Revisão e “pitacos”: Id@.
Chegamos em casa e eu precisava processar adequadamente as revelações da minha esposa. Enquanto ela subiu para tomar banho, aproveitei para comer meu lanche. Ao chegar no quarto, notei que ela já tinha adormecido, imersa em um sono profundo.
Só então percebi que, se ela começou a se envolver com a Cecília no final de fevereiro, início de março, a conta não fechava. Estávamos em outubro e decidimos abrir a relação seis meses antes, em meados de abril. Ou ela se confundiu, ou eu já fui corno muito antes de consentir.
Enquanto aquela sensação de inquietude me dominava, nem mesmo a água morna do chuveiro conseguia relaxar meu corpo. Sempre me senti um homem completamente realizado, acreditando ter encontrado minha parceira ideal. Quando Malu pediu para abrirmos a relação, encarei a proposta com espanto, mas também com tranquilidade, com a mente aberta, mesmo sentindo apreensão e medo do que o futuro poderia trazer. É preciso muita coragem para arriscar um casamento sólido e fazer um pedido tão difícil. Mesmo assim, confiei em Malu e procurei entender o que ela estava propondo.
Experimentei um pouco daquele mundo que ela me apresentou e confesso que saí daquela casa de swing sem nenhum arrependimento, ansioso para me envolver ainda mais e explorar mais profundamente aquele novo universo que acabara de conhecer.
Sem sono, despertado pela desconfiança, decidi me refugiar em meu escritório, acompanhado de uma dose generosa do meu whisky favorito. Meus pensamentos já estavam envenenados e eu comecei a me sentir um grande otário. Por outro lado, eram quinze anos de uma bonita história a dois. Metade de uma vida juntos e eu precisava me acalmar. Contudo, os pensamentos me traíam:
“Malu viajou a pedido da empresa. Não tenho como confirmar valores ou encontrar qualquer prova da infidelidade naquela viagem. Aquele encontro com a Geovana foi íntimo demais, como se elas se conhecessem. E ainda temos as reações estranhas, as faces confusas que a loira fez enquanto conversávamos …”.
Encontrando mais perguntas do que respostas, tomei três doses de whisky e, finalmente, fui vencido pelo sono, retornando ao quarto e finalmente dormindo. Precisava ter calma e tentar entender antes de alimentar desconfianças.
Acordei tarde no sábado, quase ao meio-dia. Malu preparava o almoço e eu desci para a cozinha. Ela estava de bom humor:
— Bom dia, amor! Dormiu bem?
Já eu, não estava muito a fim de conversar.
— Normal. — Respondi meio emburrado.
Me servi de uma xícara de café e sentei-me no banquinho do balcão da ilha, encarando Malu, criando coragem para perguntar o que precisava. Ela me encarava de volta:
— O que foi? Está se sentindo bem? Ressaca?
Esforcei-me para não demonstrar desconfiança e, apesar do clima leve na cozinha, a tensão aumentava. Cada risadinha, cada olhar doce, era como espinhos cravados, provocando dúvidas que se enraizavam cada vez mais. Apesar da fachada tranquila que eu tentava manter, a tensão não diminuía.
Malu continuou a conversar, tentando trazer de volta a frivolidade de um sábado qualquer. Ela falava sobre as receitas que queria experimentar e os planos para a semana, mas eu mal escutava. O eco de suas afirmações sobre amor e compromisso parecia distante e quase ilusório. Decidi ser direto:
— Não entendi uma coisa ontem ... No carro, você me disse que começou a se envolver com a Cecília durante sua viagem a Paraty, no final de fevereiro, início de março. É isso mesmo?
Malu refletiu e, na tentativa de ganhar tempo, usou uma tática comum de quem está pensando, a enrolação:
— Eu disse final de fevereiro? Não me lembro ... Não acho … Isso não me parece certo.
