço a tranquiliza.

— Perfeito, então, é que eu quero deixar o quarto só para as meninas se vocês não se importarem?

— É até melhor — Raylan concorda.

— A escada para o quarto lá é aqui pela lateral da casa, tem um banheiro no quintal.

Acho melhor deixar vocês usarem o banheiro do quintal e deixar o do quarto para as meninas também, que aí não vamos ter problemas. Minha avó vai preparar as refeições e, de resto, é só curtição — Bianca fala, dando pulinhos de alegria.

— Cadê o resto do pessoal? — Ciço pergunta.

— A gente trouxe a Mari, a Tati e a Ka, os outros estão chegando no ônibus daqui a pouco, já ia até te falar para a gente ir buscar eles, enquanto o pessoal vai se instalando aqui, a gente vai lá — Não gosto da ideia de já ficar "sozinho", mas entendo que não faz sentido ir junto buscar o pessoal, já que eles vão precisar de todo espaço para caber geral.

Ciço e Bianca vão buscar nossos colegas. Enquanto isso, fico na varanda esperando por eles. Aqui tem uma vista muito linda, dá até para ver o mar. Já estou pensando no frio que deve fazer aqui. Raylan está arrastando asa para a Mari, as outras meninas estão conversando com César. Posso jurar que Ka vai devorá-lo com os olhos a qualquer momento, será que ela ainda não percebeu que ele é gay? Mas também não tenho como julgá-lo, ele não parece com um cara que beija rapazes, ou melhor, ele é discreto — agora estou militando em cima de mim mesmo.

A espera não parece longa, a energia no ar é contagiante. Enquanto olho para a vista do mar, percebo como aqueles pequenos momentos de tranquilidade são preciosos. O clima é leve, e até as ondas parecem dançar em sintonia com a música que sai do celular de alguém, ecoando na varanda.

Bianca volta animada com Ciço e os outros.

— Olha quem chegou! — grita Bianca, envolvendo a todos em um abraço coletivo. — Vamos aproveitar que a vovó está preparando um lanche, a família aqui é só amor e comida boa.

Ao todo, somos doze pessoas, além da gente e das meninas que vieram com a Bianca. Vinheram no ônibus os meninos que estavam faltando, Guilherme, Mário e André. Depois das apresentações do namorado da Bianca e do César para a galera, todos estão devidamente enturmados. Até onde eu sei, Guilherme está saindo com a Tati, a Bianca está com o namorado Caio e o Ciço comigo. De resto, estão todos solteiros. O Raylan parecia estar tendo alguma coisa com Giovanna, mas vi ele dando em cima da Mari, então posso afirmar que não sei mesmo, é de nada com certeza.

Como já está chegando a hora do almoço, ficou decidido que comeríamos algo e depois seguiremos para a praia. Essa é a primeira vez em que estou saindo com essas pessoas, mas todos estão me tratando como se eu fosse da turma de amigos desde sempre, porém tem gente aqui que nunca nem falei, não por ter problemas com eles, só pela minha condição de anti social mesmo, se não fosse pelo Ciço posso dizer que não estaria aqui nessa viagem.

Entretanto não estou podendo reclamar, pensei que seria ruim, mas até agora tem sido bem de boas, e ver a felicidade na cara do Ciço é a melhor coisa, ele de todos é o mais animado, estou começando a entender meu namorado um pouco melhor, tipo ele cresceu sendo um jovem solitário, sem o afeto e a devida atenção dos pais, ele teve amor, como a própria Claudia chegou a comentar comigo, porém ele crescendo sendo carente de atenção, então para ele está entre amigos curtindo um momento de felicidade deve ser o que ele mais sonhou na vida, cada vez que o entendo melhor, mas me apaixono por ele, quero cuidar e dar toda a atenção que ele merece, então podendo até me arrepender por isso depois resolvo lhe dar uma carta branca para o carnaval.

— Ciço — chamo-o para falar com ele, um pouco afastado dos outros.

— Opa, pode falar.

— Eu sei que sou chato para essas festas e curtições de vocês, mas vou tentar o máximo que eu puder socializar.

