ACONTECEU, FODEU, MAS VALEU! - Parte 15

Um conto erótico de Mark e Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 6420 palavras
Data: 16/09/2024 19:40:57

Caríssimos,

Decidi dividir o final em duas partes para não ficar muito longa.

Até quarta, posto o "final do final". Prometo!

Forte abraço,

Mark

Algum tempo depois, o Alvarenga retornou, acompanhado da Adriana e passamos a conversar sobre vários assuntos. A Andressa a avisou que iríamos embora logo após o café, mas ela insistiu que ficássemos, pelo menos para um último churrasco que seria feito na hora do almoço. Acabamos ficando, mas, a partir dali, a postura da Andressa mudaria completamente e com todos.

[CONTINUANDO]

Durante o churrasco, a sua interação com os solteiros, passou a ser muito mais comedida, inclusive como o próprio Valentim com quem ela não deixou de conversar, inclusive, algumas vezes longe de mim, mas apesar de ainda manterem algum contato físico, os toques mais carinhosos, as insinuações mais picantes, enfim a intimidade de uma forma geral entre eles acabou. O único com quem ela continuou brincando com certa liberdade foi o Celão, mas eu até entendia o porquê, já que, com ele, parecia se divertir com as suas piadas e cantadas escrachadas.

Depois de comermos e descansarmos todos à sombra do rancho, alguns partiram para curtir a piscina. Acabamos ficando após um pouco de insistência dos nossos casais de amigos e mesmo ali a Andressa parecia outra. Começou quando ela surgiu num biquíni mais comportado, mas nem por isso não revelador. Era lindo, estilo cortininha, num azul celeste, caindo muito bem com a cor da sua pele. O nosso círculo de amizade acabou ficando mais restrito aos casais Riva e Mara, Belinha e Marmita, e Silvano e Alexandra. Não sei se por eles serem mais maduros ou terem um nível sociocultural um pouco melhor, mas eles não pareciam estar apenas em busca de sexo fácil, mas sim de interação de qualidade e amizade verdadeira.

Quando não estávamos com os casais, a Andressa fazia questão de estar grudada em mim, mas nem por isso os solteiros deixaram de tentar alguma forma de aproximação e os que foram cordiais receberam atenção, não passando de conversas e brincadeiras sutis. O Valentim mesmo foi um dos que não conseguiu nada mais do que alguns simples gestos de amizade, pois ela não parecia mais disposta a interagir com ele. Num momento em que ficamos praticamente a sós num canto da piscina, abraçados e namorando, perguntei, zombando:

- Brigou com o seu “amante”?

- Primeiro, ele não é meu amante! Segundo, aquela história de ontem foi bem estranha e estou mesmo desconfiada de todo mundo, menos você, é claro. Terceiro, o meu marido me basta. Entenda de uma vez, Túlio, não tenho necessidade de ficar com outros, talvez só uma curiosidade, mas necessidade não! Você está aqui comigo e isso já me basta.

Aquela nova Andressa me agradava demais, eu só esperava que não fosse uma mudança momentânea, porque com essa segurança toda que ela vinha demonstrando, se ela me pedisse para “ir além”, eu acabaria cedendo fácil. A explicação condizia com a sua repentina falta de interesse pelo Valentim que ficou ainda mais escancarada quando alguém sugeriu brincarem de “briga de galo”. Eu recusei, afinal, não estava totalmente recuperado da entrada criminosa da pelada do dia anterior, mas a surpresa veio quando a Andressa, convidada pelo Valentim, o rejeitou como montaria alegando não saber nadar:

- Mas eu te seguro! Acha mesmo que quero deixar minha moreninha cair!? - Ele argumentou.

- Sem essa de “minha moreninha”, né, Valentim!? E desculpa, mas… quero não. Prefiro ficar aqui com o Túlio.

Ele saiu claramente contrariado, mesmo a Marcela se dispondo a ser sua parceira, ele deu uma desculpa qualquer e saiu da piscina, sumindo dentro da casa. Estranho foi que assim que o Celão a convidou, a Andressa aceitou, desde que ele não a derrubasse. Eu ainda brinquei assim que ela subiu em seus ombros:

- Mas aí é covardia, Andressa. O seu cavalo já vem com uma lança extra!

Ele me encarou e deu uma das suas típicas gargalhadas, passando descaradamente as mãos nas coxas dela, dizendo:

- Nooooossa! Que pele macia, Dressinha, e a parte de dentro então!? Delícia! Dormiria fácil aqui.

- Dormiria!? Isso que é cortar o meu tesão, hein, Celão?

- Eu falei dormir!? - Desajeitadamente tentou encará-la, mas pela posição não conseguiu: - Não! Não foi isso. Eu só quis dizer que…

- Já está abusando, Celão, tira a mão da minha mulher!

Ele voltou a me encarar e ameaçou soltá-la, mas como ela balançou quase caindo, passou a xingá-lo e mandou ele a segurar com vontade ou sairia da brincadeira. Ele, claro que não era nenhum bobo, alisou ainda mais descaradamente as suas coxas e ainda falou para mim:

- Foi a sua patroa que mandou eu segurar! Reclama com ela depois.

Olhei para ela e ganhei apenas um grande sorriso e uma balançada de ombros. O Celão não abusou em nenhum momento. Bem… Teve um momento, quase no final, quando ele a segurava com uma mão nas coxas e outra atrás, e tentou enfiar a mão por dentro da calcinha do seu biquíni. Só aí ela reclamou e ele simplesmente deixou ela cair dos seus ombros, pegando-a rapidamente e a apertando contra o seu corpo, por saber que ela não nadava. Ela ficou uma fera, xingando enquanto cuspia um pouco da água que bebeu inadvertidamente. Ele com uma calma somada a muita safadeza, abriu os braços, fazendo ela grudar nele:

- Hummm… Esfregada mais totosa, Dressinha! Continua assim… Vai! Curte aí o seu negão… - Falou, ele se esfregando nela.

