Gravidez #1 - Contando a Família

Um conto erótico de Lore <3
Categoria: Lésbicas
Contém 3597 palavras
Data: 24/10/2024 00:07:57
Última revisão: 24/10/2024 01:31:16

Estávamos muito felizes com o resultado do teste, e Júlia pediu para contar logo para as crianças, que ainda estavam na casa da minha irmã. Assim que chegaram, ainda estávamos eufóricas com a novidade. Os chamamos animadas, e Milena e Kaique já vieram sorrindo, bem curiosos, querendo saber o que tínhamos a dizer.

— Vocês estão prontos? É uma coisa muito boa — instiguei.

— Simmmmm, conta logo, mãe — pediu minha filha.

— Conta, conta, conta! — insistiu meu filho.

Olhei para Juh e disse em seu ouvido: — Fala você, amor — depositei um beijinho em seu pescoço. Ela estava sentada entre minhas pernas, e a abracei por trás.

— Vocês vão ganhar mais um irmãozinho ou irmãzinha porque eu estou grávida! — disse, transbordando de empolgação.

Mostrei o teste logo em seguida.

Eles gritavam de felicidade, se agarrando a nós duas, e Mih ficou dando muitos beijinhos na barriga de Juh.

— Não vou ser mais o mais novooooo! — comemorou Kaká, e nós rimos, confirmando.

— Acho que vai ser uma menina, mamãe — disse Milena, sem soltar de Juh.

— E eu acho que vai ser menino, porque só tem eu de menino aqui — disse Kaique.

— Eu não tenho palpite sobre o sexo, mas tenho certeza de que vocês serão os melhores irmãos para esse bebê — falei.

— Tô muito feliz — disse Mih, ela não largava mesmo de Juh.

Os olhinhos brilhando, o carinho incessante, o sorriso marcado no rosto. Milena parecia estar no céu!

Kaique também estava feliz; eles são muito parecidos, mas têm suas particularidades. Enquanto minha filha estava ali, emotiva, Kaká estava agitado, pinotando, agarrado nas minhas costas.

— Acho que precisamos fazer algumas fotos agora — falei.

Tiramos várias usando o temporizador. A minha preferida é uma em que estou com Juh entre minhas pernas, mostrando o teste em direção à câmera, e nossos filhos estão ao nosso lado, pulando. A foto conseguiu pegá-los no ar e, apesar de ser uma pose montada, captou exatamente o que estávamos sentindo. Ao olhar essa foto hoje em dia, consigo facilmente acessar a emoção daquele dia; é um registro que transmite alegria genuína.

Por último, fizemos uma selfie com o teste usando a polaroide para entregar aos meus irmãos no outro dia. Juh quis logo ligar para meus pais. Quando mostramos o teste e as crianças começaram a gritar, eles logo entenderam. Inicialmente tomaram um susto, mas depois foi só alegria. Minha mãe disse que começaria imediatamente a costurar alguma coisa para o bebê em cores neutras; meu pai ficou curioso em como tudo aconteceu, a quantidade de tentativas, e nós fomos contando. Eles acharam rápido. Eu, que vivi o processo, sentindo o dia a dia, tenho a impressão de que foi extremamente lento, mas tenho noção de que muitas famílias passam anos tentando e que sofrem muito mais aguardando um positivo.

— Nós vamos ligar para meus pais ou vamos lá contar? — perguntou Juh quando finalizamos a chamada com meus pais.

— Do jeito que você preferir, amor — respondi, enchendo-a de beijos.

— Acho que eles não vão entender de primeira — disse-me.

— Quer ir lá no final de semana contar? — perguntei.

— Acho que tô sentindo um pouco de medo agora, não sei... Será que vai afetar de alguma coisa na relação que estamos criando? — perguntou, enquanto me abraçava.

— É normal você se sentir assim, gatinha... Mas eles vão amar essa notícia. Concordo com você que podem não entender, mas vão gostar, sim — e dei um beijinho no topo de sua cabeça, fazendo-a sorrir.

— Eu tô grávida, amor — disse, enquanto fechava os olhos e apertava o abraço.

— Tá sim, gatinha. Tem um bebezinho minúsculo dentro de você — falei, acariciando suas costas.

