Não basta ser pai - 33

Um conto erótico de Xandão Sá
Categoria: Gay
Contém 4409 palavras
Data: 15/09/2024 14:16:25

“Como assim, Dan? Que história é essa?”, expressei minha perplexidade diante do que meu filho tinha acabado de revelar.

“Sério, pai, eu tô até agora sem acreditar”, sustentou Dan, sobre a hipótese de Junior, filho dos nossos vizinhos, Alfredo e Aline, ser gay.

“Me conta isso direito, filho. Como foi que você soube?, insisti.

“Eu não soube. Eu vi!”, afirmou Dan

Diante do meu queixo caído, ele prosseguiu: “Eu tava com Juan no carro dele, no estacionamento do parque. Depois do sushi a gente ficou a fim de curtir um pouco e fomos pro parque dar uma namoradinha e ver se rolava alguma aventura. Só que, quando a gente chegou, começamos a se pegar no carro e nem descemos. Ficamos ali, se curtindo, quando vi alguém saindo do banheiro. Mesmo um pouco distante reconheci que era Juninho. Ele tava excitado, pai, a bermuda toda esticada pelo pau duro, ele vinha na direção da saída, ia passar perto da gente, quando um cara saiu do banheiro e o chamou, ele parou e os dois conversaram um pouco, o cara agarrou ele e deu um beijo. Ficaram ali num amasso da porra por quase um minuto, até que Junior (acho que) se lembrou que estava num local público, se desvencilhou do cara e saiu correndo. Ele passou do lado do carro mas nem me viu.” Então, mudou o tom: “Pai, fiquei tão chocado que nem ofereci carona pra ele...”, concluiu num tom evidente de gozação porque, com certeza, Junior não queria ser visto, quanto mais por um vizinho e amigo, que o conhece desde criança.

Mesmo sabendo que história da carona era brincadeira, insisti: “você não vai falar nada com ele não, né?!”.

“Claro que não, pai. Tô zoando!”, garantiu meu filho e divagou: “mas quem diria, né? Junior nunca deu nenhuma pinta. Todo machinho... Até já vi ele pegando umas meninas... Ele é bem gostosinho, moreno igual ao pai... Poxa, se eu soubesse disso antes...”

“Daniel Carvalho!!!!!!!!!!!” repreendi meu filho porque eu sei o quanto ele pode ser safado.

“Desencana, pai. Não vou começar a dar em cima dele assim, do nada, mas se ele der mole, eu... créu”, ameaçou Dan com uma cara safada e risonha, enquanto ia na cozinha: “Vou pegar água, quer?”. Balancei a cabeça dizendo não, enquanto imaginava que meu filho ia ficar com o radar ligado à espera de qualquer sinal que Junior pudesse emitir para dar o bote. Ah, o putinho do meu filho...

Dan ter ido na cozinha me deu espaço para pensar nas muitas implicações que aquela revelação trazia e o quanto eu me encontrava diante de um dilema ético: eu tinha o direito de contar para Alfredo sobre o que Dan tinha “descoberto”? Ou eu deveria deixar quieto, sem meu vizinho saber que ele tinha alguma chance de realizar seu desejo incestuoso? Alfredo estava se consumindo de vontade de ter algo com Junior. Algo que emergiu a partir do fato de ter me visto com meu filho. Como eu, ele nunca tinha tido essa vontade antes.

Comigo, a situação foi precipitada por uma conjugação de fatores (a prisão de Dan, o estado emocional que ele ficou, meu desejo de protegê-lo que Dan converteu como algo erótico e sua atitude me levou de arrasto). Já Alfredo foi o fato dele ter visto algo que nunca tinha tido contato – dois homens transando - que fez ele sentir um tesão inesperado e o levou a descobrir dentro de si uma inesperada pulsão homoerótica.

E em relação a Dan? Eu deveria situá-lo sobre essa tensão entre pai e filho, até para prevenir algum tipo de confusão? Porque se ele chegasse a ter algo com Junior e Alfredo soubesse, os desdobramentos seriam imprevisíveis.

