Logo pela manhã, acordei antes da Taís, preparei nosso café e fiquei olhando ela dormir. Naquele momento, eu contemplava a perfeição. Quem já se apaixonou sabe a sensação que senti. Foi então que escrevi um bilhete dizendo: "Foi muito bom, te vejo segunda" e me escondi debaixo da cama, mas fiz barulho para ela acordar logo.
Ela se levantou, passou a mão na cama e viu que eu não estava. Olhou para a cabeceira, viu meu bilhete, leu e logo começou a me xingar, dando socos na cama.
— Mas que filho da puta! Conseguiu o que queria e foi embora. — Que ódio eu tenho de homem! Minha vontade é de matar ele! — Mas se ele pensa que vai me comer de novo, ele tá fodido. Nunca mais dou pra ele!
Nessa hora, não aguentei segurar o riso e gargalhei alto. Ela se assustou e me viu debaixo da cama. Saí rindo e ela, com a cara fechada, começou a me bater no peito, dizendo que ia me arrebentar. Eu a abracei forte e ameacei beijar sua boca. Ela disse que precisava escovar os dentes. Então, beijei sua testa e fui buscar nosso café.
Conversamos sobre nossas vidas. Ela disse que seus pais moravam perto dali: Sr. Antônio, conhecido como "Seu Tony", e Dona Telma, além de um casal de irmãos mais velhos, Thiago e Taísa (parece que os pais gostam da letra T). Disse que os pais eram machistas e obrigavam ela e a irmã a fazer comida, limpar a casa e estar em casa até às 19h. Se não chegassem a tempo, dormiriam na rua. Assim que começou a trabalhar, saiu de casa e foi morar sozinha, de aluguel.
Eu contei que morava com a minha mãe, Dona Rosa, e meu irmão, José. Minha mãe é mãe solo. Meu pai nos deixou muito cedo, e passamos muitas dificuldades. Faltava comida; às vezes, mal fazíamos uma refeição. Agora ela estava doente, com síndrome do pânico, e eu precisava cuidar dela. Por isso, desde cedo, encontrei refúgio nas artes marciais. Comecei no boxe com meu velho professor, meu avô João Freitas. Tinha orgulho de ter o mesmo sobrenome do Popó. Ele me ensinou os primeiros passos. Depois, treinei judô, jiu-jitsu e aprendi capoeira com um casal de baianos, Adão e Luiz, que logo foram apelidados de "Eva e Adão". Eles moravam perto de casa.
No domingo, namoramos como dois adolescentes, mas sem transar. Parecia que estávamos com medo de sermos pegos por nossos pais. Quando a noite chegou, precisei ir embora, afinal não tinha uma peça de roupa para vestir ali. Ela ainda sugeriu um dos seus vestidos, mas eu falei que não queria passar a ser a mulher mais bonita da casa. E fui embora.
Na segunda de manhã, cheguei mais cedo que o normal à academia. Queria ver a Taís o quanto antes. Lá estava ela e a Aline, na recepção. Cheguei saudando como sempre:
— Bom dia, princesa.
Ela sorriu meio encabulada e respondeu:
— Bom dia, Freitas.
A Aline me perguntou:
— E a princesa aqui, não merece um bom dia também?
Eu respondi:
— Bom dia, princesa Aline — e beijei sua mão, me inclinando, brincando.
Taís me olhou de canto de olho, querendo me matar. A Aline percebeu e deu uma risada. Fui me preparar para a aula.
Aline então aproveitou para perguntar:
— Vocês ficaram, né?
Taís respondeu:
— Não!
— Então por que você tá com cara de que não gostou da minha brincadeira?
— É que eu... Bom, eu...
No meio de uma gargalhada, Aline disse:
— Vocês transaram!? Safada! Ele é bom de cama? Não! Nem me conta, se não eu vou querer também, e você já está envolvida.
— Tá bom, mas não espalha... Transamos, e não consigo tirar ele da minha cabeça.
Quando entrei no tatame, um senhor me esperava. Ele se apresentou como Luciano e disse que iria direto ao ponto: estava procurando alguém para lutar MMA, e eu fui indicado. O dinheiro nas primeiras lutas não era alto, mas, naquele momento, recusei. Estava feliz na academia, apesar de saber que com as lutas ganharia bem mais.
O dia passou e fiquei esperando a Taís sair do trabalho às 18h. Peguei ela pelo braço e perguntei se não queria assistir a um filme comigo. Ela perguntou:
— Mas só o filme?
— Claro, eu valorizo o cinema.
— Humm, só vou se fizer a janta.
— Eu já fiz a pizza, só falta colocar no forno.
— E se eu negasse?
— Você não resistiria à pizza caseira.
— Não mesmo.
Seguimos para a minha casa e a apresentei para minha mãe. Ela ficou um pouco envergonhada. Falei para minha mãe que ela dormiria lá.
— Vou? Não trouxe nada para vestir.
— Dorme com minhas roupas.
— Uma camisa sua cabe em mim.
Coloquei um clássico para assistirmos no meu quarto, que já vi milhares de vezes, pois a intenção era outra. Ela saiu do banho só de calcinha, vestindo uma camisa minha, que ia até as coxas. Deitou do meu lado e perguntou que filme era.
— Sociedade dos Poetas Mortos.
— Eu nunca vi, parece ruim.
— Espero que não goste mesmo, assim me dá mais atenção.