Somente no outro dia fomos contar aos meus irmãos lá na casa de Lorenzo. Era o aniversário de Sarah, e chegamos um pouco mais cedo para dar a notícia. Pedi para que Milena e Kaique entregassem a foto aos casais, e poder observar as reações foi muito engraçado. Loren, Victor e Sarah entenderam logo; meu irmão demorou alguns segundos. Aparentemente, consegui notar cada detalhe da imagem, menos o teste de gravidez. Quando viu o pessoal vindo nos abraçar, se tocou e veio comemorar.

— Você tá grávida, Juh!!! — gritou ele, e minha mulher confirmou, sorrindo.

— Há quanto tempo???? Desde quando estão tentando??? — perguntou minha irmã.

E nós contamos mais uma vez como tudo aconteceu.

— Meu Deus, não tem televisão na casa de vocês, não? Uma Netflix, um negócio assim... — brincou Lorenzo.

— Emplacando o terceiro filho — completou minha irmã.

— Foi um acidente, gente — zoei, rindo.

— Caí, fui rolando até a clínica de fertilização e só acordei em casa grávida — disse minha gatinha, rindo também.

Os familiares e amigos foram chegando, e após os parabéns, meu irmão me chamou de canto e disse que precisava conversar comigo. Pediu que eu fosse até o quarto de visita e o esperasse. Quando entrei, nossa irmã já estava lá. Não demorou muito e ele nos encontrou.

— Não sei quando, mas vou pedir Sarah em casamento — e tirou a aliança do bolso, nos mostrando.

— Sério???? — perguntei, e ele confirmou.

— Tem coisas que, se me dissessem há alguns anos atrás, eu com certeza não acreditaria. Lore casada novamente, indo para o terceiro filho, e Lorenzo querendo casar... Meu Deus! — falou minha irmã, e nós o abraçamos.

Lorenzo estava um pouco nervoso; deu para perceber.

— Vai pedir hoje? — perguntei.

— Não, seria um bom momento porque todos da família dela estão aqui, mas quero que nossos pais também estejam... Também não quero tornar um dia que é inteiramente dela em algo sobre nós — respondeu-me.

— Qual o próximo evento que reuniria todos? — perguntou Loren. — Faz algo no sítio, chama todo mundo e pede.

— O sítio é uma boa, só não sei o que comemorar... — falou, pensativo.

— Compra um tanque e a gente faz a inauguração — disse minha irmã, zoando, e nós rimos.

— Por que não pediu no final do ano? Todo mundo lá na pousada... — falei.

— As alianças não ficaram prontas a tempo — respondeu-me.

— Tem um feriadão no final, já chegou notificação na agenda das crianças. Você pode dizer que é só uma reunião de família e, na verdade, fazer a comemoração do noivado — sugeri, e Lorenzo curtiu a ideia.

Já estávamos de saída quando demos de cara com Sarah, que vinha nos chamar. Meu irmão disse que eu estava desabafando um pouco mais sobre o processo. Fiz uma cara de paisagem, pois fui pega de surpresa, e confirmei. Minha cunhada me abraçou e disse que qualquer coisa eu poderia contar com ela.

Fui procurar Juh e não a encontrei. Tinha um pessoal conversando na sala e outros jogando na varanda. Como lá estava mais animado, resolvi esperar minha mulher lá. Pouco tempo depois, ela apareceu; a bichinha estava enjoada de tanto cheiro de comida. Ficamos um pouco mais afastadas, até que ela se sentisse melhor.

— Tenho um segredo de Lorenzo — falei no ouvido para deixá-la curiosa.

— Me conta — pediu, animada, olhando para mim.

— Não posso, é segredo — falei, rindo.

— Mas você já começou, termina — continuou tentando.

Nesse momento, meu irmão se aproximava e já vinha com um largo sorriso no rosto.

— Já contou? Cunhada, eu vou casar — sussurrou. — Quer dizer, se Sarah aceitar quando eu pedir.

— Meu Deus!!! Não acredito! — ela intercalava o olhar entre mim e ele. — Parabéns!!!! — exclamou baixinho, se levantando do meu colo para abraçá-lo.