Preocupado com isso e tentando evitar uma confusão maior, decidi abrir o jogo com Dan assim que ele voltou pra sala: “Filho, preciso te contar uma coisa?” e foi só sugerir que eu tinha algum segredo que Dan já ergueu as ‘antenas’... “seguinte: naquele dia que sua mãe se acidentou, Alfredo, nosso vizinho, veio aqui nos avisar lembra?”, Dan assentiu com a cabeça, continuei: “Só que, quando ele chegou aqui, viu a janela aberta, ouviu barulhos e veio na direção dela para falar com a gente. Você faz ideia do que ele viu, né?!”. Olhei para Dan e vi que ele estava pálido. Logo lhe tranquilizei: “relaxe, Alfredo veio conversar comigo, falou sobre o que viu mas que isso continua sendo um segredo, em nenhum momento ele pensou em falar nada pra ninguém, a questão é outra...”

“Qual?” me perguntou Dan ainda angustiado. “A questão é que ver a gente transando despertou uma atração homossexual que Alfredo nunca imaginou que pudesse sentir”, comecei a situar Dan na história e ele ouvia completamente boquiaberto: “Tio Alfredo, gay?!”. Contestei Dan: “filho, sem rótulos, ele ainda não sabe dizer o que esse súbito tesão por homens significa na vida dele. Está tentando se entender, por isso veio aqui conversar comigo, se abrir, pedir ajuda, ele estava aqui até agora a pouco, antes de você chegar!”, concluí. Só que Dan é muito sagaz e antecipou o que eu ainda pensava em como lhe contar: “vocês transaram! Por isso o cheiro de sexo na sala quando entrei. Caraca, pai, você não tá perdoando nada. Deu mole, você pega!”.

“Peraí, Dan, não é bem assim...”, protestei sem muita convicção, eu sabia que meu filho tinha razão em boa parte. Desde que comecei a fazer sexo com homens, eu tava traçando todos que passavam pela frente. Eu me abri de uma forma muito intensa pra putaria com outros caras. Talvez estivesse tentando tirar o atraso, foi a desculpa que dei a mim mesmo... Dan respondeu com um muxoxo, tirando um sarro com minha cara: “tá bom, sei... santinho do pau oco” e aí, pegando no meu pau, emendou com mais gozação: “no seu caso, do pau grosso”. Dei um tapinha na mão dele e pedi a atenção: “Danzinho, o que eu ainda tenho pra te falar é mais sério do que isso...” Ele me olhou com uma expressão curiosa, continuei: “a questão é que Alfredo me contou que, além de sentir tesão por outros caras, ele também tá sentindo tesão pelo próprio filho.” Dan me interrompeu: “ah, fala sério, tio Alfredo me viu com você e por isso já quer pegar o Juninho?”

Interrompi meu filho: “Calma, Dan, nada é tão simples assim. Respeite a delicadeza da situação. Ele admitiu que depois que tudo aconteceu, desde o momento que notou que tinha ficado excitado vendo você me chupar, e como isso ficou na mente dele, então ele passou a reparar nos outros homens, olhando para... (fiz um gesto com cabeça na direção do pau de Dan) e admitiu que depois disso, se pegou reparando em como Junior virou um homem, está bonito, gostoso...”.

“E tá mesmo. O bode tá uma delícia!”, falou o safado do meu filho. “mas, pai, acho que esse lance aí pode dar maior confusão. Tia Aline é ciumenta pra caramba. Se ela sacar alguma coisa, vai ser a maior baixaria”, ponderou Dan e eu concordei com ele. Aline não escondia o ciúme, ela monitorava cada passo de Alfredo. Hoje, mais cedo, mesmo sabendo que ele tava na casa de amigos do outro lado da rua, ela ligou duas vezes...Ele ia cortar um dobrado se quisesse levar isso adiante. E nem tô falando do filho, mas com outros caras.

