Dormimos juntos, os três, na minha cama. Como eu já disse, ela era grande o suficiente para nós, e parecia o início de uma amizade sólida, daquele tipo que dura para a vida toda. No fim, nada mais aconteceu entre mim e o Felipe naquela noite. O que rolou antes foi só um momento de atração passageira, algo leve e descomplicado. A amizade, porém, parecia que ia ficar.
Acordamos lá pelas 12h. Abri os olhos e vi que João Pedro já estava acordado, mexendo no celular, enquanto Felipe ainda dormia.
— Bom dia… que horas são? — perguntei, a voz ainda meio arrastada.
— Meio-dia, já! Aqui ninguém almoça, não? — respondeu João Pedro, com um sorriso debochado.
— Vixe… nem sei. Vou dar um jeito de acordar o Felipe aqui.
João Pedro riu e brincou:
— Eu jurando que ia rolar um showzinho ao vivo de vocês, uma performance digna de um filme proibidão… Mas os dois caíram no sono.
— Ah, safado! — provoquei. — Se é isso que você quer, posso acordar o Felipe de uma maneira especial, só pra ver se ele tá a fim.
Nesse momento, Felipe se mexeu, rindo, e falou com os olhos meio fechados:
— Opa, me acordar como?
Ele se espreguiçou, abrindo os olhos devagar, e João Pedro continuou com a provocação:
— Ih, parece que vai ter bis do show, hein?
Eu dei risada, jogando um travesseiro em João Pedro e disse:
– Ia te acordar com isso aqui duro na sua boca – falei e tirei o lençol mostrando meu pau duro, com aquela ereção matinal que a maioria dos homens acordam.
– Nossa, posso voltar as dormir então e você me acorda? – Disse o Felipe
– Claro, será um prazer.
Então o Felipe fechou os olhos fingido que estava dormindo, e eu me levantei pelado com o pau duro, o João Pedro, deixou o celular de lado, e ficou observando a cena, me posicionei com o meu pau perto do rosto do Felipe e disse:
– Acorda dorminhoco, hora de tomar leitinho!
Ele abriu os olhos, me olhou e deu um sorriso e colocou meu pau em sua boca, e começou a chupar sem nenhum pudor, e sem nenhuma vergonha do Joao Pedro, que assistia tudo massageando seu pau sobre a cueca.
– Isso chupa gostoso, essa seu boquinha é uma delicia, posso gozar dentro?
– Claro – ele tira o pau do boca e responde –
– Bota teu pau aqui tambem JP pro Felipe chupar – falei olhando pra traz e olhando João Pedro massageando seu pau.
– Não, relaxe, não dou valor ficar com amigo não, mas pode continuar ai o showzinho, estou adorando.
– Temos um voyeur aqui – disse o Felipe
O Felipe continuou me chupando, e não demorou muito e gozei em sua boca, perguntei se ele gostava de acordar assim e ele disse que adorava.
Após o "showzinho" improvisado que demos para João Pedro, me veio uma ideia brincalhona:
— E aí, que tal um banho coletivo pra acordar de vez? — falei com um sorriso.
Felipe riu, levantando rápido da cama.
— Ah, já tô dentro! Só me chamar que eu vou! — disse ele, já pegando a toalha.
João Pedro deu de ombros, sorrindo com o mesmo humor descomplicado.
— Tá bom, tá bom, vocês venceram. Mas não vão se apaixonar, hein? — ele provocou, piscando.
Fomos para o banheiro rindo, e logo todos estávamos debaixo do chuveiro. A água estava morna e relaxante, o que nos fez esquecer um pouco a ressaca. Sem pudor, era um clima de total descontração. João Pedro enfiou a cabeça debaixo da água e deu um grito exagerado, como se estivesse num comercial de shampoo.
— Tá achando que é propaganda de cabelo agora? — zoei, rindo.
Ele só deu risada e fingiu jogar os "cabelos", imitando uma cena de novela.
Felipe aproveitou para cutucar:
— Ó, João, já que tá todo trabalhado no shampoo, vai lavando as costas aí, amigo.
João Pedro se virou com um olhar dramático.
— Tá querendo serviço de spa, é? Tá achando que aqui tem massagem, moço?
Felipe fez cara de ofendido.
— Ué, não foi você que disse que o showzinho ia começar? Tô só cumprindo minha parte!
A gente não se aguentava de rir. Eu estava debaixo do chuveiro, esfregando o rosto para despertar, e comentei:
— Sério, galera, se alguém entrasse agora ia pensar que isso aqui é um reality show, tipo: “Três amigos e um chuveiro”.
João Pedro balançou a cabeça, rindo.
— Podia até rolar, né? O público ia pirar.
Felipe continuou zoando, passando a mão no cabelo como se fosse um top model:
— Olha aí, pessoal! Vai ter estreia de filme... e vocês nem sabem!