Ele pediu a ajuda dela para organizar, e eu aproveitei o momento para dizer que poderia levá-la na quarta-feira, após o trabalho, voltar na quinta-feira, porque na sexta funcionaria normal para mim e, após o expediente, voltaria para passar o final de semana. Lorenzo aproveitou o meu vai e volta e, antes de retornar, pediu que eu levasse Sarah comigo na sexta, e eu concordei.

Juh estava com um rostinho triste. Deitamos lado a lado e começamos a conversar.

— Não queria dormir sem você — disse-me, fazendo carinho no meu rosto.

— Se você reparar bem, a gente não vai deixar de se ver um dia sequer; só na quinta-feira não vou dormir contigo, gatinha — falei, enquanto dava vários beijinhos nela.

Extremamente chateada, ela começou a dizer: — Acho melhor eu ir com Lorenzo levando as crianças na quarta e você vai na sexta... Vai ficar muito puxado você indo e voltando. Vou ficar preocupada com você dirigindo cansada do trabalho, sendo que o sítio fica distante...

— Não tem problema, amor, consigo fazer esse esforço. Também não quero ficar sem você; só sei dormir com meu grudinho — assim que terminei de falar, ela sorriu.

— Eu vou morrer de saudade, mas é melhor assim — concluiu, me abraçando e encostando a cabeça sobre mim.

— Amor, nem estou acreditando que é você mesmo quem está sugerindo isso — falei, rindo.

— Nem eu! Melhor a gente mudar de assunto para eu não voltar atrás — disse, também se divertindo.

— Oi, neném, essa ideia veio de você, não foi? — perguntei, enquanto acariciava a barriguinha, e Juh riu, indo com a mão em direção à minha.

Ficamos ali por um bom tempo, horas, às vezes até em silêncio. Júlia até cochilou em alguns momentos. Só levantamos mesmo quando o pessoal começou a ir embora. As crianças, sem companhia, foram nos chamar para fazer algo. Juh foi logo, e eu aproveitei para beber uma água antes. Quando retornava, ouvi altas risadas dos meus irmãos. Fiquei curiosa e segui até o quarto de onde vinham.

— Estão aprontando o quê? — perguntei, me jogando na cama no meio deles.

— Você e Juh trocam nudes? — perguntou minha irmã.

Sorri, estranhando a pergunta, e respondi:

— Não, ela tem medo... — E vocês?

— Então, isso que a gente estava conversando. Quando Victor e eu estamos distantes, às vezes rola... — me respondeu minha irmã.

— Sarah e eu só no início do relacionamento; hoje, mais não, e olha que a gente fica mais distante que vocês dois — disse Lorenzo para Loren.

— Sugeri fazer uma brincadeira, mandar e observar a reação — disse minha irmã.

— Tô fora! — falei, rindo. — Vai que eu estresso minha muié e ela fica brava comigo o resto do dia?

— Para com isso, oxe! Vai sim — falou meu irmão.

— Ela tá brincando com as crianças, não vou fazer isso — disse, firmemente.

— Eu não disse que precisava ser agora. Quero que seja quando estejam todos aqui para poder ver o mais engraçado, as reações.

Fizeram eu entrar no banheiro para tirar uma foto. Enrolei, enrolei e saí; as deles, eles já tinham. Em certo momento, no quarto, eles fizeram sinal e eu entendi que era o momento. Enviei uma foto qualquer para Júlia e escrevi: "Finja que recebeu um nudes, gatinha". Apesar de ser uma brincadeira besta, na minha opinião, eles tinham razão: as reações eram mesmo engraçadas. Vi Sarah ficar extremamente vermelha, fincando o rosto no travesseiro enquanto segurava o riso, e Victor imediatamente levantou do colchão onde estava e sinalizou para Loren ir até ele. Quando estava quase na porta, Júlia resolveu dizer em alto e bom som:

— Amor, não entendi isso que você me enviou.

Todo mundo começou a rir descontroladamente, menos ela.

Eu só virei no impulso e fui rindo, dizendo:

— Cala a boquinhaaaa — e a beijei para que cessassem as perguntas.

Imediatamente, Victor voltou e entendeu tudo:

— Vocês tramaram isso — apontou para nós três.