Nesse momento, o telefone tocou e era Patty, uma vídeo chamada. Atendi chamando Dan para ficar ao meu lado. Minha esposa ficou toda feliz por estarmos os dois juntos, em casa. Falamos trivialidades sobre a viagem dela, o trabalho, Dan contou o programa que tinha feito com Juan (menos a parte de terem se chupado no carro, é claro) e eu senti uma mudança no olhar de minha esposa quando ela ouviu Dan falar o nome de Juan. Acho que Patrícia começou a realizar que nosso filho pudesse ser gay e isso me preocupava. Tão logo ela desligou, entrei no assunto com Dan: “filhote, acho que sua mãe tá sacando que existe algo mais ente você e Juan”. Com surpreendente segurança, Dan me respondeu que “Será? Pois acho até melhor, assim me poupa de ter a conversa que eu quero ter com ela. Pai, eu não vou ficar no armário. A mãe vai ter que entender qual é a minha!”, declarou com firmeza.

“Eu vou te apoiar, você sabe disso, e que fique bem claro que não é em defesa dos meus próprios interesses, mas porque é o certo. É a sua vida, a sua felicidade!”, reforcei e Dan me abraçou, emocionado: “Eu sei, pai, eu sei”.

Ficamos alguns minutos entrelaçados, eu sentindo uma onda de ternura por estar abraçando aquele ser que eu amava de tantas maneiras, como filho, como homem, como parceiro, como amigo... até que Dan, impossível, resolveu voltar a curtir com minha cara, ele tinha tirado o dia pra me zoar: “e aí, paizão, me conta: tio Alfredo tem boa? O que vocês fizeram? Vocês bateram uma punheta juntos? se chuparam? Quem comeu quem?”

“Daniel, se você não parar com essa gracinhas, vou te dar umas palmadas”, ameacei fingindo seriedade. Dan, que de bobo, não tem nada, meteu a mão na minha bermuda, catando minha rola e, segurando na danada ainda mole, respondeu: “prefiro que você me dê umas porretadas com essa pirocona!”.

Um minuto depois estávamos pelados, atracados no sofá, fazendo um 69, se chupando deliciosamente como se não houvesse amanhã. Dan tinha uma habilidade incomparável pra mamar meu cacete, que eu tentava retribuir imitando o que ele fazia. A rola do meu filho, além de linda, é deliciosa e como ele tinha gozado há pouco tempo, tava com aquele cheiro de porra misturado com mijo, um cheiro de tesão que passei a adorar nas últimas semanas. Eu alternava entre engolir seu pau todo e mamar a cabeça, e na troca de uma ação pra outra, dava um cheirada no seu saco, lambia suas bolas. Foi só minha língua descer pro seu cuzinho que Dan me pediu: “pai, me come!”. Ouvir essa frase dita desse jeito tinha um efeito perturbador, eu sentia um misto de vergonha com tesão que era um absurdo, afinal me chamar de pai pedindo para fodê-lo era trazer pro primeiro plano nossa ligação familiar.

Não sou nem nunca serei dos que fazem apologia do incesto. Acho que é algo que pode acontecer e pronto. É algo incidental. Não é regra pra vida de ninguém. O que eu sei é que na minha vida, fazia todo sentido do mundo, no mundo dos nossos afetos, meus e de Dan, a gente fazer sexo, a gente fuder, a gente se desejar e explodir de tanto tesão um pelo outro. O sentimento tão forte que passou por cima de todos os meus preconceitos e convicções.

Botei Dan de frango assado, caí de boca no seu cuzinho e lambi aquele buraquinho tão desejado, rosado, deslizando minhas mãos por sua bunda macia, redondinha, sentindo os pelos clarinhos e finos das suas coxas. Depois, comecei a apertar suas tetinhas que estavam ficando durinhas, tinha um peitoral sarado se firmando ali graças a musculação.

Depois de linguar muito o rabo do meu filho, que me olhava fissurado de tesão, encaixei a cabeça bem melada do meu pau no seu rabo e fui enfiando, devagar, sentindo o esforço do seu esfíncter em elastecer pra caber meu pau dentro do seu cuzinho. Dan me olhava cheio de paixão e quando seu olhava crispava por alguma dor ou desconforto, eu dava uma paradinha esperando ele me dizer com os olhos que eu podia continuar. E assim foi até meu pau entrar totalmente no seu rabo.

