Ragnarøkkr | A Monstrinha

Um conto erótico de Monstrinha
Categoria: Heterossexual
Contém 1394 palavras
Data: 17/09/2024 23:51:28

Eu ficava puta quando o gato se cagava de medo.

Mamãe ia me fazer limpar.

Então eu batia ainda mais nele, antes de deixá-lo correr para o quintal.

Antes de ir no banheiro pegar o papel higiênico para limpar a sujeira do gato, eu tinha que ficar quietinha um momento, tirar o sorriso da cara.

Essa é a parte mais difícil, trancar de novo a monstrinha no armário.

Geralmente, eu consigo limpar tudo antes de mamãe ver.

Como eu seria mais feliz se ela e papai simplesmente morressem.

Se eu pudesse deixar a monstrinha sair pra brincar.

Olho para o bebê no berço.

O cuzão deve ter se cagado de novo, do mesmo jeito que o gato.

Mamãe grita para que eu largue a faca.

Meu sorriso começa a se abrir de novo.

A MONSTRINHA | RANCOR

Eu odeio meu chefe.

— Por que você não mata ele?

De onde veio essa menina?

Não seria má ideia, tirando o fato de que eu não sou assassino e provavelmente seria pego, encarcerado e talvez até estuprado, não seria mesmo má ideia.

Será que ela é filha de alguém? Não deveria ter nenhuma criança aqui.

Menina bonita, acho que ruivas estão na moda. Não me lembro de gostar de ruivas antes.

Nada contra olhos verdes também, mas os dela são um tanto perturbadores.

Merda! Eu não repreendi ela. Não falei que matar é errado ou algo do gênero. Acho que até sorri. Merda!

Agora também é tarde, eu acho.

Ela sabia que eu pensava no Chicão. Será que eu falei alto?

Certeza de que eu seria pego, não tem como.

— Não precisa matar ele diretamente. Se morrer, acaba o sofrimento, né?

Ela falou mesmo isso? Que absurdo!

Eu sorrio.

Pegadinha, só pode.

Dou uma disfarçada e olho ao redor. Tem alguém me filmando, certeza.

Não, ninguém.

Câmera escondida? Escuta?

Isso já tá ficando ridículo.

— Ele tem uma neta, né? Você podia matar a neta dele. Máximo sofrimento, zero chance de cadeia.

E ela nem pisca ao falar de assassinato. A menina é boa mesmo. Nem parece que tá atuando. Porra, tô impressionado.

“Zero chance de cadeia” o meu ovo. Eu seria pego com certeza. Como eu faria pra rastrear a menina? Não tem como.

— Bom, primeiro você precisa descobrir onde ela mora.

Que porra foi essa?

Ela tá mesmo falando sério?

Ah, não. Será que essa porra é a neta do Chicão? Caralho! Falei mal do meu chefe na frente da netinha dele?

A filha do Chicão é ruiva? Não tô sabendo disso não.

— Ele tentou te levar na igreja, não é? Por que você não finge se converter? Certeza de que vai se aproximar da família assim.

Eu dou um sorriso amarelo, mas é pra disfarçar uma alegria genuína. Não é má ideia mesmo! Tirando que eu vou ter que tolerar aquele bosta na maior parte do tempo, dá pra fazer. Fora que dá pra descobrir outras coisas. Porra, pelo menos dois dos meus amigos já me contaram suas fobias. Daria pra deixar eles bem cagados se eu quisesse.

Essa porra dessa baixinha tá falando alto pra caralho. E se mais alguém ouvir?

Eu desconverso, ué! Falo que é uma série nova da Netflix, sei lá!

Da pra me aproximar da família toda assim. Ninguém vai desconfiar comigo chorando no velório. Eu viro o melhor amigo do Chicão, ele me apresenta a filha. Se ela for gostosinha dá até pra dar uma estupradinha de leve. Um dia, eu atropelava a menina e saia vazado, só mais um bêbado. Não daria pra ser no meu carro, teria que arrumar um outro. Será que dá pra fazer outra pessoa levar a culpa também?

A menina sumiu.

Que piveta mais estranha.

Da próxima vez que o Chicão vier com esses papos de crente, certeza que eu vou na igreja dele. Esse filho da puta não perde por esperar.

A MONSTRINHA | CHIFRE

Não acredito que o Sérgio me traiu.

— Por que você não chifra ele também? Chumbo trocado não dói.

Ai, que vergonha. Eu falei alto.

Eu faço um “shhh” sem pensar.

Gente, no meio do ônibus, estou ficando vermelha. Ai que merda!

Que mãe desnaturada deixa uma menina assim, solta, no corredor do ônibus?

Vou pra janela, melhor fazer de conta que não ouvi nada.