Com medo de se afogar, estando longe das bordas e de mim, ela o segurava firme pelo pescoço e falava:

- Filho da puta! Sabe que eu não sei nadar!

- Que nada! Isso é desculpinha furada, conheço o seu tipo. Você estava a fim de esfregar no meu amigão faz tempo, só não tinha como dar um perdido no maridão.

Ele seguia se esfregando e ela xingando, mas também rindo da situação, até que gritou:

- Túlio, faz alguma coisa, me tira daqui!

Como eu estava sentado na beirada, entrei na piscina, mas não precisei ir até eles, pois o Celão a trouxe, dando-lhe um beijo na bochecha quando a entregou para mim e pedindo desculpas pela brincadeira. A Andressa lhe deu um tapa no peito, rindo da sacanagem. Ela também estava roxa e com a parte superior do biquíni fora do lugar, o que logo ajeitou, enquanto ele saía, rindo. Nada de mais relevante aconteceu nesse dia e apesar do convite do casal Alvarenga e Adriana, decidimos não pernoitar. Voltamos para casa ainda no final da tarde do domingo.

Nas semanas que se seguiram notei uma contínua mudança na Andressa, cada vez mais concentrada, focada em nossa vida familiar e nos assuntos da empresa. Adriana e Alvarenga chegaram a nos convidar para novos churrascos em seu sítio, mas ela sempre tinha uma resposta pronta, recusando o convite.

Já estávamos chegando em julho quando, num dia em que ela terminava de montar uma lasanha, perguntou-me se não achava que estava sendo dura demais com eles. Estávamos passando um período tão bom de tanta entrega e numa conexão tão forte que decidi que já era hora de eu tirar, de uma vez por todas, uma dúvida que ainda me afligia. Eu queria… Eu precisava saber enfim se ela já havia ficado com o Valentim, afinal, a fixação dele por ela indicava algo mais que um simples querer. Eu sentia e imaginava que já havia acontecido algo entre eles e apesar dessa ideia me doer, eu queria preferia saber a verdade já pronto para perdoá-la do que viver na dúvida, na desconfiança pelo resto dos meus dias.

Enquanto ela terminava a lasanha, já colocando o prato para assar no forno, fiquei em silêncio, apenas a observando. Ela estava linda. Apesar de não estar produzida para uma noitada, estava linda, aliás, ela é linda! Assim que ela fechou o forno, eu pedi que se sentasse. Ela então pegou a sua taça e se sentou no meu colo, encarando-me com um olhar apaixonado:

- Diga, meu amor, sou toda ouvidos.

- Certo! Vamos lá… - Tomei um gole do meu vinho e perguntei, seriamente: - Você não tem nada para me contar?

Ela me encarou confusa e sorriu, perguntando:

- Não sei! Tenho? Do que você está falando?

- Andressa, eu quero toda a verdade. Eu já sei o que aconteceu, mas eu gostaria de entender o porquê.

Ela arregalou seus lindos olhos e tomou um imenso gole do seu vinho que desceu por sua garganta como se fosse um pedaço de tijolo, antes de gaguejar uma resposta mal formulada:

- Que… Que… Que história é essa, Tú-Túlio!? Que contar… contar… o quê?

- Eu pensei muito se deveria chegar nesse ponto, mas esse assunto tem me incomodado bastante há tempos. Então, vou te perguntar só mais uma vez: você não tem nada mesmo para me contar, Andressa, algo do passado, talvez um erro?

Ela tomou um novo gole de seu vinho e fechou os olhos, espremendo-os. Depois saiu do meu colo, sentando-se numa cadeira ao meu lado e então olhou para baixo, suspirando fundo e pensando em alguma coisa. Foram segundos tensos e tive a quase certeza de que ela realmente havia ficado com o maldito Valentim. Quando os seus olhos, enfim, voltaram a encarar os meus, agora estavam marejados. Ela sabia que não teria mais como evitar aquela conversa:

- Desculpa! - Falou num tom quase inaudível.

Um calafrio percorreu toda a minha espinha. Fiquei aguardando que prosseguisse, mas a sua coragem pareceu desaparecer, pois o silêncio foi a única coisa que se ouviu. Respirei fundo e decidi partir para o tudo ou nada:

- Eu já sei… sei que você me traiu, mas eu… só queria saber o porquê?

A única coisa que se ouvia agora eram os seus choramingos. Lágrimas desciam por sua face, transformando a harmonia dos belos traços de seu rosto em uma pintura expressionista sem brilho algum. A situação já era constrangedora demais para ambos e como ela não parecia disposta a assumir o que havia feito, eu decidi que também não iria insistir. Levantei-me na intenção de sair para outro cômodo, dar um tempo para ela se recompor, mas antes que eu pudesse dar um passo, ela segurou a minha mão e disse:

- Por favor… Qualquer coisa que eu disser não justificará o que eu fiz. Eu sei que errei. Fui uma cretina, uma… uma… - Suspirou profundamente sem tirar os olhos da sua taça: - Eu só posso te pedir perdão, dizer que te amo mais do que tudo na minha vida e torcer para que você possa conviver com isso, talvez me dando uma nova chance de reconquistar a sua confiança.

Voltei a me sentar, encarando-a e levantei o seu rosto para me encarasse, perguntando:

- Por quê?

- Por favor… Não existe um “porquê”. Eu só errei!

- Traição não é um erro, é uma escolha, e escolhas são feitas com base em decisões. Então, não me diga que você simplesmente errou. Eu te conheço o suficiente para saber que você não faria nada sem antes pensar muito bem a respeito. Se você quiser mesmo ter alguma chance comigo, é melhor você ter, pelo menos, uma justificativa para o que fez.

- Eu… - Calou-se, suspirando profundamente novamente, fechando os seus olhos para evitar me encarar: - Eu… Foi uma besteira, um momento de fraqueza. Só... aconteceu…

- Poxa, Andressa… Aconteceu!? Essa é a sua justificativa?