Quando a penetração se consumou, ficamos parado nos beijando, nos acariciando, nos abraçando enlouquecidos de tesão, como se a gente quisesse se fundir, um no corpo do outro. Dan começou a piscar seu cuzinho em volta do meu pau, então comecei a movimentar minha rola dentro do seu rabo, dando estocadas profundas, tirava até quase sair a cabeça e voltar a enfiar. A cada socada, meu pau ficava mais duro e eu sentia mais tesão. A maciez e calor das carnes do rabo do meu filho envolvendo minha rola era uma sensação que me deixava maluco.

Dan me pediu para acelerar: “Fode meu cu, pai!” e eu atendi seu pedido aumentando a força e o ritmo das estocadas. O único som que se ouvia era o ploft ploft do meu pau e meu saco varando seu rabo, misturado com nossos gemidos. Meu filho tirou suas mãos de minhas costas e começou a tocar meus mamilos, aquilo me deu ainda mais tesão e eu voltei a abraçá-lo, colando minha boca a sua, num beijo cheio de tesão. O sabor do beijo de Dan, seu hálito fresco misturado aos gostos e aromas que tinham passado por sua boca nas últimas horas, especialmente o saquê que ele bebeu no restaurante japonês e a porra de Juan que ele tinha recebido na boca, criaram um gosto diferente que me endoidou ainda mais.

Senti o comichão subindo pelo ventre, enrijecendo meus mamilos e veio a explosão do gozo. Leitei o rabo de Dan com toda a porra que a excitação da transa com Alfredo e da própria transa com Dan tinha acumulado em meu saco. Não precisei anunciar que ia gozar, Dan, sabia e recebeu os jatos de porra que despejei dentro dele com intensa paixão, revelada em seu olhar. Meu filho amava que o paizão dele esporrasse no seu cuzinho.

Ainda sentindo as ondas de prazer da gozada que acabei de dar, tirei meu pau de Dan, o mantive naquela posição e deslizei pro chão da sala, ficando de joelhos para engolir o pau do meu filho. Mamei aquela pica com o desespero de um esfomeado, engolindo pau, ovo, tudo que podia. Desci pro seu rabo e pedi pra ele soltar minha porra, o que ele fez sem muito esforço. Recolhi o que saiu do meu leite de seu cuzinho e mantive na boca, voltando a mamar a pica de Dan. Não demorou muito e ele encheu minha boca que já estava toda galada, com seu leite. Subi em direção ao seu rosto e o beijei, dividindo com ele nossas porras que estavam em minha boca. Um beijo cheio de paixão e tesão, um beijo de intimidade profunda. De comunhão entre dois corpos e duas almas que se amam. Muito!

Ficamos um tempo ali, curtindo o relaxamento do pós gozo, até que Dan falou: “a gente precisa de um banho”. Me levantei, o ajudei a se levantar e constatamos que uma parte da leitada que eu dei no seu rabo, tinha escorrido pro sofá. Dan foi na cozinha pegar um pano e a gente deu uma limpada, que no outro dia ia ser conferida, porque se Patty visse o sofá dela manchado, ia sobrar pra gente, mesmo ela não fazendo a menor ideia do que foi que causou a mancha.

Fomos pro banheiro do quarto dele, tomamos um banho delicioso, conversando, rindo, até que o olhar de Dan ficou nublado de apreensão e tristeza: “pai, será se tio Alfredo vai mesmo guardar nosso segredo?”, suspirei com resignação mas minha mente se alumiou de certeza: “Danzinho, depois da chupada que eu dei nele e do tanto que ele gozou, duvido que ele vá falar sobre a gente com quem quer que seja. Ele agora está mais implicado do que nunca. Não é mais testemunha, é participante!”, declarei para um Daniel com uma cara bem mais aliviada, segurando o riso... “Pai, se alguém me falasse que você ia estar falando em chupar pica há 2 meses, eu jamais iria acreditar”, ressaltou Dan, com o qual eu concordei de pronto: “Nem eu, filhote, nem eu... mas que a chupada foi boa, foi e, detalhe, ele só gozou quando mamou a minha, creia!”, falei já atiçando a curiosidade de Dan, que desde o primeiro momento que soube, ficou se mordendo de vontade de saber dos detalhes.

