Musa

Um conto erótico de Turin Turambar
Categoria: Grupal
Contém 4557 palavras
Data: 23/10/2024 06:47:30

Olívia saíra do banheiro enrolada em sua toalha, com outra sobre a cabeça. Desenrolando a peça do corpo e a jogando sobre a cama, ficou nua. Abriu o guarda-roupa e mordeu os lábios enquanto escolhia o que vestir. Tirou algumas peças da gaveta e a jogou sobre a cama. Sentada, desenrolou as meias pretas pelas duas pernas e de pé, prendeu-as em uma cinta. Pegou uma calcinha, pretas como as meias e a vestiu. Se pôs de costas para o espelho, se contorcendo para aferir o caimento em seu quadril. Ajeitou a peça, que se escondia entre as nádegas fartas, abrindo um sorriso de satisfação. Pegou um sutiã, com detalhes rendados e acomodou seus seios nele. Vestiu uma camisa social branca com listras azuis verticais e viu a peça se ajustar ao seu corpo enquanto fechava os botões. Em seguida, colocou a saia. A peça era longa até um pouco acima dos joelhos, marcava bem a cintura enquanto se moldava justa em seu formoso quadril. Olhou-se no espelho mais uma vez, percebendo as listras da camisa marcarem o volume do busto enquanto uma singela transparência permitia ver a silhueta do sutiã preto. Assim, vestiu um Blazer, cobrindo mais o seu corpo. O cabelo foi enrolado em um coque e com a maquiagem básica e o salto alto. Tudo isso junto a um salto alto formavam um tipo visual que Olívia gostava muito de usar em ocasiões especiais no seu trabalho.

Olívia reconhecia a própria beleza e era comum se vestir formalmente, mas ainda que sensual. A escolha pela lingerie fazia parte de um jogo dela consigo mesma. Sentia-se mais confiante ao ver como trajes tão sensuais ficavam bem em seu corpo além de se divertir com a ideia de estar bem mais sexy do que as pessoas em volta imaginam.

A escolha de roupas era apenas para si, pois o encontro daquele dia era profissional e não seria com um homem. Chegou ao conhecimento dela que uma artista iniciante teria recebido como herança uma coleção de pinturas da avó. O incomum dessa história é o fato, ou talvez um boato, dessa avó teria um relacionamento com Joaquim de Almeida Neto, um pintor do século passado que, apesar de controverso em sua época, hoje é valorizado por suas pinturas. Era famoso por pinturas eróticas, onde as amantes eram suas musas.

Como curadora do Museu, precisava checar se as obras são realmente do Joaquim Almeida Neto e, se confirmado, negociar a aquisição delas. Na sua época artista era visto como depravado, mas as coisas já não eram assim. Sua forma de representar a figura humana era única e o gosto por representar a sexualidade o tornava ainda mais exclusivo. Suas obras eram caras e Olívia precisava chegar e adquirir aquelas obras antes de outros interessados aparecerem. Já havia feito reuniões em galerias de arte, mansões, universidades, mas era a sua primeira vez indo à parte antiga da cidade. Os casarões antigos, muitos deles em ruínas, a confundiam e precisou ligar para a mulher que encontraria para saber onde descer.

O táxi para e assim que desce, Olívia já reconhece a quem fora encontrar. Uma mulher morena, de óculos e cabelos pretos, compridos, sorria com entusiasmo enquanto acenava para ela. Manuela vestia uma blusa cinza e uma saia jeans curta, expondo chamativo par de coxas. As duas se cumprimentaram com dois beijinhos e Manuela em seguida segurou Olívia pelos ombros, olhando-a dos pés a cabeça.

— Eu não acredito no quanto você é linda! Preciso pintar você. Não quer posar para mim?

Sendo tão bonita e estando sempre vestida, flertes e convites para ensaios e pinturas não eram incomuns. Olívia era acostumada a tudo isso e lidava com uma frieza que fazia qualquer pretendente desistir na mesma hora. Era tão eficiente em lidar com assédio que tinha uma fama de ser mulher fria, quase assexuada. A fama exagerada a poupava de situações indesejadas, muitas vezes queria ser vista de outra forma.

O sorriso de Manuela, porém, tinha desenhos tão maliciosos que Olívia enrubesceu. Era como se um simples convite fosse traduzido em um punhado de frases obscenas, justamente as que excitaram Olívia.