- O que quer que eu diga, Túlio? Que eu estava apaixonada pelo meu professor e que naquele maldito dia decidi me entregar para o amor da minha vida? Não foi, ué! Eu… - Suspirou outra vez, olhando para mim com uma tristeza de dar pena e continuou: - Só… aconteceu! Ele estava lá, eu estava perdida depois de uma discussão que nós tivemos que eu sequer lembro o motivo e… não era a primeira vez que ele se insinuava para mim, então… aconteceu…

Agora quem sentiu a pressão do momento fui eu! Joguei um verde, tentando descobrir algo sobre uma traição e acabei descobrindo outra que eu sequer imaginava. Soltei o seu rosto que praticamente tombou sob o peso de sua vergonha e fiquei em silêncio por alguns segundos. Ela apenas chorava:

- Professor… Que professor!? Que história é essa? Eu pensei que você estivesse falando do Valentim, naquela vez que vocês se encontraram no shopping! - Acabei me exaltando, após conseguir reunir um mínimo de condições de falar.

- Valentim!? Mas eu… eu nunca fiquei com ele! Eu já te falei que nunca transei com o Valentim. Nunca mesmo! O máximo que fizemos foi trocar alguns beijos, lá no sítio. - Ela falou, colocando a mão sobre a boca e se dando conta de que acabara de revelar um segredo inimaginado.

Agora quem não sabia mais o que falar era eu. Virei a minha taça de vinho e a enchi novamente, virando na sequência. Eu a encarei totalmente perdido, devastado e sem saber o que fazer, tomei duas ou três belas goladas no gargalo da garrafa e só não tomei o restante porque ela a tirou da minha mão:

- Por favor, amor, fica calmo. Não bebe assim! Não vai ajudar em nada…

- Nos-sa! Caralho! - Coloquei os cotovelos sobre a mesa e escondendo o meu rosto sob as minhas mãos: - Caralho, caralho, caralho…

Respirei fundo, diversas vezes, pois sentia estar prestes a explodir. Então, a encarei tentando controlar uma imensa vontade de chorar e perguntei:

- Quem? Quando?

- Para que isso!? Já passou! Faz tanto tempo…

- Quem? É a última vez que te pergunto! - Insisti, “mordendo os dentes” com raiva.

- Túlio…

Levantei-me decidido a sair de casa e ela me segurou o braço:

- Altair! O sobrenome não me lembro. Ele dava aula de Direito Tributário para mim na faculdade. - Ela me encarava apreensiva, segurando-se para não chorar: - Foi só uma vez e não tem um único dia em que eu não me arrependa de ter feito isso. Eu nunca mais o reencontrei depois de formada. Juro por Deus… pelo nosso filho.

- Não põe o nosso filho no meio dessa sujei… - Calei-me com uma repentina constatação que quase me fez perder o chão: - Quanto tempo faz isso, Andressa?

- Ah, não sei! Eu estou formada há onze anos, então… uns doze, treze anos. Não sei direito…

- Andressa, o Júnior… ele é filho do…

- Não! Pelo amor de Deus! - Ela me interrompeu, levantando-se da cadeira e me segurando o rosto com as duas mãos: - Por favor, não faça isso com você, Túlio. O Júnior é seu filho! Ele é a sua cara, aliás, do seu pai, né? Mas é! Você sabe disso! Túlio, por favor, não faz…

Levantei-me irado e no movimento que fiz, ela perdeu o equilíbrio e caiu sobre a mesa. As únicas vítimas desse movimento foram as taças e a garrafa que estavam sobre. Dali saí diretamente para a casa, onde peguei as chaves do meu carro, minha carteira e meu celular. Ela se colocou à frente da porta, suplicando que eu ficasse, mas eu estava disposto a passar por cima dela, se fosse necessário, mas não sobre…

- Pai!? O que tá acontecendo, cara?

Olhei para trás e vi o Júnior nos olhando assustado. Ao seu lado, um colega de escola, o Mauri, também presenciava tudo extremamente surpreso e claro, constrangido. Eu não sabia o que fazer, mas piorar aquela maldita situação não parecia ser a melhor decisão. Respirei fundo e falei:

- Depois você pergunta para a sua mãe! Agora eu preciso sair…

- Túlio não faz isso! Pelo amor de Deus, me dá uma chance de explicar. Pelo amor de Deus… - Ela falou, novamente segurando no meu braço.

Como eu seguia irado, dei um puxão no braço e o Júnior se aproximou, falando:

- Velho, calma aí! Machucá-la não vai resolver nada. - Disse o Júnior, colocando uma mão sobre o meu ombro e se virou para a Andressa: - Mas obrigá-lo a ficar contra a vontade, também não, mãe. Deixa ele!

A Andressa não insistiu em me segurar, mas também não saiu de frente da porta da casa. Ele então me puxou até o seu quarto, enquanto o amigo dizia que iria pedir um Uber para voltar para a sua casa:

- Não precisa, Mauri, relaxa! Vou ficar no quarto de hóspedes. O que eu preciso agora é de paz e sossego para pensar.

- Pai… Olha a tua cara. Ficar sozinho, meu!? Acha que vai ajudar? - Insistiu o Júnior.

- A solidão é a melhor conselheira nessas horas, moleque. Já estou melhor. - Pisquei um olho e finalizei: - Fica tranquilo.

Tranquei-me no quarto de hóspedes. Alguns bons minutos depois, a Andressa veio me dizer que a lasanha estava pronta, mas não respondi, nem naquele momento, nem no restante da noite quando pediu para conversarmos. O Júnior veio me avisar da comida, dizendo que a mãe não estaria junto, mas lhe disse que eu estava sem fome. Foi a pior noite da minha vida: solitária, em claro e tomado por uma dor que parecia quando eu imaginava a possibilidade do meu filho não ser meu. Bem ilustra o ditado que diz “que nada é tão ruim que não possa piorar”. A vontade da Andressa de ficar com o Valentim agora me parecia nada.