Me despedi dele em seu quarto e fui pro meu. Foi só o tempo de ligar o ar, fechar as cortinas e desmaiar. O dia tinha sido intenso demais e ainda havia quinta e sexta-feira pela frente para aproveitar sem Patty por perto.

No outro dia, tudo seguiu no ritmo normal e rotineiro: acordar, tomar banho, se vestir, preparar e tomar café, depois ir trabalhar. No escritório, o ritmo seguia intenso. Mesmo assim, no final da manhã lembrei que eu tinha pensado sobre como aproveitar a folga decorrente da viagem e ausência de Patty e mandei msg pra meu irmão e pra Otávio, perguntando se eles estavam livres mais tarde. Otávio respondeu de pronto: “Tô livre!”, Guga respondeu quase uma hora depois: “free depois das 19h. É um convite? Pra quê?”.

Imediatamente, criei um grupo nosso, privado, no zap e lancei a ideia: “Tô livre, Patty viajou, volta amanhã à noite. Topam festinha hoje aqui em casa?!”. Otávio respondeu que chegava umas seis e meia, Guga repetiu que estava livre a partir da sete. Pronto. Tínhamos um programa.

Depois do almoço, retornei ao trabalho e parei de pensar no que ia rolar mais tarde. O foco era o trabalho. No meio da tarde, fizemos uma reunião de checagem do andamento com cada um dos focus point e Wellington ficou ao meu lado na mesa, acompanhando e anotando as coisas que eu lhe pedia. Quando o meeting acabou, ele ficou na sala para repassar comigo as notas da reunião, que já estavam devidamente inseridas na plataforma de workspace, para eu acrescentar os prazos, resultados e produtos esperados.

Cerca de uma hora depois, terminamos e lhe ofereci um café. Wellington sempre focado no trabalho voltou a falar do projeto, das suas impressões sobre o andamento do trabalho e, não sei como nem porque, em algum momento desconectei de sua fala e, enquanto bebia eu cafezinho. fiquei admirando aquele belo macho diante de mim, o que teve como efeito me deixar excitado. Por sorte, eu estava protegido pela mesa, então meu assistente não veria eu de pica dura por estar olhando pra ele.

Só que fiquei tão entregue ao devaneio visual que ouvi uma voz meio distante, repetindo: “Dr. Eduardo, Dr. Eduardo, o sr está me ouvindo?”. Saí do transe e olhei para Well que me fitava com um misto de incredulidade e preocupação. “Desculpa, Wellington, tava com o pensamento longe...” foi a maneira que encontrei de disfarçar meu comportamento. Ele mantendo sua cortesia, retrucou: “Tudo bem, Dr., não tem problema. É que eu terminei de revisar os pontos e queria saber se o sr. queria mais alguma coisa”.

Minha mente andava tão pervertida que ver Wellington me perguntando alguma coisa, formou a resposta imediata na minha cabeça: “sim, você!”. Então, antes de dispensá-lo, me atrevi a lhe fazer um convite inesperado e um tanto irresponsável: “Wellington, tem aula hoje depois que sair daqui?”. Ele me olhou meio sem entender direito e respondeu com uma certa hesitação: “Não, doutor, esse semestre praticamente não tenho mais aula, só orientação do TCC uma vez por semana”.

“Mas você tá livre hoje a noite?”, insisti e Wellington, com a cara ainda mais cheia de interrogações, “Não, Dr., não tenho nenhum compromisso.”

Dei a cartada, um tanto arriscada e fora dos meus padrões de cautela, mas minha intuição me mandou fazer: “meu irmão e um amigo nosso policial vão lá em casa hoje à noite, tomar uns drinks, jogar conversa fora, relaxar...”