— Me desculpe, mas o meu negócio é ver e negociar obras de arte. Não de participar delas. — disse Olívia, sem jeito.

Manuela apesar da negativa, sustentou seu sorriso — um dia te levarei para o meu ateliê — dizia. Olívia desconversou, perguntando onde estavam as obras, pois ela queria analisá-las.

— Estão lá dentro. Tem um colega seu gostoso que está aqui também.

Olívia franziu o cenho. Não deveria ter ninguém ali, pois o romance entre a avó de Manuela e o pintor era puro boato. Perguntou a si mesma quem teria esse tipo de informação e ao ver que reconhecia um dos carros ali estacionado, revirou os olhos.

Nos passos dados dali até a entrada, Olívia tinha outro humor. Acreditava que aquele seria um dia diferente, onde haveria uma negociação tranquila e levaria as obras sem muita dificuldade. A imagem daquele carro era uma decepção que se confirmou assim que entrou na sala. No sofá, um homem loiro, vestindo uma calça jeans, camisa social e um blazer permanecia sentado.

— Oi — disse Olívia, lacônica, deixando clara que só dizia aquilo por mera educação.

— Oi — disse Miguel, no mesmo tom. Apesar disso, ele se levanta e aperta cordialmente a mão de Olívia. Ainda que com uma expressão de poucos amigos, seus olhos percorreram as curvas dela. Olivia não fez diferente, pois os olhares dela se perdiam nos botões abertos daquela camisa.

Percebendo o clima nada amigável entre os dois, Manuela pediu para se sentarem e contou sua história. A avó acabara de falecer e deixou um testamento em que aquela casa ficaria com sua mãe. Entretanto, no documento consta que o conteúdo do quarto trancado no último andar, ficaria para Manuela. Era de conhecimento tanto dela quanto da mãe o romance entre a avó e o artista. Manuela ainda não vira todos os quadros, mas pelo que viu, tinha a certeza de serem de Joaquim Almeida Neto.

— Bom, eu preciso ver as obras e confirmando a autenticidade e pelo tamanho do acervo o Museu fará uma proposta para a aquisição dessas peças. — disse Olívia.

— Manuela, eu represento um notório colecionador de arte. Ele tem muito interesse nas obras que sua avó lhe deixou e está disposto a pagar o que for preciso para adquirir essas obras. — disse Miguel. O tom de voz grave, ao mesmo tempo, suave, parecia hipnotizar Manuela, que o olhava atentamente. Olívia se irritava.

— Manuela, as obras de Joaquim Almeida Neto hoje em dia tem valor inestimável. Não podem estar restritas a um colecionador privado. Uma arte como a dele tem que ser patrimônio público.

Miguel ri.

— Olívia, você pelo menos sabe da natureza das pinturas do Joaquim Almeida Neto? Acho que conhecesse, me deixaria comprar as obras. — disse Miguel, debochado. Manuela franzia o cenho, enquanto Olívia revirava os olhos mais uma vez. — A Olívia é tão fria que deve sair correndo se ver as pinturas que o Joaquim Almeida fez da sua avó.

— Não fala assim — disse Manuela — uma mulher linda dessas deve ter um monte de pretendentes que você nem faz ideia. Eu mesmo quero que ela seja minha modelo.

— Boa sorte. Seria um milagre alguém fazer a Olívia tirar a roupa.

— Vai se foder, Miguel!

A explosão de Olívia fez Manuela intervir antes que Miguel respondesse. Pediu calma a ela, que se levantou e foi à cozinha.

Fechando os olhos, Olívia respirou fundo. Não era a primeira vez em que tinha que disputar uma negociação com Miguel e nem a primeira vez em que ele a provocava. Respirava fundo, lentamente, para não deixar nenhuma lágrima sair e borrar sua maquiagem. Precisou de alguns segundos para controlar suas emoções. Olhou em volta e viu móveis velhos, porém limpos. Havia louças e uma geladeira velha que funcionava, dando a entender que Manuela tentara deixar aquele espaço minimamente funcional. Decidiu então beber um copo d’água. Entre abrir a geladeira e encher seu copo, se esforçava em ouvir o que Miguel conversava com Manuela, sem sucesso. Sabia bem o quanto aquele homem era sedutor, principalmente ao baixar o tom da sua voz. Era dotado de uma fala macia, capaz de provocar arrepios. Olívia sabia bem o potencial dos sussurros graves daquele homem, apesar de sempre resistir.