— Não quero que você se anule por mim em momento nenhum, Dan, isso é o oposto do que quero para a gente — tem como não amar esse cara?

— Eu sei, Ciço, não é isso que estou dizendo, o que quero dizer é que não quero que você se limite por minha causa. Eu sei que você gosta de beber, por exemplo, e que tem bebido bem menos desde que nos conhecemos. O que eu quero dizer é que não vou me chatear, pelo menos não por coisas que não preciso me chatear, não vou ser o namorado chato, está livre para beber e brincar quando quiser.

— Meu namorado é o namorado mais legal do mundo — ele diz, brincando e tentando me beijar, mas fujo dele.

— O pessoal vai ver — digo, ficando vermelho e envergonhado, ele apenas acha graça e voltamos para a mesa grande de madeira que tem no quintal.

A comida estava uma delícia, comida de vó normalmente não tem erro. Depois de comer, Bianca diz que o primo dela tem um bar perto da praia, a bebida é barata e ele vai ficar aberto até de manhã.Normalmente, ele só abre à noite, mas como é para ela, ele vai deixar a gente curtir a piscina e o espaço. O pessoal já tem bebida mesmo, então todo mundo veste roupa de banho e vamos para o tal bar. Ciço está com uma sunga branca e uma bermuda curta de mesma cor, suas coxas grossas e malhadas mexendo com meu imaginário, ele está com uma camiseta azul clara e um óculos de sol. Que macho gostoso esse meu namorado, porra.

Ciço está tão bonito que não consigo olhar para mais ninguém além dele, ainda mais ele exibindo sua força ao levantar as caixas com bebida para pôr na carroceria da Hilux. Os caras vão com a gente, César, Raylan e Guilherme no banco de trás e os outros na carroceria junto com a bebida. Enquanto as meninas vão com a Bianca e seu boy, eles vão indicando o caminho. Guilherme colocou sua JBL imensa para tocar um forró das antigas e todos — menos eu — conhecem a letra, e estão cantando, até os dois que estão na carroceria.

O sol está bem quente, mas a brisa que vem do mar alivia o calor. O bar é mesmo perto da praia, tanto que não demora muito até chegarmos. O espaço é bem amplo e fechado. O primo da Bianca abre o portão para a gente e entrega as chaves a ela. Já tem um pessoal na cozinha trabalhando para deixar tudo pronto para a noite. Ele diz que podemos usar o que quisermos, desde que ninguém consuma nada do bar até ele voltar. Bia o tranquiliza, informando que já temos tudo de que vamos precisar.

Ela e a Mari vão para a cozinha preparar uns tira-gostos com as coisas que a gente comprou, enquanto Ciço e Raylan vão limpar a piscina, que foi um dos pedidos do dono para liberar o espaço. Guilherme vai para o balcão preparar uns drinks. Caio coloca sua playlist de músicas carnavalescas na enorme JBL do Guilherme e pronto, está feita a festa, as meninas começam a dançar. É o tchan junto dos caras que estão se arriscando nas coreografias. Achei que eu fosse eclético até conhecer a playlist do Caio, as músicas vão de É o tchan no Egito para uma do João Gomes que não faço ideia do nome, aí depois do nada vem um chiclete com banana e completa com um funk proibidão.

Quando o funk com todos os palavrões conhecidos pela humanidade começa a tocar, Ciço termina seu trabalho e vai até o bar, pega um copo e serve uma generosa dose de uma bebida lá que Guilherme fez, depois pega uma coca lata no isopor e traz para mim. Ele senta do meu lado para ver o povo dançando e ficar rindo dos caras que claramente não sabem o que estão fazendo. Bianca vem com os tira-gostos e quem não estava bebendo ainda aproveita para começar. Olhando pelo isopor, vendo as possibilidades, Ka vê os fardos de Coca-Lata no cooler e pergunta, de quem é.

— São do Dan — Ciço responde.

— Ah, pois vou pegar uma aqui, Dan, porque só gosto de tomar uísque misturado com refrigerante — ela fala toda simpática.