Apenas esperei sua resposta. Ela parecia estar fazendo contas mentalmente, talvez entendendo a armadilha:
— Acho que me enganei … confundi as datas. Fomos para Paraty no final de abril também. É isso mesmo, final de abril.
Continuei a encará-la, pressionando-a com o olhar:
— Fazíamos aquela viagem com frequência. Era um cliente muito importante. Fevereiro, março, abril e maio… foram quatro meses de acompanhamento. Agora tenho certeza, foi em abril.
Após um tempo, o silêncio se estabeleceu novamente e, então, decidi iniciar a conversa mais uma vez. Embora relutante, sabia que precisava perguntar mais. A verdade ainda estava escondida atrás de véus que precisavam ser desfeitos. Com a voz um pouco trêmula, tomei coragem e disse:
— Malu, você nunca me contou realmente o que aconteceu entre você e a Cecília. Preciso entender isso antes que as suposições se tornem incontroláveis. Por favor, seja honesta comigo.
Ela hesitou, como se estivesse pesando cada palavra que poderia dizer. O ambiente parecia ter congelado e meu olhar estava fixo em seu rosto, buscando sinais de sinceridade. Um longo silêncio se seguiu, e a tensão aumentava.
— Eu não queria te magoar, amor. A Cecília é uma amiga muito querida, mas nossa amizade mudou durante a viagem. Foi tudo muito confuso. Eu não sabia como lidar com isso e acabei me deixando levar. Não foi intencional, posso te garantir.
A resposta dela não trouxe a clareza que eu esperava. O temor continuava a se alastrar. Queria acreditar nas suas palavras, mas o ceticismo já havia feito um ninho em meu coração. “Como poderia uma amizade mudar tão drasticamente?”, pensava comigo mesmo, e a pressionei:
— Foi assim que surgiu toda a ideia de relação aberta? Por causa da Cecília?
Continuei observando. Malu tampou a panela com o molho que estava mexendo, e veio se sentar no meu colo.
— Você está desconfiado de mim? É sério isso? É meio sem sentido, não concorda? Por que eu pediria para abrir o casamento, então?
Não encontrava motivos para manter a confrontação e preferi dar um passo atrás:
— Você tem razão. Me desculpe. Fiquei inseguro, preocupado. Esse é o problema de amar alguém demais …
Malu me beijou, acariciando meu rosto e dizendo palavras carinhosas:
— Eu amo você, bobinho. Jamais colocaria em risco o que temos. Ninguém vale esse risco para mim. Meu coração só tem espaço para você.
Esforcei-me para relaxar, melhorando meu semblante e sorrindo para minha esposa. Com a mente fervilhando em meio às dúvidas, tentei recuar um pouco, esperando que o amor que sentíamos um pelo outro pudesse dissipar minha desconfiança. Não queria que um mero desentendimento arruinasse tudo o que construímos ao longo dos anos. Contudo, a escolha entre ignorar ou confrontar tornava-se cada vez mais angustiante.
Decidi, então, mudar de estratégia. Ao invés de pressionar, optei por um tom mais leve:
— Que tal a gente se distrair um pouco? Podemos ver um filme ou, quem sabe, fazer outra coisa qualquer? Não quero que isso se torne um fardo para nenhum de nós.
Malu sorriu, como se estivesse aliviada por eu ter mudado de assunto. Ela sabia que a conversa ainda não estava completa, mas talvez fosse um pequeno passo para acalmar a tempestade que se formava entre nós. Sempre rápida, ela trocou de assunto.
— Você foi com tudo, hein? Pegou aquela loira de jeito. Eu sabia que seria assim, conheço meu homem. Era só criar a oportunidade que eu tinha certeza de que você iria se soltar …
A mudança no tom da conversa trouxe um alívio temporário, mas as dúvidas ainda pairavam sobre mim. Malu, com seu sorriso e sua forma descontraída de abordar a situação, tentava dissipar a insegurança que me envolvia. No entanto, eu sabia que aquele sorriso poderia ocultar sentimentos mais profundos.