Lorenzo confirmou, morrendo de rir, e quando foi se acalmando, começou a zoar a reação de Victor, enquanto Loren o defendia, rindo de Sarah com vergonha. Aproveitei o caos e expliquei para minha gatinha o que tinha acontecido, porque até então ela não havia entendido. Foi nítida a expressão de felicidade por eu não ter entrado na brincadeira. Minha intenção era não estressá-la, mas acho que acabei ganhando pontos.

Chegando em casa, veio uma notificação lembrando do primeiro ensaio para a peça que as crianças iam participar. ConteI para eles, e ficaram muito animados, indo brincar de encenar para treinar. Falaram para a gente ir tomando banho e que, depois, eles iam apresentar para a gente ver se estava bom.

Juh foi primeiro, e eu fiquei procrastinando. Um tempo depois, ela me enviou uma foto no WhatsApp, em frente ao espelho, do jeito que veio ao mundo, com a legenda: "preciso de uma toalha 😏", saltei da cama e a agarrei dizendo em seu ouvido: "vim te secar, amor", com seu lindo sorriso, Júlia me beijou inicialmente de forma suave, seus lábios tocavam o meu de forma delicada, a cada movimento, havia uma mistura de carinho e desejo, ele era lento, cada instante estava sendo saboreado, nossas respirações se entrelaçavam e naturalmente tudo foi se intensificando. Nossos corações estavam acelerados, tudo ao redor parecia ter desparecido, o calor aquecia e inquietava a minha alma, cada pausa parecia prometer mais, estávamos exalando química, existia uma certa magia no ar, uma conexão mais forte. Acho que devido ao momento tão feliz que a gente vivia.

Minhas mãos subiram para sua cintura e a levantei para que sentasse na bancada da pia, depositei beijinhos molhados em suas coxas enquanto segurava em seus seios. Seu corpo se apoiava cada vez mais no espelho a suas costa, suas mãos me buscavam com pressa, puxando-me hora sutilmente, hora de forma desesperada. Para pôr um fim naquela tortura carnal, cheia de desejo, fui com a língua até a sua entrada, degustando o seu leve sabor, debaixo para cima. Eu tentava encarar seus olhos, mas a maioria do tempo eles permaneciam fechados, sua boca estava semiaberta, arfando a cada investida. Comecei a intercalar entre inserir a língua e sugar seu clítoris e os gemidos que tomaram conta do ambiente foram incontroláveis. Juh estava completamente entregue, tudo naquele dia parecia mais potente e vibrante. Fui tirando a minha roupa e mesmo com ela me ajudando, foi dificultoso pois eu não queria, ou melhor, não conseguia soltá-la. Segurei com firmeza em seu quadril e retornei com mais fervor, indo mais fundo e com um gemido rouco e gostoso, seu suco veio até a minha boca. Coloquei o dedo do meio na sua pepeca, na intenção de continuarmos, comecei fazendo alguns micros movimentos, tocando onde precisava ser tocado e de repente, me surpreendendo enquanto eu estimulava seu clítoris com a língua, seu corpo inteiro se contorcia, soltou um grito meio abafado e ela esguichou forte molhando todo o meu rosto.

— Caralho! — foi a minha única reação verbal e um sorriso foi surgindo em nossos rostos, me aproximei e fomos trocando diversos selinhos

Carreguei meu amorzinho para tirá-la de cima da bancada e fui nos direcionando ao chuveiro.

— Eu vim te enxugar e acabei molhada — falei e nós rimos

Algum tempo com a água caindo sobre nós e trocado alguns beijos, senti a sua mão me tocar de forma mais ousada e fui me arrepiando, Julia me virou contra parede, agachou na minha frente, e olhando nos meus olhos, começou a passar a língua sobre mim.

— Amor, não provoque tanto que eu estou esgotada hoje – pedi passando as mãos em seus cabelos

Ela entendeu direitinho, em um único movimento tocou sua boca na minha pepeca, me devorando, fez um oral incrível enquanto me penetrava com seus dedos, segurei seu rosto com força para que Juh recebesse o meu... (quarto? quinto?) orgasmo nos lábios!

Já no nosso quarto, enquanto lentamente nos vestíamos, rindo e trocando carícias, começamos a ressaltar em como aquela transa foi diferente. É sempre muito boa, mas naquele dia fomos abençoadas pelos deuses do sexo, foi tudo mais gostoso, hipnotizante, intenso e divino.

