Os pensamentos, antes turvos e pesados, tornam-se mais claros, como se um manto de névoa tivesse se dissipado. Um sorriso involuntário surge, iluminando o rosto, e a leveza no peito transforma a rotina em poesia. É a sensação de estar conectado ao mundo, onde cada detalhe brilha com nova intensidade, desde o cheiro do café fresco até a risada de um amigo.
Aquele beijo me prendeu, meu coração acelerou, pulsando em sintonia com cada toque suave dos lábios de Nicolly. Um calor se espalhou pelo meu corpo, começando na ponta dos dedos e subindo até a cabeça, criando uma onda de euforia envolvente. Naquele momento tudo que existe era aquele momento. Senti de forma vergonhosa suas mãos em meu bumbum e não controlei o gemido. Mas como se fosse uma picada de cobra ela se afastou, e começou a gaguejar. Eu olhei em seu olho e percebi que a culpa havia batido. Conversei com ela e a acalmei, levei-a embora, e ela preferiu ir para a casa dos pais. Fui em direção a minha casa, pensando em tudo o que tinha acontecido, então liguei para a Paulinha, queria conversar com alguém que não fosse me julgar.
Maya: Paulinha, preciso conversar, posso ir na sua casa?
Paulinha: Pode flor, mas traz a pinga e o sorvete, se for pra embriagar ou pra chorar já tem tudo.
Maya: kkkk, só você mesmo, 20 minutos to ai.
Passei no mercado 24 horas e fui para casa de Paulinha, antes de entrar mandei mensagem para Nicolly, não queria ela preocupada comigo, apenas disse que estava em casa. Entrei na casa de Paulinha e ela estava me esperando na sala deitada de pijama. Sentei no chão encostando meu corpo no sofá.
Paulinha: Então, pego o copo ou a tigela?
Maya: Água, durante a conversa você decide o que é melhor.
Paulinha: Eita, a coisa é séria. Desembucha.
Maya: Eu acho que me apaixonei pela pessoa errada, e o pior de tudo, parece que sou correspondida.
Paulinha: Hétero? Espera, correspondida? Então qual o problema?
Maya: Do começo, sim achei que ela era hétero por namorar um rapaz, mas descobri essa noite que ela é bi. E ela namora. Só que ela me beijou e eu correspondi, mas acho que quando o efeito da bebida passou ela lembrou do namorado e passou a chorar. Eu fiquei sem chão, mas a acalmei e levei para casa de seus pais. Mas eu não sei o que fazer, eu não queria sentir o que eu estou sentindo, e não queria que as coisas fossem assim.
Paulinha: Maya, como assim beijou ela? Você sabia do namoro e beijou da mesma forma?
Maya: Ela me trancou no banheiro e me beijou.
Paulinha: Esperta ela.
Maya: Então, o problema não acaba aí, ela começou a treinar comigo recentemente, e eu não sei como vou encarar ela. Eu estou com vontade de gritar e de chorar, eu não quero isso para mim. Estou bem sozinha, na verdade não sozinha né, tenho você.
Paulinha: Olha, Maya meu amor, eu não te vejo assim desde seu relacionamento com a Eloiza, se estiver te fazendo mal, sai fora. E se ela namora e mesmo assim te beija, existem duas possibilidades: ou é um namoro de fachada ou ela está infeliz. Seja qual for ela não deveria ter traído o namorado. Então hoje nós duas vamos misturar álcool com sorvete, você precisa beber até esquecer e comer para chorar.
Ficamos bebendo, conversando e tomando sorvete até o dia amanhecer. Resolvi dormir ali, dirigir com o nível de álcool que eu estava no organismo não era uma ideia tão boa. Acordei por volta do meio dia com meu celular tocando.
Maya: Alô?
Mãe: Oh filha, tu não vai dar sinal de vida hoje não? Achei que tinha morrido.
Maya: Exagerada como sempre né. Eu bebi um pouco além da conta ontem, acabei dormindo na casa da Paulinha.
Mãe: Paulinha? Manda um beijo para ela. E depois me diz quando vão assumir esse rolo de vocês.
Mal consegui responder e ela já havia desligado. Me levantei e fui ao banheiro, decidi tomar um banho, e para minha sorte, eu sempre tinha uma muda de roupa na casa de Paulinha, afinal dormia muito ali. Debaixo do chuveiro voltei a pensar em Nicolly, me lembrei do beijo e logo senti meu corpo esquentar, tentei não pensar muito nisso, então Paulinha se juntou a mim no banho e percebeu que meu corpo estava quente.
Paulinha: Hum. Estava me esperando? Ou, estava pensando em outra?
Maya: Estava pensando em Nicolly, mas não quero pensar nela.
Paulinha: Ótimo, adoro te fazer esquecer das outras.
Nesse momento Paulinha se ajoelhou a minha frente e passou uma de minhas pernas sobre seu ombro, senti seus lábios passando na parte interna da minha coxa, me arrepiei imediatamente. Ela então passou a língua no meu clitóris e eu gemi alto, sua boca em contato com os lábios de minha vagina me faziam delirar, meu corpo todo tremeu. Mas Paulinha quando diz que vai me fazer esquecer algo ela se empenha, perto do meu gozo ela parou, me encostou na parede do banheiro e me penetrou com 2 dedos enquanto mordiscava minha orelha, eu gemia cada vez mais. Não demorou muito para eu gozar e perder as forças nas pernas, se Paulinha não me segurasse naquele momento eu teria me machucado. Enquanto me recuperava troquei vários beijos com ela, e logo já estávamos novamente nos dando prazer, eu adorava quando nos estimulamos ao mesmo tempo e era exatamente isso que eu fiz. Peguei sua mão e conduzi até minha menina e coloquei a mão na dela, ali já sabíamos o que fazer. Minha boca estava na dela, e nossas mãos nos dando extremo prazer. Gozamos ao mesmo tempo, mas eu estava longe de me satisfazer. Saímos do banheiro e fomos para o quarto, ali ficamos por quase duas horas. Quando não tínhamos mais forças pedimos uma pizza e tomamos um banho, sem muitos amassos dessa vez.
Aquele momento com Paulinha me fez muito bem, voltei para casa no começo da noite e organizei tudo para a semana que iria começar, estava mais calma com meus sentimentos, e entendi que eu não poderia controlar nada do que pudesse vir a acontecer.