Aquela mudança na conversa parecia meramente uma atitude escapista, como se estivéssemos tentando colocar um band-aid em uma ferida aberta. Enquanto ela falava sobre meu envolvimento com Geovana, o receio de que sua alegria pudesse ser um sinal de que algo estava errado começava a surgir novamente em minha mente.
— Às vezes, me pergunto se você realmente sabe o que está acontecendo comigo … — Eu disse, com um tom mais sério, hesitante. — Posso parecer aberto a tudo, mas os sentimentos dentro de mim estão em conflito.
Expus minha vulnerabilidade, revelando a verdade que escondi durante os últimos meses, tentando encontrar um equilíbrio entre ser exposto e a falsa proteção que havia criado ao meu redor. Olhei nos olhos dela, buscando entender a profundidade da conexão que ainda existia entre nós.
Malu me encarava, visivelmente preocupada com meu desabafo, mas tentando manter o sorriso amigável. Eu disse mais:
— Bem, Malu, é ... complicado. Eu me preocupo com o que pode estar acontecendo por trás das suas palavras. E, mesmo que você diga que me ama, essas inseguranças persistem. Quero acreditar em você, mas e se houver algo mais, algo que ainda não percebi?
A expressão da Malu mudou. O sorriso se desfez gradualmente, substituído por um olhar contemplativo.
— Eu entendo, mas você realmente acha que eu seria capaz de trair? Valorizo nossa vida juntos, cada conquista, cada momento que passamos um ao lado do outro. Nunca se esqueça disso.
Não sei se era o amor cravado fundo em meu peito me iludindo, mas vi sinceridade em suas palavras. Porém, a vulnerabilidade nas relações é, muitas vezes, uma faca de dois gumes, e a confiança pode ser abalada rapidamente.
— Sei que estou sendo irracional. — Confessei, sentindo um peso nos ombros. — A verdade é que a ideia de perder você é devastadora. E enquanto a dúvida persiste, me sinto preso entre me permitir ser feliz ou me preparar para o pior. A incerteza é cruel.
Malu fez uma pausa, acariciando meu rosto novamente, percebendo a fragilidade da situação. Fui tomado por uma onda de nostalgia, relembrando os momentos felizes que compartilhamos, e decidi que era hora de abrir meu coração.
— Quem diria que uma conversa descontraída, uma pequena confusão de datas, poderia me levar a questionar tudo o que construímos? — Refleti em voz alta.
Ela se inclinou um pouco mais perto, e o calor de seu corpo era reconfortante.
— O amor verdadeiro é um trabalho constante, não é? Enfrentamos tempestades juntos e saímos mais fortes. Não deixe que suas inseguranças estraguem nosso espaço seguro. Vamos encontrar uma maneira de resolver isso juntos, como sempre fizemos.
Aquelas palavras foram como um bálsamo para minha alma inquieta. Precisava da certeza dela, mas também compreendia que a confiança deve ser cultivada, não imposta. O desafio era não permitir que a desconfiança se tornasse um obstáculo intransponível em nossa relação.
Decidido a me livrar da tensão, sugeri:
— Vamos sair e fazer algo divertido. Pode ser uma boa maneira de relembrarmos como é fácil sermos nós mesmos.
Ela completou:
— Que tal uma caminhada no parque ou algo que nos faça rir? Precisamos recarregar nossas energias.
Acenei com a cabeça, em concordância, sentindo um novo brilho em seus olhos. Uma vontade imensa de acabar com aquela desconfiança.
— Você está certa. Precisamos de um momento a sós, longe de tudo isso. Vamos redescobrir nosso espaço e nossa alegria. Afinal, quem mais poderia fazer isso por nós, a não ser nós mesmos?
Eu precisava ser mais esperto. Malu estava anos-luz à minha frente. Manter o confronto era o mesmo que pedir para continuar a viver na ignorância. Era melhor mudar minha abordagem. A desconfiança já havia se instalado e eu precisava me reinventar, sair da minha zona de conforto para tentar descobrir se minhas impressões eram verdadeiras ou se, com minha desconfiança, estava apenas procurando chifres em cabeça de cavalo.