Nos dirigimos ao sofá para esperar o teatro, e Milena e Kaique refizeram perfeitamente bem uma cena de Harry Potter. Mesmo com a cabeça querendo ir para Nárnia, foquei minha atenção neles. Durante todo o tempo em que a gente se divertia lá em cima, os dois suavam tentando pegar as falas e repetindo a cena apenas para nós duas avaliarmos. Quando terminaram, batemos muitas palmas e dissemos palavras animadoras para que chegassem cheios de confiança no primeiro ensaio. Eles pareciam um pouco nervosos com o dia seguinte, mas bem contentes com o resultado.

Fomos dormir. No outro dia, após o almoço, preparamos nossas coisas para a pousada e fomos para a aula de teatro. Eles fariam algumas oficinas antes e depois ensaiariam. Notei que o professor era bem carinhoso com os alunos. Ele disse que a nossa presença poderia deixar as crianças nervosas; para não atrapalhar, saímos. Conversando com outros pais, disseram que é assim mesmo e que é muito melhor ver apenas o resultado no dia, então fomos dar uma volta. Na saída, os dois estavam extremamente eufóricos, contaram dos novos amigos, de como o tio (o professor) era legal e também o que fizeram lá. Com certeza, tinha sido uma ótima ideia essa matrícula!

A viagem foi chatinha para meu amor, que enjoou o caminho inteiro. A primeira coisa que fez ao chegar foi vomitar. Meus sogros ficaram preocupados, e ela os tranquilizou dizendo que foi só por conta do trajeto.

— Quando a gente vai contar que o trajeto dura 9 meses? — perguntei em seu ouvido quando chegamos ao quarto indicado.

Antes da obra se iniciar, meu pai sugeriu a construção de uma casinha para eles ficarem. Meu sogro acabou fazendo uma com três quartos para quando nós fôssemos para lá. O homem é um fofo!

— No jantar? — sugeriu Juh, e eu confirmei com um beijinho no seu pescoço.

Antes, ela não conseguiu. Pedi que durante, Júlia se preparasse , não queria que passasse daquela noite. Nós combinamos com as crianças para se segurarem, mas estavam tomados por uma euforia incomum, até para eles.

Passei o convite de Lorenzo para os dois, e inicialmente minha sogra disse que não iria porque era um feriado religioso e ela tinha compromissos com a igreja. Mas expliquei que dava para eles irem comigo porque eu só partiria na sexta por conta do trabalho, e ela concordou.

— Tenho uma coisa para contar — disse meu amor timidamente, mas sorrindo.

Toda a atenção foi voltada para Júlia. Segurei a mãozinha trêmula dela e também sorri.

— Eu estou grávida! — falou em um tom mais alto.

Rostos confusos e um silêncio tomou conta da sala, mas logo foi quebrado pelo meu sogro.

— Que ótima notícia!!! — se levantou e veio até nós. — Minha filha, que bênção! Mas como? Vocês vão ter que me explicar, porque nem imagino como!

E aí eu expliquei, intercalando o olhar entre ele e minha sogra, que ainda não tinha dito nada, apenas observava e escutava com atenção. Não demonstrou reação; era uma incógnita o que ela estava achando daquilo.

— Por isso que eu gosto de chamar todo mundo e fazer uma surpresa — disse Milena. — Mãe, a senhora já teve que contar essa história três vezes! — e nós rimos.

Minha sogra perguntou se as crianças estavam felizes, e quando confirmaram, ela disse que também estava. D. Jacira encontrou seu próprio jeito de nos passar essa informação, falando através dos nossos filhos.

Desde que a relação dela com Júlia ruiu, houve poucas interações carinhosas entre as duas, todas com auxílio de terceiros. Nesse momento, a relação da minha sogra era muito melhor comigo do que com Júlia. Eu nunca quis destruir o que ali existia, sempre procurei agregar e demonstro isso com certa frequência. Sabia que a caminhada para uma nova união sem preconceitos seria longa; afinal, foram anos acreditando naquilo como verdade absoluta, achando que o homossexualismo é errado, que é pecado, coisa do diabo, e que leva ao inferno. Ao ver sua filha indo contra tudo isso e sendo uma mãe extremamente protetora, era meio óbvia essa reação. Eu sabia que Júlia sentia muita falta das interações, conversas e carinhos da mãe, mas sempre observei o medo que ela tinha de tentar se reaproximar e cair dentro de uma gaiola novamente. Minha sogra era controladora e ainda tratava Juh como uma criança que não sabe o que está fazendo da vida. Apesar de já ser mãe, se sustentar e ser super responsável com o que lhe é confiado, acho que somente nesse dia tanto D. Jacira quanto Sr. José entenderam que a filhinha deles tinha realmente crescido.

Isso de forma nenhuma invalida os nossos dois filhos; eles sempre demonstraram um carinho imenso, os amam de verdade e expressam isso naturalmente. A gestação estava ocorrendo no corpo de Júlia, e isso fez com que a ficha deles caísse.

Meu sogro não estava se sentindo muito bem, pois estava gripado, e se recolheu cedo. As crianças já estavam dormindo. Chamei a gatinha para deitar, e ela me disse que antes iria falar com a mãe dela. Sorri, dei um beijinho em seu pescoço. Antes, ela pediu que eu ficasse olhando no final do corredor; caso acontecesse algo, eu poderia salvá-la. Ri pensando que se tratava de uma brincadeira, mas era um pedido real, então fiquei na porta do nosso quarto, que dava visão para a sala. Estava escuro, e de lá não conseguiriam me ver.

Vi Juh se aproximar da sala de estar, onde estava minha sogra, e sentar no braço do sofá.

— A senhora pode abençoar? — perguntou, com a cabecinha baixa, mas com um tom de voz confiante.

As duas se levantaram, foram até o altar e, com as mãos na barriga dela, D. Jacira rezou. Ao finalizar, Júlia a abraçou e chorou muito com o rosto enfiado em seu ombro. Minha sogra foi chegando com ela para trás até que pudesse sentar-se novamente. Segurou Juh pela mão para que deitasse sobre seu colo; após dar um beijo no topo de sua cabeça, apoiou o queixo nela e também enxugou suas lágrimas. Resolvi ir deitar; com certeza, estava ficando tudo bem e nada sairia do controle.

Algum tempo depois, minha mulher veio para meus braços, ainda um pouco chorosa. Fiquei fazendo carinho em suas costas e dando vários beijinhos, e de repente, ela dormiu.

A filhinha cresceu, mas não significa que deixou de ser... filha!

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Foto de perfil de Lore Lore Contos: 64Seguidores: 25Seguindo: 4Mensagem Bem-vindos(as) ao meu cantinho especial, onde compartilho minha história de amor real e intensa! ❤️‍🔥

Comentários

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Não sei onde seus irmão arruma essas brincadeiras 🤣 🤣 🤣 🤣

Eu amei o capítulo do início aí fim, mas os últimos parágrafos me deixaram muito feliz.❤️

Primeiro por você ter a compreensão que não é fácil para alguém que viveu a vida toda acreditando que algo é errado, mudar de opinião. Acho que toda pessoa que busca ser compreendida tem que saber compreender também. Pessoas não são como computares que a gente vai lá reprograma em pouco tempo, é preciso ter paciência e você sabe disso.👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

Segundo que essa interação dá Juh com a mãe foi muito emocionante, foi de deixar o coração quentinho ❤️

Isso só prova que com amor e paciência as coisas mudam, podem não chegar a serem perfeitas, mas melhoram muito com o tempo.🥰

Ótimo capítulo Lore! Parabéns! 🤗😘

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Eu ia dizer que parecem crianças, mas crianças não brincam disso aí não 😂😂😂😂

Sempre compreendi e incentivei a não ruptura do vínculo familiar. Os únicos dias que não tive paciência foram os dois primeiros depois de Juh assumir a sexualidade. Minha sogra disse muitas coisas que estavam destroçando meu amô e eu fiquei muito irritada e no outro dia na conversa com meu sogro, que por um milagre, foi positiva porque sem querer, eu agi da forma que ele agiria para proteger a família.