A ênfase na última palavra foi captada por Well que me respondeu com um olhar de quem já tinha sacado tudo: “O sr. está me convidando pra participar dessa reunião, Dr.?!”, me apressei em responder parecendo casual e desinteressado: “Se você não tiver nada melhor pra fazer...”

Num tom mais baixo, Well me perguntou de forma mais direta: “é aquele tipo de reunião que eu tô imaginando, doutor?”. Respondi confirmando com a cabeça. “Eu nunca fiz isso doutor... nem com mulheres”, ele me disse com muita timidez. “Quer tentar?!”, retomei a oferta do convite e Wellington, um tanto assustado mas instigado pelo desejo, confirmou quase gaguejando: “Si...Si...Simmm...”

“Na hora de ir embora você me espera no ponto de ônibus. Vou dar um tempo pra galera da empresa dispersar e quando você tiver sozinho na parada, manda msg e te pego lá.”, orientei e, vendo que Wellington estava com vontade mas com muito medo, falei: “fique tranquilo que ninguém vai te forçar a nada. Você pode até ficar só olhando se quiser, ok? O fundamento do prazer, Well, é fazer o que se tem vontade!”, concluí dando uma piscadinha de olho e Well saiu de minha sala com uma expressão menos tensa.

Perto das 18h, Well tava entrando no meu carro, muito nervoso e ansioso, olhando pra todos os lados pra ver se não tinha ninguém conhecido nos vendo, e pegamos o rumo da minha casa. Mais cedo, após ele aceitar o convite, mandei msg no grupo avisando a Guga e Otávio que teríamos convidado. Assim que cheguei em casa, meu celular vibrou e era uma msg de Dan avisando que Juan lhe convidou e tinha ido a um evento de pré estreia de um filme, seguido da foto dele e Juan ladeando o famoso jornalista Rivaldo Sales, o mesmo que entrevistara sua mãe no parque, no dia da festa da Padroeira. Uma self dessas bem típicas que fãs tiram com ídolos para postar em rede social mas algo me dizia que tinha um brilho a mais no olhar dos três.

Chegamos em casa e ao parar o carro, antes de descer, Well soltou um longo suspiro. Toquei gentilmente sua perna e lhe disse: “amigo, se você não estiver à vontade, não force a barra com você mesmo, eu chamo um Uber pra ti, fique tranquilo!”. Ele me deu um olhar cheio de conflito, havia ali medo e desejo. “não, doutor, eu vou ficar, já vim até aqui, então vamos nessa!”. “então, pra começar, pare de me chamar de doutor. Esse tratamento fica lá para a empresa, aqui fora sou Eduardo, Duda, como você achar melhor.”, pedi a ele que deu um sorriso tímido, me retrucando: “é a força do hábito”. Rimos e saímos do carro.

Quando entrei em casa, indiquei o sofá da sala pra ele, “fique à vontade” e fui deixar minha mochila de trabalho no gabinete. Quando voltei, lhe ofereci uma bebida e ele só quis água. Fui a cozinha e trouxe pra nós dois, lhe estendi o copo, sentei na minha cadeira reclinável e contei, de forma resumida, como as coisas aconteceram comigo, desde que passei a sentir tesão e fazer sexo com homens. Não entrei em muitos detalhes nem havia por que, mas relatei como e a quanto tempo comecei e, muito por alto, falei do que já tinha rolado e com quem.

Ele ouviu atentamente sem me interromper e só ao final falou: “Caramba, Eduardo, que história incrível. Tudo muito intenso, chega a ser alucinante, seu filho, seu próprio irmão, todas essas descobertas... e no meio disso, administrar um casamento... Olha, é tudo completamente inédito e inimaginável pra mim, mas, quer saber, mais um motivo pra admirar o senhor, ops (rimos)... você... Atravessar um tsunami desses e conseguir ficar de pé, com tantas coisas acontecendo, não é pra qualquer um. É preciso ser forte.”