No dia seguinte, assim que acordei, juntei os cacos de um ser que um dia se chamou Túlio e silenciosamente fui até a porta da minha suíte. A cama estava revirada, mas o motivo não era por uma tórrida noite de amor e sim por uma certamente tomada por pesadelos e arrependimentos. Fiz a minha higiene matinal e vi que eu era a representação “live action” da expressão “fundo do poço”. Desci até a área social e vi a Andressa escorada de olhos fechados na porta de entrada da casa, certamente vigiando-a para que eu não fugisse.

Passei quase ao lado dela fazendo o mínimo de ruídos para não ser notado e fui até a cozinha tomar um café preto que tive que preparar, pois a garrafa térmica estava vazia e a empregada desaparecida. Quando bebia um pingado, ela surgiu, ficando sob o batente que separa a sala de jantar da cozinha. A forma triste como ela me olhava, dava conta de que sua noite também fora péssima, talvez pior do que a minha:

- Bom… Bom dia. - Disse.

Eu apenas acenei com a cabeça e desviei o olhar. Ela se aproximou e se sentou ao meu lado. Tentou pegar a minha mão, mas eu recusei o toque. Ela então falou:

- Eu tenho certeza que o Júnior é seu filho, mas se quiser fazer um DNA para ficar mais tranquilo, eu não me oponho.

Eu não respondi, pois qualquer coisa que eu dissesse naquele momento, com o sentimento que me dominava, terminaria em briga e mais lágrimas. Ela insistiu:

- Eu tenho certeza de que o Júnior não é filho dele. Não são parecidos em nada, nada mesmo! Ele é… era loiro, descendente de alemães. Olhos azuis… Ele… Túlio, o Júnior é seu filho. Por favor, não faça isso com ele…

- Eu não vou fazer exame algum! - Resmunguei, olhando para o meu copo: - O Júnior é meu filho sim e será sempre! Se tiver o meu sangue ou não, isso não me importa: amo aquele moleque mais do que tudo.

- Obrigada…

- Não estou fazendo isso por você! Só estou fazendo porque é o certo a fazer.

Ficamos em silêncio por algum tempo, enquanto eu seguia bebendo o meu café e ela voltou a falar:

- Tem mais alguma coisa que você queira saber sobre esse… aquele maldito dia? - Ela perguntou.

- Não sei! Tem alguma coisa que você queira me falar?

- Eu pensei sobre isso à noite, mas não tenho nada para te contar. Os detalhes daquela noite nem mesmo eu lembro. Não significou nada além de um grande arrependimento. - Ficou em silêncio por um instante e continuou: - Só queria te pedir perdão mais uma vez, dizer que te amo e que espero que possa me perdoar.

Desdenhei de seu pedido, balançando negativamente a minha cabeça e ela suspirou fundo, insistindo mais uma vez:

- Desculpa!

- Não! Hoje não… não consigo te desculpar. Eu estive pensando bastante também e decidi sair de casa porque… - Balancei os meus ombros sem concluir, mas ainda expliquei: - Se eu ficar aqui, a gente vai se desentender. Então, quero pensar com bastante calma sobre como resolver a nossa vida.

- Túlio, pelo amor de Deus…

- Se você tentar me impedir, vou ligar para a polícia e dizer que você está me impedindo. Só que para isso, vou ter que tornar público o que aconteceu. Se você acha que pode lidar bem com isso em público e ainda explicar o que fez para o Júnior, fique à vontade. Eu não tenho mais nada a perder…

Ela voltou a chorar, mas de uma forma mais comedida. Algum tempo depois, perguntou:

- E o que eu falo para o Júnior?

- Diga que a gente… se desentendeu e… - Calei-me por um instante: - Não! Não se preocupe. Vou esperar ele acordar e eu mesmo falo. Não vou fazer você passar por mais esse constrangimento.

Levantei-me e fui para a nossa suíte. A Andressa seguiu atrás, sentando-se em nossa cama, sempre observando, sempre triste, sempre em silêncio. Ali peguei uma mala grande de viagem e juntei o mínimo necessário para sobreviver alguns dias fora de casa, tendo apenas o som de suas lágrimas como companheiras.

Já passava das 10:00 quando o Júnior acordou. Durante o café, repeti que havia me desentendido com a sua mãe e sairia de casa, mas manteria contato permanente com ele, além de levá-lo ou trazê-lo para a escola e conviver diariamente com ele. Inclusive, assim que eu tivesse um local definitivo, montaríamos um quarto para ele. Naturalmente, ele quis saber o que aconteceu e naturalmente eu não falei, dizendo que era assunto de “adultos”. Se ele perguntou para a Andressa nos dias seguintes, eu não sei, mas que ele a culpava por algo era visível, porque a relação entre eles ficou meio estranha.

Por mais de uma semana, não tive cabeça para os assuntos da empresa. Num almoço com o Júnior, ele acabou me contando que a mãe chorou muito nos primeiros dias, mas já na segunda voltou à empresa na esperança de me ver. Como eu não estava indo, o seu plano falhou, mas ela se tornou estranhamente motivada, trabalhando diariamente. A própria Andressa, num dia em que precisou de minha assinatura em alguns documentos, me revelou a sua rotina, dizendo ainda que estava se fazendo de forte porque não confiava em mais ninguém para deixar na administração da empresa:

- Nem no Alvarenga? - Perguntei.

- Em ninguém! Depois daquela maldita festa, não confio em mais ninguém, além de você, é claro.

- Não tiro a sua razão…

- Você não consegue mesmo me perdoar, não é?

- Andressa, olha a situação em que você me colocou… Eu me imaginava traído sim, mas pelo Valentim. Nunca me passou pela cabeça que fosse por outro e pior, um outro que poderia ser o pai do Juninho. Quer… Quer que eu reaja de que forma?

Quase acabamos nos desentendendo porque os nervos de ambos seguiam a flor da pele. Eu me sentia realmente traído, ferido, machucado por algo que havia acontecido há quase quatorze anos atrás. No décimo dia, eu retornei ao trabalho. A Andressa pareceu bastante feliz com isso, mas a Adriana não me convenceu com suas demonstrações de felicidade.