A filha da puta senta bem do meu lado. Vira esses olhos pra lá, ruivinha, pelo amor…

Hmmm… nenhuma outra ruiva a vista.

Isso não é mãe, deixar a filha fugir e nem procurar por ela depois.

Ela continua me olhando. Não é possível que essa porra quer uma resposta. Essa mãe não educa a criança não? Esse mundo tá perdido mesmo.

Mas bem que o Sérgio merecia mesmo um bom par de chifres, esse filho da puta traiçoeiro do caralho!

— O irmão dele é gatinho.

— Shhhhh!

Cadê a mãe dessa criança, pelo amor de Deus!? Tô morrendo de vergonha aqui.

É gatinho mesmo, pena que é viado. Eu bem que podia tentar converter ele, né?

Seria bem feito. Bem feito pro Sérgio. Quem manda me chifrar? Chumbo trocado não dói mesmo!

Essa menina tem uns olhos estranhos, tá me dando arrepio.

Vou rebolar bem gostoso no colo de alguém, Sérgio. Vou até filmar, seu filho da puta.

— E o seu filho?

O Vando? O que tem ele? Ah, não! Aí é demais, né gente? Vingança tem limite.

O Sérgio ficaria puto, isso é certo. Seria bem feito também. Mas tudo nessa vida tem limite.

Não que o Sérgio tenha muito não. Me traiu com a Claudinha, a minha melhor amiga, vê se pode uma coisa dessa!

Se o Sérgio não tem limite, porque eu vou ter? Ele pode, não pode? Eu também posso.

Ai, graças a Deus, essa piveta sumiu. Tava ficando nervosa já, olhão esquisito da porra.

O Vando cresceu gostoso, não sei o que eu dei pra esse menino pra ele ficar tão tesudo.

Não sei o que dei, mas sei muito bem o que vou dar. Minha calcinha tá empapada só de pensar.

A MONSTRINHA | FODA

Você me fode.

Os cadáveres da nossa família nos observam.

O sorriso se abre na minha cara. Não consigo evitar. Ele se expande, rasgando a pele do meu rosto. Minha máscara de moça recatada se rachando aos pouquinhos, revelando a monstrinha debaixo dela.

Você puxa meus braços, enquanto enfia bem fundo a pica em mim, como enfiou antes na nossa filha e na nossa neta.

Eu ouço a fera se debatendo dentro de você. Se contorcendo. Sua carne se remodelando, conforme ela luta para se soltar.

Quanto mais dói, mais vigorosamente sua pica se afunda na minha carne.

Os estalos dos meus braços deslocados rimam com seus ossos se partindo.

Meu pescoço se quebra quando viro a cabeça para ver o seu sorriso. O meu agora toma minha cara inteira. Os olhões esbugalhados para melhor te ver.

Seu sorriso também se rasga, mas para dar passagem ao focinho da fera, que emerge de dentro da sua garganta.

Sua pica descomunal continua me fodendo.

As suas garras me puxam as costelas. A fera sorri. O mesmo sorriso que Deus deve ter dado quando arrancou a de Adão para fazer sua putinha.

O lobo está todo para fora agora, o que sobrou da sua antiga pele jaz sanguinolento no carpete da nossa sala. Nós nos atracamos naquele beijo tesudo, suas presas me arrancando a língua num só puxão. O meu bocão escancarado cheio de dentes afiados se fechando sobre seu focinho, o sangue jorrando farto quando eles perfuram os seus olhos.

Nós nos devoramos, nos curamos, nos estupramos. Nós gozamos ao mesmo tempo, seu esperma inundando minhas entranhas abertas.

Depois do orgasmo, vem a fome.

Felizmente, tem muitos corpos aqui pra gente se fartar.

A MONTRINHA | CAOS

O filho da puta quase caiu em cima de mim e me levou junto.

Nem a máscara, nem o capuz conseguem esconder meu sorriso direito.

Acho que estou sangrando. Sinto minha boca se expandindo muito mais do que a pele aguenta. Minha cara tá se rasgando ao meio.

Dói, mas é uma dorzinha gostosa.

As monstrinhas estão por todo lugar agora.

Tanta gente sorridente, deixando seus próprios monstrinhos saírem para brincar.

Queria não ter matado meus pais, queriam que eles me vissem agora.

Ouço uma explosão. Outra. Mais uma.

Um avião cai ao longe.

As monstrinhas se reúnem ao meu redor. Atrás delas, uma multidão de bocas felizes. E famintas.

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Foto de perfil de Giselle KunradGiselle KunradContos: 9Seguidores: 70Seguindo: 0Mensagem Gosto de contar tanto histórias cotidianas quanto histórias fantásticas.

Comentários

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Deve ser libertador poder colocar nossos monstros para fora de vez em quando... mesmo que seja apenas em um conto certo?

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