Nosso primeiro dia foi tranquilo. Minha prima me ligou no início da tarde e me pediu para eu ir ao hotel no outro dia antes do almoço e levar nossos documentos. Ela disse que era essencial que a gente levasse a carteira de trabalho para já deixar tudo preparado. Eu falei para ela que iria sim e levaria tudo. Aproveitei e agradeci pelo dinheiro e por deixar o apartamento todo arrumado. Ela disse que o apartamento era algo que a gente tinha combinado e o dinheiro era um presente de boas vindas. Disse que estava com muita saudades de mim e só não iria ir ao apartamento porque estava meio indisposta, mas que a gente se via pessoalmente no outro dia. Nós nos despedimos e eu fui tomar um banho e depois quem sabe escrever um pouco.
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Kamila ainda estava esparramada na minha cama mexendo no celular. Quando sai para ir tomar banho ela já se levantou e disse que iria comigo. Ali notei que meu banho iria demorar e realmente demorou bastante. Tivemos uma gostosa transar dentro do chuveiro. O banheiro era bem pequeno, mas a gente não precisava de muito espaço para nós pegar. Na verdade era até bom porque as paredes ficavam bem ao alcance das mãos e algumas vezes a gente precisava de um apoio para se manter de pé. Logo após o banho a gente fez um lanche e foi para sala ver TV. Assistimos um filme de comédia e depois seguimos para minha cama. Ficamos conversando até tarde sobre vários assuntos aleatórios. Antes de dormir ainda transamos mais uma vez, mas foi algo mais calmo.
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Acordei cedo no outro dia e Kamila já não estava na cama. Quando sai para ir ao banheiro ouvi barulho vindo da cozinha. Provavelmente ela estava preparando um café. Depois de fazer minha higiene matinal fui tomar café e realmente Kamila tinha preparado tudo. Às dez horas saímos e fomos ao hotel. Era uma distância bem considerável, mas como tínhamos dinheiro a gente foi de táxi. Quando a gente chegou, Kamila ficou de boca aberta com o tamanho do hotel. Era realmente enorme. Provavelmente o maior ou um dos maiores da cidade. Eu não o conhecia, mas já tinha visto algumas fotos no Instagram da Cibele, então para mim não foi uma grande surpresa. Seguimos para a recepção e fui atendida por uma garota linda. Ela era bem clarinha e tinha o cabelo bem curto. Seu nome era Beatriz e era muito educada e gentil. Quando falei do motivo da minha visita ela fez uma ligação e depois pediu para a gente acompanhar ela.
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Beatriz foi guiando a gente até um corredor e logo parou em frente a uma porta, ela já abriu e pediu para a gente entrar. Minha prima já estava à nossa espera. Ela se levantou da sua cadeira e veio me dar um abraço. Cumprimentou Kamila e disse para a gente se sentar. Ela agradeceu Beatriz que saiu e fechou a porta. Cibele nos explicou que a lanchonete era um investimento dela. Que não iria misturar com as coisas do hotel que era do seu padrasto. Ela nos explicou os horários, salários e a função de cada uma na lanchonete. Eu já sabia o que eu iria fazer, ela tinha me explicado direitinho quando me ligou. Mas mesmo assim ela repetiu o básico da minha função. Kamila escutava tudo com atenção. Depois de tudo explicado e conversado deixamos os documentos necessários com Cibele e saímos. Ela disse que iria ao nosso apartamento à noite para conversar sem ser coisas de trabalho. Que estava com saudade de mim e queria pôr o papo em dia. Eu disse que iria adorar. Nós nos despedimos e saímos do escritório. Na saída olhei para a recepção e Beatriz deu um tchau com a mão e deu um belo sorriso. Eu retribuí, claro, ela me pareceu ser uma boa pessoa. Não sei explicar, mas gostei do jeito dela.