Semanas se passaram e num dia em que levei o nosso filho para casa depois da escola, ela me contou que soube pelo Alvarenga que a Adriana havia perdido o bebê num aborto espontâneo:

- Sabe que eu ia te perguntar o porquê do sumiço deles? Então foi isso.

- Pois é…

- E você e ela, como estão?

- Meio afastadas. Eu não sei, mas depois daquela última festa… Sei lá! Só não me sinto mais à vontade com eles. Além disso, depois que eu fui fazer uma visita para ela, saber como estava, acabei ouvindo um negócio meio esquisito e fiquei com o pé atrás…

- Como assim?

- Eu… Pode não ser nada, mas eu ouvi uma conversa estranha entre ela e o Alvarenga sobre um tal “plano”... Sei lá! Não consegui ouvir direito, só algo sobre “o plano ter dado certo mesmo dando errado”.

- Sobre a gente? A nossa separação?

- Não sei! Mas… tem mais. Ela vivia me convidando para sair com ela, ou com eles, inclusive, já mencionou de chamar o Valentim! Convites para pizzas e churrascos no sítio, eu já perdi as contas de quantos recebi!

- Só por isso? Eu também recebi alguns convites. Talvez, eles só estivessem tentando te animar ou pelo fato de você sempre ter certeza de que queria ficar com ele, eles estivessem tentando fazer um meio de campo.

- Já pensei nisso, mas são situações diferentes, né? Antes eu queria ficar com outro para experimentarmos esse negócio de vida liberal. Agora, parece que se eu fizer isso, estaria tentando colocar outro no seu lugar, e isso eu não quero!

Apesar de ter gostado de ouvir aquilo, eu ainda não me sentia capaz de perdoá-la. A Andressa até parecia genuinamente arrependida do que fizera, mas após essa conversa, estranhamente, parou de tentar uma reaproximação. Talvez tivesse se cansado de tentar, ou de esperar o meu perdão, ou tivesse mudado de ideia e já estivesse saindo com outro. Enfim, as semanas se transformaram em meses e vendo que a nossa situação seguia indefinida, numa ligação, pedi que o Mark cuidasse do nosso divórcio:

- Só faço os divórcios dos meus amigos, se ambos estiverem certos disso! Se houver litígio, por menor que seja, eu não faço.

- Acho que não teremos discussões, nem vou executar a multa do Pacto Antenupcial. Não quero prejudicar a Andressa.

- Multa!? Que multa?

- Temos uma multa de que, se um traísse o outro, perderia metade do patrimônio a que teria direito em favor do outro.

- Hum… - Ele resmungou, ficando em silêncio por alguns segundos: - Tá! Mas e ela, quer o divórcio?

- Acho que sim. Ela nunca mais tentou uma reaproximação.

- E por que você não tenta?

- Eu!?

- Uai! Claro! Casamento é uma via de mão dupla.

- Ah, é complicado… Mark, eu… eu não sei nem se o meu filho é meu! Olha a minha situação…

- Faça um DNA, sô!

- Mas eu não quero! Eu crio o Juninho desde que nasceu, amo aquele moleque. Se temos o mesmo sangue ou não, não me importa.

- Ótima resposta! A melhor e mais madura que eu poderia ter ouvido. Mas, Túlio, se o filho não é o problema, o que te impede de se acertar com ela?

- Falta de confiança. - Respondi.

A conversa ainda seguiu por um bom tempo, mas no final, como eu me mantinha irredutível, ele disse que falaria com a Andressa e depois me retornaria. Nessa mesma noite, recebi uma chamada de vídeo da Fernanda, esperançosa em conseguir me convencer a tentar uma reaproximação. Quando ela notou a minha relutância, não perdoou:

- Nossinhora! Para… com isso, Túlio! Homem do céu, você ama a Andressa, tá na tua cara. Engole esse orgulho besta e pega a sua mulher de volta. Vocês merecem ser felizes, aliás, vocês três!

- Belo advogado eu arrumei, hein? Já saiu contando da minha vida para todo mundo… - Resmunguei, mas com um sorriso, brincando.

- Todo mundo, não! Não sou todo mundo! Nem fica “bravin” com ele não! O Mark não gosta de fazer divórcio, de amigos então… Nu! Num gosta mesmo… Ele só comentou comigo porque teve a impressão de que você… e eu… eu vim falá co’cê mesmo! Sei que se conselho fosse bom a gente vendia, não dava, mas vou dar assim mesmo porque eu gosto de dar: volta para a sua mulher, para a sua família, seu bocó! É a melhor coisa que cê pode fazer.

- Ela também já desistiu, Fernanda. Acho até que ela está saindo com outro…

- Você viu, tem foto, alguém te conto? - Perguntou com uma cara invocada.

- Não.

- Então, caramba!? - Resmungou e olhou desviou o olhar por um instante, fazendo uns bicos estranhos que só consegui imaginar serem de inconformismo: - “Nossinhora”! Puta que pariu de gente complicada! Tá! Não posso obrigar vocês. Só acho que estão cometendo um erro e vão se arrepender lá na frente.

Um mês se passou sem que o Mark conseguisse marcar uma reunião entre mim e a Andressa, embora ela mesma já tivesse me avisado do seu contato para tentarem solucionar amigavelmente o divórcio. Praticamente nesse mesmo período, a Adriana voltou a trabalhar e não houve quem não notasse uma mudança em seus trajes, agora muito mais insinuantes, e nos comportamentos, pois passou a dar algumas indiretas bem diretas em mim. Numa delas, a Andressa se alterou e quase partiram para as vias de fato. Coube a mim trancar a Andressa na minha sala, enquanto o Alvarenga arrastou a sua mulher para outro ambiente:

- Você viu aquela… aquela… biscate dos infernos! Que… Que amiga é essa, Túlio? Minha vida desmoronando e ela vem… vem dar em cima do meu marido!? QUEM AQUELA BISCATE PENSA QUE É!? - Gritou dando tapas na porta.