— Beleza, mas só uma mesmo porque ele não bebe, então a coca é para ele — Ciço fala.

— Tá certo — ela fala, pegando a coca e fechando o cooler.

— Qualquer coisa, a gente sai para comprar mais refri — diz Mario, mas Ka não lhe dá muita atenção e volta a se aproximar do César, que parece ser o único cara ali que sabe rebolar a bunda de verdade, tanto que deixa as meninas babando por ele.

— César, você dança também bem, esse gingado aí é de quem sabe fazer coisas — Tati o provoca.

— Os caras nunca reclamaram — ele responde e vejo Raylan se engasgar com a bebida enquanto todos riem, achando ser uma piada do César.

— Até parece que um boy desse não é hétero — solta, Ka.

— Mas ele realmente não curte mulher, o César é gay assumido desde novo — Ciço confirma e ela fica de cara, mas quem parece não ter gostado nem um pouco da revelação, se é que podemos chamar assim, é o Raylan.

Deu para notar a decepção da Ka, mas ela foi rápida em recalcular a rota, virando a amiga do César e tirando uma casquinha no processo, que agora ela está esfregando nele "sem maldade". Raylan foi para a piscina, ele é muito homofóbico, imagino que tenha sido um golpe para ele, porque estava começando a ficar amigo do César. Seu minúsculo cérebro deve estar fritando agora pensando sobre isso, mas nem tenho muito tempo para pensar nisso. Quando César chama Ciço para dançar uma música do Leo Santana, ele olha para mim e dou de ombros.

— Vem, Ciço.

Eu sei que o Ciço é um gostoso, mas ele dançando Leo Santanda quase me causa uma ereção. Porra, que moleque gostoso, ele faz o César parecer um iniciante, ele tem um gingado, ou melhor, ele tem o molho. As meninas que babavam antes agora estão que nem eu agora, até a Bianca, que está do lado do namorado, deu uma secada nele. Ciço é um cara de muitas facetas, ele dança, ele é lindo, porém não sou o único que acha isso e um ciúme vai crescendo em mim quando vejo a Ka se chegando nele, para dançar com ele. Agradeço a Deus que a música que toca agora é um piseiro e agora ele dança de forma menos provocante com os amigos.

Ka vai se aproximando mais ainda, mas Ciço percebe a aproximação dela e usa o César para escapar, ele pega o César para dançar, aí o universo me fudendo começa um funk do Pedro Sampaio, isso até a afasta, mas não melhora em nada meu ciúmes, então vou para a piscina para não ficar olhando para eles dançando, não quero estragar o momento deles e eu confio no Ciço, minha dúvida é se posso confiar no César, eles só estão dançando e bebendo, não vou pirar por causa disso.

— Cê está legal? — Pergunto para Raylan, ele não parece puto, mas não está com uma cara boa.

— Estou tranquilo.

— Tudo bem, então — se ele não quiser falar, não vou forçar.

Depois de dançar um forró com Mari, Ciço cansa de dançar e vem sentar na borda da piscina perto da gente, ele ainda me trás outra coca lata, a felicidade na cara dele até me faz relevar o ciúmes, falei que ele pode se divertir e ele está só dançando, não tem por que ficar assim e ele me conhece, deve ter vindo sentar perto de mim por perceber que não gostei dele dançando com o outras pessoas, então melhorei meu humor para ele não começar a ficar contido por minha causa.

A bebedeira continua, esse povo bebe álcool como se fosse água. Raylan, César e Ciço são os que mais têm sede de pinga, só que entre eles meu namorado é um papudinho. Pense num cara para beber. César não mentiu quando falou que ele era cachaceiro, o cara bebe e nem parece estar bêbado, ele dança, canta, acha graça e quanto mais ele bebe, mais chegado em mim ele fica. Ciço só sai do meu lado quando vai dançar e, depois de muito insistir, fui dançar com ele. Tem um pagode da Ludmila tocando e ele está tentando me ensinar, mas sou um desastre.

— Assim, amor — fico quase paralisado, ele me chamou de amor pela primeira vez.