Ouvindo a troca de sussurros incompreensíveis entre os dois, sentiu-se estar perdendo aquela disputa. Seu destempero era tudo o que Miguel precisava para ficar alguns instantes a sós com Manuela e seduzi-la. Como se não bastasse o charme daquele homem, o poder econômico que ele representa tornava aquela disputa injusta demais para ela ter alguma chance. Enquanto Museu a pressionava para aumentar o acervo, ela constantemente as perdia para Miguel e seus clientes ricos. Ela já não suportava mais ser sempre derrotada e ainda passar por essas humilhações e decidiu desistir, quando Manuela entrou e a abraçou por trás.

— Meu amor, está tudo bem? — disse Manuela. Sentir o calor daquele abraço parecia ser tudo o que Olívia precisava depois de todo aquele stress.

— Está, sim, obrigada. Eu te peço desculpas por perder a cabeça.

— Não se desculpe. Foi ele que te provocou. Ele sabe disso e vai te pedir desculpas.

— Esquece, eu nem devia ter vido. Se soubesse que ele viria, eu perderia nem o meu tempo e nem o seu.

— Por que diz isso, amor?

— Não é a primeira vez que acontece. O museu não tem recursos para competir com os clientes dele.

— Vai desistir?

Olívia respira fundo.

— Me desculpa, Manuela, mas eu não tenho como competir com ele. Não ficarei aqui só para ficar ouvindo deboches.

— Não desiste não. Ele faz isso porque tem medo de você.

— Por que teria medo?

— Não sei, estou conhecendo vocês hoje. Pode ser medo ou outra coisa.

Um sorriso malicioso surge no rosto de Manuela enquanto ela vira Olívia de frente para si.

— Você tem esse jeitão sisuda, charmosa e extremamente sexy. Você mexe com ele a ponto dele ser um babaca para tentar tirar você do sério.

— Isso não faz sentido nenhum.

— Então me diz, ele já tentou ficar com você alguma vez?

Olívia olha para o lado, desconversando.

— Eu sabia!

— Isso faz tempo…

— Nesse tempo todo ele tem sido assim com você, não é?

Olívia assentiu com a cabeça.

— Você podia sair com ele.

— Deus me livre!

— Não é para casar com ele, mas vale uma sentada. Ou estou errada?

Um sorriso escapuliu pelos lábios de Olívia antes que ela os controlasse.

— Te entendo. Esse tipo assim, quanto mais cafajeste, melhor. A gente senta e vai embora sem remorso.

Os primeiro sorrisos mais mostravam uma Olívia menos tensa. — você tem um sorriso tão lindo, não fique sempre séria. — disse Manuela, ao acariciar o rosto de Olívia, que segurou a mão junto ao rosto.

— Vou ser sincera, ele me fez uma proposta ótima. É uma quantia mais do que o suficiente para eu alavancar minha carreira como pintora. Não sei se o museu pode competir com isso, mas eu gostaria que você visse as obras mesmo assim. Fique até o final e mostre a ele que você não se intimida.

— Tudo bem, eu vou. Não seria profissional ir embora antes. Eu estava nervosa.

— Tem mais uma coisa que quero te pedir.

— O quê?

— Posa para mim?

Olívia arregalou os olhos.

— De novo com isso?

— É sério. Sei que tem um vulcão aí dentro e quero te auxiliar por ele para fora.

— Eu não tenho isso tudo…

— Tem, sim, ou eu não ficaria com essa vontade de te devorar sempre que olho para você.

O rosto de Olívia enrubescer na hora. — Garota, isso é jeito de falar.

— Desculpa, o meu jeito. Tenho quase certeza de que sou neta do Joaquim, pois minha avó era casada naquela época. Sinto uma obsessão para pintar todos os que desejo e com você não é diferente.

— Me desculpa, mas eu não saio com mulheres.

— Relaxa, só quero que pose para mim. Isso me satisfaz.

A proposta, um tanto direta, tirou de Olívia um sorriso desajeitado, de quem tivesse vergonha de assumir o próprio sorriso.

— Amo quando roubo um riso seu.