- Calma, Andressa. - Pedi, levando-a até a cadeira em frente à minha mesa.

Peguei um copo de água no meu bar e lhe entreguei. A Andressa tremia de raiva, os olhos injetados de sangue e seguia a fim de brigar, xingando a Adriana sem parar para mim. No final, comecei a rir da situação e ela, apesar de invocada, acabou rindo também:

- Desculpa. - Ela falou só tempos depois, dando-se conta do absurdo da situação: - Sei que não tenho esse direito de te impedir, mas fiquei possessa.

- Tá tudo bem. Acabou não sendo tão ruim… - Falei pois entendi que, com aquela demonstração de ciúme, ela demonstrava que ainda não tinha me substituído: - Eu queria mesmo conversar com você, mas sobre um outro assunto. Está muito ocupada?

- Nada urgente…

Sentei-me na minha cadeira, tendo ela à frente da minha mesa, encarando-me curiosa:

- Primeiro, terá que me prometer que não sairá daqui dando mais chilique. Promete?

- E por que eu faria isso? - Disse e sorriu, falando: - Ah, tá… Porque fiz isso…

- Promete?

- Ué… Prometo!

- A… Bem… A Adriana e o Alvarenga… eles andaram fazendo algumas negociações por baixo do pano depois que a gente se desentendeu.

- Como é que é!?

- Pois é… Descobrimos que a Adriana fechou alguns contratos com empresas de divulgação por um valor menor do que repassava para a gente. Em suma, nós pagávamos um valor que acabava sendo dividido entre ela e a empresa.

- Tem certeza? As contas sempre bateram direitinho! Nunca vi nada diferente nos balanços. Como você descobriu isso?

- Mero acaso... Simplesmente alguém da matriz dos EUA gostou do trabalho de uma empresa daqui, ligou para cotar uma propaganda para outro produto e acabou descobrindo essa divergência no valor pago e no informado pela Adriana. Então, conversei com a Fernanda que me indicou uma empresa de auditoria e passamos um pente fino em todos os contratos. Encontramos mais algumas divergências recentes...

Ela arregalou os olhos e começou a ficar nervosa:

- Calma! Ninguém está te acusando de nada! Eles já entenderam a forma como ela operava e, afinal, você apenas repassava as informações recebidas dela nos balanços e fazia os pagamentos de acordo com os valores apontados nos contratos. Você fez o que tinha que fazer.

- Filha da puta…

- No caso do Alvarenga é ainda pior… Uma empresa ligou diretamente para cá para solicitar um suporte técnico e como caiu na mão do Vinicius, ele estranhou essa empresa não estar em nossos cadastros e me avisou. Eu entrei em contato com a empresa para entender o que se passava e descobri que o telefone para contato que havia sido deixado lá era justamente o celular do Alvarenga. Por azar dele, o problema surgiu em um dia que o técnico dessa empresa estava de licença e o outro buscou o nosso contato diretamente em nosso site, senão não teríamos descoberto.

- Túlio do céu… E você não fez nada ainda!?

- Me municiei de documentos, provas! Só que isso leva tempo e… Bem, eles pararam! Simplesmente de uma hora para a outra pararam. Então, pensei que pudesse ter sido apenas uma coisa de momento, talvez alguma questão de saúde, talvez relacionada à gravidez dela e…

- Ainda assim não é certo! Se eles estavam em dificuldades, era só terem nos falado, que a gente ajudaria!

- A história fica mais estranha ainda…

Ela arregalou os olhos e ficou me olhando em silêncio:

- Há alguns dias, o CEO do nosso sócio nos EUA me ligou e me passou uma informação que me deixou ainda mais alerta…

- Fala logo, Túlio, o que foi?

- A Adriana e o Alvarenga andaram fazendo depósitos para a Victorie, praticamente no mesmo período, o que pode significar…

- Que eles estavam agindo juntos!? Meu Deus…

- Aí é que a história fica estranha: eles mandaram para ela pouco depois da gente se separar, só que ela já havia mandado para eles muito antes disso, há coisa de ano e meio atrás.

- Por que ela faria isso?

- Essa é a questão… - Resmunguei.

Levantei-me para pegar uma dose de uísque, sentando-me logo após, mas não tive chance de bebê-lo, pois a Andressa tomou posse do meu copo, bebendo-o entre caretas. Peguei outro e voltei a me sentar:

- Lá nos EUA, as regras são outras. Parece que lá, com autorização da pessoa, o empregador pode ter acesso às contas bancárias particulares dela. Foi assim que descobriram essas transferências com origem no Brasil. Quando me pediram para analisar a movimentação, encontrei os nomes dos dois e logo depois eles acharam as transferências dela para eles.

- Espera um pouco… Você disse que as primeiras transferências que eles receberam foram há um ano e meio, mais ou menos? - Ela me perguntou.

- Isso!

- Mas foi quando começaram a nos convidar com mais frequência para frequentar as festinhas deles.

- É! Praticamente… Taí! Eu não havia me atentado para esse detalhe.

Várias hipóteses começaram a surgir a partir dessa nossa conversa, mas nenhuma conclusiva. Aliás, a nossa conversa rendeu tanto que, quando nos demos conta, já passava da hora de irmos buscar o Júnior, o que acabamos fazendo juntos. Enquanto seguíamos até a escola, ela começou a rir sozinha e falou:

- Não me lembro a última vez que fomos buscá-lo juntos.

Estranho que eu também não me lembrava:

- O trabalho acaba nos tirando desses momentos… - Falei para mim mesmo.

- Pior é saber que nunca mais, pelo menos dificilmente, teremos uma chance como essa, né?