— Eita, já está chamando de amor — diz César, que por sorte era o único próximo para ouvir.

— O que é que tem? — Ciço o questiona de uma forma estranhamente agressiva, estranho porque não é normal ele perder a cabeça.

— Nada não — César levanta os braços, se afastando da gente.

— Está tudo bem, Ciço?

— Está sim, eu te amo, viu — ele está um pouco estranho, mas sua declaração me deixa nas nuvens.

— Eu também te amo — sua gargalhada gostosa me preenche inteiro.

Ele então corre do nada e se joga na piscina maluco, ainda motiva os outros a fazerem o mesmo, afinal ele é visto como um exemplo, um líder pelos amigos. Raylan é outro que já está bem bêbado e agora está tentando a sorte com a Mari de novo. Agora ela parece interessada também, só que não consigo parar de pensar na Giovanna, ela me pareceu mesmo interessada nele, será que não deu certo? Quero saber, porém não posso me meter, só me resta esperar um momento em que possa perguntar para o Ciço, eles são amigos, ele deve saber de algo.

Começamos a festa uma da tarde, já são seis da noite, o bar acabou de abrir e o pessoal está chapado, mesmo assim tem gente querendo beber mais. Ciço está no meio dessas pessoas, então o pessoal que quer voltar para casa volta e quem quer ficar fica. Eu quero ir para casa, mas vou ficar mais um pouco, não quero deixar o Ciço aqui e também vou ficar me sentindo mal se ele for para casa por minha causa, então fico com ele. Além da gente, César, Guilherme e Tati ficam também.

Como o bar abriu, o que sobrou da bebida os meninos colocaram no carro e levaram, e o pessoal que ficou começa a consumir a bebida do bar. Guilherme e Tati estão tomando cerveja. César pediu uma caipirinha e Ciço pediu uma cerveja de uma marca diferente da do Guilherme, a dele é verde e mais cara, pelo que entendi. Às vezes esqueço que Ciço é bem de vida, só me preocupa um pouco ele me mimar tanto, não estou acostumado com todas essas mordomias que ele vem me proporcionando, comer em lugares que são fora da minha realidade atual, andar de carro o tempo todo, sempre precisar pegar ônibus, a própria viagem em si, nunca que eu teria dinheiro para pagar uma viagem dessa com as minhas condições atuais.

Ciço é um cara gente boa, deve ser por isso que todos gostam tanto dele, mas a verdade é que meu tratamento é diferenciado, ele se preocupa com meu bem-estar o tempo todo, ele faz coisas simples como lembrar de comprar refri porque sabe que não vou beber, ou pedir batata frita por saber que gosto muito, ele é lindo, fofo e perfeito, talvez não tão perfeito já que vou ter que cuidar de um bêbado essa noite, mas vou fazer isso com prazer, ele cuida tanto de mim, nada mais justo que ele possa dar os PT dele também.

Às oito da noite, só o Ciço e o César ainda têm disposição, mas como temos que levar o Guilherme e a Tati, convenço Ciço de que é hora de ir, pagamos a conta e vamos embora. Estou muito preocupado em deixar que ele dirija, já que, mesmo consciente, ele está muito bêbado. O cara é resistente, não nego, mas seu nível de álcool está longe do seguro. César, que parece não estar a fim de deixá-lo dirigir, também pede a chave do carro. O problema é que ele está tão bêbado quanto e, sabendo disso, César nega o pedido do amigo.

— Ciço, me dá a chave — não tenho muita prática de direção, mas sei o suficiente para nos levar para casa. Claro que estou tremendo de medo, mas prefiro enfrentar meu medo de dirigir a deixar que ele dirija.

O que acontece a seguir faz César cerrar os olhos em nossa direção. Ele pediu a chave três vezes e recebeu um não como resposta. Quando ele pediu apenas uma vez, Ciço simplesmente meteu a mão no bolso, pegou a chave da Hilux e me entregou, depois se dirigiu para o banco do passageiro sem fazer qualquer objeção. Guilherme e Tati riram da situação, mas César não curtiu muito. Mesmo assim, todos entraram no carro, incluindo eu.