A máscara da mulher inabalável caíra totalmente. Olívia não conseguia se conter frente aos flertes e propostas de Manuela. Até então, não se permitira qualquer intimidade com clientes, mas Manuela era diferente. Conseguia resistir até mesmo ao charme de Miguel, mas não ao daquela morena. Assim, se permitiu uma pequena provocação. Tirou o blazer, deixando-o sobre a mesa e desmanchou o coque, soltando os cabelos. Por fim, abriu alguns botões de sua camisa, permitindo o vislumbre parcial dos seios, espremidos no sutiã. Poucos detalhes que deixaram Olívia com um ar mais provocante, e Manuela com um sorriso malicioso nos lábios.

— Então, acha mesmo que seria uma boa modelo.

— Mulher, é melhor eu levar vocês para ver os quadros antes que rasgue essa camisa e te devore aqui.

Aos risos, as duas saíram da cozinha e se juntaram a Miguel. Foi impossível para ele controlar seu olhar para o novo decote de Olívia.

— Está olhando o quê? Perdeu alguma coisa? — provocou Olívia enquanto acompanhava Manuela ao subir as escadas. Miguel, gaguejou sem responder, seguindo ambas na escada.

Enquanto caminhavam pela casa velha, Manuela contava sobre o cômodo do último andar, sempre fechado em toda a sua vida. Fora uma surpresa para ela ter recebido justamente a chave daquele quarto como herança. Quando viu os primeiros quadros, entendeu bem porque a avó a tinha escolhido: Manuela é extremamente parecida com sua avó, quando jovem e isso ficou ainda mais evidente nas pinturas.

Quando Manuela abriu a porta, quase nada podia ser ver lá dentro. À medida que ela Abria as janelas que fossem acessíveis, a luz do sol invadia aquele espaço, exibindo o relevo dos amontoados de móveis empoeirados amontoados. A sala era grande, mas o mobiliário empilhado impedia qualquer um de ir ao outro lado. Mesmo assim, Manuela exibiu o primeiro quadro. A imagem de uma mulher, deitada nua sobre a cama.

— Incrível, ela era realmente igual a você. Os mesmos lábios, o mesmo olhar. O mesmo sorriso. — Disse Olívia.

— O mesmo tudo — disse Miguel, olhando Manuela dos pés a cabeça.

— A minha avó era gostosa, não era? — brincou Manuela.

— Muito. — Respondeu Miguel, provocando um sorriso safado em Manuela.

Manuela exibia com orgulho as pinturas da avó, que muito bem poderiam ser delas. Miguel elogiava as pinturas, com segundas intenções, roubando sorrisos cada vez mais sapecas de Manuela. Olívia assistia aquilo se perguntando se ele flertava realmente com ela ou se ele apenas a deixava à vontade. Manuela de fato era uma mulher provocante. Seu jeito desinibido a instigava a ponto de olhar para aqueles quadros eróticos e ter pensamentos um tanto inéditos para ela. Gostara da atenção especial dada a ela minutos antes, mas agora era monopolizada por Miguel. Mais uma vez, ela perdeu.

Havia uma parte daquele quarto ainda não explorado onde Manuela acreditava ter mais quadros. A “parede” de objetos acumulados impedia a passagem e os três conseguiram tirar alguns dos móveis menores. Miguel fora o primeiro a pular a mesa empoeirada e abrir mais uma janela. Manuela foi em seguida, e apesar da oferta de ajuda de Miguel, subiu na mesa sozinha e engatinhou sobre ela sem se importar de estar vestindo uma saia. Ele olhava admirado, as coxas grossas totalmente expostas e um pouco da bunda que apareceu. Olívia olhava a cena séria, mas ria por dentro, pois já tinha entendido o gosto dela de se exibir.

Na vez de Olívia, Miguel a olhou com um sorriso debochado. — eu te ajudo, exceto se quiser esperar lá fora. — provocou. Seguindo o exemplo de Manuela, Olívia o ignorou. Tirou os sapatos de salto alto e subiu a saia até a altura dos quadris. Cruzou a mesa no melhor estilo moleca da amiga pintora, sem se importar se sua bunda ou calcinha apareceria para eles. Ou mesmo a liga que prendia suas meias.

— Uau, Olívia! Eu sabia que era cheia de segredos. Deixa eu ver.