Nada respondi porque entendi a indireta sutil. Assim que chegamos o Júnior já nos aguardava, mas quando abriu a porta do passageiro ao meu lado e deu de cara com a sua mãe, um imenso sorriso surgiu em seu rosto, seguido de uma pergunta:

- Mas que surpresa agradável é essa!? Voltaram?

Após um rápido constrangimento, explicamos que fora apenas uma coincidência, o que refletiu numa clara decepção, estampada na cara dele. Assim que estacionei em frente à minha antiga casa, o Júnior se despediu de mim e foi em direção à porta. A Andressa então falou:

- Por que você não entra? A gente podia comer uma pizza. Como amigos…

Eu não queria entrar, mas queria estar de volta ao mesmo tempo. Uma dualidade estranha, mas plenamente justificável naquela situação. Acabei sorrindo para o seu convite e falei:

- Só se eu pagar.

Um lindo sorriso surgiu em seus lábios, aliás, o seu semblante todo se iluminou com uma alegria típica dos nossos melhores momentos. O Júnior nos aguardava na porta e ao me ver seguindo lado a lado com a sua mãe, sorriu de uma forma maliciosa, dizendo assim que nos aproximamos dele:

- Não voltaram, né? Sei…

Entramos e encomendei as duas pizzas que mais gostávamos em nossa pizzaria de costume, uma calabresa dupla, acebolada e com bacon, e uma à moda portuguesa, com palmito e alho frito picado em lascas. A Andressa pediu que o Júnior arrumasse a mesa enquanto ela tomava um banho e eu me dispus a ajudá-lo, afinal, conhecia o lugar onde tudo era guardado naquela casa que fora a minha até pouco tempo. Tudo estava do mesmo jeito, cada talher, prato, utensílio, nada mudado. Enquanto arrumamos a mesa, ele falou:

- Por que vocês não se acertam?

- É complicado…

- Então por que não me diz o que aconteceu? Quem sabe eu não ajudo a descomplicar!

- Não vale a preocupação, Júnior…

- Ué! Mas se não vale a preocupação é porque não é complicado. Então, voltamos a minha primeira pergunta: por que não se acertam? E não fala que é complicado se não for para me contar o que aconteceu!

Sentamo-nos à mesa e a conversa seguiu longe. Ele tentou tirar a verdade de mim de várias formas diferentes e pela forma como argumentou, vi ali um bom futuro advogado, rápido no raciocínio, cheio de argumentos e senhor de boas perguntas, envolventes e perigosas. Quase derrapei em algumas delas, mas a minha experiência de vida me salvou. Acabei dando uma de pai presente e o mandei tomar banho, antes das pizzas chegarem. Ele se foi, reclamando, mas foi.

Minutos depois, a Andressa retornou, enrolada num roupão felpudo e macio, que ela adorava usar depois dos seus banhos. Ela olhou ao redor, perguntou do Júnior e depois de eu responder, para a minha surpresa, sentou-se no meu colo. Antes que eu pudesse reclamar, falou:

- Por favor, não me rejeita! Eu só quero um abraço.

Mesmo com o coração partido, acabei cedendo e foi o meu maior erro, pois assim que os seus braços me envolveram e os meus a ela, a proximidade me fez sentir aquele delicioso perfume que exalava, além do contato ao seu corpo em si. Meu pau deu um solavanco imediato que certamente foi sentido por ela, mas que, discretamente, foi ignorado. A minha vontade naquele momento era de deitá-la sobre a mesa e devorá-la como poucas vezes fiz, mas com o filho em casa, ficamos impossibilitados. Ainda assim, isso não evitou que nos beijássemos… e… que… beijo: simplesmente, o melhor de toda a minha vida! Ele só não se transformou em algo muito mais intenso, o que certamente os dois queriam, porque fomos flagrados pelo nosso filho. Após uma rápida risada, ele falou:

- Ainda bem que não voltaram, né? Senão já estariam trepando aí na mesa.

- Túlio!? - Falou a Andressa.

- O quê? - Respondemos os dois.

Nós três nos entreolhamos e começamos a rir da situação. Logo depois, a campainha tocou e fui atender a porta, já imaginando serem as nossas pizzas. Para a minha surpresa, era o Valentim, que pareceu tanto quanto ou mais surpreso do que eu:

- É… Hã… Boa noite. Eu… é… a Andressa… ela está? - Gaguejou feio.

[CONTINUA]

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NÃO SER MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DOS AUTORES, SOB AS PENAS DA LEI.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 270Seguidores: 630Seguindo: 24Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Fiquei muito decepcionada com a Andressa. No fim das contas, era só uma hipócrita. Tinha me apegado a personagem e acabei me sentindo traída também. 🫤

⭐⭐⭐

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Mark, não terminou o conto sa Annemarye Costa Brasil Bravo (Clair de Lune)...

Pode pelo menos fazer um fechamento da história?

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Muito bom .. só espero q agora ele tome mais atitude e resolva logo .. pq ere o filho já viu tudo .. e acho q essa história do Valentim aparecer na casa deles pode ser a Adriana mesmo .. pq ela não seria tão burra assim sabendo q o filho tao importante saberá de tudo e contaria para o pai dele se tive outro homem lá .. espera né

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Parabéns Marck da Nanda, você conseguiu na minha opinião e penso que de vários leitores tirar a Andressa do papel de vilã mas transformou o Túlio no cara mais babaca que eu já vi. Quando ele foi conversar com a mulher sobre o Valentim estava disposto a perdoar, ma suando ela fala de uma traição de mais de década reage dessa forma totalmente desproporcional deixando essa mulher na pista paracquem quiser pegar sabendo do fogo que ela tem. tá certo ficar puro, dá um tempo, até mesmo pedir o DNA mas em virtude de toda a falta de atitude que demonstrou até aqui, oensonque ficou desproporcional e que ela é sensacional e ele merece ser corno sim.

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A transa* da Andressa com o professor* e a Victorie* maldito corretor! Hahahaha

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Mark e Nanda, vocês são ridículos! Como diria o Everaldo Marques! Mais algumas reviravoltas.