Lembrei de todas as instruções do meu pai, arrumei os espelhos, coloquei o sinto e dei partida, repetindo em minha mente, tirei o feio de mão, tive um pouco de dificuldade na hora de engatar a rê por está muito nervoso, vendo isso Ciço pois sua mão sobre a minha e me ajuda a acertar a macha, uma eletricidade corre pelo meu corpo por conta do seu toque, ao mesmo tempo que me sinto mais seguro pois ele está ali do meu lado, com a sua ajuda consigo nos tirar do lugar, cometo alguns erros que não passam despercebido pelos olhos julgadores de César, mas Ciço é um exelente professor, mesmo estando bebado ele vai me ajudando com conselhos e instruções, assim conseguimos chegar em casa ao mesmo tempo em que tenho minha primero aula de direção bem sucedida, que não terminou em gritaria ou com meu pai me chamando de burro.

Agora, para pôr o carro na vaga, não teve como. Ciço teve que fazer isso e, mesmo bêbado, ele conseguiu pôr o carro com perfeição na garagem. Tenho que admitir que meu namorado é um bom condutor, imprudente sim, mas um bom condutor. Ele está muito fofo, corado por conta da bebida, seu equilíbrio está comprometido e sua voz está um pouco embargada, ainda assim ele parece bem consciente. Tenho certeza de que ele ainda aguentaria algumas horas de bebedeira, só que o lembro de que estamos no primeiro dia e que ele ainda vai poder beber mais nos próximos dias de carnaval.

— Fica aqui, vou buscar sua toalha e uma roupa limpa para você — falei e ele obedeceu sem questionar.

— Nunca pensei que veria o Ciço assim — Bianca brinca ao vir nos receber e saber se está tudo em ordem.

— Segundo ele, ainda beberia mais, só que o pessoal quis voltar — respondi.

— Você vai cuidar dele, precisa de ajuda? — Ela pergunta de forma solícita.

— Pode deixar, está tudo sob controle, vou colocá-lo debaixo do chuveiro e depois fazê-lo comer alguma coisa para não dormir com fome.

— Você é um ótimo amigo, Dan — Bianca fala me deixando envergonhado.

Depois de alguns minutos, voltei para onde Ciço estava, segurando uma toalha e uma roupa limpa. Ele estava sentado no sofá da sala, ainda com aquele sorriso bobo no rosto, como se estivesse curtindo a própria bebedeira. O jeito como ele fica pertinho de mim, como se quisesse me absorver, me deixa sem jeito, mas, ao mesmo tempo, aquece meu coração.

— Olha só o que eu trouxe — falei, balançando a toalha e a roupa.

— Opa, cadê a sua? — Ele pergunta, dando uma risadinha, todo animado. Era difícil não rir com ele, ainda mais naquele estado.

— Não vou banhar com você — falei, rindo da cara que ele fez.

— Por que não? — Ele pergunta com um tom de voz mais alto, não por raiva, só por conta da bebedeira mesmo.

— Ciço.

— Por favor, toma banho comigo, por favor — não resisto a esse bobalhão bêbado.

— Certo, você venceu, eu tomo banho com você, mas fala baixo — ele faz chiu com o dedo indicador na frente da boca, não aguento com ele bêbado, estou rindo da besteira dele agora — vamos lá, é hora de você se refrescar um pouco — falei, puxando-o gentilmente.

Volto no andar de cima, pego minha toalha e uma muda de roupa para mim, depois desço e o encontro no mesmo lugar em que o deixei, escorado na parede, rindo do vento. Quando me aproximo, ele me rouba um selinho rápido sem que ninguém veja, levo-o para o banheiro, enquanto Guilherme e a Tati usam o banheiro no andar de cima, e César está dentro da casa comendo alguma coisa com os outros. Assim que entramos, Ciço me puxa para um beijo quente, suas mãos passeiam pelo meu corpo com urgência.