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Voltamos para casa e à noite minha prima realmente foi nos visitar. Conversamos bastante, ela é Kamila pareceu se dar bem e isso foi um alívio para mim. Ela me contou que a gravidez não foi algo planejado, mas que estava feliz por estar grávida. Ela disse que seu casamento tinha passado por alguns problemas no início porque o padrasto não gostava do seu marido, mas que agora estava tudo bem. Nossa conversa durou bastante, mas em um momento Cibele perguntou se a gente não podia conversar um pouco em particular. Ela explicou para kamila que precisava me contar um problema dela muito particular e não iria conseguir falar na frente de outra pessoa a não ser eu ou sua psicóloga. Kamila disse que não teria problema algum e foi para seu quarto. Cibele deu uma olhada na distância do quarto e pediu para gente sair da sala e ir até a cozinha.
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Na cozinha Cibele me contou que só queria eu na lanchonete no início, que iria me deixar lá no máximo seis meses e depois iria me levar para trabalhar com ela. Ela iria me ensinar tudo que eu precisaria saber para ficar no lugar dela no hotel. Se eu gostasse do trabalho e me saísse bem ela iria me colocar como seu braço direito lá. Ela disse que isso foi conversado durante algum tempo com o seu padrasto e ele aceitou. Ela disse que tudo isso surgiu porque o padrasto queria se afastar do hotel. Ele já estava pensando em ter uma vida mais tranquila ao lado da esposa e o hotel ocupava muito seu tempo. Cibele disse que depois que descobriu sua gravidez começou a pensar em alguém para seu lugar e ela disse que a única que confiava para isso era eu. Que como eu era formada em administração e era muito boa com números a escolha foi óbvia para ela. Nossa conversa seguiu e ela me explicou mais algumas coisas muito importantes. Eu procurei prestar bastante atenção em tudo. No fim eu estava preocupada por não ter a segurança de conseguir fazer tudo que minha prima queria, mas muito feliz pela confiança que ela tinha em mim. A gente combinou os últimos detalhes e voltamos para sala. Fui chamar Kamila, mas ela estava dormindo.
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Cibele perguntou se Kamila era de confiança. Eu expliquei para ela toda a situação da Kamila. Cibele disse que era melhor eu omitir certas coisas da nossa conversa só por garantia. Eu disse que eu já tinha pensado em fazer isso. Ela disse que eu era uma boa amiga porque qualquer outra pessoa teria deixado Kamila para trás. Cibele se foi e eu fui dormir, fui direto para cama da Kamila. Eu gostava de dormir com ela e pelo jeito isso iria virar um costume.
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O restante da semana foi tranquilo. Ficamos a maioria do tempo no apartamento, mas também saímos para ir ao shopping e conhecer alguns lugares famosos da cidade como o jardim botânico. Na sexta depois do almoço a gente foi para a lanchonete. Quando cheguei eu já fiquei feliz porque vi Beatriz logo na entrada. Ela pelo jeito me reconheceu e veio falar comigo e com Kamila. Ela disse que veio trazer os documentos do pessoal e que iria me cobrir nos meus dias de folga. Ela explicou que era funcionária do hotel, mas que Cibele tinha dado férias para ela do hotel. Ela iria trabalhar só nos meus dias de folga no meu lugar, mas se ela gostasse do trabalho iria poder escolher se continuava ali ou voltava para o hotel. Ela disse que morava ali do lado, no hotel ela ganhava mais porém o horário era muito puxado e com a mãe dela meio doente trabalhar na lanchonete poderia ser melhor para ela. Ficamos conversando por um bom tempo. Logo chegou um homem e Beatriz foi falar com ele. Entregou algumas pastas e ele foi abrir as portas.