Se ajoelhando na frente de Olívia, Manuela não a deixou abaixar a saia enquanto elogiava a lingerie. Miguel, totalmente ignorado, não conseguia tirar os olhos das coxas de Olívia em meias, sete oitavos, a liga e até mesmo a calcinha que aparecia. — Vira para lá, seu safado — disse Manuela.

Enquanto ele se virada de costas, constrangido, as duas riam. Manuela elogiava o bom gosto de Olívia, apesar de suas mãos passarem a maior parde do tempo em suas coxas. Não satisfeita, alisou a boceta por cima da calcinha com o pretexto de “sentir a textura da renda”. Olívia se arrepiou na mesma hora, não conseguindo conter o gemido.

— Deixa eu ver como ficou atrás. — disse Manuela.

Olívia girou, com o rosto queimando de vergonha ao exibir o bumbum para Manuela. Virou o rosto para trás, procurando ver se Miguel a espiava. Se aliviou ao percebê-lo ainda de costas, mas sentia os toques de Manuela em suas carnes. As mãos dela eram deliciosamente quentes e não conseguia interrompê-la. A ousadia dela em ajustar a sua calcinha, enfiando mais em suas nádegas, lhe provocava sensações diversas e inimagináveis em um momento entre mulheres. Entre permitir aquele gesto descarado e se resguardar, Olívia permitiu a Manuela fazer o que quisesse. Só apenas quando percebeu um espelho velho e empoeirado ao alcance dos olhos de Miguel que ela a interrompeu, ajustando a saia.

— Quero você posando para mim nessa lingerie — sussurrou Manuela ao apertar a cintura de Olívia por trás após se levantar.

Haviam três quadros que nem mesmo Manuela vira ainda. Estavam cobertos por lençóis empoeirados, sendo descobertos um a um. Os quadros iam além do nu, retratando a avó de Manuela em poses mais eróticas. A herdeira se divertia se comparando com a avó naquelas poses enquanto Miguel a provocava com comentários cada vez mais abusados. Olívia ignorava ambos, pensativa. Analisando as pinturas, ela atestava que forma de pintar de fato era de Joaquim de Almeida Neto, mas havia algo incomum naquelas pinturas que a intrigava, sem entender ainda o que seria.

Manuela desvela o último quadro, que fez os três ficarem e olhos arregalados. A modelo era retratada de joelhos, com os braços apoiados sobre as coxas de um homem sentado enquanto segurava o pênis. Com os olhos fechados, ela colocava a língua para fora para lamber o falo.

— Essa é a minha avó. — brincou Manuela.

Também fecha os olhos nessas horas? — provocou Miguel.

— Sim — respondeu Manuela, com um sorriso largo no rosto. — Tive um namorado que tirou uma foto minha igual a essa pintura.

Miguel se aproxima de Manuela, olhando-a nos olhos.

— Meu cliente ficara muito satisfeito com essas obras. Elas ficarão em uma coleção restrita, então a história de sua avó ficará preservada e você será muito bem recompensada. Poderá financiar sua carreira com tranquilidade.

— Que ótimo, mas vou ficar com saudade dos quadros da minha avô.

— Te levo para visitá-los sempre que quiser. Aliás, talvez meu cliente se interesse pela sua arte, já que gosta do estilo do Joaquim.

Os olhos de Manuela brilharam em sintonia com o olhar charmoso de Miguel. As promessas misturadas ao olhar profundo, a voz suave e o toque delicado em seu queixo a hipnotizaram. Estava completamente seduzida, saindo daquele transe apenas com as palavras de Olívia.

— Essa coleção vai para o Museu.

— O Museu pode pagar mais do que meu cliente.

— Paga o bastante. Tem muito mais do que dinheiro para oferecer.

— Tipo? — perguntou Manuela, curiosa.

— Qualquer dinheiro que o cliente dele lhe pague será pouco. Até porque se fiar escondido na sala de algum ricaço não terá valor nenhum. O valor dessa arte está em ser apreciada. Joaquim retratava suas amantes nuas, mas nunca dessa forma. Seja pela entrega da sua avó nessas poses eróticas quanto ao cuidado dele em retratar as expressões dela, havia uma conexão entre eles que era única em toda a história dele. Qualquer valor que ele lhe pague será pouco. — argumentou Olívia.