O gosto da bebida em sua boca deixa seu beijo ainda mais gostoso, ele tira sua camiseta e depois a minha, seu membro está muito bem marcado no seu calção, essa visão hipnotiza, eu o quero e tem que ser agora, por um momento esqueço que nossos colegas de sala estão próximos da gente e me ajoelho em sua frente, os olhos de Ciço se iluminam ao perceber o que está prestes a ganhar, tiro seu calção, deixando-o de singu para que possa passar um tempo tendo a visão desse homem moreno do peito peludo usando uma sunga branca marcada, Ciço é um monumento de homem, puta que pariu.

Mordo seu membro por cima do tecido com delicadeza, ele fecha os olhos e encosta a cabeça na parede, retiro a sunga dele,dele, deixando que seu pau acerte meu rosto quando pula para fora da sunga. Ele aproveita para bater com ele no meu rosto algumas vezes. O peso e seu membro grosso é desconcertante, com a língua recebo as primeiras gotas de seu prazer que escorrem pelo seu pau, seguro na base e o tomo em minha boca, tomando o máximo de cuidado para não usar os dentes, tendo de colocá-lo inteiro em minha boca, mas infelizmente ainda não consigo, então acaba engasgando um pouco.

Ele está louco de tanto tesão, segura minha cabeça e começa a foder minha boca, seus movimentos são lentos, porém me causam enorme prazer, faço movimentos de vai e vem enquanto sugo seu pau para dentro da minha boca. Ciço morde os lábios para não gemer mais alto, quero ficar com ele na minha boca a noite toda, mas infelizmente não temos esse tempo, então levanto à procura de sua boca. Nosso beijo é ainda mais delicioso agora, a adrenalina de alguém bater na porta é um tempeiro a mais, porém minha parte racional me faz ligar o chuveiro e começar nosso banho. O chuveiro é frio e ele faz uma careta quando a água toca sua pele. Estou rindo da sua reação, o que o faz rir também.

Seu membro está muito rígido, me chamando, então, quando estou ensaboando seu corpo, seguro seu pau com firmeza e começo a masturbá-lo. Para abafar seus gemidos, beijo sua boca. Toda essa adrenalina também está me deixando duro como pedra. Ciço para retribuir o que estou fazendo por ele também agarrar meu pau e me masturbar, meu corpo treme em sua mão, quero senti-lo dentro de mim mais do que nunca, como queria ter mais tempo e mais privacidade, se fosse no banheiro da casa dele, estaríamos nos amando agora.

Apenas pensando em tudo que quero sentir com ele, meu pau ejacular com vontade, assim que meu gozo o acerta, mexendo seu pau, ele goza também, uma gozada farta e quentinha que acerta minha pele, nosso beijo fica ainda mais urgente, um de seus dedos roçando em minha entrada, estou entregue a ele, completamente em suas mãos.

— Eu te quero, Ciço.

— Não tanto quanto eu, Dan.

Depois desse banho quente e muito excitante nos enxugamos e nos vestimos, deixo ele sair primeiro para fingir que só agora estou tomando meu banho mesmo, quando saio vou procurar por ele e o vejo na cozinha tomando vinho com o pessoal, esse homem não para de beber mesmo depois que começa, faço dois pratos de comida, um para ele e outro para mim, coloco o prato em sua frente e ele começa a comer, César vai tomar seu banho e os demais a mesa estão vendo a programação para a quinta de carnaval, parece que vai ter show na cidade, é uma programação muito interessante, pela manhã vamos a praia, a tarde vai ter um tal de mela mela que não faço ideia do que seja e a noite show do Xande Avião, não conheço muito as músicas dele, mas o pessoal ficou a nimado de ir para esse show então amanhã vamos ter um dia cheio.

Depois de comer, lavei a louça que sujamos e ficamos na cozinha mais um pouco conversando com o pessoal, até que Bianca sugeriu que fossemos tomar açaí perto de casa, nem íamos precisar pegar os carros. Cícero é louco por açaí, então foi o primeiro a concordar. Seguimos para o lugar, lá cada um pega o seu. Como sei as coisas de que o Ciço gosta por já termos comido açaí antes algumas vezes, digo para ele ficar sentado na mesa que vou fazer o dele, então ele fica lá guardando uma mesa para a gente.