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Entramos e ele se apresentou. Seu nome era Henrique e ele era o gerente. Ele pediu para todo mundo se apresentar e dizer sua função. É assim foi feito. Ele fez um discurso motivador e logo foi para seu escritório. Eu fui para o vestiário trocar de roupa e Kamila foi comigo. Antes da gente sair Beatriz veio se despedir da gente. Kamila comentou que tinha achado ela muito legal e eu concordei. A gente se trocou e foi para o local de trabalho. Não tinha muitos funcionários. A maioria era mulher, só vi dois homens a não ser o gerente. Pelo que vi iriam trabalhar na cozinha. Antes de abrir o gerente veio até mim e me entregou 150 reais em cédulas menores e moedas. Ele me deu a chave do caixa e foi falar com os outros funcionários. Segui para o caixa e Kamila disse que ia falar com as outras garçonetes para tentar se enturmar.
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A lanchonete foi aberta ao público às 15 horas e assim começamos nosso primeiro dia de trabalho. O movimento começou bem fraco mas depois das 18 as coisas mudaram. Teve bastante gente, a maioria de estudantes universitários. Foi uma correria só para todo mundo. Eu ficava de olho na Kamila a todo momento que dava. Mas pelo menos nos momentos que consegui ver, ela estava se saindo bem. O movimento só diminuiu depois das 23 horas e mesmo assim ainda teve clientes que ficaram por ali até quase uma da manhã.
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Quando acabou o movimento vi Kamila vir em minha direção com uma cara que dava pena. Ela perguntou se eu iria demorar para fechar o caixa, eu disse que não, que em 15 minutos no máximo eu estaria pronta. Ela disse que as pernas dela estavam doendo muito. Fiquei com pena dela. Fechei o caixa, tranquei tudo e fui com ela trocar de roupa. Saímos e fomos esperar nossa carona. A Van logo apareceu e foi levar cada um na sua casa. Como a gente morava longe, demorou bastante para chegar no nosso prédio. Quando chegamos Kamila já estava dormindo no meu colo. Acordei ela e subimos para nosso apartamento. Kamila quase não consegue arrumar coragem para tomar seu banho, mas com alguma dificuldade ela tomou. Na verdade eu praticamente dei banho nela. Ela foi se deitar, eu tomei meu banho e fui descansar também.
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Acordamos tarde no outro dia. Kamila reclamou que as pernas estavam doendo muito. Peguei o celular e pedi alguns remédios. Dei um relaxante muscular para ela logo que foi entregue e fui fazer um almoço para nós duas. Durante o almoço ela disse que as pernas melhoraram um pouco. Eu disse a ela que se caso não melhorasse era melhor ela ficar em casa. Ela disse que não tinha nada disso, que nem que fosse de muletas ela iria sim trabalhar. Eu fiquei feliz com sua determinação. Mas não iria deixar ela ir se ela não melhorasse. Mas ela logo parou de reclamar das dores e às 14 horas a gente estava saindo para ir trabalhar novamente. Kamila estava sempre agarrada comigo na Van e uma das meninas que era garçonete perguntou se éramos namoradas e Kamila disse que sim, ainda disse que estávamos juntas há oito anos. Eu queria desmentir, mas preferi só rir dela. No vestiário perguntei o porquê ela tinha mentido. Ela disse que isso iria ajudar as pessoas a não tentar nenhuma gracinha com a gente e poderíamos focar só no nosso trabalho. Parece que minha amiga estava mesmo disposta a mudar.
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Kamila conseguiu trabalhar, com algumas dificuldades, mas conseguiu. Os dias se seguiram e tudo correu bem. Nossa folga era na segunda-feira. Beatriz ficava no meu lugar no caixa. Passaram duas semanas e eu já estava bem acostumada com minha nova vida. Kamila estava agindo perfeitamente. Beatriz sempre aparecia na lanchonete à tarde. Acabamos criando uma amizade. Já tínhamos trocado números e tudo mais. Porém eu notei que ela às vezes dava umas olhadas diferentes para Kamila. Acho que minha amiga tinha despertado o interesse de alguém.
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Continua..
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Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper
