Os dias estavam bem sem graça, estudei bastante, vacilei o gado e cuidei dos cavalos, porém pouco via Beatriz, geralmente só na abertura ou fechamento do curral. Marilia e Maria só via quando estavam na fazenda, minha irmã andava muito ocupada, liberação para frigoríficos e empresas. Meu pai é eu estávamos mais próximos, passeávamos pelo haras, cuidava dos animais, fui na sua ONG que cuida de animais de rua, lá ele me apresentou os funcionários e os animais que já eram do local. Meu pai estava de namoro com uma moça de lá, ela era a mesma que foi na festa com a gente. Era muito bonita, devia ter seus 24 anos, morena, olhos puxados e um corpo de parar o trânsito. Helena o nome dela.
Estava ajudando na ong, passava bastante tempo com o pessoal, fazia pequena cirurgias, estava na minha área, então estava feliz. Numa tarde dessas Beatriz chegou na ONG.
Beatriz:- Oi Amanda!
Amanda:- Oi Bia!
Beatriz:- Se encontrou por aqui?
Amanda:- Aqui é lindo, fiz duas pequenas cirurgias, cuidei da patinha do Maradona!
Beatriz:- Maradona o burro?
Amanda:- É!
Beatriz:- Que bom que tá gostando!
- MEU AMOR!!!
Pamela passou por mim e abraçou Beatriz. Um abraço um tanto demorado por sinal, ainda deu um cheiro e um beijo no cangote dela.
Beatriz:- Pamela, controle seus hormônios! O que é isso?
Pamela:- Vai te lascar Beatriz!
Amanda:- Bia, vai almoçar com a gente?
- Pensei que só eu podia te chamar de Bia!
Beatriz:- Samila! Quanto tempo!
Samila:- Você não aparece mais aqui! Tá enfurnada, quando num ta com o gado, tá dentro daquela empresa no laboratório, tá pensando que não sei, o August me conta tudo!
Beatriz:- Tão me vigiando?
Pamela:- Sem te vigiar tu é assim, imagina se não fosse!
Amanda:- Assim como?
Pamela:- Isso é sem vergonha, deixa as meninas se apaixonar e some!
Beatriz:- Eu? Não! Sempre fui sincera! Ninguém se apaixonou e quando acontece eu falo que não posso!
Samila:- É verdade, as meninas se apaixonam pelo jeito que são tratadas, ela é cavalheira, educada, e mesmo depois continua sendo. Bia é assim!
- Isso é verdade, mesmo a Samila sendo babona da Beatriz, nisso tenho que concordar!
Amanda:- Até tu Helena?
Beatriz:- Ninguém resiste aos meus encantos!
Samila:- Leonina nata!
Amanda:- Gente vamos comer tô com fome!
Pamela:- Hoje é dia de festa aqui! Tu acha que a Beatriz apareceu pra que?
Beatriz:- Olhe, não fale mais comigo!
Pamela correu para abraçá-la e caíram no riso. Helena chegou perto de mim e começou a me explicar, que todo dia 04 de cada mês, meu pai faz festas na ONG, e no dia 04 de outubro faz uma grande festa em comemoração a São Francisco de Assis, protetor dos animais. Aí começou a deixarem tudo pronto, tinga feijoada, panelada, sarrabulho, cuscuz, arroz branquinho, baião e muito mais coisa. Aí Beatriz trouxe a caixa de som e o Maradona, todo de Juliete na cara e um cordão de ouro. No som tocava forró, pense num povo pra gostar de forró. A festa começou, Pamela e Beatriz já estavam perto do som, dançando e cantando. A música era: Outra vez- Painel de controle. Chegou Bernardo e Gisela, ela veio ficar comigo enquanto os irmãos dançavam, e como dançavam saíram de um forró romântico para: Seis cordas- Mastruz com Leite. Os nomes são bem peculiares. (Hahah)
Amanda:- Sempre é assim?
Gisela:- Meu amor, o resto da gangrena tá chegando, quando seu pai e a sua irmã se junta, todo mundo vai embora e eles nada. Pamela, Helena e Vó Maria que ficam comigo! Isso sem bebida, aqui na ONG não pode beber, se bem que sóbrios dão de surra em muita gente!
Amanda:- Falando neles!
Meu pai é Marilia chegaram, aí o ritmo do forró mudou de novo, a música agora era Valeu o Boi, não faço ideia de quem canta. Beatriz dançava até com o Maradona eu nunca vi uma pessoa com um pique assim. Ela veio em minha direção, sorrindo.
Beatriz:- Vamos Amanda, vem dançar!
Me puxou pela mão.
Amanda:- Eu não sei!
Beatriz:- Te ensino!
A mão dela já estava em minha cintura, uma perna entre as minhas, aproximou nossos corpos, aí ela começou a dançar e me conduzir, aos poucos fui pegando, logo já estáva dançando, tava divertido, até sentir uma mão puxar meu braço.
- Que pouca vergonha é essa Amanda Cavalcante!
O grito chamou a atenção das pessoas. Meu pai se aproximou e nos puxou para atrás dele.
André:- Você não é bem vinda aqui, pode ir embora!