Ele olhou pra mim, brincando, e deu um empurrãozinho de leve. No fim, saímos todos do banho com a cara limpa e o bom humor renovado, prontos para encarar o resto domingo.
— A gente vai almoçar ou não? Tá todo mundo faminto aqui! – Disse o Felipe
— Vou ver se minha mãe preparou algo — respondi — Se não tiver, a gente pede ou sai pra comer.
João Pedro deu de ombros, concordando:
— Demorou, vamos nessa.
Fui até a cozinha e encontrei um bilhete da minha mãe em cima da mesa. Ela avisava que passaria o domingo fora e recomendava que eu pedisse comida ou fosse comer fora. Era como se tivesse lido meus pensamentos. Voltei para o quarto e contei a eles:
— Galera, minha mãe saiu. Nada de comida pronta em casa.
Felipe e João Pedro logo sugeriram a gente almoçar em um restaurante na praia que eles conheciam e que ficava ali perto.
— Vamos, então! — respondi, animado para conhecer o lugar novo.
Nos ajeitamos, colocamos umas roupas leves e partimos para a tal praia. O restaurante era uma barraca elegante, com mesas bem arrumadas e vista direta para o mar. Pedimos água de coco logo de cara, pra dar um jeito na ressaca, e João Pedro sugeriu dividir um peixe para os três, o que foi uma ótima ideia.
Enquanto esperávamos, fiquei pensando em como estava me sentindo bem com a companhia deles. Comentei com os dois sobre isso:
— Sabe, foi um domingo leve demais. Mesmo com os nossos “rolês” aí... tô gostando de construir essa amizade com vocês, sem pressão, tudo natural.
Felipe riu e assentiu:
— Ah, eu também. Foi bom, mas deu pra ver que a vibe é outra, né? A gente é tipo... irmãos bagunceiros agora.
João Pedro só deu uma risada e completou, provocando:
— Que tipo de irmãos é esse que se chupam?
Rimos juntos, e enquanto o garçom trazia nosso prato, eu refleti em silêncio sobre como essa amizade era diferente. Com o Caio, eu sabia que sempre rolava uma química sexual intensa, uma atração que a gente não tentava disfarçar. Com Felipe, foi diferente. Foi um fogo intenso e momentâneo, mas que passou assim que rolou, e agora era pura amizade.
Depois do almoço, que foi incrível, deixamos Felipe em casa porque ele estava exausto e quase cochilando. Ele ainda soltou uma piada:
— Se cuidem aí, hein, casal! Sei que vocês vão aprontar, já que agora vão ficar sozinhos…
João Pedro respondeu no mesmo tom de brincadeira:
— Claro! Virar a noite e começar a semana... você sabe bem o que vai rolar.
Quando voltamos ao meu apartamento, João Pedro subiu comigo. Passamos o resto da tarde e início da noite jogando conversa fora:
Sentados na sala, ainda aproveitando a tarde preguiçosa, João Pedro olhava para mim, curioso, e então eu comecei, com um sorriso meio maroto:
— Deixa eu te contar uma coisa... minha vida parece uma novela! Sério, é cada trama que você não acredita.
João Pedro riu, arregalando os olhos de curiosidade.
— Ih, solta essa, quero saber tudo!
— Eu nasci lá em Minas e fui criado numa fazenda. Passei a infância inteira por lá, tipo, até a adolescência mesmo. Mas aí, quando o dono da fazenda morreu, tudo virou de ponta-cabeça. Precisei voltar pro Altoe, foi então que comecei a descobrir umas verdades... sobre meu pai, por exemplo.
João Pedro inclinou a cabeça, interessado.
— Que verdades? E o que tem seu pai?
— Pois é, depois que cheguei no Alto , descobri que meu ex... era meu primo! Sim, o Bernardo... era meu primo. E isso só descobri depois de saber quem era meu pai de verdade. Bizarro, né?
João Pedro me olhou, boquiaberto, absorvendo o choque.
— Pera aí. Então seu pai e o pai do Bernardo... são irmãos?
Eu assenti, dando um suspiro.
— Exatamente. Mas a parte mais louca é que nem tenho contato com o meu pai até hoje. Só sei que ele é quem tá bancando minha faculdade. Mas é meio complicado...
João Pedro deu um sorriso de leve, tentando processar.
— Tá, então quem é seu pai afinal?
Fiquei meio sem jeito, mas respondi:
— Silas Carneiro.
João Pedro arregalou os olhos, incrédulo.
— Dr. Silas Carneiro? O nefrologista? Você tá de brincadeira!
Eu dei um sorriso e confirmei:
— Ele mesmo. Você conhece?
— Claro que conheço! Ele é uma lenda por aqui, um dos melhores. Cara, quando o pessoal souber que você é filho dele... sério, todo mundo vai ficar te idolatrando!
Revirei os olhos, já antevendo o tipo de reação que aquilo poderia gerar.