{…}
Em um bairro mais afastado, no mesmo momento:
Ao entrar no apartamento de Rafael, Cecília sentiu que o clima não estava bom. Com uma expressão emburrada, ele a repreendeu:
— Eu deixei você subir, mas se for para vir com aquelas patifarias, acusações sem sentido, acho melhor dar meia-volta e vazar.
A ansiedade a consumia, repleta de perguntas sem respostas:
— Realmente errei, me desculpe. Fiquei tão irritada com as acusações da Malu que acabei transferindo minha frustração para você. Estou com saudade, podemos dar uma trégua?
Confusos, ambos se perguntavam em silêncio como haviam chegado a esse ponto angustiante e o que realmente havia acontecido. Rafael também sentia saudade de sua amante, já que, após as acusações, mal se falaram nos últimos dias.
— Vem cá, minha putinha … quero você. Também estou com saudade. Muita …
Rafael conduziu Cecília até o sofá. A visão daquele corpo voluptuoso, das curvas provocantes, da carinha de safada, o deixava louco. Cecília o abraçou, levando sua mão ao pau e apertando suavemente.
— Que delícia … já está crescendo … — Ela já abria o zíper, ansiosa.
Após os dias de afastamento, tudo era lucro para Rafael. Ela se sentou no sofá, com Cecília ajoelhando à sua frente, já abocanhando o pau com vontade.
— Vai dar leitinho para sua putinha? Que saudade … cheguei a sonhar com você me comendo …
Cecília caprichava, engolindo o pau inteiro, tirando da boca, lambendo a cabeça demoradamente e arrancando gemidos do amante.
— Essa boquinha vale ouro, putinha … é a melhor …
Chupando com dedicação, passando a língua pela lateral, indo, e vindo, sugando as bolas, lambendo o saco, punhetando levemente, voltando a abocanhar … não foi preciso mais do que cinco minutos para Rafael inundar sua boca com o leitinho quente que ela tanto desejava.
— Era isso que você queria, safada? Leitinho do seu macho?
Cecília, após engolir o máximo que conseguiu, limpando o queixo e a lateral da boca, respondeu:
— Adoro ser sua bezerrinha … estava com saudade desse pau gostoso.
Montando sobre Rafael, os dois trocaram beijos intensos, saudosos, diria até apaixonados.
Após recuperar um pouco o fôlego, ainda com Cecília no colo, Rafael se levantou e caminhou em direção ao quarto. Ela, com as pernas entrelaçadas em sua cintura, não parava de beijar.
Rafael a colocou delicadamente na cama e rapidamente retirou sua calça, cheirando e acariciando a xoxotinha que já deixava o tecido da calcinha úmido.
— Quer pau, né, putinha? Já está babando …
Antes que Cecília respondesse, ele tirou sua calcinha e ela abriu as pernas, dedilhando o grelinho, se oferecendo a ele.
— Quero muito … vem logo.
Rafael foi com tudo, caindo de boca naquela linda buceta rosada, com um pequeno tufo de pelos ruivos, lisos e bem aparados na parte de cima. Ele é bom com a língua, adora chupar uma buceta. Cecília se deliciava, gemendo alto:
— Eu não quero mais ficar brigada com você … Hummm … sinto falta … me faz mal … Ahhhh …
Cecília queria logo partir para a ação, mas não queria apressar Rafael.
— Caralho! Que língua é essa. Você é um tesão. Me come, vem. — Cecília apertava a cabeça dele entre as coxas.
Rafael percebeu que ela estava ansiosa, doida para ser bem fodida. Subiu beijando sua barriga, os seios, a boca, e pediu:
— Então, vem, minha putinha. Se senta no teu macho. Rebola essa xana apertada no meu pau.
