Tentei cantar a Carina no início de 2015, mas antes que eu entrasse no calor do assunto, ela me disse que tava de casamento marcado com um tal de Fabiano.
Passei uns 20 dias fugindo, mas já com o convite no bolso do "paletó de festas", e em total segredo à minha esposa, eu pretendia não comparecer.
Não foi possível, pois na véspera daquele sábado triste, Carina chegou ao meu ouvido, e meio que desprevenido, ouvi ela perguntar com uma "voz de travesseiro":
- Tá tudo pronto para amanhã?
As enzimas do meu estômago brigaram com o chá que eu tinha tomado, o nó da minha garganta me impedia de negar, e a resposta veio involuntária:
- Sim. Meu paletó já está no cabide, me esperando.
O casamento ocorreu às 10 da manhã, e os peitões de Carina estavam apertados no tomara-que-caia de noiva. Minha mulher não foi, porque eu não convidei, e também porque foi para uma "pós graduação de sábado".
Eu estava sozinho, mas arrastei para uma mesa, uma guria que estava com uma máquina fotográfica. Dei uns beijinhos, e Carina me olhava. Eu era um cara apaixonado, e suspeito para falar, mas arrisquei que era ciúmes por parte da noiva, mesmo estando de casório com um bonitão.
Chamei a guria, que trouxe a máquina, quando o noivo foi para a rodinha de amigos. Na sessão oficial, eu saí com os demais colegas da UPA, mas agora era a "minha vez".
Duas fotos foram batidas, e logo mais no motel, enquanto a guria se acabava me fazendo uma gulosa, eu estiquei o braço e transferi a câmera, da bolsa dela para a minha mochila.
No dia seguinte, transferi as fotos para um pendrive, e mais que depressa, fui visitar o trabalho da guria. Era um escritório, ela estava no banheiro, e na sutileza, deixei a máquina fotográfica na sua gaveta. Quanto à esta, continuei um caso extra-conjugal por mais 6 meses, só porque as chupadas dela não eram ruins.
O tempo passou e a Carina se separou em 2018. No começo de 2019, as nossas conversas ficaram quentes, e pelo seu olhar a mim, uns diziam que ela estava esperando para eu me separar também. Titubeei nessa idéia por uns 20 dias, e novos boatos davam conta de que Carina estava namorando outro bonitão, 8 a menos que seus 36 anos.
Só que não, e o cara era feio pra diabo, apesar de ser bem jovem mesmo - a malícia da minha cabeça voltou a dizer que eu tinha chances.
Naquele março, fiz 40 anos e aquela antiga guria viu no face, e me mandou os parabéns. Perguntou também, se eu tinha visto as fotos do casamento. Eu disse que tinha, mas pelo tom do áudio dela, fiquei encafifado.
Carina largou o cara feio, e vieram me soprar que ela estava querendo ficar comigo. Eu respondi:
- Que isso! Agora ela está graduada em enfermagem, e eu sou apenas um auxiliar.
Passados 3 dias, encontrei por acaso, o pendrive. Abri as fotografias no computador de casa. A segunda imagem era normal: Carina fazia a pose de praxe, da noiva que está comemorando o casamento, e enlaçava de leve, a minha cintura. A primeira imagem é que comprometia: a guria tinha apertado o botão antes de estar pronto, e o meu rosto carente, e meio de lado, era admirado pela noiva, com um olhar inconfundivelmente apaixonado.
Passei mais duas noites sem dormir, e ensaiando, resolvi falar.Procurei Carina no intervalo dela, mas não encontrei. Só faltava o estacionamento e fui para lá. Percebi uma movimentação no carro de um médico que tinha vindo de Santa Catarina. Aproximei-me, e ele tava extasiado no banco do motorista. No outro banco dianteiro estava Carina, reconhecida pela roupa e pelo cabelo. Até porque fazia uma gulosa ao médico, e pelo jeito, é 3 vezes mais boqueteira do que aquela guria. Saí antes que alguém do casal me visse.
Carina pediu demissão da UPA logo que irrompeu a pandemia do covid. Foi para Santa Catarina, conseguiu emprego de enfermeira, e ficou amasiada com aquele médico (o da gulosa no carro). Depois de 2 anos se separou e voltou aqui, para a cidade de Londrina. No ano passado passou aqui na UPA, e puxou conversa comigo, mas sem perguntar se eu me separei, fato que só ocorreu depois, em abril deste ano.
Na semana passada, olhei de bobeira, o edital de convocação contratual de enfermeiras para a UPA onde trabalho. Estava lá: Carina de Oliveira. Hum...