Um sorriso brotou no rosto de Manuela com o discurso emocionado de Olívia. Ver aquela mulher não desistir e se impor mexia com ela. Miguel torceu os lábios em sinal de deboche.

— Tudo bem. Se eu pago pouco, o Museu continua pagando menos. — respondeu Miguel.

— Pode ser, mas só o Museu pode dar a esses quadros o valor deles. — disse Olívia, voltando a sua atenção para Manuela. — Sei que você não quer que a história da sua avó seja “preservada”, porque se hoje você trabalha arte e sexo juntos, é porque sua avó fez isso muito antes, com uma sociedade mais conservadora. Se quiser mesmo alavancar a sua carreira, deixe essas obras expostas no museu para todo mundo ver e se assuma como herdeira artística de sua avó. Valorize o legado dela.

Os olhos de Manuela marejaram.

— Tem razão, querida. Não posso pensar só em dinheiro. Precisarei de um tempo para me decidir.

Miguel sorria debochando da fala de Olívia até a resposta de Manuela. Sentiu o perigo real de perder aquela negociação e efeito disso na sua reputação para com os clientes. A possibilidade da primeira derrota para Olívia quando tudo estava praticamente certo o irritou profundamente.

— Manuela, esqueça esse discurso. Ela está te enrolando porque quer o quadro para ela. Talvez se olhar com cuidado por muito tempo ela aprende como se faz.

Miguel se arrependera daquelas palavras logo assim que as proferiu, pois mesmo Manuela o olhara com decepção. Olívia revira os olhos e respira fundo a tempo de não o deixar se desculpar.

— Olha Miguel, vou ser sincera. Ao contrário do que pensa, eu amo chupar uma rola. Poucas coisas são tão gostosas quanto ter um pau duro na boca e mamá-lo até que goze. Por muito tempo considerei chupar o seu pau, mas não o fazia por você ser um babaca. A Manu me fez entender que isso não era exatamente um problema e já estava considerando engolir seu pau de olhos fechados igual à avó dela fez na pintura. O problema que vejo é que você tem tanto medo de mulher que se eu me ajoelhar na sua frente a abrir a sua calça é capaz de você ficar de pau mole.

Um sorriso malicioso e sapeca brotou no rosto de Manuela. Miguel gaguejava, sem saber oque responder. Olívia então foi em sua direção e, decidida, segurou seu pau por cima da calça.

— Você está louca, Olívia?

— Estou com tesão!

Visivelmente desconfortável, Miguel se mantinha paralisado, sem saber o que fazer. Olívia o apertava, esfregando a mão em sua rola, continuamente flácida, até que Manuela a abraçou por trás, a contento.

— Meu amor, sei de um jeito melhor de deixá-lo de pau duro.

Os olhos de Olívia se abriram ao máximo quando a língua de Manuela invadiu a sua boca. Sua postura enérgica se derretia ao toque macio daqueles lábios. As mãos envolviam seu corpo, que reagia, quase que inconscientemente, a puxando para si. Manuela percorreu seu corpo até chegar à sua bunda, que apertou com desejo e depois segurou o zíper traseiro, antes de interromper beijo.

— Deixa-o te ver. Posso?

Olívia nada disse. Uma mordida nos lábios era resposta o suficiente para Manuela deixar aquele zíper correr. Enquanto a saia deslizava para seus calcanhares, Olívia segurava a barra da camisa, fazendo questão de exibir a sua bunda, a calcinha e a cinta liga que prendia suas meias. Olhava para Miguel, contemplando a expressão de espanto dele até Manuela puxar seu rosto para mais um beijo. Com os lábios colados e as línguas se esfregando, os botões de sua camisa foram abertos e a peça caiu no chão.

Após despir Olívia, Manuela parou para admirar aquela mulher. O corpo curvilíneo ornados pela lingerie delicada e os cabelos longos, pretos caindo até o meio de suas costas. Sua musa perfeita e quanto mais ela era despida, mais desejosa ficava. A morena foi surpreendida com a forma brusca com a qual sua blusa foi arrancada. Sentia-se prestes a ser devorada por Olívia, que minutos antes dizia não se interessar por mulheres. Como provocação, não a deixou tirar a sua saia, fazendo isso ela própria. Num jogo de sedução, virou-se de costas para Olívia e Miguel para se curvar enquanto descia lentamente a peça. Sabia bem o quanto sua bunda carnuda era desejada e sentiu isso nos apertões gulosos de Olívia. As duas se abraçaram se beijando mais uma vez. Agora nuas, o contato corpo a corpo subia a temperatura enquanto os corpos se esquentavam. O roçar delicioso das línguas a mantinham hipnotizadas a ponto de quase esquecerem Miguel, que olhava espantado para as duas. Quase, pois Manuela fez questão de lembrar.