Cecília se sentou devagar, deixando a gravidade fazer seu trabalho, sentindo a pica se acomodar inteira dentro dela. Enquanto descia, dava uma leve rebolada, o que deixava Rafael ensandecido de tesão.
— Você é gostosa demais. Mete demais. Hummm … Caralho, que buceta quente.
Rafael puxou Cecília para si, aproveitando para chupar os seios médios, de aréolas rosadas e biquinhos pontudos. Tudo naquele corpinho era tentador, bem formado e espetacular. Entre gemidos, Rafael pediu:
— Não vamos mais deixar as pessoas se colocarem entre nós … temos tudo o que precisamos, uma química incrível …
Surpresa, Cecília questionou:
— Você está me pedindo em namoro? É isso?
Aproveitando que ela havia parado, Rafael começou a estocar rapidamente:
— Dê o rótulo que quiser, eu não me importo. Sei que não estamos falando em exclusividade, você não é assim … Ahhhh, mas quero algo mais certo, mais palpável …
Cecília voltou a movimentar o corpo, subindo e descendo na pica, sentando-se com muito mais vontade. Rafael virou sobre ela, partindo para um papai e mamãe mais delicado, beijando sua boca e, sem parar de socar, falando em seu ouvido:
— Eu não quero mais estar com a Malu. Podemos encontrar outros parceiros.
Cecília nada disse, estava chegando ao clímax, sem condições de processar adequadamente o pedido do amante.
— Mais forte agora … Ahhhh … vou gozar … fode, seu puto …
Rafael aumentou o ritmo, metendo fundo, tirando e socando novamente, com força e cadência.
— Puto gostoso … Hummm … tesão de homem … odeio ficar longe de você … odeio ainda mais brigar com você … Ahhhh … tô gozando gostoso …
Rafael também deixou o momento tomar conta dele, aumentando ainda mais o ritmo e gozando poucos minutos depois da amante.
— Putinha deliciosa … amo foder essa buceta …
Ainda abraçados na cama, enquanto a pica amolecia e era expulsa de dentro da xoxota, nenhum dos dois dizia nada, apenas tentavam recuperar o fôlego, normalizando a respiração ofegante.
Cecília, quebrando o silêncio que pairava no ambiente, fez uma pergunta que reverberou em cada canto da sala, como se as paredes fossem testemunhas silenciosas da profundidade de suas inquietações:
— Você realmente acredita que Malu seria capaz de agir de maneira tão extrema? Se não fui eu, e estou totalmente convencida de que você também não foi ... será que ela realmente teve a audácia de enviar o vídeo para o Fabiano?
Rafael fixou seu olhar na amante, mergulhando em uma profunda reflexão sobre as palavras que acabara de ouvir. Após alguns instantes de introspecção, decidiu finalmente se manifestar:
— Eu não sei, Cecília. Sinto que tudo mudou abruptamente, como um redemoinho que nos pegou de surpresa.
Cecília, com determinação na voz, insistiu:
— Malu externou sua insatisfação com a passividade de Fabiano. Ela me confidenciou que ele hesitava em aceitar a nova realidade ... Será que, de algum modo, nos tornamos meras peões em um jogo onde a rainha move suas peças sem se preocupar com os outros?
Rafael sempre teve suas dúvidas sobre a intrincada relação entre os três. Ele costumava fazer piadas sobre a situação, admitia, mas não conseguia afastar os pensamentos sobre Fabiano e as possíveis consequências disso. Confiante em Cecília, aceitou a proposta dela para que Malu se infiltrasse entre eles. Em um momento que acabou sendo registrado no vídeo feito por Cecília, ele até sugeriu que Fabiano se juntasse ao grupo.
A dinâmica entre os três era composta por nuances complexas e delicadas. Malu sempre foi a amiga divertida e encantadora que trazia brilho e leveza às interações. Enquanto isso, Cecília e Rafael, que compartilhavam uma ligação mais profunda e íntima, lutavam para entender o que poderia ter levado Malu a incitar um cenário tão destrutivo e aterrador.