Erro meu. "Oh capitão, meu capitão!" A mulher adorou o filme e eu, ao lado dela, estava com dificuldade de controlar meu desejo, tendo que esperar o filme acabar. Ela chorava na cena em que os alunos subiam nas carteiras e repetiam "Oh capitão, meu capitão". Quando o filme acabou e vi que ela estava chorando, minha excitação diminuiu. Passamos mais de uma hora falando sobre o filme. A conversa foi de Paulo Freire a Nísia Floresta. A química estava toda ali.
Quando nos demos conta, já era hora de dormir. Deitamos, e ela empinou a bunda. Eu dei sinais de vida, comecei a beijar sua nuca e passar a mão nos seus seios, enquanto ela gemia baixinho. Desci minha mão e percebi que ela já estava sem calcinha. Perguntei:
— Safada, quando tirou a calcinha?
Ela riu e falou:
— Acho que foi quando você falou de Paulo Freire. Nada me deixa mais excitada que homem inteligente.
Então, comecei a acariciar o clitóris dela enquanto mordia sua orelha. Ela já estava entregue quando comecei a penetrá-la de forma cadenciada. Ela gemia e, de repente, mordeu meu braço, que estava por baixo de sua cabeça, anunciando seu orgasmo. Eu também gozei, e fomos para o banho. Lá, transamos mais uma vez, com muitos beijos e carícias, e depois voltamos para dormir.
De manhã, minha mãe preparou o café, e, da sala, ouvi elas conversando:
— Sabe, Taís, meu filho é um homem muito bom e honesto, meio ingênuo às vezes, mas não merece sofrer.
— Eu sei, Dona Rosa, estou gostando dele de verdade.
Eu anunciei minha chegada antes que algo saísse do controle. Tomamos café e partimos para a academia. Logo na chegada, a Aline nos viu e começou a rir:
— Nem precisa falar, o cheiro de sexo está impregnado em vocês.
Rimos, e, quando eu estava saindo, Aline disse que havia alguém querendo falar comigo. Era o Luciano de novo, com a mesma proposta, e eu recusei mais uma vez.
Os dias passaram. Seis meses depois, com o Luciano na minha cola e as coisas com a Taís firmes, decidi pedi-la em namoro. Com a ajuda da Aline, escolhi as alianças de compromisso, e saímos para um passeio em uma noite de céu estrelado. Falei que precisávamos conversar.
— Olha, Taís, estamos juntos há um tempo, mas as coisas não podem continuar assim.
Ela me olhou assustada, com os olhos marejados, e perguntou:
— Você vai terminar comigo?
— Não é você, sou eu.
— TMNC, seu filho da puta, vem com esse papinho, não! Só diz que não quer mais, que tá tudo bem.
Eu abaixei a cabeça, segurando o riso. Ela apressou os passos, indo embora para chorar, e eu a puxei pela mão, me ajoelhando:
— Quer namorar comigo?
Ela olhou atônita, colocou as mãos no rosto e começou a chorar muito. Eu a abracei, pensando que tinha feito uma besteira. Ela foi se acalmando e disse:
— Aceito, mas só depois de te matar por causa dessas brincadeirinhas.
— Nem casamos e já vai me deixar viúvo?
— Sou eu ou você com essas palhaçadas.
Fomos para o hotel comemorar. Ela disse:
— Hoje vou te dar um chá tão forte que você vai querer casar de manhã.
Chegamos no hotel já nos beijando. Joguei-a na cama, tirando sua roupa peça por peça, e comecei a chupar sua vagina. Ela ficou molhada, me segurou pelos cabelos e disse:
— Hoje você é meu, deita!
Deitei, e ela começou a chupar meu pênis, descendo com a língua até meu saco, sem tirar os olhos de mim. Ela deu um leve sorriso e lambeu minha costura — aquele espaço entre o ânus e o saco —, e eu me tremi todo.
— Gostou, safado?
Quase sem voz, eu respondi:
— Que porra é essa? Quase gozei.
Ela voltou a lamber, subindo e descendo, até que passou a língua pelo meu ânus. Eu tremi de novo.
— Não vai comer meu cu, não.
— São só uns beijinhos para te excitar.
— Falando em cu...
Ela me interrompeu:
— Hoje não, mas, se você souber pedir e eu me preparar, quem sabe?
Ela então subiu e começou a esfregar sua vagina molhada no meu pênis, sem penetrar. Eu estava louco. Então, ela falou:
— Pede, safado, pede.
— Senta, por favor.
— Por favor? Não quebra o clima. Me chama de puta.
— Senta, puta, senta, minha puta!
Ela sentou e foi descendo, me torturando. Eu não aguentei e segurei sua cintura, forçando-a para baixo com tudo. Ela gritou "Aaiiii", e eu a puxei para o meu peito, socando de baixo para cima com raiva. Ela só gemia alto. Ela subiu e começou a cavalgar para frente e para trás.
Anunciei que ia gozar e pedi para ela sair de cima. Ela não saiu, sentando mais rápido e forte. Eu gozei muito dentro dela, que caiu do meu lado, ofegante.
Passaram-se uns 20 minutos, e eu já estava de pau duro de novo. Ela riu com cara de safada, e começamos novamente, na posição de papai e mamãe. Estoquei forte, e ela arranhou minhas costas, anunciando um gozo intenso. Disse que não aguentava mais, mas ainda me mamou até eu gozar mais uma vez. Dormimos, e, pela manhã, levei-a para a casa dos pais. Não entrei, pois estava com pressa. Ainda não conhecia sua família, mas isso mudaria em breve.
Uma notícia mudaria minha vida, e, com ela, eu precisaria tomar uma atitude que não queria...
Continua...
Os nomes presentes neste conto são fictícios, mas os detalhes descritos são reais.
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