— Nem me fala isso. Não quero ninguém se aproximando de mim por interesse. Prefiro ficar no anonimato mesmo.
João Pedro continuava pasmo.
— Rafa, você tem noção de quem ele é? Ele é um dos donos do Hospital São Vicente e ainda tem duas clínicas grandes de nefrologia aqui na cidade! Ele poderia te abrir várias portas na carreira, sabe?
Fiquei pensativo, mastigando aquelas palavras antes de responder.
— Então, eu sei disso, mas não é o que eu quero. A reputação é dele, sabe? É mérito dele. Quero conquistar as coisas por mim mesmo, sem influência do meu pai. Quero ter minhas próprias conquistas, minha própria trajetória, entende? Sem pegar atalhos.
João Pedro assentiu, respeitoso.
— Claro, super entendo. Admirável, viu? Quer que eu mantenha segredo sobre isso?
— Sim, por favor. E acho que nem pro Felipe vou comentar por enquanto.
João Pedro sorriu, com uma expressão de cumplicidade.
— Segredo entre a gente então.
Depois que terminei de contar sobre a minha "vida de novela", virei para o João Pedro e disse:
— Agora me conta um pouco de você, quero saber a história da sua vida também.
Ele sorriu, meio sem jeito, e deu de ombros.
— Minha vida nem tem drama como a sua, mas, bom, sou filho único. Minha faculdade estou pagando com o FIES, cobriu uns 75%, e o resto é uma tia minha que paga. Ela nunca teve filhos, me considera como se fosse um, sabe? Meus pais não têm a mesma condição que o seu pai, mas sempre deram um jeito.
Fiquei impressionado com a simplicidade e o orgulho na voz dele.
— Nossa, e você sempre quis ser médico?
— Sempre. Desde pequeno, eu já sonhava com isso. Mas acho que além de gostar, também sinto que é uma forma de ajudar meus pais. Minha mãe é professora estadual, e meu pai tem um comércio pequeno. A gente nunca teve muito luxo, mas sempre tivemos uma vida bem digna. E essa minha tia, que é irmã da minha mãe, sempre me ajudou. Ela meio que me deu suporte pra seguir em frente.
Sorri, admirando a determinação dele.
— Que massa, João! Dá pra ver o quanto você valoriza sua família e sua história. E é bonito ver que você pensa tanto neles.
Ele deu um sorriso tímido, mas continuou:
— Pois é, família sempre foi tudo pra mim. E olha, eles sabem que sou gay e sempre aceitaram numa boa. Meus pais conheceram meus dois últimos namorados, e minha mãe ainda fala com o último até hoje, acredita?
— Nossa, isso é raro! E por que terminaram? Se a sua mãe ainda fala com ele, devia ser gente boa, né?
— Ah, até era... mas descobri que ele me traiu. Ele tentou pedir desculpas e tudo, mas não dava, sabe? Acabou que terminei. Depois disso, decidi que ficaria sozinho, sem enrolação.
Fiz um sinal de solidariedade e disse:
— Parece que estamos na mesma vibe. Tipo, adorei a ficada com o Felipe, mas pra mim foi só isso. Foi divertido, mas eu quero aproveitar essa nova fase, ficar com quem quiser sem peso. E ontem na balada... foi libertador! Fiquei com vários, sem culpa, e me senti bem de verdade.
Ele riu, animado.
— Sei bem como é isso. E você tá certíssimo, Rafa. Tem que aproveitar mesmo!
A conversa seguiu de forma descontraída, e a gente se abriu ainda mais. Era estranho como parecia que já nos conhecíamos há tanto tempo. Eu sabia que, de alguma forma, o João Pedro ia se tornar um dos meus melhores amigos.
Entre risadas e confidências, ele me contou histórias da infância, das confusões que já arrumou na faculdade, e me falou até dos sonhos que ele tem para o futuro. Eu também me abri mais, mas ainda com um pé atrás em certas coisas para não assustá-lo.
— Você é um cara legal, Rafa. Tô feliz de já estar construindo essa amizade contigo, de verdade — disse ele no final, já levantando para ir embora.
— Eu que agradeço, João. Pode contar comigo pra qualquer coisa, de verdade.
Nos despedimos com um abraço, e depois de ele sair, fiquei pensando em como foi bom esse domingo. Eu não estava só fazendo amigos novos; estava começando uma nova fase de vida. E, enquanto pegava no sono, já me preparava para a semana que estava por vir.
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pessoal, estamos num momento leve do conto, mais prometo que nos próximos capítulos as coisas vão esquentar um pouco, e teremos a tempestade chegando!
esses últimos capítulos decidi acelerar algumas coisas, e terminar esse lado "familiar" logo! O Rafa vai viver uma vida de solteiro, sem amarras, sem laços aproveitando sem culpa,
se bem que acho que ele não tinha tanta culpa assim rssss! mas é isso, espero que estejam gostando e sempre que puderem comentem ^^