— Olha, deu certo! — disse Manuela ao apontar a ereção evidente na calça de Miguel.

As duas se dirigiram rapidamente o empurrando para um sofá empoeirado. Olívia e Manuela se ajoelharam, avançando sobre ele como duas feras famintas. Abriam a calça com desespero, a arrancando em seguida junto a cueca.

— Que pau bonito! — brincou Manuela.

— Bem que podia estar mais duro. — retrucou Olívia.

Quatro mãos alisavam as coxas e pegavam no pau de Miguel. Olívia pegou no pau e o engoliu em um único movimento, puxando a boca de volta lentamente. Levantou a rola e passou a língua em toda a sua extensão, voltando a engolir em seguida. Fez movimentos de vai e vem lentos, pressionando os lábios macios suavemente contra o membro enquanto girava a boca em torno dele. Assim Miguel ficou duro de vez.

— Agora, sim, está duro. — disse Olívia ao passar a rola para Manuela.

— Que delícia de pau duro — disse Manuela ao fazer movimentos lentos de vai e vem. Então Miguel, ela chupa bem?

Miguel apenas gemia enquanto assentia com movimento da cabeça. Manuela fechou os olhos e engoliu a rola, progredindo com os lábios lentamente. Mamou Miguel de olhos fechados até Olívia o requerer de volta. — Me dá esse pau aqui — disse ela ao tomar a piroca na mão da amiga.

As duas chupavam a rola, se alternando. Muitas vezes trocavam beijos e se tocavam, deixando Miguel de lado. Quando voltavam, lambiam a rola inteira ao mesmo tempo, cada uma do seu lado. Miguel se contorcia no sofá, apertando os braços com firmeza. Assistindo ambas o chuparem, não resistiu e gozou sem avisar.

— Mas já? Não aguentou nem dois minutos — provocou Olívia.

— Que delícia. Adoro porra na cara — disse Manuela, passando o dedo no rosto para limpar a porra e o levar à boca.

Olívia olhou o rosto de Manuela sujo de porra e reagiu sem pensar. Passou a língua pelo queixo e seguiu o rastro de sêmen pela boca, contornando os lábios. Em seguida passou a língua pela bochecha e contornou o rosto até tirar a última mancha de porra na testa para enfim beijá-la de novo. Sentiu uma mão entrar na calcinha e gemeu manhosa com o toque carinhoso dos dedos em seu grelo. Retribuiu o carinho invadindo a calcinha dela. Os quadris balançaram, manipulados pelos toques carinhosos nas bocetas. Trocando beijos e carícias, as duas se masturbaram até os gemidos de ambas ressoaram até se unirem em um único grito de orgasmo simultâneo.

Miguel permanecia sentado, olhando aquelas duas mulheres se beijarem apaixonadas. Perdera a disputa, se contentando com o boquete que, no fundo, tanto sonhara. As duas permaneceram ajoelhadas por mais alguns instantes. Olívia finalmente conseguira levar uma coleção valiosa para o museu e Manuela conseguira a sua musa, ou algo mais do que isso.

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Foto de perfil genéricaTurin TurambarContos: 270Seguidores: 257Seguindo: 103Mensagem Olá, meu nome é Turin Tur, muito prazer. Por aqui eu canalizo as ideias loucas da minha cabeça em contos sensuais. Além destas ideias loucas, as histórias de aqui escrevo são carregadas de minhas próprias fantasias, de histórias de vi ou ouvi falar e podem ser das suas fantasias também. Te convido a ler meus contos, votar e comentar neles. Se quiser ver uma fantasia sua virar um conto, também pode me procurar. contosobscenos@gmail.com linktr.ee/contosobscenos

Comentários

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Sensacional!!!

Muito bom mesmo!!

Qd tiver tempo vou ler os outros contos!!

Parabéns!!

3 estrelas!!

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Obrigado Manfi82.

Você também participou, não é?

Darei uma olhada sim.

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