— Dan, pega — Ciço me entrega seu cartão e aceito. Se bom, ele já é chato em querer pagar pelas nossas refeições, imagina bêbado.

César e Raylan acabam ficando na mesma mesa que a Ciço e eu, Raylan está um pouco desconfortável perto do César, mas não está falando nada e nem sendo uma babaca, pelo menos ele está tentando não ser um otário, já é um começo, César está cada vez mais deixando transparecer seu ciúmes do Ciço, quando ele me viu servindo o seu amigo, seus olhos faiscaram de raiva, mas ele se conteve e forçou um sorriso e puxou assunto com Raylan, que ficou meio que sem saber como agir.Ciço, por fim, começa a rir do nada e alivia a tensão que se formava na nossa mesa.

— Como você sabia o que o Ciço queria comer no açaí dele? — Raylan pergunta para mim.

— Ele sempre pede a mesma coisa, os gostos do meu amigo nunca mudam — César solta uma provocação, mas Ciço apenas ri.

— O Dan sabe do que eu gosto, por isso ele sempre acerta e me deixa satisfeito — o duplo sentido dessa frase me fez ir de zero a cem na escala de timidez muito rápido, graças a Jeová, Raylan é muito tapado para entender o comentário do meu namorado.

Estou com a sensação de que está rolando alguma treta entre César e Ciço, ou César simplesmente cansou de esconder seu amor e está tentando chamar a atenção do Ciço, mas agora não vai adiantar tentar falar com Ciço, então melhor deixar para amanhã. Depois do açaí, voltamos todos para casa. Ciço está bem melhor, armo minha rede perto da dele. A varanda é bem grande e bastante ventilada, me enrosso inteiro porque sou muito friorento, diferente do Ciço que está usando o lençol só para cobrir os olhos. Vai dar dez da noite, mas estou tão morto que não demoro a pegar no sono. No meio da madrugada, está fazendo um frio do cacete e meu coração quase sai pela boca quando vejo alguém entrando na minha rede, abro os olhos e vejo o Ciço se aninhando nos meus braços.

— Não quero dormir só, está frio — ele fala com uma voz manhosa.

— Você nem sente frio, mentiroso — falei, rindo dele.

— Que eu saia — ele pergunta, mais manhoso ainda.

— Não, fica bem aí, agora vê se dorme, que temos muita coisa para fazer amanhã.

— Boa noite, Dan.

—Boa noite, amor — ele arregala os olhos com um sorriso maior ainda olhando para mim, mas finjo que já estou dormindo.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 39 estrelas.
Incentive R Valentim a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de R ValentimR ValentimContos: 30Seguidores: 33Seguindo: 1Mensagem não recebo mensagens por aqui apenas por e-mail: rvalentim.autor@gmail.com

Comentários

Foto de perfil genérica

Tá cada vez melhor ler essa história mas pq eu acho que ainda vai acontecer algo ruim? Ou sou eu que sempre espero o pior? Hahahaha! Continua logo!!!

1 0
Foto de perfil genérica

acho tão legal a história por me identificar kkkkk inclusive tbm estudo na ufc, só q infelizmente nunca nenhum hetero gostou de mim, mas fico feliz q vc viveu coisas tão incríveis!! <3

0 0
Foto de perfil genérica

Estou pegando tanto ranço da falsidade do Cesar.. Ele nem ousa encostar no meu casal 😤😤

1 0
Foto de perfil de Jota_

Que casal gostoso, em todos os sentidos!

3 0
Foto de perfil genérica

Gostoso demais, Jota_!!!!! Dá até uma pontada de inveja de estar em uma rede e alguém sair de perto da janela e se "achegar" assim de mansinho. :-))

1 0
Foto de perfil de Jota_

Quer um cheirinho assim de mansinho, Alguém?? Achei que vc gostasse de algo mais bruto 😈

Hahaha to brincando! (Ou não, vai saber)

0 0