“É preciso ser feliz, Well!”, declarei a ele. “Antes e acima de tudo a gente tem uma única obrigação na vida, procurar nossa felicidade. Se eu tivesse me negado a viver o que se apresentou pra mim – eu não procurei, nem estava no meu radar todas essas coisas – estaria agora frustrado e infeliz. Tem coisa pior que gente azeda, amargurada? Talvez até estivesse descontando em minha família. Pode parecer egoísmo e é, mas depois de todos os medos e dúvidas que tive, quando escolhi me aceitar assim, uma coisa ficou muito clara: para eu fazer alguém feliz, preciso estar bem e em paz comigo mesmo!”

Wellington me olhava com admiração. Eu tinha consciência do quanto ele tinha uma quedinha por mim e eu sabia do cuidado que tinha que ter para não misturar as coisas, mas também senti que a melhor maneira de estabelecer os termos da nossa convivência, era ser aberto e transparente, por isso ressaltei o quanto tinha sido difícil, o quanto tive momentos de dúvida e até mesmo de arrependimento, cheguei a magoar Dan lhe rejeitando, até que as coisas foram se ajeitando, fui me permitindo e agora estávamos ali, prontos para mais um capítulo dessa aventura que é viver.

A campainha tocou e estávamos tão absorvidos na conversa que nem escutei barulho de carro chegando e estacionando. Fui abrir a porta achando que era Otávio, que ficou de chegar primeiro mas era Guga. Ele entrou, fiz as apresentações e Well foi traído por um pouco de nervosismo quando cumprimentou meu irmão, ao mesmo tempo seu olhar mostrava uma franca admiração. Pudera, meu irmão é um gato. Mais alto, mais bonito e com um corpão de causa inveja. O fascínio que ele despertava nas pessoas era plenamente justificável.

Perguntei a Guga o que ele queria beber e ele também preferiu água, não resisti a comentar que nossa reunião parecia o AA, todos sóbrios. Rimos muito e a campainha tocou novamente, fui abrir na certeza que era Otávio mas, para minha total surpresa, era Alfredo que ao ouvir o som das vozes vindo da sala, se desculpou, não sabia que eu estava com visitas. Insisti com ele para entrar, era meu irmão e um colega de trabalho, mas ele, educado como sempre, falou que podia deixar pra depois, era só pra bater papo, não tinha nenhuma urgência e, baixando o tom da voz, completou: “quero falar contigo sobre ‘aquele’ assunto, então é melhor sem testemunhas”!. Concordei com ele: “tudo bem, vizinho, outra hora a gente marca” e quando ele foi embora, fiquei vendo ele seguir na direção de sua casa sem saber direito se a conversa que ele queria era conversa mesmo ou algo mais...

Quando ia fechando a porta, vi Otávio chegando de carro, então esperei ele estacionar e desembarcar. Nos cumprimentamos ainda na porta e quando entramos, minha demora à porta foi tempo suficiente para Guga e Well começassem a se entender... Os dois estavam se beijando, um beijo cheio de tesão. O beijo que Well ainda não tinha me dado... mas quem resiste ao charme do meu irmão?

Sacudi o ciúmes da mente, enquanto Otávio, na gozação, brincou com a dupla: “Poxa, nem esperaram pela gente...”

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Foto de perfil de Xandão SáXandão SáContos: 35Seguidores: 131Seguindo: 66Mensagem Um cara maduro, de bem com a vida, que gosta muito de literatura erótica e já viu e viveu muita coisa para dividir com o mundo.

Comentários

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Nossaaaa... que tesão... tô louca pra ver a próxima parte... que delííííciaaaaaaaa... Wellington já se enturmando... será que Alfredo e Junior vão estar no 2° dia? Amo seus relatos... muito excitantes... gozo sempre, me imaginando no seu lugar... ou sendo mais um da turma... dando e chupando todos vocês...rsrs

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Caraca isso vai ficar muito bom. Três safados e um quase virgem. Uma coisa é certa esse garoto vai sair muito feliz e muito mais arrombado. 😂😂😂 ansioso. 😋.

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Não sei se é intuição, mas estou cismado com esse encontro a 4 ou +.Conte-nos mais...

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E que comecem os jogos, hahaha, Quero ver Juan e Dan chegando nessa surubona!!

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