A transação da Andressa com o professor e a possibilidade do filho deles não ser do Túlio são excelentes temperos nessa história. A atitude do Túlio, de dizer que o filho é dele, mesmo que não tenha seu DNA, também mostra muito do caráter dele. Aliás era de se esperar, por tudo que vocês mostraram dele até agora. Pai é quem cria!

Que o casal AA estava fraudando a empresa, isso já sabíamos todos. Mas essa Victory, ou Victoria, entrar no conluio é uma surpresa e tanto. Tive até que reler o 1° capitulo para entender quem era. Uma advogada da empresa americana, indicada por eles e depois investigada por eles mesmos! Qual(is) o interesse(s) dela? Onde ela entra nessa história? Pq tentar separar o casal? Tudo isso vocês vão nos dizer na quarta-feira. Aliás Mark e Nanda, meu cardiologista me proibiu de continuar lendo as histórias de vocês. Falou que não tem como me medicar assim. 😂😂😂😂😂😂

Com relação à Andressa e o Valentim, minha percepção é a de que não rolou nada mais nesse período da separação. Percepção ajudada pela torcida pelo entendimento do casal e pelas atitudes dela depois que os dois foram drogados na festa.

Acho mais plausível que, quando a Adriana percebeu a possibilidade de reaproximação do casal na empresa, tenha mandado o Valentim na casa da Andressa para tentar um xeque-mate. Não só pela surpresa do Valentim em ver o Túlio, mas porque também a Andressa, se estivesse saindo com ele, NUNCA o receberia em casa, com o filho lá.

Então agora é me encher de remédios para conseguir aguardar até quarta-feira...

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Caramba, nunca iria imaginar isso! Sem acreditar que o Mark deu essa reviravolta no conto. Mas uma coisa parece que aconteceu, parece que quando a Andressa "parou" de lutar pela volta do casal era porque o Valentim estava consolando ela, mas isso pode ser mais uma das vozes da minha cabeça falando!

Parabéns Mark, capítulo excepcional!

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Posso estar viajando, provavelmente estou, mas

não vejo a conta fechar. A história nos mostrou Andressa como uma mulher fogosa e inteligente. Confessou ter traído e alegou ter cometido um erro, ter agido por impulso. Túlio, que a conhece bem, não engoliu:

"- Traição não é um erro, é uma escolha, e escolhas são feitas com base em decisões. Então, não me diga que você simplesmente errou. Eu te conheço o suficiente para saber que você não faria nada sem antes pensar muito bem a respeito."

Ou seja, a traição foi algo pensado, premeditado e provavelmente não foi um encontro, foi um caso.

Acredito que apesar de saciada ela tenha se arrependido, mas o tesão por ter outros homens não morreu. Provavelmente conheceu, biblicamente falando, outros homens e deve ter sofrido muito com a culpa. Aliás, os ciclos de euforia sexual e culpa explicam seu medo de perder o marido, seu porto seguro.

A descoberta do mundo de Adriana e Alvarenga deve ter sido libertador, ela descobriu uma maneira de saciar seu fogo sem a dor da culpa, bastava convencer Túlio...

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Falou tudo .. escuto muito isso desse meio liberal .. ter amante sem culpa de trair ou de engana o esposo(a) sem deixa de está casados e tendo a segurança de uma vida a dois ..

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Muitas pessoas vêem o meio liberal como um meio de se livrarem da culpa por trairem seus cônjuges, mas não sobrevivem muito tempo no meio. Pessoas acostumadas a serem infiéis tendem a não respeitarem os combinados e têm muita dificuldade em confiar no companheiro(a). Sem confiança, cumplicidade e respeito as regras as coisas desandam, a infidelidade volta (sim existe infidelidade no meio liberal).

Em síntese, se a pessoa não tem caráter vai fazer merda, não importa se é monogâmico ou liberal.

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Muito bom, como sempre. Dito isso, não quero fazer comentários para evitar discussão,embora achei discussões sempre válidas...

Mas ainda está tudo nebuloso...

Só tenho que admirar o autor, depois de 15 episódios consegui manter tudo em aberto até o último capítulo. Muitos roteiristas deveriam aprender a fazer isso.

Boa noite.

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Plot Twist... Do nada uma traição a 12 anos com possibilidade de do Junior n ser filho do Túlio. Atitude do Túlio em relação ao filho foi mto foda o que um verdadeiro pai faria.

O casal de amigos traira finalmente vão er o deles e a pergunta que n que e calar quem é Victoria que parece ser quem tá por trás dos atos do casal traíra?

Agora vamos falar da Andressa. Vacilo sim e mto mas pelo menos n caiu nas armações do casal traíra e nem foi com Valentim, esse que por sinal só aparece quando n é conveniente porra cara chato.

⭐⭐⭐

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A Adriana deve ter enviado ele a casa dela, para tentar seduzi-la, ou ela está saindo com ele... Só o Mark pra saber😂😂

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Será que o filho da bandida é do Túlio ?

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Mark adorei demais nota mil parabéns amigão

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Parece que a Andressa está envolvida no caixa dois junto com o casal traira .

Vamos ver o capítulo final ....

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E se os "amigos " notaram uma aproximação depois da briga e convenceram o Valentim em tentar a sorte sem ele saber que o Túlio estaria la, pode ser também

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É uma possibilidade bem plausível, mandaram ele pra evitar uma reaproximação do casal.

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Muito bem m mas parece que para Andressa seguiu em frente vamos ver o final

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Mas acho que o Valentim foi enviado a mando o casal falso amigos . Porque a Andressa convidar o Túlio a ficar ?

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Só tenho uma coisa a dizer: ué...

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Depois o Mark e a Nanda brigão comigo!😅

Mas vamos lá: COM O HISTÓRICO DO PATEÃO DE PERSONAGENS FEMININAS DA CDC, FICA DIFÍCIL NAO PRÉ-JULGAR NEGATIVAMENTE (as personagens já começam com -1). Julguei é sai correndo 🏃💨

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