— Ela sempre demonstrou lealdade e firmeza em suas crenças. — murmurou Cecília, com um olhar carregado de desconfiança.
— Se realmente foi ela, por que teria se comportado de tal maneira? — Rafael questionou, refletindo em voz alta na busca por lógica nas ações de Malu.
— É como se ela escondesse duas faces: uma que todos conhecem, cheia de empatia e carisma, e outra que permanece sombria e oculta, aguardando o momento certo para se apresentar. — concluiu Cecília, tentando unir as peças desse quebra-cabeça que parecia cada vez mais confuso.
À medida que a discussão sobre o vídeo se intensificava, cada expressão, cada palavra, se tornava um passo em direção a um mistério quase inatingível. O vídeo, que antes simbolizava um encontro casual entre amigos e um momento íntimo de prazer, agora se transformara em algo muito mais complexo do que poderiam imaginar.
Cecília recordava os risos compartilhados, as conversas descontraídas sobre relacionamentos e o afeto genuíno que os três nutriam um pelo outro. Era doloroso aceitar que aquele momento de intimidade se transformara em um campo de batalha emocional, onde a confiança havia sido abalada.
— Era apenas uma tarde de diversão. Tivemos muitas outras assim ... — lamentou ela, com frustração evidente na voz.
Uma dúvida crescente começou a se estabelecer em sua mente: “Ainda não consigo acreditar, mas tudo parece tão claro …”.
— Você realmente acredita que Malu é a responsável pelo vazamento do vídeo? Você a conhece muito melhor do que eu ... — Rafael soltou um suspiro pesado, cheio de incerteza.
— Espero que não, mas todos os sinais indicam que sim. — Cecília lamentou, seus olhos refletindo uma dor que ia além da traição. — Como pode alguém trair nossa confiança de forma tão cruel e impensável?
De qualquer forma, não havia certeza.
— Eu conheço Malu profundamente. Sendo bem honesta, acho que estou tirando conclusões precipitadas … não, ela não é assim ...
Cecília concluiu seu pensamento:
— Mas, tem alguma coisa muito estranha nesta história. Se somente nós três tínhamos vídeo, e não estou certa de que a Malu faria isto com a gente. Quem poderia tê-lo enviado para o Fabiano?
— Por acaso você está desconfiando de mim? — Respondeu Rafael, a encarando de forma séria. — Se é assim, eu também posso desconfiar de você.
— Como eu disse, a situação está muito estranha ...
O interfone tocou, rompendo a tensão no ar e desviando a atenção de Rafael. Ele tentou brincar com Cecília, buscando aliviar o clima pesado que os envolvia:
— Você deu sorte. Pedi uma grande porção de camarão na moranga, que serve duas pessoas. Está com fome ou ainda está absorvida nesse clima sombrio?
Cecília, ainda enredada no assunto anterior, insistiu, determinada a buscar respostas:
— Acredito que devemos agir com cautela. Conheço bem Malu e, sinceramente, não consigo aceitar que ela usaria nossa amizade de maneira tão vil. Vou investigar e descobrir o que realmente aconteceu ... — sua voz se firmou, a determinação preenchendo o ar ao redor dela.
Rafael, enquanto arrumava a mesa e colocava um prato para a ruiva, reafirmou a proposta que haviam discutido anteriormente:
— Relativo ao que mencionei sobre não querer mais estar com Malu, falo sério. A decisão agora está em suas mãos e confio que você fará o que é melhor para todos nós nessas circunstâncias tão confusas.
Entendendo a exigência dele, Cecília revelou:
— Fique tranquilo, Malu já conseguiu o que queria. Ontem, eu vi ela e o Fabiano no clube de swing. Sabe quem estava com eles?
— Sério? Quem? — Rafael ainda processava a revelação.
Cecília fez suspense por alguns segundos, mas logo revelou:
— A Geovana, acredita? Ela não é sua ex?
Continua …