Depois disso, acho que dá para perceber que eu sempre tentei criar laços com D. Jacira, tem gente que diz que eu sou puxa saco, mas faz parte! 😂

Você foi pontual em fazer essas analogia entre pessoas e computadores, se encaixa perfeitamente nesse caso. Tanto que, depois disso aí as coisas melhoraram, mas não mudaram da água para o vinho, com o tempo e paciência foi que tudo se normalizou 🙌🏽

Foi lindo de ver, minha bichinha ficou desse tamanhínho 🤏🏽🥹

Há quase 3 anos ela desejava aquilo ❤️

Muito obrigada por acompanhar e pelo comentário, meu amigo! 😘

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Mas é que tem uma diferença entre compreender e aceitar as coisas. É você sabe dosar isso bem. Você não aceitou certas coisas e procurou compreender outras. Eu acho que a todo momento você agiu muito bem.

Tem que ter paciência, e muito por sinal. Meu pai tem 80 anos e é evangélico desde os 25 mais ou menos. Hoje ele trata a Juh igual uma filha, mas no início ele se recusava até de ficar no mesmo lugar que ela. Eu sei bem como é isso 🤦🏻‍♂️

Coitada da Juh, provavelmente foi difícil demais para ela 😔

Ainda bem que isso ficou no passado, por isso fiquei tão feliz em ler esse final 🥰

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Imagino que deve ter sido bastante complicado para vocês, que bom que passou também, fico feliz em ver o amor vencendo ❤️😍

Rolou um pedido de desculpas da parte dela e foi bem simbólico, principalmente pelo momento e tá pertinho de acontecer (eu acho 😂)

É fofo demais e me alegro sempre ao ver vocês comemorando os fatos positivos que vão acontecendo no decorrer da nossa história 🥰🥰🥰

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Juh venceu ele pelo cansaço, ela consegui ser mais teimosa que ele 😂😂😂😂

Graças a Deus hoje está tudo ótimo entre eles 🙏🏻

Ah com certeza vou querer ler isso 🥰

Lore você não tem noção o quanto a gente torce por vocês! De verdade, não tem como não torcer e comemorar as coisas boa 🤷🏻‍♂️❤️

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Ela persistiu 🙏🏽😂😂😂

Agradeço de coração e repito, todo esse carinho é recíproco 🥰😘❤️

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Muito 🤷🏻‍♂️😅😅😅

Eu sei, eu sinto isso 🤗🥰😘

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Esse dia foi muito especial e lendo como vc escreve consigo voltar nele e sentir td de novo 🥹❤️

Tá perfeito, amor! 🥰

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Tudo que tem você é perfeito 😘❤️

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Chegar a escorrer Mel nessa palavras 🤷🏻‍♂️❤️😅😅

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É o amoooooooooooor 🎶😍🤣

Meu "problema" é que eu sou irremediavelmente apaixonada por essa muié 🤷🏽‍♀️😂😂😂😂

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🤣 🤣 🤣 🤣 🤣 🤣

Eu já desconfiava levemente 🤣 🤣 🤣 🤣

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Lore no 13° parágrafo acho que tem duas palavras grudadas, onde Mih diz que está muito feliz e não largava a Juh.

Se não for um erro de digitação, desculpe a vergonha que passei 🤷🏻‍♂️ 😅 😅 😅

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Foi erro, obrigada, Beto! 😘

Por sinal, deve ter sido o meu texto com mais erros para Juh revisar. Repare que tem mais de 3500 palavras, eu não posso mais fazer por áudio mais não, falo demaaaaaais! 😂😂😂

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Por nada 🤗

Eu escrevi um com muitos diálogos com Marina, só que eu coloquei Carol em todo lugar que era para ser Marina, minha revisora que viu isso 🤣 🤣 🤣

O capítulo 10 da minha história deve chegar perto desse seu, ficou meio grande, pior que ele é muito tenso e errei bastante, Juh sofreu com ele hoje 😂 😂 😂

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As vezes dá muita confusão o que foi Milena e o que foi Kaique que falou quando estão sendo engraçadinhos, aí eu coloco "um dos seus filhos" e Juh vai lá e desvenda o mistério, a memória dela é melhor que a minha para isso 😂

Então quer dizer que a minha amiga Jú já sabe o que acontece até o capítulo 10? 👀☕☕☕☕☕☕

😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

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A minha memória é péssima 🤦🏻‍♂️

🤣 🤣 🤣 🤣 🤣 🤣 🤣

Sim, ela sabe. Acho que vai ser o capítulo mais importante da história 🤭

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Ê bagaceira, já estou com a roupa para ler 😂

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